segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Ataque Profano Metal fest - Boteco do Valongo - 8/12/2019

Partindo de um convite fui a este fest afim de agitar um pouco o parado domingo que pairava no ar. Atendendo a pedidos e devido ao fato do festival ter sido tão legal, irei tecer algumas palavras acerca deste dia. O que vi foi um exemplo de companheirismo entre as bandas que participaram aonde uma ajudando a outra o evento rolou sem maiores problemas. O já clássico ambiente agradável do Boteco do Valongo que hoje pode dizer que é a única casa que traz bandas de metal extremo para tocar não é novidade para ninguém. Mas duas bandas da noite me trouxeram algo muito bacana: o resgate de quando comecei a ouvir metal. Bandas formadas por jovens apaixonados, com sangue nos olhos e aquela gana de destruir no palco. Lembrei ali de quando comecei a ouvir metal, daquela inocência de estar descobrindo um estilo tão legal e que mudou minha vida por completo. Não sei o que eu seria se não fosse o rock. Sim, este que vos digita é aquele mesmo que é eclético, que não fica somente num único estilo mas sou e sempre serei parte do rock, nunca irei negar minha essência e de como sou um privilegiado em curtir som pesado.
Começando o festival, tivemos uma baixa: o cancelamento da banda Age nor Defields que estaria escalada para tocar porém por problemas desconhecidos de minha pessoa, a banda não veio ao local. Coube então aos paulistas do Sanguinários abrir o domingo com um metal com referências de hardcore e punk. E saca só os pseudônimos: Satanik Ripper ( bateria e vocal), A. Sküllcrüshër ( voz e guitarra) e Diabolic Slaughter ( baixo). Quer coisa mais oitentista e old school do que isso?!? Lembrando bastante o Sepultura da fase Morbid Visions e o Sarcófago da fase INRI, o trio mandou uma paulada insana no palco, uma paixão única como se fosse o último momento no planeta de cada um. Saca aquele som lindamente tosco? Não, não estou diminuindo os caras. Pelo contrário. Uma banda para tocar não precisa ter virtuosismo ou ser muito cristalina. O que conta aqui é o feeling, a origem de tudo. Mas engane-se quem achar que os garotos não sabem tocar. Eles possuem total domínio do que estão fazendo, principalmente o guitar que possui ótimos riffs e não deixa o som ficar oco. Uma grande promessa, caso continuem se empenhando. Vale ressaltar que os mesmos possuem uma demo ( Satanic Killers) no you tube para dar uma checada: https://www.facebook.com/sanguinariometal/videos/425742774757671/. Clique e não perca a oportunidade de vê-los.
Dando sequência tivemos a presença ilustre de veteranos do metal extremo. Estou falando dos santistas do Necrodulia que marcaram a nova formação e tocaram até uma ótima música chamada Reino das Sombras prevista para sair no full do ano que vem. Paulinho Ferramenta ( vocal), Ailton e Pedro ( guitarras), Ludmilla ( baixo) e Ezequiel ( bateria) soaram impecáveis, numa apresentação soturna, agressiva cujo sons transmite o sentimento de caos, insegurança e incerteza que podemos ter dentro de nós. Com temáticas anticristãs e acima de tudo para fazer você rever certos conceitos do "certo " e "errado", faixas de extremo bom gosto foram executadas por uma banda movida a paixão pelo estilo que praticam. E como foi legal ver o Paulinho cantando. Sempre o conheci como baterista mas sua performance no vocal vem tendo elogios e isso motivou mais e mais este grande lendário do rock santista. Pedro também fez bonito e quem o conhece em outros trabalhos sabe o quão dedicado é. Atuando também no Psycothic Misanthropy e Opus Tenebrae, Pedro Clark caminha a passos largos rumo ao topo dos grandes. Ailton também tocou muito, um timbre tirado das catacumbas mais geladas da Noruega e que forma com Pedro uma das duplas mais insanas na guitarra. A cozinha segura por Ludmilla e Ezequiel também ajuda e como toca bateria este último!!!! E lógico que Ludmilla no baixo fortalece a presença cada vez mais maciça das mulheres atuando em bandas, não devendo nada a nenhum marmanjo. Chaotic Religion e Não existe um Deus que não possa ser morto merecem estar num disco pois já estão entre as mais belas composições já feitas. Uma apresentação para ficar na história.
Fechando a noite tivemos o quarteto do Rippery com seu thrash speed calcado nos principais nomes dos anos 80 e até com uns toques maravilhosos de metal tradicional. Curte Metallica, Slayer, Sodom, Artillery, Xentrix, entre outras bandas mais obscuras dos anos 80? Então procure agora mesmo por sons como Hell on ice, Burnin´n hell e Phantom of the night ( faixa que dá nome ao ep) e se delicie com cada riff. Leandro Dias ( guitar/vocal) foi do Heavenly Kingdom e quem não se lembra de sua participação cantando algumas faixas do Sodom no show do guitarrista Frank Blackfire no mesmo local? Completando a formação temos o ótimo guitarrista Rafael Serafin, o baixista Johnny Oliveira além de Breno Lopes na bateria sendo este último um clone do James Hetfield ( Metallica) dos anos 80. Além das próprias, os caras ainda mandaram covers do Destruction, Anninhilator e uma bela versão de Black magic do Slayer.
Terminada a noite, só me restou ir para casa e agradecer por cada momento vivido ontem. E como é legal ter o feedback de resenhas passadas como foi o caso dos caras do Funebro que estavam no evento e fizeram questão de me agradecer pela matéria que fiz quando falei deles num show do Vulcano. Matéria que foi encaminhada para eles por ninguém menos do que o Zhema....
Que noite. Por mais domingos assim. Segue abaixo algumas fotos do evento:


Por problemas em meu celular não consegui registrar nenhuma foto do Sanguinários.