domingo, 27 de março de 2016

Iron Maiden, Anthrax e Raven age - Allianz Parque - 26/3/2016

Como disse uma vez um certo personagem do filme Curtindo a vida adoidado: " A vida é uma só. Portanto, se não parar um pouco para curtir, a vida vai passar e você não vai aproveitar nada." Ferris Bueller quando falou isso, se tornou meu pensador e toda vez que vou aos shows, esta frase vem em mente. E mais: temos que aproveitar que nossos ídolos ainda estão vivos e tocando porque uma hora eles vão sair de cena e não questionando o que vai ficar para as próximas gerações em termos de bandas ativas, a verdade é esta e não temos como fugir. Portanto, mais do que um entretenimento, assistir mais uma vez o Iron Maiden é uma obrigação, um compromisso com o que há de mais legal na vida.
Sim, ontem ficaram em Santos alguns poucos que, por explicações diversas, não foram e não estou julgando ninguém. Entenderia um cara que está desempregado ou que possui contas a prestar com família, filho, esposa, cada um possui uma vida e temos que entender. Este cara gostaria muito de ir ao show e são para esses que dediquei este show de ontem. Agora, para quem ficou resmungando sobre uma possível "decadência" ou pelo simples consolo automático de que " não é mais o mesmo" esses aí tem que ser ignorados. Mas, nesses tempos de mimimi aonde as pessoas ficam ofendidas com QUALQUER coisa que lê na internet ou dita em público, o melhor a fazer é parar por aqui pois não quero ser abordado na rua ou na Blaster e ouvir a célebre frase: " Se liga no que escreve". Cada uma...
O importante de tudo isso é que pela sexta vez vi uma banda que a cada apresentação parece não querer aposentar. Uma banda que incita o fã a ser irmão do cara que está do lado e sim, uma festa aonde reúne música boa e um clima de muito alto astral. Eu mesmo aonde fiquei estavam dois caras muito gente boa que curtiram o show junto comigo como se fôssemos amigos inseparáveis a tempos. É isso que o Iron passa. Antes de mais nada, tenho que enaltecer a qualidade do estádio do Palmeiras.Instalações de primeira, banheiros sempre limpos e uma comodidade agradabilíssima foi o extra do espetáculo e não é a toa que muitos shows estão sendo marcados lá e tomara que eu ainda consiga ir mais vezes.
A primeira atração da noite, o Raven Age, foi uma grande atração de abertura. Tendo a frente o vocalista Michael Burrough, a banda trouxe um som moderno calcado um pouco no metalcore mas sem ser gritado como os das bandas do estilo citado. É certo que muitos devem ter torcido o nariz e até concordo que a banda teria uma aceitação melhor caso tocasse para o público do som que fazem. Mas dizer que é ruim.... não, não é ruim. Foi uma agradável revelação e vou correr atrás do disco para conferir mais. Michael possui uma ótima voz e prova que é um dos melhores do estilo. O filho de Steve Harris, George, mostrou na guitarra algo bacana apesar de não ser solador. Alguns sentiram falta disso no som deles mas esperar solos de guitarra no estilo que praticam é o mesmo que querer virtuosismo no Ramones. E não dá para comparar ele com o pai. Seria o mesmo caso de Maria Rita com Elis Regina e por aí vai.
Tocaram suas músicas e foram respeitados e não poderia ser diferente pois os caras foram simpáticos e comunicativos para com o público.
Terminado o Raven Age, era hora do Anthrax subir ao palco com um set curto porém animalesco. Com a intro de Caught in a mosh até o fim com Indians, o que eu vi foi uma das melhores bandas do thrash metal detonando e podia ver o tesão que era para os caras estarem dividindo o palco com o Iron Maiden. Joey Belladonna é um baita frontman e mesmo gostando mais da fase John Bush nos vocais, Joey é a cara e a voz da banda. Scott Ian mostrou mais uma vez que a guitarra base número 1 é a dele e o guitarrista que veio do Shadows Fall foi a substituição perfeita para a banda pois seus solos foram certeiros e o cara toca muito. Frank Bello e o batera convidado John Dette formaram uma cozinha sensacional e foi uma pena que tocaram pouco já que deixaram de fora várias músicas. Um destaque do show foi para a participação de Andreas Kisser na Indians. Alguns irão acusar o cara de arroz de festa mas pense: Você, guitarrista, sendo chamado pelo Anthrax para tocar no palco.... vai me dizer que não iria? É a famosa regra de julgamento que vai até a página 2....
