segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Frank Zappa aparece mais uma vez em 3 discos soberbos.

Sim, parei o tempo. Estava precisando para um pouco com as minhas obrigações do dia a dia. E hoje um assunto do qual não convém falar aqui veio a tona e confesso que fiquei ligeiramente puto com tal conversa. Não vou citar culpados ou inocentes ou mesmo o que ocorreu mas tenho que sempre lembrar as pessoas que me acompanham: não se espantem com NADA que irão ler aqui. Se há algo do qual não sou dotado é de hipocrisia ou até puxa saquismo agudo. Falar bem somente para agradar não foi e nunca será meu lema. Mas, falar mal para ter uma certa "fama" também não é legal. A música foi inventada lá atrás para unir as pessoas e não para desunir. Sim, há coisas das quais não sou apto a sentir amor e carinho mas não fico falando toda hora. Lembre-se que na história mundial, quem ficava martelando a mesma ideia na tua cabeça recebia o honorável nome de ditador.
Sim, estamos numa era em que é legal falar mal para se sentir bem. Se para alguns isso é recompensador, para mim não agrega nada a vida. Falando sobre nosso artista citado, não é das tarefas mais fáceis gostar da obra de Zappa até porque a genialidade caminha lado a lado com uma maluquice sensacional aonde o senso de humor precisa estar num nível acima dos 50 % senão a chance de não curtir é bem grande. Ouvi dizer que Frank Zappa não pode ser considerado rock. Porque? O rock virou manual básico de bom mocismo e ninguém me disse nada? Desde quando isso... Se o Zappa não é rock eu não sei. Acho que ele mesmo não ia aguentar certas imbecilidades de rotular sua rica música já que Mr. Z sempre foi um ser multifacetado e sempre pronto para mais alguma aventura musical, gostando ou não do ia sair. Portanto, caso fique nessa de rótulo, mude de blog e vá ler algo manjado.
Iniciando esta trinca temos o estupendo disco Freak out juntamente com o Mothers of Invention que foi lançado em Julho de 66 mas engana-se que esta foi a primeira coisa que gravou pois Zappa já atuava em outros projetos e bandas. Aqui temos uma música divertida e indo contra a maré sempre pois ao contrário de algumas pessoas mal humoradas, Zappa sabia como ninguém falar mal de quase tudo sendo engraçado. E aqui temos faixas do calibre de I ain´t got no heart, How could be i such a fool, I´m not Satisfied entre outras faixas bem sacadas tanto musical quanto lírica.
Outra obra digna de conhecer é Joe´s garage. De 79, este disco dividido em 3 atos, temos Zappa narrando o que acontecia na garagem do tal Joe e mais faixas malucas porém sublimes como On the bus, que é muito bacana e sarcástica. Aliás, é algo difícil entender as piadas de Zappa mas você acaba rindo mesmo assim pois o segredo aqui é se divertir. Mas, em meio a outras faixas como Catholic girls temos uma das mais lindas canções feitas na face da Terra e ela se chama Watermelon in easter hay. Trata-se dum instrumental e o solo doce de guitarra e forte candidata a rolar naqueles finais de tarde na leitura de algum bom livro. Viram? Os malucos também amam....
Finalizando por ora a audição da obra deste gênio, tenho em mãos Them or us de 84 e dá-lhe mais musicalidade aliada a bizarrice positivamente falando. E faixas como In France, Sinister footwear II, Stevie´s spanking entre outras belezas da arte mais bela do mundo. Uma curiosidade: nesta época já despontava para o sucesso um certo Steve Vai que ouviu os conselhos do professor e se tornou um dos caras mais criativos dos quais tenho notícia mas que ao mesmo possui uma chatice mas que não deixa minha pessoa desrespeitar este mago da guitarra. O disco fecha com uma versão amalucada de Whippin´post do The Allman Brothers band que ficou no mínimo inusitada mas vindo de quem veio... isso é Frank Zappa.
Pois é meus amigos e minhas amigas, agora posso dormir com a consciência tranquila de um dever cumprido com a música e sempre alertando o quão é importante gostar do que você realmente gosta e não do que os outros querem que você ouça. E mais uma vez agradeço a este senhor por me enriquecer e cabe uma frase importante: se alguém chegar perto de você e disser que é perfeita, corra imediatamente. Pessoas assim me dão medo. Frank Zappa também fugiria de gente assim....

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Running Wild - Rapid Foray

Sim, estou diante de mais uma banda da qual preciso me redimir e pedir desculpas por ignorar sua obra por todo este tempo. Rolf Kasparek ou Rock n´rolf precisa entender que ás vezes somos falhos e eu de certa forma falhei em em ter falado um dia que Running Wild era chato. Calma amiguinhos, vocês não irão ler este tipo de resenha para aberrações como Rhapsody of Fire, Sonata Arctica, Edguy, Primal Fear, Sabaton entre outros malas. Mas o Running Wild não é qualquer porcaria e sim uma puta banda cuja discografia será desbravada por este que vos digita de forma empolgante e sim, terei mais pérolas para ouvir dentro em breve. Mas enquanto os outros discos não chegam, vamos ao mais novo lançamento dos caras, Rapid Foray que promete ser um dos melhores discos ouvidos por mim neste ano. Empolgante do início ao fim, o estilo clássico da banda volta a reinar após dois discos de volta bem abaixo do esperado e caso curta o que de melhor fez a banda um dia, volte a dar seu crédito para Rolf e cia.
Faixas do porte de Black skies red flag abrindo um disco traduz que a diversão está somente começando e quem não curtir heavy metal de verdade aconselho ir regar flores no jardim ao som das bandas citadas acima. Aqui não há espaço para frescura ou mesmo para metidos a intelectuais que amam atitudes golpistas ou mesmo que adora falar de ditadura mas ama Cuba. A sequência com a sensacional Warmongers dá continuação brilhante ao disco que ainda possui Stick to your guns, uma faixa daquelas de emocionar todo e qualquer ser humano que ainda possui um coração batendo. A faixa título é outra bela obra de arte das mais refinadas, uma aula de riffs e interpretação vocal raçuda. A instrumental The depth of the sea é outra maravilha da sétima natureza reinante, para chorar agradecendo a todos os anjos pela escolha de ser rockeiro. Outra faixa para erguer os braços de felicidade é Black Bart, um hino de guerra para sair num navio e atacar orcs ( para você Caio Mário). O disco encerra com a soberba Last of the Mobieans, uma daquelas faixas de encerramento aonde não há outra coisa a fazer do que agradecer ao Running Wild por acender a paixão por ouvir sua discografia a partir daqui.
Caso você já acompanhe a banda, faça um bem a si mesmo: compre este disco e ouça tantas vezes for necessário e agradável. Heavy metal traduzido duma forma honesta. Nada mal para uma terça feira hein?

