domingo, 14 de janeiro de 2018

Rush - Quando algumas bandas significam mais do que a música simplesmente

Terminada a audição de 5 discos destes canadenses, me senti de escrever acerca dos acervos roqueiros dos quais foram adquiridos com todo amor no coração. Quantas vezes você se vê em situações aonde está chateado? Quantas vezes você já passou por momentos difíceis, daqueles em que a cabeça fica a milhão exigindo aquela resposta rápida? Nós, que temos tantas coisas legais, passamos por isso, somos pessoas normais como qualquer outra. Porém com uma diferença dos "normais". Temos a dádiva de ouvir bandas e artistas especiais em nossas vidas. Artistas estes que passam por situações parecidas com a nossa mas que vê na música o momento de compor algo, passar aquela agonia ou felicidade nas músicas como numa consulta terapêutica em que banda e ouvinte se comunicam de forma indireta mas cada um em sua função na " consulta". O Rush é algo que vai além da música. Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart são como meus integrantes familiares aonde a distância é mínima graças a conexão que temos assim que discos desses caras chegam em casa. Ouvi-los passa a ser aquela troca comentada anteriormente e pode apostar: meu domingo foi fabuloso graças a Fly by Night, Caress of Steel, A Farewell to kings, Hemispheres e Signals sem escolher qual foi o melhor momento, todos estes discos me fizeram feliz por igual.
No momento está rolando Lynyrd Skynyrd ( outra banda especial neste legado da vida) e sabe o que ambos possuem em comum? Ambas as bandas possuem integrantes que encaram a música com os pés no chão, sem estrelismos ou egos feridos. Falando sobre o Rush, como não ficar emocionado pelas músicas interpretadas por um cara chamado Geddy Lee. Como passar incólume a guitarra espertamente calcada no feeling e sem pirulitos de Alex Lifeson. E como não ficar feliz em saber que um baterista de talento tão único ainda por cima é um letrista de mão cheia como Neil Peart. Estamos falando de 3 seres humanos que levam alegrias a quem possuem uma coisa chamada música em casa. Poderia aqui estar falando de cantores de gosto duvidoso, falar o quanto o país está ruim mas não quero botar mais estas coisas nas resenhas. Algumas coisas acabam saindo sem querer mas ninguém é de ferro não é mesmo?
Comecei esta linda viagem com Fly by Night, disco lançado em 1975 e que pancadaria!!!!! Sim, Rush em 75 era o que os críticos chamavam de pauleira. Aqui o trio chega a ser quase heavy metal e que obra soberba. Anthem, Best i can, Beneath, between & behind, By-tor & the snow dog, Fly by night, Making memories, Rivendell e In the end são as faixas que sobressaem em atitude e me levaram a outra dimensão. O que falar duma faixa título como esta? Lindo não é mesmo?
Mas aí vem Caress of Steel mostrando o quão uma banda pode e deve se desafiar musicalmente e mostrar que música grande pode ser interessante em todo seu tempo mesmo sendo quebrada. Aqui constam aquelas faixas mais curtas como Bastille day, I think i´m going bald e Lakeside park mas também aquelas faixas divididas em suítes que, nas mãos de outras bandas fariam todos dormirem. The necromancer e The fountain of lamneth nos transportam a outro mundo, bem melhor e mais feliz do que vivemos. Uma obra prima das mais ricas.
Mas aí vem de 1977 para meu quarto em 2018 A farewell to Kings, disco soberbo e contando desde já com uma faixa que desperta aquela emoção e nos faz agradecer por ter a chance de ouvir isso: Closer to the heart. Linda, curta porém direta e certeira, esta canção possui uma delicadeza, um amor tão sincero que não há uma definição que eu iria conseguir dizer que chegasse a altura do que esta música representa. Além dela temos a faixa título que abre o disco de maneira sofisticada, temos Xanadu, Cinderella man, Madrigal e Cygnus e seus mais de 10 minutos de pura viagem traduzida em forma de música. Simplesmente magistral.
E magistral pode dizer sobre Hemispheres de 1978, que disco, que momento!!!! Abrindo com a suíte Cygnus x-1 Book II temos mais uma ótima viagem lindíssima, uma magia indecifrável porém inesquecível. Circumstances, The trees e La villa strangiato completam este álbum maravilhoso cuja grandiosidade fica evidente em casa segundo, em cada momento.
Fechando esta maravilhosa troca emotiva vem Signals de 1982 e que trazia o Rush com um foco a mais nos teclados que muitos fãs torcem o nariz mas que não vejo o menor problema. Aqui temos aquelas duas primeiras músicas para simplesmente me deixar desnorteado e porque não dizer emocionado: Subdivisions e The analog kid . Brincadeira? Aqui é coisa séria meus amigos e amigas. E o disco correu lindamente com Chemistry, Digital man, The weapon, New world man, Losing it e o grand finalle Countdown. Este disco aliás merecia ser mais lembrado pelos fãs pois possui uma qualidade acima da média e que muitas vezes não é lá muito bem lembrado por alguns de nós.
E assim foi esta jornada honrosa e uma certeza enorme de que a vida pode e deve ser melhor curtida. Pessoas que só postam reclamações acabam caindo naquela parcela de pessoas que, de tanta coisa ruim que postam, acabam por esquecer de enaltecer as tantas coisas boas que estão ao redor.
Rush, obrigado pelos tantos discos e por tantas alegrias em meu coração.

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