E aí veio a banda principal. Olha, já os vi 6 vezes. Se você me perguntar se eu estou acostumado, vou lhe dizer que ainda me traz aquele friozinho na barriga. É a mesma coisa quando você se apaixona por alguém. Você já se apaixonou várias vezes mas ainda dá aquele nervoso. Sentimento é assim....
Divulgando o ótimo disco The book of souls, o Maiden de ontem nos mostrou mais vezes porque são a maior banda de metal de todos os tempos. Iniciando com If Eternity should fail a banda já veio mostrando que não estava para brincadeirinha de querer ser rei disso ou daquilo: eles tocam e pronto!!!! Bruce Dickinson mostrou-se um vencedor pois saído de um câncer maldito que quase o levou, o cara está cantando melhor do que nunca. Demostrou cansaço? Sim, um pouco. Mas porra, estamos falando duma banda que se aproxima dos 40 anos de atividades e tocar no pique deles é algo até dignos de aplausos. Speed of light veio na sequência e que som!!!!! Ao vivo a música consegue render duma forma sensacional e a festa é garantida. Mas aí eles começam a tocar clássicos...
Não, eu juro que tentei não chorar em Children of the damned mas meu coração se apertou e fui as lágrimas na execução deste clássico e comprovar que Bruce é Bruce. Fora a execução de toda banda capitaneada pelo senhor Steve Harris no baixo. Puta momento mágico!!!!!
Após Tears of a clown e The read and the black veio The trooper. Sim, ela não sai do set list. Mas quer saber? Vibrei do começo ao fim pois um adolescente de 38 anos e não há problema nenhum nisso. Como é bom não ser "normal'.... E não contentes eles mandaram mais um petardo, um petardo chamado Powerslave e aí minha cota de lágrimas foi utilizada mais um pouco assim como ver a atuação dum monstro na guitarra chamado Adrian Smith, o meu guitar hero.
A tática do Iron em intercalar músicas novas com clássicos foi certeira pois com músicas novas empolgantes, as mesmas casaram com as antigas de forma única mas há quem ache que a banda gravou seu último bom disco em 88.... Pobres almas. Death or glory e The book of souls receberam versões extraordinárias ao vivo e a atuação da banda mostrou-se impecável como sempre. Mas aí vem a trica final antes dos caras darem aquele respiro na volta para o bis. Hallowed be thy name veio e com ela mais uma cota de lágrimas derramadas por este que vos escreve pois esta música é um clássico absoluto do metal. Fear of the dark veio na sequência e sim, ela é batida. Mas minha cota de lágrimas foi toda ao deparar com um Allianz todo iluminado por celulares gerando um momento bonito. Sim, por um momento estar com o celular na mão foi algo positivo.... Iron Maiden fechou a primeira parte do show e com ela veio o mascote mais legal de todos os tempos: Eddie. Mas é sempre a mesma coisa não é mesmo? Bom.... dane-se!!!!!!
Na volta para o bis e não contentes de nos ter bombardeado com pauleiras maravilhosas, voltaram com The number of the beast. Eu queria que tirassem do set mas ao mesmo tempo se tocarem novamente não me incomodo pois ela é um clássico do heavy metal e do rock em geral. Qualquer ser vivo que não sinta nenhuma emoção ao ouvir uma música dessas e se dizer fã de metal, aconselho que reveja seus conceitos pois deve estar sofrendo de algum problema cerebral. Cuide-se....
Uma grata surpresa foi a volta da maravilhosa Blood brothers no set e não para menos: a música é linda e mostra que todos nós somos: irmãos felizes em estar numa celebração como esta.
Finalizando com Wasted years, a banda encerrou o show da forma que começou: com atitude, qualidade e de forma emotiva. Quando acaba dá aquela sensação de tristeza, que acabou algo que estava tão maravilhoso. E por ser algo tão mágico que todos nós achemos o show tão curto.
E quando acabou, ainda fiquei paralisado olhando para o palco e nesta hora me veio um monte de pessoas em minha mente que eu gostaria de abraçar e dizer o quanto eu gosto de verdade e pedir desculpas pelas falhas pois sou um ser humano. Isso não aconteceu. Mas rever alguns amigos que ficaram em pistas diferentes e a cara de felicidade de cada um deles já valeu toda a noite. A música foi inventada para isso; unir. E união é algo que precisamos mais do que nunca.
Agora com licença que eu tenho que secar minhas lágrimas e descer com a minha cocker. Obrigado Iron Maiden!!!!!!!!