Roadie Metal Volume 8 - Vários

Enfim chego ao último disco e espero que não termine por aqui. Graças a Roadie Metal descobri algumas bandas sensacionais, cujo talento equipara a atitude de querer mostrar algo de ótima qualidade em meio a tanta porcaria que vemos aos montes. Nesta coletânea dupla, temos bandas legais ao lado de outras que ainda precisam de uma dose maior de arroz e feijão preto para chegar a um nível bacana perto dos destaques desta compilação.
E dentre os destaques temos o Claustrofobia com Metal Maloka, o Torture Squad com Return of evil, Death Chaos com a maravilhosa faixa From the dead they will rise, a minha descoberta Jailor com a estupenda Stats of Tragedy além do Crookhead com a igualmente ótima Via crucis e Haumette com estranha porém bacana Changed Heart, uma espécie de black meio industrial se não tiver enganado.
Já no segundo disco mais algumas pérolas como o Black Triad com R.I.P., o surpreendente Heaven´s Guardian com a positiva Dream, o já resenhado Moby Jam e seu Homem de gelo e Blancato com Laís, outra ótima agradável surpresa. Não me compete citar as bandas não tão legais assim pois posso até ser maldoso com alguma delas mas uma parte daqui carece de música, duma pegada mais encorpada e mesmo quando o instrumental é bom o vocal entra para estragar a festa toda. Mas no geral, esta compilação tem para todos os gostos dentro do rock e pode ser um apanhado do que rola no país e mostra que som pesado pode ter várias facetas, bastando escolher qual a melhor se encaixa em seu gosto. Longa vida a Roadie Metal!!!!!!!!

domingo, 23 de outubro de 2016

Jailor - Stats of Tragedy

Encerrando esta noite, encerrando esta noite de domingo e iniciando a semana com o pé direito, um das bandas legais de thrash metal que já ouvi. O som que o Jailor faz me trouxe na memória os anos 80, quando bandas do porte de Metallica, Slayer, Exodus, Testament, Vio-lence, Hirax, entre outras tantas estavam sem querer criando um movimento do qual iria influenciar toda uma geração de metalheads e foi graças a alguns desses caras que o Jailor resolveu montar uma banda de thrash e se inspirou em cada um deles para lançar este ótimo disco. Sinceramente, esses caras deveriam estar numa Metal Blade da vida e realizando tour ao redor do mundo. Que sonzeira infernal!!!!!!
Flávio Wyrwa nos vocais faz o que um vocalista de thrash tem que fazer ao pegar num microfone. Daniel Hartkopf e Alessandro Guima utilizam suas guitarras para riffs soberbos e solos sem exagero. O baixista Emerson Hiederrauer e o baterista Jefferson Verdani formam uma cozinha perfeita para thrash. Sendo assim, unidos, formam uma máquina aniquiladora e se continuar na pegada deste disco, tem tudo para alçar voos cada vez mais altos.
E destacar alguma das 9 faixas torna-se algo dificultoso pois TODAS elas são estupendas, desde a intro G.O.D. até a emocionante faixa de encerramento Six six sickness todas se destacam pelo poderio. Quer algo de Slayer? Pode ir sem medo. Testament ? Idem. Ainda podemos ouvir referências do thrash alemão como Tankard, Kreator e Destruction. São discos assim que me fazem ter vontade de escrever algo a respeito. São discos assim que me fazem ainda acreditar que o metal é viável e ainda podemos nos orgulhar deste estilo. A partir de agora o Jailor entra no ranking de bandas mais legais de todos os tempos. São a prova mais do que concreta de que o metal foi feito para quem quer tocar e não ficar chorando pelos cantos pedindo público. Pelo bem de sua vida: ouça este disco.

Patrick Pedroso - Labyrinth

Disco de guitarrista. Somente este aviso já me dá medo, muito medo. Analisando friamente: um dos únicos que podem gravar discos solos sem vocal chama-se Joe Satriani. Alguns de seus colegas de instrumento como Steve Vai até possui um puta talento para o instrumento e sempre procura ser criativo. Isso é um fato do qual não podemos negar. Mas, junto com a competência, Vai é um dos guitarristas mais chatos do qual tenho notícia. E nem vou entrar no mérito de chatice citar o Malmsteen pois isso até minha cocker sabe da mala que é este sueco. Passando para o Brasil, enquanto alguns guitarristas são sempre talentosos sem enjoar como Edu Ardanuy, temos algumas malas sem alça em termos de carreiras solos ou em bandas que podem ser talentosos mas não acrescentam em nada na minha vida como Kiko Loureiro ou mesmo o Rafael Bittencourt. Fora outros exemplos e fora da guitarra temos o baterista Aquiles Priester que é um dos melhores na bateria mas um dos maiores malas sem alça da história desde o tempo dos Orcs. Aonde estou querendo chegar é que Patrick possui um pouco dos dois mundos de ser guitarrista. Ao mesmo tempo em que possui alguns temas interessantes em Labyrinth como por exemplo a bela New days e a breve Inspiration, o restante não chega a ser chato ( alguns riffs interessantes existem) mas não seria um disco do qual eu teria em minha coleção caso fosse comprar. Não vou entrar no mérito de visual pois não interessa este quesito ao analisar um disco. Mas em termos sonoros, perdão Patrick mas seu disco não será algo que vou ouvir repetidas vezes. Mas, caso seja algo que escute com frequência, ele é um ótimo disco para você que pira em arpejos, escalas entre outros palavreados que somente um encontro de conservatório conhece profundamente. O que não é o meu caso...... Mas caso queira arriscar, ouça e diga o que achou ok?

