quarta-feira, 25 de abril de 2018

Avicii - Um dos resquícios de música pop boa atualmente se foram com ele.

Conforme noticiado, hoje fez 5 dias que o produtor e dj Avicii foi encontrado morto mediante causas ainda não explicadas. Suspeitas de suicídio pipocam na internet já que o sueco estava afastado dos palcos há 3 anos mediante a desilusão do mesmo com o cenário da música pop. Sim, a música pop e seus bastidores nem sempre são aqueles sorrisos ou mesmo aqueles clipes e músicas que celebram a vida, o amor e a paz entre todos. Se nas décadas anteriores o bastidor pop com empresários facínoras que mais se preocupam com lucros do que com o artista em si, atualmente temos cada vez mais produtores somente preocupados com o que vende, pouco se importando com a qualidade ou mesmo o caráter do artista em questão. E o resultado disso são artistas cada vez mais vazios musicalmente se apresentando para um público vazio e sem a menor contestação de julgar o que é melhor para eles. Sempre a música foi movida por modismos e sempre será. A diferença é que antes os artistas da moda possuíam músicas cativantes que sobreviveram ao teste do tempo e não é difícil vermos cada vez mais as pessoas indo para trás ao invés de engolir as tantas porcarias que a rádio e a televisão insistem em dizer que é "legal". Mas algumas pessoas fazem a diferença na música atual e um desses caras foi o homenageado nesta resenha. Conhecia a faixa Wake me up mas não sabia de quem era, apenas ouvia e achava legal o clima positivo que a mesma passava. Duma forma trágica, acabei recentemente indo atrás das outras faixas do cara e constei que não foi só de Wake me up que vivia Avicii. Outras faixas bem legais como Broken arrows, Dear boy, Hey brother, Lay me down, Wainting for love, Without you, You make me, Trouble, Liar liar, Ten more days, Touch me, True believer, Can´t catch me, Sunset Jesus entre outras são ótimos exemplos de como uma música pop pode ser bem construída e soar agradável até para quem não curte tal estilo. Tais canções mostram que, quando alguém vir com o papo furado de que ouve funk ou rola isso numa festa mediante a desculpa esfarrapada de que é "legal para dançar" ou me chama de "tiozão conservador e chato" que "só ouve rock" eu vou pegar e mostrar estas músicas e falar " isso sim é música para dançar". O problema das pessoas da massa justamente peca é neste dilema de que o conceito de achar o que é "bom" é mediante a opinião do lado. Nunca é a própria opinião e sim ao que a massa está ouvindo. Infelizmente, passado a comoção da morte do cara, a galera vai simplesmente esquecer do cara e estas músicas farão parte dum seleto grupo de pessoas chamadas de ultrapassadas por simplesmente ouvirem algo que " já passou".
O ditado "antes tarde do que nunca" pode e deve ser utilizado sem a menor vergonha. Vergonha eu sentiria se fosse um "fã" dessas porcarias. Pesquisar música boa ou artistas que realmente me acrescentam em algo nunca será ultrapassado e sim algo que fará muito bem a qualquer pessoa. A desilusão de Avicii só traduz algo amedrontador em nossa realidade: ou você se curva para o errado ou terá a escolha de ser engolido por um mundo cada vez mais desprovido de atitudes corretas. Quantos " Aviciis " não vemos no dia a dia? Quantos simplesmente desacreditaram na empresa aonde trabalhavam e simplesmente apertaram aquele botão do "foda-se"? Quantas pessoas, vendo a atual situação de nosso país, simplesmente partiram para vidas miseráveis, caindo no poço sem fundo das drogas e do álcool? Quantos de nós já passamos por momentos de total descrença em nossa volta seja com o marido, a esposa, o filho ingrato, o pai que simplesmente "perde contato" com o filho porque simplesmente construiu uma nova família? Quantos de nós nos vemos numa situação de profunda tristeza com a perda de entes queridos ou mesmo daquela cocker que viveu por 15 anos em seu lar? Confesso que algumas coisas escritas aqui eu fiz de propósito em citar pois são coisas assim que me faz pensar 49 milhões de vezes. Nessas horas de incertezas, é necessário nos apegarmos em coisas simples mas que ajudam em muito em nossos pensamentos. Ouvir uma mídia com 236 músicas do Donovan. Sair a tarde para ir ao CCBEU ler um livro e passar uma tarde super agradável. Andar na rua e olhar mais para as pessoas, para a beleza das mulheres ( ok, tenho sentimentos), para os cachorrinhos com seus donos, para o dia bonito e nem mexer no celular. Encontrar alguns amigos e conversar sem ter aquela pressa de ir embora logo.
E no campo musical, há razões de sobra em meu quarto para me sentir bem, não importando com o estilo musical podendo transitar tranquilamente no Donovan, na Sandy ou naquele disco do Burzum. E logicamente sempre com um bom livro em mãos já que internet é só para necessidades ou para utilidades válidas como este texto que acabo de digitar. Descanse em paz Avicii.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Jimi Hendrix - Rainbow Bridge - Original Motion Picture sound track