domingo, 13 de março de 2016

Kelly Key - idem

Finalizando as resenhas com um disco duma cantora que gera comentários dos mais diversos quando eu digo que gosto. Quando eu dizia lá atrás ( e até hoje) que eu sou fã da Kelly Key meus amigos ficam perplexos. Aí eu falo para eles que ela perto destas tantas porcarias existentes no mundo musical é praticamente uma peça de Bach. Eles, mesmo contrariados, assumem que estou certo. Meu gosto musical é estranho mesmo pois não há uma única pessoa que escute Luxúria de Lillith e na sequência e com a mesma empolgação um disco da Kelly Key de 2008. E quer saber? A música está aí para ser digerida de todas as formas e cada um tem o direito de gostar ( ou não) de algo. Isso chama-se democracia.
A Kelly ( sou íntimo) pode não ser a melhor cantora do mundo. Pode não ter músicas com letras reflexivas, inteligentes ou mesmo conceituais. Não, ela não tem nem uma nem outra coisa. Mas, eu prefiro as letras dela que contém aquelas histórias de relacionamentos aonde ela ama mas dá o fora. Ela se declara ser uma menina superpoderosa mas também se mostra indecisa. Ela não precisa ser o Chico Buarque. Ela só precisa ser a Kelly Key. E me divertir com sua letra ingenua porém gostosa de ser assimilada. Ela só precisa cantar com essa voz de menina meiga sacaninha e eu adoro a voz dela. Prefiro a voz dela do que a do Fabio Lione. Me crucifiquem....
Se for parar para pensar, muitas pessoas não ouvem a cantora porque canta em português. Caso fosse em inglês, este disco seria um estouro por parte dessas mesmas pessoas. Ela só quer fazer um pop descompromissado, descontraído. Muitos rasgam a seda para cantoras de quinta categoria como Jessie J, Nicky Minja ( nem sei como se escreve o nome desta desgraça) entre outras mas sinceramente falando, Kelly Key humilha todas elas. Eu gosto da Rihanna. Mas, em termos gerais prefiro a Kelly. E convenhamos: a Rihanna não passa duma empregadinha doméstica com holofotes e olha que há inúmeras domésticas que dão um banho na americana. Imagina meu amor nacional....
Enquanto não consigo adquirir seu último disco, No Controle, fico aqui ouvindo pérolas já clássicas como Parou pra nós dois, O tempo vai passar, Indecisão, Pega de jeito, Quero sair, Você é o cara, Super poderosa, Quando a noite cai entre outras que constam neste disco.
Obrigado Kelly Key por fazer minhas audições musicais serem sempre as mais divertidas. Não importa se é Kelly key ou Luxúria de Lillith. Rótulos serão apenas rótulos. Bye...