Death Chaos - Prologue in Death & Chaos

Que banda é essa?!? Ainda estou impressionado com o som destes caras. Uma coisa eu tenho que confessar: foi uma das bandas mais legais de death metal que já ouvi em anos. Este quarteto formado pelos insanos Denir Deathdealer ( baixo e vocal), Julio Bona ( guitarra), David Oliver ( guitarra) e Ueda ( batera) praticam um death metal sensacional, aonde não é necessário ser extremo o tempo todo para ser extremo, se é que vocês me entenderam. Aqui, muitas bases são cadenciadas e o timbre das guitarras une peso e melodias numa mesma faixa. Em certos momentos lembra o Hipocrisy em outros um pouco do que o Carcass fez no Heartwork mas a semelhança com o Hipocrisy é maior mas não encare como uma cópia. Os vocais são uma espécie de urrado sem ser urso no cio, ou seja, não é algo gratuito e lembra um pouco LG Petrov do Dismember nos antigos tempos. E You die i smile ( título bacana não?), Death division, House of madness, Erased sky e You are not you irão satisfazer quem gosta tanto das bandas citadas quanto das outras de death metal. Indicado para quem, antes de qualquer coisa, aprecie metal sem necessidade de rótulos pois quem gosta de rótulos é gerente de mercado ou fabricante de remédio. Ouça agora!!!!!!

Barok Projekto - Sovaga Animo

Quando bati o olho na capa e no encarte deste disquinho, confesso que tinha sido a banda que mais me despertou curiosidade em ouvir pois imaginava que eu ia encontrar algo próximo do folk só que misturado ao metal, o que muitos chamam de folk metal. Posso dizer que acertei ao ouvir este lindo disco lançado este ano. Todo o conceito do disco está na natureza e nos povos selvagens que habitam estas regiões mas que graças a ganância do homem dito " civilizado" estas terras e civilizações estão sendo extintos em nome do progresso do planeta. E aqui esta banda estupenda resgata tais culturas a começar pelo título que numa tradução livre significa "Almas Selvagens " e fala justamente sobre isso, sobre como o homem está destruindo a natureza em plena claridade e o que poderia ser um crime, está sendo financiado por alguns coronéis gananciosos por grana.
Karliene Araújo ( vocal), Rafael Milhomem ( guitarra e instrumentos diferentes), Muniz ( também guitarrista), Thiago Alberto ( baixo) e Junior Nieri ( bateria) aliado a alguns convidados protagonizaram uma das mais belas obras primas divididas em 11 temas ricos. Alguns destaques podemos agregar para que você que está lendo tente descobrir esta banda estão na faixa título, um belo tema folk, Droniga pasio, Regino de la nokto entre as outras músicas que eu recomendo a qualquer amante desta vertente fantástica da música pesada. Além dos vocais estupendos de Karliene, Muniz se encarrega de imprimir alguns vocais masculinos mas que no geral o que prevalece é o vocal doce da moça, o que deixou o projeto mais belo ainda. Preciso dizer mais algo? Ouça agora mesmo!!!!!

Revanger - Gladiator

Ter este acesso a bandas nacionais me possibilitou ainda mais conhecer talentos sonoros dos quais até agora não achei algo ruim. Não sou daqueles que fazem resenhas legais, falando bem, somente mediante a propina ou para simplesmente puxar o saco. Exceto neste caso, a maior parte das resenhas do meu blog são somente para bandas e artistas dos quais gosto e mesmo esses contemplados não estão imunes a minha crítica e posso falar de algo do qual não gostei pois uma vez alguém disse " toda unanimidade é burra". Haverá algo do qual não gostarei mas mesmo nessas horas temos que ser educados pois num momento aonde temos que explicar as coisas nos mííííínimos detalhes, qualquer frase pode significar ódio mortal contra quem escreve algo. Este disco do Revange traz um metal direto e reto e passa pelo teste de qualidade mesmo com alguns pequenos exageros vocais de Patrick Raniery quando solta alguns agudos. Quando somente canta com a voz estilo Lemmy, o cara acerta em cheio e não há problema nenhum em não ter agudos. Pode até dar alguns agudos mas caso a música peça e mesmo assim não é qualquer um que pode fazer isso pois até para quem sabe pode ser algo chato para o ouvinte. Os guitarristas Diego Miranda e Diego Sampaio mostram um som bem bacana na guitarra, tocando de forma pesada e com alguma melodia entre o peso o que é ótimo. A cozinha formada por Guibyson Rodrigues ( baixo) e Vicente Mad Butcher ( batera ) soa eficiente e não deixa o restante na mão e sim tranquilizados para a comissão de frente brilhe. Após a intro Enter Hades vem Crazy words, Hells angels, The evil song, Gladiator e Chuva de balas nos trazem uma banda afim de tocar o que gosta. Amantes do heavy metal podem ir sem medo e aconselho pelo menos dar uma checada no som dos caras pois fará a festa de quem acha que não há bandas legais por aqui. Do caralho!!!!!!

