domingo, 27 de março de 2016

Iron Maiden, Anthrax e Raven age - Allianz Parque - 26/3/2016

Como disse uma vez um certo personagem do filme Curtindo a vida adoidado: " A vida é uma só. Portanto, se não parar um pouco para curtir, a vida vai passar e você não vai aproveitar nada." Ferris Bueller quando falou isso, se tornou meu pensador e toda vez que vou aos shows, esta frase vem em mente. E mais: temos que aproveitar que nossos ídolos ainda estão vivos e tocando porque uma hora eles vão sair de cena e não questionando o que vai ficar para as próximas gerações em termos de bandas ativas, a verdade é esta e não temos como fugir. Portanto, mais do que um entretenimento, assistir mais uma vez o Iron Maiden é uma obrigação, um compromisso com o que há de mais legal na vida.
Sim, ontem ficaram em Santos alguns poucos que, por explicações diversas, não foram e não estou julgando ninguém. Entenderia um cara que está desempregado ou que possui contas a prestar com família, filho, esposa, cada um possui uma vida e temos que entender. Este cara gostaria muito de ir ao show e são para esses que dediquei este show de ontem. Agora, para quem ficou resmungando sobre uma possível "decadência" ou pelo simples consolo automático de que " não é mais o mesmo" esses aí tem que ser ignorados. Mas, nesses tempos de mimimi aonde as pessoas ficam ofendidas com QUALQUER coisa que lê na internet ou dita em público, o melhor a fazer é parar por aqui pois não quero ser abordado na rua ou na Blaster e ouvir a célebre frase: " Se liga no que escreve". Cada uma...
O importante de tudo isso é que pela sexta vez vi uma banda que a cada apresentação parece não querer aposentar. Uma banda que incita o fã a ser irmão do cara que está do lado e sim, uma festa aonde reúne música boa e um clima de muito alto astral. Eu mesmo aonde fiquei estavam dois caras muito gente boa que curtiram o show junto comigo como se fôssemos amigos inseparáveis a tempos. É isso que o Iron passa. Antes de mais nada, tenho que enaltecer a qualidade do estádio do Palmeiras.Instalações de primeira, banheiros sempre limpos e uma comodidade agradabilíssima foi o extra do espetáculo e não é a toa que muitos shows estão sendo marcados lá e tomara que eu ainda consiga ir mais vezes.
A primeira atração da noite, o Raven Age, foi uma grande atração de abertura. Tendo a frente o vocalista Michael Burrough, a banda trouxe um som moderno calcado um pouco no metalcore mas sem ser gritado como os das bandas do estilo citado. É certo que muitos devem ter torcido o nariz e até concordo que a banda teria uma aceitação melhor caso tocasse para o público do som que fazem. Mas dizer que é ruim.... não, não é ruim. Foi uma agradável revelação e vou correr atrás do disco para conferir mais. Michael possui uma ótima voz e prova que é um dos melhores do estilo. O filho de Steve Harris, George, mostrou na guitarra algo bacana apesar de não ser solador. Alguns sentiram falta disso no som deles mas esperar solos de guitarra no estilo que praticam é o mesmo que querer virtuosismo no Ramones. E não dá para comparar ele com o pai. Seria o mesmo caso de Maria Rita com Elis Regina e por aí vai.
Tocaram suas músicas e foram respeitados e não poderia ser diferente pois os caras foram simpáticos e comunicativos para com o público.
Terminado o Raven Age, era hora do Anthrax subir ao palco com um set curto porém animalesco. Com a intro de Caught in a mosh até o fim com Indians, o que eu vi foi uma das melhores bandas do thrash metal detonando e podia ver o tesão que era para os caras estarem dividindo o palco com o Iron Maiden. Joey Belladonna é um baita frontman e mesmo gostando mais da fase John Bush nos vocais, Joey é a cara e a voz da banda. Scott Ian mostrou mais uma vez que a guitarra base número 1 é a dele e o guitarrista que veio do Shadows Fall foi a substituição perfeita para a banda pois seus solos foram certeiros e o cara toca muito. Frank Bello e o batera convidado John Dette formaram uma cozinha sensacional e foi uma pena que tocaram pouco já que deixaram de fora várias músicas. Um destaque do show foi para a participação de Andreas Kisser na Indians. Alguns irão acusar o cara de arroz de festa mas pense: Você, guitarrista, sendo chamado pelo Anthrax para tocar no palco.... vai me dizer que não iria? É a famosa regra de julgamento que vai até a página 2....