O filme é de 72 e mostra uma turma de adolescentes que vão para um lugar bem bacana, experimentar outras coisas bacanas e lá está ele, Jimi Hendrix, tocando um som para a galera celebrar de vez a vida. Esta foi a ideia que Chuck Wein teve em mente e o filme está em partes no you tube. E desta performance saiu a tal trilha sonora que nada mais é do que mais um dos discos póstumos do guitarrista, sendo que 3 músicas constaram depois em outro disco póstumo, First Rays of the new rising sun. Independente do filme ser bom ou não ( vi um pedaço e gostei) quem acaba sendo a tração principal aqui é Hendrix em mais um belo exemplo de como este cara era criativo com uma guitarra na mão além dum baita cantor de primeira. Nas 8 faixas, temos canções mais experimentais mas todas elas sensacionais num tempo em que guitarrista tocava com prazer e não cara de nojo como toca o guitarrista do Coldplay. Você ouve a guitarra e vê Hendrix tocando. Aí você vê estes caras atuais tocando guitarra e se pergunta: o que está acontecendo? Parece soar como discurso saudosista mas a verdade é que bons guitarristas estão indo para o brejo assim como músicas como Dolly dagger, Earth blues, Room full of mirrors ou Hear my train a comin´. Fora que um filme desse rodado hoje seria controverso, uma obra que iria ferir os pseudo moralistas e deixar os "normais" politicamente corretos de cabelos em pé. É o retrato duma época em que tudo parecia tão legal sem a necessidade de telefones ou internet.
Mas não vou estender tal discurso, focando somente na música que ouvi e ainda mais no maior guitarrista que o mundo já teve na face deste planeta. Pesquise agora mesmo tanto o filme quanto este disco e viaje no melhor sentido. Trata-se duma maneira divertida de encarar a vida que nos rodeia. Arte. Só a arte pode ser melhor do que tudo. E na música temos a melhor maneira de encarar nossos problemas de peito aberto e cabeça erguida, sem medo ou receio de errar.
Li uma frase bem bacana agora no Facebook: " o segredo é deixar a música mais alta que os problemas". Que assim seja. Amém.
Capa do disco em questão.

domingo, 22 de abril de 2018

A Cena - Psychotic Misanthropy, Malediction 666, Warshipper e Necrobiotic - Boteco do Valongo - 22/04/2018