Luxúria de Lillith - Mundo de Cadáveres

Uma das coisas que me fazem um ser feliz é quando chega em mãos obras primas, seja qual estilo for. E quando se trata do trio Luxúria de Lillith, a alegria é triplicada já que um ser chamado Alysson Drakkar está no comando desta metralhadora giratória contra hipócritas e gente sensível demais. Disse isso em algumas conversas mas é preciso colocar aqui: Alysson é o Fenriz brasileiro. Se ele vai gostar de tal comparação eu não sei. Mas o comentário foi e sempre será um elogio já que o líder do Darkthrone é o cara mais foda do black metal e gênio com gênio se entende não é mesmo?
Um dos lançamentos programados, Mundo de Cadáveres foi lançado recentemente e numa tiragem de 666 cópias ( genial!!!!) fui o terceiro a possuir tal artefato maléfico. Completado com as garotas Larakna ( guitar/vocals) e Arkana ( baixo/backing vocal), Alysson traz mais uma pedrada maravilhosa, daquelas de deixar rolando no repeat e com certeza já entrou na minha lista de melhores do ano tamanha a qualidade aqui. Eu tinha Sucumbidos pela Carne como meu favorito mas Mundo de Cadáveres superou em todos os aspectos. Sua sonoridade está mais suja, malvada e sabe o que é legal? A produção é cristalina mas sem tirar a sujeira que o black metal deve ter.
Perpétua escuridão abre o disco de forma avassaladora aonde riffs juntam-se a um vocal pútrido, cortesia do mestre Alysson. Outro destaque é Vermes com uma pegada sensacional, para mim um clássico desde já. E o disco tem mais pérolas!!!!!! Caos e destruição é outra faixa daquelas que me dão um baita orgulho de ser fã, que som. Arrisco até a dizer que o disco em si tem uma pitada de thrash metal, ouçam por si mesmos e comentem...
Outra que merece uma conferida é Véu negro numa levada brutal e uma letra que ia arrepiar aquela sua tia em pleno natal chato aonde o lance é deixar na globo e ver asneiras até dar meia noite e receber cumprimentos falsos.
Uma coisa que algumas pessoas precisam saber é que o underground não é e nunca será algo rentável e que nunca veremos a Luxúria de Lillith tocando no morumbi lotado com todo mundo cantando junto. Se Alysson, Larakna e Arkana estão nessa  por amor a música que fazem e ouvem. Lógico que seria ótimo ter um respaldo maior mas levando em consideração que o grande público quer somente coisas ralas e de fácil assimilação sem a preocupação de ouvir algo contestador e pensante é melhor que bandas como a Luxúria de Lillith continuem tocando para suas poucas porém específicas pessoas que gostam de verdade, que compram o merchan e vão aos shows.
Parabéns Luxúria de Lillith!!!!!!!!

segunda-feira, 7 de março de 2016

Lynyrd Skynyrd - Sweet Home Alabama - cd + dvd

Ao som de Elton John, indo para a faculdade e após encarar mais uma jornada de trabalho. Quantas pessoas você acha que fariam isso? Eu sempre converso com meus amigos sobre esta maratona e todos ficam se perguntando como consigo. Uma amiga minha chamada Juliana disse algo muito importante: " para quem quer algo melhor é preciso algum sacrifício". Está certíssima!!!!! Porque é muito fácil ficar reclamando da crise, ficar achando que nada irá melhorar ou que a culpada disso tudo é a Dilma. Sim, estamos acompanhando toda lavagem de roupa encardida por aqueles que estão lá graças a nós e algumas cabeças irão rolar. Mas, se você não começar a mudar alguns conceitos, se você não começar a deixar de ser "malandro" e se achar o "esperto ", não irá adiantar nada esse ou essa cair já que você mesmo continua agindo na base da esperteza errada e ouvindo música ruim ou mesmo torcendo para participante do BBB. Largue tudo isso e comece lendo livros, estude, faça uma faculdade e sim, ouça música boa, que te faça pensar e ser alguém melhor. Isso foi um desabafo calmo, nada mais. O que eu quero mesmo é falar sobre este lançamento que inclui 2 cds e 1 dvd da apresentação desses caras sobrenaturais que levam o nome do Lynyrd Skynyrd para outras gerações. Aqui temos o show do Loreley festival em 96 e a formação era um pouco diferente da que temos hoje. Além do trio que comanda a banda desde aquela época que são Johnny Van Zant ( vocal), Gary Rossington e Rickey Medlocke ( guitarras), a banda estava ainda com os saudosos Billy Powell nos teclados e Leon Wilkeson no baixo que pertenciam a formação clássica dos anos 70. E ainda tinha na banda os " novatos" Hughie Thomasson na guitarra e Owen Hale na bateria. Isso sem contar com a presença sempre florida das honkettes Dale Krantz- Rossington e a maravilhosa Carol Chase nos backing vocals. Vale ressaltar que Dale é esposa de Gary e sem contar que na banda estava ali uma constelação de estrelas já que Rickey era do Blackfoot e Hughie do fabuloso Outlaws, ambas bandas obrigatórias para quem gosta de southern rock. Fora projetos paralelos de Gary e Johnny que também possui uma carreira solo maravilhosa. Nesse pacote as músicas que constam são somente as clássicas da primeira fase, ou seja, nada do que foi feito após 1991 não consta aqui o que eu acho uma pena. Mas, como foi concebido assim, temos Workin´for mca, I ain´t the one, Down south junkin´, Double trouble, I know a little, Saturday night special, Swamp music, What´s your name, That smell, Simple man, Gimme three steps, Call me the breeze, Sweet home alabama e o grand finale com Free bird não deixando pedra sobre pedra naquela aparição para os alemães. Nem preciso dizer que a performance da banda como sempre beira a perfeição e caso tenha um pouco de massa cefálica vai, no mínimo, achar muito boa a seleção aqui. E quando você acha que terminou ainda fui presenteado com 3 faixas de 74 quando seres como Ronnie Van Zant, Allen Collins e Bob Burns ainda habitavam o planeta e não foi a toa que viraram lendas.
Finalizando esta resenha, vou escrever algo que alguns irão dizer se tratar dum absurdo mas estou aqui para conversas mas que, me desse uma única escolha entre a mulher da minha vida ou um único show do Lynyrd Skynyrd eu juro que escolheria a segunda opção sem o menor receio. Mas, como sou um coração mole e apaixonado, após o show correria atrás da mulher da minha vida e explicaria a situação. Quem sabe ela me entenderia não é mesmo? Fui.