Heryn Dae - Idem

Antes de ir dar aquela volta, comer algo e ver as coisas da minha cidade, mais uma banda bacana aporta aqui. E antes de mais nada, preciso agradecer ao Gleison da Roadie Metal pela oportunidade de resenhar estes discos e dizer que estou muito feliz em ver que um simples blog motivou o mesmo a aceitar a minha entrada no cast e isso torna-se motivador para escrever mais e mais.
Indo para esta banda, a mesma consta com Victor Moura ( vocal), Juliano Bianchi ( guitarra), Cristiano Pereira ( batera) e Ricardo Bach ( baixo) e o lance é praticar um heavy metal pesado e sem rotular. É heavy metal e ponto final. As 8 faixas deste disco são refinadas, bem tocadas mas que ainda precisa de mais força para sair desta mesmice que é o heavy metal tradicional. Há bandas espetaculares, o Henry Dae se encaixa, mas para sobreviver neste mar é necessário fazer a diferença e  estes caras estão no caminho certo.
Destaques para Final Fantasy, Henry dae, Death, a pesada Shadow´s prologue e Evil Fortress que encerra o disco. Alguns pontos devem ser esclarecidos como a guitarra de Juliano aonde mostra um instrumentista com boas idéias e o vocal variado de Victor que consegue ser melódico e agressivo sem perder a mão.
Muito bom.

Older Jack - Metal über Alles

Mais uma banda aportando aqui e lembra do que eu disse sobre resenhar? Pois é, tenho uma grata benção em fazer isso pois somente a música pode unir toda uma geração e fazer amigos e estes compartilharem seus conhecimentos musicais é algo único, apesar de alguns ainda ficarem nesta coisa de dizer que só ele tem isso ou que a versão do disco dele é melhor e por aí vai. No meu caso, quando tenho uma versão mais legal eu digo numa boa, sem estrelismos e isso que faz a diferença na hora de separar os amigos dos facínoras. Voltando a esta banda em questão, o Older Jack é formado por Carlos Curt Klitzke ( vocal), Deivid Wachholz e Herman Wamser ( guitarras), Bruno Maas ( bateria) e César Kahn ( baixo) e aqui a regra é ter a proposta do Grand Magus. Veja, esta não parece com o Grand Magus mas a proposta de misturar stoner com algo do heavy tradicional é o intuito dos caras e com isso geraram faixas cativantes somente com um adendo nos vocais de Carlos: não sei se foi de forma proposital mas o jeito que ele canta parece que o cara tá bem doidão ou muito feliz da vida pois os gritinhos que solta nas faixas me fez abrir um sorriso de orelha a orelha pois são feitos de forma esganiçada e desafinadamente positiva. Para alguns seria algo negativo mas como o propósito é ser festeiro, deve ter sido por isso que o cara fez algo assim. Dá para imaginar ele nos shows....
Entre os destaques do disco, posso dizer que faixas como Fosa, In namen das geldes, Macumba ( isso mesmo!!!!) e Das ende são algumas das belezas que somente o som pesado pode gerar.
Talvez uma encorpada a mais na bateria seria muito bem vinda mas a gravação que consta aqui já está de bom tamanho. Seria mais para acrescentar uma força extra neste material pronto para agregar na coleção de qualquer pessoa que curta de verdade bandas deste porte. Foda.

Moby Jam - Sem Juízo

O rock nacional, aquele do qual conhecemos que já tiveram Legião Urbana, Capital Inicial, Ira, Ultraje a Rigor, Lobão entre outros aqui nas paradas brasileiras, meio que não existe mais. Em termos de mainstream, hoje em dia só temos homenagens do que já foi um dia. Atualmente, programas musicais tentam nos empurrar algumas tralhas tipo Malta e cia que mais são funcionários das emissoras na qual "ganham" o programa.
São em horas como esta que temos que dar aquela espiada no que rola no circuito independente e neste circuito há bandas muito legais que tocam muito bem e são criativos. Sim, há porcarias na cena independente mas também há bandas bem bacanas como esta que me forneceram para realizar esta resenha. O Moby Jam é um trio cuja musicalidade faria muito pseudo artista lá de cima ficar constrangido devido a competência que Marcelo Vargas ( guitarra, violão e voz), Augusto Borges ( batera ) e Elson Braga ( baixo) passa neste discaço sensacional. 
Nas 8 faixas deste excelente disco, temos uma pegada muito boa aonde algumas músicas transitam entre o rock n´roll e o som mais acessível sem medo de ser feliz. 
Entre as faixas temos Purpurina que abre o disco muito bem, destacando a guitarra bem timbrada e a voz de Marcelo cantada de forma malandra, canastrona. Já Sol vem naquela tocada mais acessível mas não quer dizer que seja algo descartável, pelo contrário, a música é sensacional!!!! Outra faixa muito boa é Homem de gelo que possui uma pitada de Golpe de Estado. Até a meio reggae Brilhar a minha estrela ( Da mais um) acaba soando bem entre as outras faixas mas confesso que tenho uma certa vontade de desligar o som quando ouço alguma banda tocando reggae e dizendo que "faz parte do rock nacional". O voo e a faixa título encerram o disco de forma soberba e estou com mais uma grande descoberta do som nacional. Que outros frutos sejam colhidos desta banda. Grata surpresa!!!!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Facada, Test e Chance provam que a cena nacional pode ser bem mais do que Aquiles Priesters da vida.