O mundo da música é uma das melhores ( senão a melhor) válvula de escape para fazer você relaxar por alguns minutos, algumas horas em que estar com amigos e bandas animais tocando pode tornar sua noite melhor do que você esperava. E ontem fui em mais um evento realizado no Boteco do Valongo, desta vez trazendo mais um episódio da Cena que vem trazendo bandas muito bacanas em performances apoteóticas para dizer o mínimo. E ontem não foi diferente. As 4 bandas que subiram ao palco foram isso e muito mais, mostrando que o talento nacional pode e deve ser apreciado sem moderação.
Abrindo a noite, mais uma grandiosa apresentação desta que é uma das minhas bandas preferidas não só da região e sim do Brasil, o Psychotic Misanthropy. Falar do show dessa galera é chover no molhado pois mais uma vez brilharam encima do palco. Na véspera de lançar um clip novo e disco na praça, estes campeões mostraram que, de iniciantes não tem é nada. Mirella e seu vocal único comandou a pancadaria muito bem tocada por instrumentistas que sabem muito bem o que fazer. Ou você vai me dizer que guitarristas do calibre de Pedro Clark e Marcelo Noguerol não tocam? Tocam e ainda botam um lance a mais na guitarra, um negócio chamado alma. Porque um músico sem alma é apenas um mero mostrador de música ou eu estou errado? Jason Prado ( baixo) é outra grandiosa preciosidade no instrumento, o cara simplesmente detona!!!!!! Jair Eusébio é o baterista e a experiência no instrumento confirma que a diferença se faz encima do palco. Foi um show impecável e saibam que o caminho está traçado. Continuem nos trabalhos!!!!!!
Na sequência do evento, tive uma grata surpresa. Duas, mas por enquanto vou me concentrar nesta primeira. Na estrada desde 97, o Malediction 666 atualmente conta com Fernando ( guitarra/vocal) e os Brunos ( baixista e baterista respectivamente) e praticam um death/black metal extremo e muito bem tocado. Se para alguns mentecaptos é apenas " barulho", eu prefiro citar como arte o que esses caras fazem no palco. Com um show animalesco, o trio mostrou dentro e fora dos palcos que fazem a diferença num cenário musical infestado de músicos frustados que se acham os rockstars porque tocaram no Angra. O legal das bandas que vem tocar aqui é constar o quão receptivos são os músicos e é assim que tem que ser. E é em atitudes mínimas que percebemos as melhores lembranças como por exemplo a hora em que o baixista Bruno precisou duma palheta ( ou paleta) e Pedro Clark ( Psychotic Misanthropy) foi lá e emprestou para que o músico desse continuidade do show ou mesmo quando Ezequiel ( Necrodulia, Chesed Geburah) ajudou num ajuste de bateria são visualizações assim que traduzem a palavra união. Saíram no palco com dever cumprido e quero ver mais shows desses caras!!!!!!!
O que já estava legal, ficou melhor ainda na entrada do Warshipper. Eles foram minha segunda surpresa da noite, que banda animal!!!!!! Tendo integrantes do Bywar e Zoltar na formação, esses caras estão desde 2011 em atividade e fizeram um dos melhores shows que já assisti. Death metal com uma pitada thrash foi o que eu pesquei logo nos primeiros acordes das guitarras. Divulgando o disco Black Sun, não deixaram pedra sobre pedra fazendo muitos ficarem de boca aberta com a performance. São horas assim que me orgulham de ter saído de casa.... Parabéns pelo show!!!!!
Fechando a noite tivemos o Necrobiotic e seu old school death metal que lembrou um pouco o Napalm Death na fase mais death metal e que fechou com chave de ouro mais um evento em Santos. Em decorrência do meu cansaço acabei não agitando tanto mas a certeza de ter visto um puta show foi o que me bastou mostrando num conceito geral que o Brasil possui talentos excepcionais para todos os gostos musicais e quem ainda procura algo no mainstream está perdendo o tempo. De uns anos pra cá, o underground tem revelado sua força e não é só de músico mimizento que a cena nacional se faz presente. E sim por músicos de atitude, garra e vontade de tocar o que de melhor se faz no país. Parabéns a todos na organização e bandas por mais um puta evento!!!!!!!!! Abaixo seguem algumas fotos do evento.