Armored Saint - Revelation / Raising Fear

Antes de ir me deitar já que sou um trabalhador que necessita do sono para ter forças para ir ainda para a faculdade, irei falar sobre uma banda que sempre soube que existia e que já ouvi algo em algum lugar desta vida corrida. O Armored Saint foi a banda que revelou o talento dum cara chamado John Bush, um tipo de vocalista cuja voz é identificada a quilômetros de distância e que por muitas vezes foi injustiçado quando estava no Anthrax pois foi alvo dos fãs do Belladonna por isso ou por aquilo. Mas quem ouviu o disco de regravações reparou e comprovou que Bush nunca deveria ter saído da banda. Mas por outro lado, não se pode dizer que a volta de Joe foi algo a desprezar já que gravou Worship Music e o novo disco conforme audição na Blaster e ambos são matadores. E para o bem do Armored Saint foi benéfico esse retorno pois deixou Bush disponível e os mesmos gravaram, um dos melhores discos recentemente. Mas não estou aqui para falar do citado novo álbum e sim de dois discos da discografia da banda e ambos em situações diferentes. Podemos dizer que um foi a volta da banda e o outro já era um clássico. Começando com Revelation de 2000, o disco trouxe meio que uma volta da banda e caso duvide se é bom ou ruim, ouça você mesmo cada faixa daqui. Além de Bush, a banda na época era Jeff Duncan e Phil Sandoval nas guitarras, Joey Vera no baixo e Gonzo Sandoval na bateria e se não estiver enganado a trupe deste disco está junta até hoje.
As 12 faixas contidas aqui são todas bem legais e percebe-se uma variação bem legal entre um som e outro. É legal constatar que os caras não são presos numa única fórmula e flertam com metal, hard rock e até classic rock em algumas pitadas. E a voz de Bush está lá, sempre foda e só sendo surdo para não concordar que o cara é um baita cantor. Destaques para Pay dirt, Damaged, Tension, No me digas ( cantada em espanhol) e Under my departure mas no geral todo o disco é um atrativo bem bacana e renderá momentos divertidos.
Já o outro disco, o soberbo Raising Fear data de 87 e traz ali o Armored Saint em sua época e auge. Era a era dos anos 80 e o metal estava fervendo nos EUA além do hard rock. E aqui o Armored Saint veio com 11 faixas sendo uma já merecedora de meu respeito: uma versão explosiva de Saturday night special da maior banda dos Eua, mais conhecida como Lynyrd Skynyrd. Caso tenha curiosidade ouça agora mesmo!!!!! As outras faixas são espetaculares, vibrantes e merecem uma audição caso não conheça o disco. Raising Fear, Out on a limb, Isolation, Chemical euphoria, Crisis of life entre outras são excelentes e mostravam como uma banda sabia fazer um som pesado mas sem querer embarcar em rótulos. Pode chamar de metal, heavy rock, não importa. Tratava-se duma banda a frente do tempo das outras e olha que estar no meio que tinha Metallica, Megadeth, Slayer, Exodus, Anthrax entre outras e ainda se sair bem era das mais árduas tarefas mas o Armored Saint conseguiu escrever sua história.
A partir de hoje, irei vasculhar mais coisas deles e pelo que ouvi aqui não será surpresa alguma encontrar mais pérolas divinas como estas. Pesquisar nunca é demais. Comece por estes caras.