Ao invés de falar separadamente de cada um, decidi por fazer uma única resenha falando dessas 3 belezas sonoras que peguei no último domingo junto com o Claustrofobia no evento no Mr. Dantas. Quando vou em eventos underground deu preferência para bandas nacionais não por questões patriotistas e sim porque as bandas adquiridas são muito boas mesmo. Estas 3 bandas mostram que, quando seu amigo vem e fala que não tem nada no Brasil que presta, ele se mostra surdo e cego vide os eventos de bandas cada vez melhores e criativas.
Começo esta resenha orgulhosamente falando do Facada, uma das mais violentas bandas de grindcore daqui e uma das melhores do mundo. James comanda a pedrada com vocais e baixo e que ainda contam com as guitarras de Ari e Miguel e a batera de Dangelo. O som que estes caras fazem é de estremecer qualquer prédio e chega a ser sufocante ouvir as faixas aqui representadas por Podem vir, Tu vai cair, O joio, Inferno do meio-fio, Os porcos comem meu rosto entre outras formas de mandar alguém tomar no centro do cu tocando um grindcore do jeito que lhe cabe existir. Caso goste de Nasum, Napalm Death, Agathocles entre outras desgraceiras não deixe de ouvir e ter este discos.
Outra atração sempre bem vinda é o duo do Test que lançaram em 2015 mais um petardo maravilhoso intitulado Espécies. João Kombi ( guitarra/vocal) e Barata ( bateria) consegue fazer em dois o que muita banda completa não consegue seja por falta de atitude em tocar o estilo pedido ou por pura incapacidade mesmo. Ter banda e fazer música são duas coisas que, não tendo atitude ou competência, será desmascarado por um público cada vez mais exigente. Chega a ser meio desnecessário apresentar destaques pois as faixas são como uma única trilha sonora de distorções e terror mas experimente ouvir um petardo chamado Nasceu o assassino e não ficar paralisado. Atuação digna de palmas!!!!!!!
Fechando esta resenha, falo do Chance e sua Novidade nociva. Não tenho muito o que falar deles pois já há um texto exclusivamente falando desta que é uma das melhores manifestações sonoras existentes nesta face da Terra. Seguindo uma linha mais próxima do hardcore, a banda não poupa influência de metal, principalmente nas guitarras cheias de riffs espetaculares e pode apostar: estamos diante de bandas das quais teremos mais notícias positivas caso continuem trilhando este caminho vitorioso. Enquanto o mainstream caminha a passos largos para o fim ( com alguns respiros aqui e ali), o movimento de artistas vindos do underground não precisa crescer em popularidade e sim fazem melhor, crescendo em criatividade e mostrando que não é mais rádio ou tv que ditam o que devemos ouvir. Parabéns aos caras do Chance e para o Boka, que nos mantém antenados quanto a sons do nosso país e fora dele.

Claustrofobia - Download Hatred

Estou de volta para mais alguns discos a serem resenhados por esta pessoa que possui a música como uma válvula de escape para algumas coisas que ocorrem em meu dia a dia. Esta semana está me esgotando. Estou cansado devido aos dias cansativos e quentes e nesta jornada de trabalho para faculdade, poucos fariam o que eu faço. Pessoas jovens estão cada dia mais preguiçosas e sem a menor vontade de ler e se aprofundar em algo com mais conteúdo. Música para estas pessoas se tornou algo completamente artificial e não é difícil encontrar pessoas analfabetas musicalmente que nem presta atenção no que está ouvindo. E isso é muito triste. Não ficarei em discursos apocalípticos até porque não convivo que gente sem cérebro em minha roda de amigos, salvo exceções constrangedoras.
Portanto, encarando a forma do qual consumimos música, é necessário seguir em frente e sermos felizes do jeito que somos e que se dane estas pessoas.
O Claustrofobia vem neste disco mostrar o quanto uma banda pode galgar um passo a mais sem mudar seu estilo musical. O quarteto formado pelos irmãos Marcus e Caio D´Angelo ( guitarra e vocal/bateria) estão cada vez mais famintos em tocarem um thrash metal pesado e sem o menor problema em soar modernizado. Seus parceiros, Douglas Prado ( guitarra) e Daniel Bonfogo ( baixo/backing vocal) acompanham os irmãos de forma espetacular e o baixista se destaca nas participações em termos de composição, mostrando-se atuante e não é a toa que está desde o início. . Aqui temos 10 faixas poderosíssimas, pesadas e cuja violência sonora empolga a todos a lutarem pelos seus direitos. Aqui temos algumas participações especiais como Andreas Kisser ( Sepultura) na faixa Curva além de Moyses Kolesne ( Krisiun) em Generalized world infection. Shane Embury ( Napalm Death) participa nos vocais adicionais em The greatest temptation e Download hatred e digo que todas estas faixas são obras de arte. Outra muito bacana é Metal or die aonde os caras declaram seu amor ao que fazem impecavelmente. Ecos de Sepultura, Exodus, Testament, Machine Head aparecem aqui e acolá mas não leve em consideração como sendo cópia destas bandas e sim uma bela referência do que irá ouvir.
Um dos melhores discos deste ano ouvidos por este que vos digita. Metal. Um detalhe importante é que os solos foram gravados pelo ex - guitarrista da banda, o igualmente talentoso Alexandre de Orio que foi da banda desde o começo e que saiu de forma amigável. Parabéns ao Claustrofobia por esta bela amostra metálica!!!!!

domingo, 16 de outubro de 2016

Periferia SA, Repulsão Explicita, Three on Never e Matches and Gasoline - Mr. Dantas - 16/10/2016