Bandas em ação: assim se faz um cenário musical.

domingo, 15 de abril de 2018

Sepultura - Ginásio do Sesc - 14/4/2018

Na vida, aprendemos que algumas mudanças acabam ocorrendo em nossas atividades e algumas pessoas passam a não conviver mais conosco. Decisões esta podem ter um impacto gigante e é preciso se agarrar nas coisas boas e positivas caso queira superar tal mudança. Acontece com quase todos e aconteceu com o Sepultura. Há mais de 20 anos, uma ruptura causou a separação de 4 caras que eram imbatíveis. Mas há mais de 20 anos que Andreas Kisser ( guitarra) e Paulo Jr. ( baixo) encontraram no vocalista Derrick Green o talento e a amizade que necessitavam para continuar a banda. Se deveria ou não mudar o nome é outro assunto do qual não me atrevo a tocar pois a condição que o nome Sepultura foi mantido não compete a mim tecer um comentário como o certo pois são coisas que podem ter sido muito mais complexas do que imaginamos ou não. É certo falar uma coisa: Max Cavalera, quando saiu em 96 foi por conta própria devido a então demissão da empresária e esposa Gloria Cavalera. Eles demitiram a empresária e não o frontman. Só que um nome como o do Sepultura não deve ser apagado duma forma dessas. O nome Sepultura é tão ou mais forte do que os próprios integrantes, como o Kiss, Black Sabbath, Iron Maiden entre outros. Ter dado continuidade foi, duma maneira honesta de se falar, corajosa e se esses caras estão até hoje tocando sob o nome Sepultura é porque atitude de sobra eles possuem. E nunca, jamais subestime o talento dum cara chamado Andreas Kisser. Guitarrista da banda desde o clássico Schizophrenia de 87, o cara trouxe uma riqueza na guitarra da banda que o torna um membro mais do que essencial. E Paulo, um baixista que tinha pavor de gravar no estúdio e que ao vivo era meio apagado, tornou-se um puta baixista e com uma guitarra na banda, descobrimos um talento no baixo que o tempo fez aprender mais e ser o que é hoje. E quem disse que o Sepultura não tem mais nenhum integrante original? O Paulo foi e sempre será o único baixista do Sepultura mesmo tendo tido outro cara antes dele, quase ninguém sabe quem é. Na batera a banda está com o melhor baterista brasileiro em atividade, Eloy Casagrande. O que este cara tocou ontem foi absurdo, unindo técnica e uma pegada brutal. E me desculpe mas ele engole o Iggor hoje em dia. E o já citado Derrick. Aceite o seguinte fato: Derrick Green é o vocalista que o Sepultura precisa. Sem desmerecer o Max que sempre será um ícone do metal brasileiro. Mas o show a parte do cara que está na banda há 20 anos na banda ontem foi impagável. E divulgando o disco Machine Messiah a banda apresentou um show que mesclou 6 músicas do disco novo com clássicos de outras épocas como Inner Self, Arise, Desperate cry, Choke ( do Against, disco que junto com o Nation, são os únicos do Sepultura que não curto ouvir inteiro), Slave new world e Roots Bloddy Roots. Sobre as faixas novas, como ainda não adquiri o disco novo, confesso que não me empolguei tanto mas ali deu para notar o quão poderosas elas são e o disco em si me deixou bem curioso em ter afim de ouvi-lo inteiro.
Além das citadas outra que me deixou bem empolgado foi a faixa título do disco Kairos, este para mim o meu trabalho favorito da banda com Derrick nos vocais. Caso não tenha ouvido, ouça e tire suas próprias conclusões. Finalizado o show, a noite terminou assim e foi maravilhoso encontrar vários amigos lá. Sepultura ontem e hoje. Não importa a época. O que importa é que a máquina metálica continua mais feroz do que nunca nos palcos!!!!!!!
Sepultura em ação ontem no Sesc. Foto by Miguel Santos

sábado, 7 de abril de 2018

O Circo, Cannon of Hate, Hierarchical Punishment e Paura - Boteco do Valongo - 06/04/2018