domingo, 6 de março de 2016

Anthrax - Spreading the Disease

Finalizando uma parte dos discos que adquiri, temos agora este que é um marco do thrash metal, uma porrada sem dó nem piedade nas orelhas de quem admira tal som. Numa época em que Scott Ian ainda tinha cabelo, o Anthrax estava com aquela que é considerada a formação clássica da banda: além do citado Scott Ian ( guitarra ) a banda tinha outro talento na guitarra, Dan Spitz. Fora este dois monstros a banda era completada pelo baixista Frank Bello, Charlie Benante na bateria e um cara chamado Joe Belladonna no vocal. Não iremos discutir qual fase é mais legal pois a banda teve uma ótima fase em termos de discos com John Bush e com Neil Turbin nos vocais. Eu prefiro muito mais os discos com o Bush do que com o Belladonna pois isso é um gosto pessoal meu e mais: eu conheci a banda já com Bush no vocal e depois fui ouvir com Belladonna e Turbin. Mas não há como negar ou simplesmente apagar da história esta fase clássica da banda e este disco em especial é soberbo. Ou seria diferente um álbum que contém A.I.R., Lone justice, Madhouse, S.S.C./Stand or fall, Aftershock, Medusa e Gung-ho? Acho que não... Aqui já tínhamos os vocais de Belladonna que aliadas aos riffs certeiros de Scott e a pegada insana de Dan ditavam o som dos caras. Outro cara que é sobrenatural no instrumento que domina é o baterista Charlie Benante. Que foda!!!!! Corre um boato histórico de que ele foi o responsável pela bateria do ...And justice for all pois Lars Ulrich estava com dificuldades de tocar aquelas músicas mais complexas do Metallica. Verdade ou não, um dia saberemos mas não duvidaria que Benante gravaria aquelas partes com um braço só e bebericando uma coca cola com a outra mão. Prefiro não tomar partido pois gosto muito de ambos os bateras. Melhor assim...
Enfim, o importante é que Spreading the disease é uma pérola, uma obra de arte que revigora até o mais carrancudo true. E há aqui algumas bônus bem bacanas como versões ao vivo de Metal thrashing mad e Panic além de faixas raras na época como Soldiers of metal e Howling furies. O disco ainda tem espaço para um belíssimo cover para God save the queen do quem você já sabe. Caso não saiba, procure saber pois até minha cocker sabe qual é a banda original desta canção.
Após lavar minha alma e falar deste disco, irei dormir mas antes vou ouvir mais um pouco deste Armored Saint. Viva o metal bacana!!!!!!

Killers - Danger de Vie

O nome Killers já foi usado em inúmeros lançamentos seja em nomes da banda ou de discos. Temos o disco do Alice Cooper chamado Killers. Temos também o disco do Kiss chamado Killers. Isso sem contar o segundo disco do Iron Maiden e a banda que o "original " Paul Dianno montou cujo nome era.... Killers. Mas este Killers da resenha não é nenhum desses e sim duma banda francesa que pratica um heavy metal tradicional de primeiríssima qualidade e este disco de 86 trouxe uma agradável surpresa para este que vos digita. Fui informado que a banda continua até hoje e se for tudo nesta pegada os outros discos, a banda continuou muito bem.
Em 8 faixas temos sonzeiras do porte de Heavy metal kids ( fudida), L' assassin, Bouffon, Parabellum, Maitre du métal, Délire de mort, Minorité e A la santé de Bon. Caso não tenha problemas em ser cantado em francês, este som é indicado para quem gosta justamente do metal feito na década de 80 em principal o Accept devido  a semelhança no vocal de Bruno Dolheguy com o de Udo. Não vou entrar na questão de ser ou não ser true ou de que, para gostar de metal,  tem que ter este disco. Simplesmente terá todo o direito de conhecer este disco e se gostar ou não, ficará a seu critério de escolher ou não esta banda para sua discografia. Mas que é legal este disco com certeza é!!!!! Puta som.