Antes de ir dormir e encarar mais uma semana de trabalho e faculdade tenho a obrigação de falar do evento de hoje, ocorrido neste bar que promete ser o novo point da galera que curte um som legal. é verdade que o Studio Rock anda desapontando inúmeros frequentadores e dentre as inúmeras reclamações temos a falta de ar condicionado além do atendimento precário. Veja que isso não sou eu que estou falando e sim de outras pessoas conhecidas que não estão indo mais lá por conta dessas e outras queixas. Se bem que presenciei algo assim nas minhas últimas idas lá mas ok, falemos do evento de hoje...
Numa iniciativa do meu grande amigo e irmão Alex Bico, a ideia de trazer a Santos a banda Periferia SA que nada mais é do que a formação primária do Ratos de Porão mais um batera competente foi recebida com festa por este que vos digita. Jão e Jabá estavam empolgados por tocarem hoje e foi sensacional os caras já no local desde a primeira banda trocando ideia com todos, eles pareciam do público e isso é uma das vantagens da cena punk/HC/ underground.
As duas bandas iniciaram suas apresentações dentro do horário marcado e foi louvável o evento ter sido finalizado na hora prevista, sem atrasos considerando que hoje é domingo e segunda quase todos tem que trabalhar cedo. Sobre as duas bandas, elas fizeram suas apresentações corretamente e serviu de aquecimento para as duas últimas, verdadeiras máquinas violentas para aniquilar cabeças opressoras. O Repulsão Explicita fez seu habitual show violento e botando o dedo na ferida de quem lida a vida de forma hipócrita. O novo batera manteve o poderio no instrumento que já foi de Luiz Carlos Louzada e digo: o cara toca muito!!!!!
O Periferia SA fechou esta gloriosa noite com um show de punk/hardcore tocando sons próprios aliados a sons do Ratos dos tempos em que Jão ainda era o vocalista nos idos de 1981.... Ter caras assim ainda tocando nos enche de orgulho mas uma coisa logo logo irá acontecer e não terá escapatória: esses caras uma hora vão parar. E junto com eles, o rock pode ir junto.
Mas enquanto este fim não chega, vamos nos divertindo encontrando os amigos e tomando uma cerveja além das risadas sempre bem vindas pois a vida não se resume somente em xingar o Temer.
E aguardem as próximas resenhas pois adquiri alguns itens bem interessantes. Parabéns Bico, saiba que você mora em meu coração e este argumento serve para Patrícia, sua aliada e esposa. Meu domingo não poderia terminar melhor... Até.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Lynyrd Skynyrd - Pronounced ´Leh-Nérd ´Skin - Nérd & Second Helping Live From Jacksonville at the Florida Theatre

Agora é hora de parar o que estou fazendo. Esquecer o celular na cama. Esquecer o trabalho de projeto aplicado. Esquecer o incêndio no apartamento aqui no meu prédio. Pois, em meu lar, assisti o dvd do qual tive a alegria e a emoção em algo único. Eu já disse inúmeras coisas sobre esta entidade rockeira e irei sempre enaltecê-los como a grande supremacia do rock n´roll. E para meus amigos mais uma vez irei insistir na polêmica de que Lynyrd Skynyrd é um milhão de vezes melhor que Led Zeppelin, tornando a segunda opção uma mera brincadeira de criança.
Este show no Florida Theatre foi resultado dum acontecimento especial aonde a banda tocou seus dois primeiros discos na íntegra... apenas. Somente este simples anúncio já seria motivo de euforia mas assistindo este belo dvd comprovei que cada show desses caras trata-se da experiência mais linda que um verdadeiro show de rock pode passar ao ouvinte. Esses caras merecem total respeito, amor, carinho e um mero status pode não ser nada se a banda fosse algo de origem duvidosa. Mas em se tratando da lenda norte americana, estamos falando duma instituição da qual devemos reverenciar hoje e sempre. Johnny Van Zant ( vocal), Rickey Medlocke, Mark Matejka e Gary Rossington ( guitarras), Johnny Colt ( baixo) e Michael Cartellone ( batera) juntamente com as honkettes Dale Krantz Rossington e Carol Chase ( backing vocals) fizeram um show arrepiante, emocionante e todas as faixas aqui apresentadas tiveram seu brilho particular.
Iniciando com o Pronounced tivemos uma execução fiel do disco e foi difícil conter a emoção em faixas como Tuesday´s gone, Simple man e Free Bird. Mas poder ver e ouvir Gimme three steps, Things goin´on, Mississippi Kid e Poison Whiskey também arrepiou até os pelos mais íntimos do corpo humano!!!!! Chega a ser sobrenatural que a banda já tenha lançado logo de cara um disco tão brilhante quanto isso, mostrando que desde o início a banda não estava com brincadeira.
Chegando ao segundo disco, o igualmente brilhante Second Helping, temos mais pérolas como a manjada porém sensacional Sweet home Alabama, Workin´for MCA ( nossa como eu lembro do SWU nesta hora...), Swamp music e a poderosa The needle and the spoon, um arregaço certeiro. Don´t ask me no questions, The ballad of Curtis Loew ( de ouvir de joelhos) e o grand finale deste show, regravação de Call me the breeze ( JJ Cale) mostram todo o poder da banda que estava inspirada assim como o sempre frontman Johnny que desde 87 mostra de forma sensacional que não teria outro substituto a altura de Ronnie. Mas pera aí, estou esquecendo duma faixa não é mesmo?
Ah, ela não poderia ser esquecida e ela se chama I need you. O que eles fizeram com ela ao vivo foi mais que uma simples execução. Foi uma declaração de amor a música e que faz jus a uma banda sempre empenhada em nunca decepcionar suas raízes.
Finalizada a apresentação e com o Grateful Dead no som, tenho que agradecer e reclamar bem menos. Enquanto o dono do apartamento deve estar contabilizando a infeliz noite, que graças aos anjos não houve nenhuma fatalidade, eu terminei minha noite feliz por mais esta experiência divina. Obrigado Lynyrd Skynyrd por inspirar este mero auxiliar ir ao trabalho e sanear um monte de bagagem. E a foto que estará aqui resume tudo nesta vida. Fui....