Na música, convivemos com gerações diferentes de estilos diferentes. Em alguns aspectos, ambos os mundos conseguem entender e ou respeitar manifestações diferentes, formas diferentes de sentir a música que lhe é apresentada. Quando há o choque, ou seja, quando ambas as gerações entram em conflitos de pensamentos, nada melhor do que uma proposta para que ambos continuem no evento sem atritos e que todos curtam a noite. Um evento reunindo hardcore e metal nos anos 80 teria dado tretas, nego querendo ser o maioral com corrente e os cambal. Mas estamos em 2018 e hoje em dia acontece direto eventos de hardcore em que vários caras do metal comparecem e vice versa. Talvez pelas bandas de hardcore terem adicionadas doses vindas do metal. Não importa, o que interessa é que vi uma união bem bacana aonde todos saíram ganhando com música underground de qualidade, independente do gênero dos grupos envolvidos.
Tendo a atração principal Paura, o evento abriu com o som enérgico do Circo. Com um set curto e sem frescuras, presenciei um baita show, um trio que não deixa a desejar em momento algum e que animou bem a galera e a mim. Rodiney Assunção ( guitarra e voz), Felipe Duarte ( baixo) e Filipe Rodero ( bateria) formam a banda que se apresentaram sem Rodero na Bateria por motivos particulares mas o batera da banda que tocou ontem ( e que já fez parte da banda anteriormente) foi impecável e o show correu de forma conscientizada e bem divertida. Músicas como Bomba de gás cativaram a galera e serviu de ponte para o Cannon of Hate que igualmente fez um puta show de energia e carisma por parte dos integrantes da banda. A banda formada pelo carismático Sandro Turco nos vocais, o guitarrista Charles Mafra além da cozinha formada por Mac Gomes no baixo e Marcos Alves na bateria mostrou que música de qualidade e um espírito engajado pode ser sim uma arma forte contra tudo que vemos no dia a dia. Um set bem legal e uma galera animada foi o resumo até aqui. E esse espírito continuou quando os já experientes Hierarchical Punishment subiram ao palco mandando aquele death/grind avassalador. Falar de suas apresentações acaba sendo meio que chover no molhado porém sempre é muito bom lembrar o quão bons estes caras são e a trajetória iniciada em 95 não é e nunca foi a toa. Bagagem esta comandada por Grell, um guitarrista que sabe como ninguém tirar riffs raivosos e que com Edismon na outra guitarra acaba sendo uma dupla carregada de ótimas idéias. O baterista Luiz Carlos Louzada ( sim, ele mesmo, aquele que canta no Vulcano e no Chemical Disaster) soube mandar pancadas avassaladoras mesmo não tendo seu companheiro de cozinha, o baixista Morto, que por motivos particulares não conseguiu tocar no evento. Mas como o show não deve parar nunca, a banda foi espetacular e cativou seus espectadores com um som que mais parece uma sequência sonora do caos. O vocalista Podrão é outro show a parte com seu vocal potente e agressivo e que não necessita de muita firula discursiva. O som fala muito mais alto não é verdade? E finalizada a apresentação, eis que coube ao Paura fechar esta noite sensacional.
Já vindo duma trajetória longa, esses caras mostram o porque de possuírem o respeito dentro do universo hardcore e fãs do metal. Pense numa banda que sabe dosar ambos os estilos de forma certa, nem pra mais nem pra menos. Sinceramente, foi um show empolgante do começo ao fim. Esqueça letras pseudo revoltadas de pseudos revolucionários mpebistas. Se quer entender a realidade e fazer algo de verdade para mudar, você tem o dever de conhecer bandas iguais ao Paura e as outras que tocaram nesta noite.
Rogério, Fábio, Paulo, Claudinei e João passaram seu recado e saíram vitoriosos. Sabemos a merda que está. Sabemos que quem predomina no Brasil não é e nunca será este tipo de som. Mas, se nós nos calarmos para esta "maioria", estaremos só sendo coniventes com esta sujeira toda. Portanto, enquanto você fica reclamando de tal cantor, que tal estilo musical é ruim, faça melhor: divulgue o som que você realmente curte e despreze estas merdas todas. Parabéns as bandas e Wladimyr Cruz pelo evento e pelos serviços prestados na cena underground. Por mais noites assim. Sequem abaixo algumas fotos tiradas ontem. Obs: peço desculpas ao pessoal do Cannon of Hate pois a foto tirada por mim acabou não sendo salva por problemas em meu celular.