E aí veio a banda principal. Olha, já os vi 6 vezes. Se você me perguntar se eu estou acostumado, vou lhe dizer que ainda me traz aquele friozinho na barriga. É a mesma coisa quando você se apaixona por alguém. Você já se apaixonou várias vezes mas ainda dá aquele nervoso. Sentimento é assim....
Divulgando o ótimo disco The book of souls, o Maiden de ontem nos mostrou mais vezes porque são a maior banda de metal de todos os tempos. Iniciando com If Eternity should fail a banda já veio mostrando que não estava para brincadeirinha de querer ser rei disso ou daquilo: eles tocam e pronto!!!! Bruce Dickinson mostrou-se um vencedor pois saído de um câncer maldito que quase o levou, o cara está cantando melhor do que nunca. Demostrou cansaço? Sim, um pouco. Mas porra, estamos falando duma banda que se aproxima dos 40 anos de atividades e tocar no pique deles é algo até dignos de aplausos. Speed of light veio na sequência e que som!!!!! Ao vivo a música consegue render duma forma sensacional e a festa é garantida. Mas aí eles começam a tocar clássicos...
Não, eu juro que tentei não chorar em Children of the damned mas meu coração se apertou e fui as lágrimas na execução deste clássico e comprovar que Bruce é Bruce. Fora a execução de toda banda capitaneada pelo senhor Steve Harris no baixo. Puta momento mágico!!!!!
Após Tears of a clown e The read and the black veio The trooper. Sim, ela não sai do set list. Mas quer saber? Vibrei do começo ao fim pois um adolescente de 38 anos e não há problema nenhum nisso. Como é bom não ser "normal'.... E não contentes eles mandaram mais um petardo, um petardo chamado Powerslave e aí minha cota de lágrimas foi utilizada mais um pouco assim como ver a atuação dum monstro na guitarra chamado Adrian Smith, o meu guitar hero.
A tática do Iron em intercalar músicas novas com clássicos foi certeira pois com músicas novas empolgantes, as mesmas casaram com as antigas de forma única mas há quem ache que a banda gravou seu último bom disco em 88.... Pobres almas. Death or glory e The book of souls receberam versões extraordinárias ao vivo e a atuação da banda mostrou-se impecável como sempre. Mas aí vem a trica final antes dos caras darem aquele respiro na volta para o bis. Hallowed be thy name veio e com ela mais uma cota de lágrimas derramadas por este que vos escreve pois esta música é um clássico absoluto do metal. Fear of the dark veio na sequência e sim, ela é batida. Mas minha cota de lágrimas foi toda ao deparar com um Allianz todo iluminado por celulares gerando um momento bonito. Sim, por um momento estar com o celular na mão foi algo positivo.... Iron Maiden fechou a primeira parte do show e com ela veio o mascote mais legal de todos os tempos: Eddie. Mas é sempre a mesma coisa não é mesmo? Bom.... dane-se!!!!!!
Na volta para o bis e não contentes de nos ter bombardeado com pauleiras maravilhosas, voltaram com The number of the beast. Eu queria que tirassem do set mas ao mesmo tempo se tocarem novamente não me incomodo pois ela é um clássico do heavy metal e do rock em geral. Qualquer ser vivo que não sinta nenhuma emoção ao ouvir uma música dessas e se dizer fã de metal, aconselho que reveja seus conceitos pois deve estar sofrendo de algum problema cerebral. Cuide-se....
Uma grata surpresa foi a volta da maravilhosa Blood brothers no set e não para menos: a música é linda e mostra que todos nós somos: irmãos felizes em estar numa celebração como esta.
Finalizando com Wasted years, a banda encerrou o show da forma que começou: com atitude, qualidade e de forma emotiva. Quando acaba dá aquela sensação de tristeza, que acabou algo que estava tão maravilhoso. E por ser algo tão mágico que todos nós achemos o show tão curto.
E quando acabou, ainda fiquei paralisado olhando para o palco e nesta hora me veio um monte de pessoas em minha mente que eu gostaria de abraçar e dizer o quanto eu gosto de verdade e pedir desculpas pelas falhas pois sou um ser humano. Isso não aconteceu. Mas rever alguns amigos que ficaram em pistas diferentes e a cara de felicidade de cada um deles já valeu toda a noite. A música foi inventada para isso; unir. E união é algo que precisamos mais do que nunca.
Agora com licença que eu tenho que secar minhas lágrimas e descer com a minha cocker. Obrigado Iron Maiden!!!!!!!!

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