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Eric Clapton - I still do

Este disco foi o que mais me despertou curiosidade desta última leva devido aos comentários positivos relacionados ao disco. É inegável a importância deste guitarrista na música mundial. Cream, Yardbirds ou solo, Clapton fez discos para nos agradar, sermos felizes pelo menos num instante da vida em que colocamos algumas de suas bolachas para ouvir. Durante sua carreira solo, passou por alguns pesadelos graças ao uso astronômico de drogas e álcool e algumas tragédias como a perda de seu filho entre outras coisas. Mas, na música ele tentou ser talentoso na maior parte do tempo, mesmo tendo certas fases menos inspiradoras de sua carreira. Do blues ao pop, este cara gravou coisas soberbas ao lado de algumas pisadas na bola. Neste novo disco, talvez o último de sua carreira, Eric Clapton gravou destaques imortais ao lado de faixas nem tão legais assim mas que, devido ao artista e levando em consideração que o mesmo não deve nada a ninguém, podemos dizer que mesmo as mais fracas do disco são audições bem mais prazerosas do qualquer disco recente do Malmsteen...
O primeiro destaque do disco já vem logo de cara com a fantástica Alabama woman blues, um blues denso aonde Clapton mostra sua verdadeira raiz. Do toque inicial até o fim, esta música me fez cair de joelhos e agradecer aos anjos pela existência deste cara. Can´t let you do it vem na sequência e mantém o ritmo sensacional chegando inclusive a arrancar lágrimas destes olhos apaixonados por música. Eric Clapton fazendo blues é algo que meu coração não aguenta de tanta emoção. Que momento belo poder ter o prazer de ouvir um som tão maravilhoso quanto este.
Spiral, Cypress grove, Stones in my passway, I dreamed i saw st. Augustine, I´ll be alright e Somebody´s knockin´são outros exemplos de como a música bem feita e a qual você ouve com sinceridade e amor ainda pode ser uma bela pedida para curar o mal humor e não deixar que você seja uma mera piada que anda, como são alguns por aí.
As outras faixas são ruins? Claro que não. Apenas denunciam o que ninguém quer que aconteça com seus artistas favoritos: Clapton é um senhor preste a se aposentar. Infelizmente eles também são meros mortais fisicamente, não detém o poder da vida eterna. Mas o que esses caras nos fazem, o bem que eles nossas vidas é algo que não tem preço. Não há preço que pague cada momento em que colocamos algum disco bacana para ouvir. Sem querer pregar autoritarismo musical mas fico com pena de quem fala que rock "é tudo a mesma coisa". Talvez seja melhor nem debater com uma pessoa que pensa desta forma pois ela não entende nem entenderá o real significado e nem adianta da forma eclética que transita o rock. Para uma pessoas dessas, Eric Clapton passa bem longe da sua vida e do seu cérebro. Mas quer saber? Dane-se. I still do não foi gravado com o intuito de agradar os analfabetos funcionais que são as verdadeiras piadas ambulantes que apenas seguem tendências duvidosas e caminham para o que chamamos de abismo. Eu não sinto raiva, nem ódio. Apenas não sou obrigado a achar tais coisas legais. Terminado este disco e ao som de Grateful Dead penso com alegria a resposta que dei quando alguém do escritório aonde trabalho ao me abordar se eu gosto de pagode: " eu gosto.............. longe de mim". Vida longa Eric Clapton, a música ainda precisa de você.
Já estou preparando o coração para o dvd que logo irei assistir e sua resenha será publicada aqui. Ah este rock.....

domingo, 2 de outubro de 2016

Sarah Mclachlan - Closer - the best of

Após o extremismo do Ocultan, nada melhor do que a esta coletânea da Sarah Mclachlan, uma das cantoras mais sensacionais do universo e detentora de milhares de músicas sensacionais que sempre transitam naquela pop calmo sempre bem tocado e a voz de Sarah que é um espetáculo a parte. Acho que mesmo o mais extremo fã de black metal não ia odiar já que ela transmite uma magnitude tão plena que é impossível reagir a sua música de forma rancorosa.
Aqui, em 16 faixas Sarah faz um apanhado de sua carreira e se, caso fôssemos citar apenas uma música boa pelo menos essa faixa seria Angel. Um dos temas mais brilhantes escritos na história da música e uma das mais regravadas por inúmeros artistas, Angel é um exemplo de música que emocionaria até o pior ditador da face da Terra cuja melodia nos leva a pensar em tantas coisas boas... Lindo, muito lindo.
Outra maravilha é Building a mystery, bela, fascinante, uma joia lapidada e pronta para encantar a todos nós meros seres mortais admiradores de canções e não de meras porcarias mercadológicas que mudam de verão a verão. É até chover no molhado citar uma a uma. Apenas aconselho a comprar todos os discos dela caso achar e ter esta coletânea logo de cara e ir sendo enfeitiçado por uma paixão da qual estou possuído faz tempo.
Maravilhoso é pouco, ela é uma fada. Recomendo agora.