Iced Earth - Horror Show

Vou confessar algo: nunca dei muita bola para o Iced Earth. Apesar de achar alguns de seus discos legais, nunca foi uma daquelas bandas das quais dava vontade de procurar e ouvir ou até mesmo comprar. Mas peguei este Horror show com um grande brother e que conhece metal como ninguém e ele se chama Edinho. Não fó somente este e sim alguns discos bem legais dos quais terei o prazer em resenhar. Começando com o Iced Earth, tenho em mãos o disco lançado em 2001 e que contava com o grande vocalista Matt Barlow e seu vocal único e cheio de emoção. Nada contra os outros vocalistas mas na minha opinião é Matt o cara certo para a banda pois sua voz era a marca registrada e a continuação do instrumental calcado em heavy tradicional com algumas pitadas de thrash e melodias marcantes. Jon Schaffer não está no meu top 10 de guitarristas mas dizer que o mesmo é mediano seria cometer uma injustiça para com o líder do Iced Earth. Aqui completado com Larry Tarnowski no baixo e o conhecido Richard Christy na bateria o disco possui uma pegada bem legal e as músicas grudam na sua mente e fazem ouvir mais e mais. Baseado em personagens do horror e como os nomes das músicas entregam a banda aqui realizou a junção perfeita de melodia, peso e uma garra que não consigo ouvir nos discos atuais. Alguns destaques vão para Wolf, que abre de forma sensacional o disco assim como Damien que dá a sequência animalesca para entrar Jack e trazer uma vibração bem legal. Ghost of freedom traz um show á parte de Barlow com sua voz lembrando bem leve a de Paul Stanley. Ouçam com atenção e ouvirão uma semelhança incrível. Ainda há uma versão muito bem feita de Transylvania daquela banda que todos sabem e que adoram odiar chamada Iron Maiden. Parece brincadeira mas parece que para ser "headbanger" de verdade a ordem é não gostar de nada do Iron. Vai entender esta tendência bem estranha.... Ainda o disco possui as excelentes Jekyll & Hide, Frankenstein, Dracula e o disco encerra com The Phantom Opera Ghost com uma vocalista feminina duelando com Matt e assim terminando de forma brilhante este disco.
Uma das coisas que tenho que respeitar esta banda é a qualidade sonora e manter fazendo um som próprio sem cair em mudanças por conta de tendências musicais é algo que poucas bandas conseguem ou conseguiram fazer. Discaço indicado para quem gosta de metal de qualidade e viciante. Ou para bobos que gostam de presepadas como Sabaton, Edguy, Rhapsody entre outras porcarias que deixaram o metal infantil.

Elis Regina - Fascinação : O melhor de Elis Regina

Não há como não ouvir, como não ter algo que não tenha dela. Estava eu na Blaster e me deparo com este cd nos usados e na hora me despertou a vontade de levar. Já tenho tudo aqui? Sim eu tenho. Mas não há como não disfarças o espírito de colecionador ainda mais se tratando da melhor cantora que o mundo já teve conhecimento. Mais do que suas histórias pessoais e do modo que a mesma se foi, o que está aqui são suas músicas, suas interpretações sinceras sobre temas que ficariam somente brilhantes com sua voz sempre afinada e forte. Elis foi e viveu intensamente cada uma dessas canções como se fossem suas. Ela deu a cara a tapa, driblou ignorantes e seres acéfalos que não entendiam nada do que ela fazia ou dizia. Aqui nesta coletânea traz o que de melhor fez a gauchinha que veio para dominar o Brasil. Dentre os destaques ( e só tem destaque) temos uma versão maravilhosa de Cartomante ( uma das músicas que mais gosto), Atrás da porta, Fascinação, Arrastão, Romaria, Vou deitar e rolar, Como nossos pais ( que performance!!!!), Madalena, Upa neguinho ( muito boa!!!) e a faixa que abre o disquinho, Menino das laranjas. São no total 20 faixas para viajar, cantar, se emocionar mas o principal: entender um pouco o que é Elis Regina. Lógico que, caso comece por alguma coletânea dela, é totalmente indicado conhecer seus discos e já comece com Falso Brilhante, Transversal do tempo e Elis & Tom. Outro discaço que estava na loja e totalmente recomendável é Elis 74, uma pérola musical sobrenatural de tão legal. E não perca o filme que estará estreando logo logo e irá fascinar a todos caso tenham uma boa vontade de conhecer mais dela e do padrão de cantora que o Brasil já teve. Ouvir Elis Regina e depois Ludmila não dá uma sensação de regressão? Pense bem....