quarta-feira, 4 de abril de 2018

Kyle Vincent vem ao Brasil em maio.

Nas descobertas que fazemos na vida, uma delas é constatar que, apesar de coisas ruins, podemos também nos surpreender positivamente com alguns artistas que aparecem assim do nada. E se você está neste exato momento perguntando quem é este "tal" do Kyle Vincent deveria, por amor a sua cultura e seu ouvido, checar o som deste cara agora mesmo. Este californiano pratica um pop cuja sonoridade rica fará você ir a um dos shows que ele fará durante o mês de maio em São Paulo e Santos. Sim, a música pop mainstream atual pode estar com seus dias contados e realmente não há mais salvação para tantas porcarias enlatadas que vemos diariamente no dia a dia. Mas como música boa não bate mais cartão nas televisões ou nas ditas rádios, o que nos resta é a internet e lojas que ainda divulgam música boa para quem gosta de música boa. E Kyle Vincent me impressionou mais ainda ao ouvir 13 músicas que estarão em seu set nos shows. Antes de falar das músicas e DA música, uma passada breve na história do cara.
Kyle nasceu na Califórnia e pegou toda a vibe de artistas que tocaram nos anos 70 como Bee Gees, Seals and Crofts, Elton John, The Raspberries, entre outros talentos da época. Nos anos 80, Kyle mudou-se para Los Angeles, então point musical do hard rock e em 85 montou o grupo Candy com outra figurinha carimbada do rock, o guitarrista Gilby Clarke. Chegaram a lançar o disco Whatever Happened to fun e abriram shows de Rick Springfield. Com a dissolução do Candy, Gilby acabou indo mais tarde para o Guns n´Roses e Kyle debutou em carreira solo em 92 com o disco Trust, assinando com a MCA.
Vale também uma conferida na faixa Never say die, faixa em parceria com citado Gilby e um som sensacional. Nas 13 canções Kyle esbanja muito bom gosto aonde canções como Saturday´s mine, Wake me up, In another life ( que refrão), One good reason, It wasn´t supposed to happen, Jennifer, Soon, Narita, Miles & an ocean, Arianne, Let me let go e Petals of peace caem em cheio num clima aonde todos estão felizes e um cantor esbanjando sua qualidade. Mas há a música. A música. Aquela que nos teletransporta para outra dimensão e nos faz esquecer de tudo, esquecer do mundo. Ela se chama Next time we´ll go crazy. Meu amigo, minha amiga..... Uma canção como esta deveria ganhar um prêmio por ano pelo bem que ela faz ou pode fazer a qualquer ser humano dotado de sentimentos ao ouvir. Numa melodia que traduz a melancolia necessária para uma canção como esta acontecer, Kyle simplesmente mostra como realmente se faz uma música pop bonita mas sem ser piegas e romântica sem ser clichê. Kyle nesta música não só apenas interpreta de forma primorosa. Ele simplesmente compartilha conosco que ele também sente as mesmas coisas que sentimos quando estamos naqueles momentos de sofrimento e agonia. Caso ouça Next time we´ll go crazy e a mesma não passe nenhum sentimento é sinal que você necessita de um pouco de amor e carinho além de uma dose a mais de bom humor.
Pronto, já achei mais um artista do qual virei um puta fã. Que não demore logo para vir o mês de maio.....
Kyle Vincent está vindo ao Brasil pela primeira vez e promete um show inesquecível.