Ocultan - Profanation/ Atombe Unkuluntu

Bom, chegamos em mais uma resenha e dessa vez é de mais uma banda que tive que dar aquele braço a torcer e reconhecer que a banda é boa. Sim, por anos eu reneguei o Ocultan talvez por não concordar com alguma postura ou por algo que fizeram e que não me agradou mas a verdade é que nunca fui atraído a ouvir qualquer coisa vinda da banda. Mas, com o tempo vamos revendo algumas coisas e descobrimos que aquela então ignorada banda trata-se de uma das melhores bandas de black metal aparecidas por aqui e uma das melhores do cenário internacional.
Aqui tratou-se de um relançamento aonde couberam os dois discos da banda e que discos!!!!!!! Fiquei de boca aberta pois são faixas matadoras e com uma produção muito bem feita aonde o peso não precisa ser tosco para ser black metal apesar de um amar bandas que praticam da má produção e conseguiram registrar lances históricos, vide o Burzum.
Tendo em sua formação a excepcional guitarrista Lady of blood ( cujo projeto Khaotic trata-se de um item obrigatório para qualquer um que goste de black metal), a banda é completada por C. Imperium na batera e que em Atombe gravou os vocais e Magus Hellcaller no baixo. É certo que a formação mudou novamente mas Lady of blood e Imperium formam o que chamamos de núcleo da banda.
Entre 2004 e 2010 houveram essas belezas extremas e aqui cabe um aviso aos roqueiros conservadores. Há uma parcela de caras que são rockers mas dormem com a luz acesa se caso ouvir Ocultan entre outras bandas de black metal. Pior são aqueles que vem com discurso em acusar tais bandas a " incentivar" o negativismo e falar que sons assim dão azar. Imagino alguns medrosos lendo alguns nomes de músicas como temas "lindos" como Ejaculating in the nazarene´s face, Fuck off the king of jews, Necrophilia with the nazarene´s bitches ou mesmo Sodomizing the whore, the virgin mary, presentes em Profanation. Alguns iam até se mijar nas calças, outros iam ostentar camisetas de bandas extremas mas que na hora h ia sair correndo caso recebesse a visita ilustre do percursor disso tudo. Brincadeiras á parte, ambos os sons são ótimas referências do que o black metal é capaz. É brutal. Sim, é óbvio que tem que ser brutal. Caso contrário, não seria black metal. Assim como o hard rock não seria hard rock se não tivesse todos os apetrechos e assim vai.
Atombe Unkuluntu vem com temas brutais e destaco desde já a ótima, magnífica O triunfo da escuridão que tem clip e mostra uma música forte e de letra igualmente direta e sem mimimi. E mais uma vez ela, Lady of blood, é o destaque com riffs e sons cortantes de sua guitarra muito bem timbrada. Que bom que as mulheres estão cada vez mais focadas em estarem bandas extremas de um modo geral e Lady reforça o clube feminino de guitarristas mulheres ao lado de Prika Amaral ( Nervosa), Andreia Larakna ( Luxúria de Lillith) entre outras.
Além da faixa citada outras temos que enaltecer como a faixa título, Tata caveira ( tente ler esta letra e não chamar a mãe), Rites of the dark legions ou mesmo King of the night tribes, aonde o show de riffs de Lady of blood é certeiro.
O black metal é um estilo feito para pessoas de mente aberta. O black metal é, também, uma válvula de escape para algo inteligente, contestador e que nos dá um poder de discernimento brilhante e inspirador. Não, o black metal não foi feito e nunca será realizado para agradar as massas assim como o heavy metal ou até o rock do qual acreditamos ser rock. Que o black metal continue me brindando com discos maravilhosos iguais a estes e bandas tão desafiadoras quanto o Ocultan.

Zé Ramalho - A terceira lâmina

Retornando com as resenhas, venho com uma sequência de discos adquiridos bem legais e o que torna a audição musical prazerosa é algo chamado diversidade. No momento em que irei falar deste brilhante disco do Zé Ramalho já estou ouvindo a próxima resenha que será o Occultan, banda de black metal extrema. Ou seja, quem ainda mantém a cabeça fechada está perdendo tempo. Salvo exceções, e nessas exceções conheço pessoas que são fechadas para audições particulares mas não ficam com discurso pregando ódio a classe a ou b dos artistas como se tal feito vangloriasse a pessoa como o indivíduo supremo da face da Terra. E um cara que sempre tive uma imensa curiosidade quanto a ouvir um disco dele é o Zé Ramalho e parece que já iniciei muito bem esta descoberta graças a este disco que beira a perfeição de tão bom que é. A terceira lâmina é aquele disco do qual obrigatória será a audição devido ao conteúdo rico que vai desde as músicas que são belas, passando pelas letras do Zé que aliada a sua voz forte torna qualquer item de sua coleção uma aventura maravilhosa do que a música brasileira tem de melhor a nos mostrar.É certo que as paradas de sucesso de hoje estão num abismo aonde a volta acaba se tornando difícil de ocorrer. Portanto, o que nos resta é procurar ouvir o que é legal e não ficar perdendo tempo discutindo sobre o mainstream pois ele já se afogou na ignorância faz um tempo.
Em 11 faixas maravilhosas, temos algumas das músicas mais brilhantes da música brasileira entre elas podemos destacar Canção agalopada, que abre o disco de forma maravilhosa e como é bom ouvir algo inteligente não é mesmo? Filhos de Ícaro vem na mesma tocada, de forma forte, como um soco no peito da hipocrisia. A faixa título é outra obra de arte e arrisco em dizer que a voz dele possa ter influenciado a cena gótica pois seria sensacional algum projeto de gothic rock com o Zé Ramalho cantando.
Um pequeno xote traz a verdadeira cultura regional brasileira, gostosa de se ouvir e com uma letra soberba. Outra pedrada é Kamikaze, um tiro certeiro bem no peito da chamada elite burguesa que ama Santos mas trata quem mora no Saboó como sendo os esquecidos. Outras faixas que completam o disco como Atrás do balcão, Galope rasante, Cavalo do cão, Ave de prata e Dia dos adultos são tão soberbas quanto as citadas, ou seja, o disco é uma aula de música sem qualquer falha ou momento inferior.
Finalizando esta resenha, um recado: eduque seu filho, sua filha. Incentive o mesmo a ler, escrever corretamente para que o mesmo não se prenda nas amarras malignas da vida. Garanto que será uma pessoa melhor e sim, irá gostar de ouvir temas maravilhosos como estes que acabei de descrever. Sonho em um dia ver um show deste mestre e se puder, agradecê-lo por esta obra genial e as outras que virão logo mais. Longa vida a Zé Ramalho!!!!!!!!