segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Helloween - Espaço das Américas - 29/10/2017

Dentro que eu conheço de rock, uma das mais características mais legais que existe dentro deste estilo musical é a capacidade que, com um único riff, unificar pessoas, deixá-las felizes por assistir tal espetáculo. É aquele momento em que esquecemos o quão dura a vida é, o quão violenta ela pode ser com você, lhe pregando armadilhas das quais somos vulneráveis. É o momento único aonde você está vivendo um momento igualmente emocionante e que o faz lembrar de sua adolescência, de quando eu era apenas um menino que ficava sentado no corredor com um som toca fitas gravando as músicas das quais tanto amo, aquela música da qual nutria um amor incondicional quando a mesma foi lançadas na rádio. Ontem no show da tour de reunião de integrantes e ex- integrantes da banda alemã vi alguns caras no palco se divertindo num palco. O que poderia ser uma mera reunião contratual somente para angariar alguns trocados, foi uma baita festa de confraternização aonde eles eram os donos da festa e nós igualmente comandando uma das festas mais bonitas que presenciei em tempos.
Ontem eu chorei, cantei, dei risada mas em todos os momentos eu estava do jeito que deveria estar sempre: feliz. Sim, uma felicidade por assistir tal show mas também uma baita felicidade em saber que a vida é dotada de amigos de verdade. Em primeiro lugar devo e tenho que agradecer meu amigo Carlos Eduardo Peralta por ter me adiantado meu ingresso pois se não fosse por ele talvez não estaria ali tão perto vendo alguns de meus heróis. Mas um outro camarada chamado Wellington merece também meu obrigado por ter sido leal sempre. Mas também minhas companhias de ontem foram sensacionais. Ver pais e filhos juntos neste momento histórico para o heavy metal foi uma das coisas mais lindas que eu pude ver na minha vida, algo emocionante,mágico.
Não tivemos abertura. O show durou aproximadamente 3 horas e foi abrilhantado por todas as fases da banda e todos estavam comprometidos em fazer o melhor show do universo para seus fãs. Fora o clima de festa em público, a banda estava toda a vontade, um brincando com o outro, uma troca de energia positiva que poderia resultar num dos melhores shows deste ano. Ver Andi Deris e Michael Kiske se tratando de forma respeitosa foi de encher os olhos de lágrimas assim como Kiske sempre tratando muito bem o guitarrista Sascha  ( que não é filho da Xuxa) foi uma puta atitude já que ali não contava tempo de casa. O propósito é , unidos, atingirem o objetivo que foi alcançado para um público faminto por uma aula de metal.
Mesmo ruim de saúde, Michael Kiske cantou muito!!!!! Esse cara já tinha me emocionado no Monster com o Unisonic mas ontem foi surreal. Este grande fã de Elvis mostrou o porque deve ser tratado sempre com respeito pois foi humilde, poderoso mas acima de tudo, um gentleman, um perfeito gentleman e não o senhor ego.
Outra coisa que me agradou foram ambos os vocalistas cantarem faixas de fases em que cada um brilhou em forma de dueto. Impressionante foi ver Forever and one, Why, Perfect Gentleman com os dois vocalistas e que momento lindo!!!!!!! E Kai Hansen brilhou ao cantar as faixas de sua fase e também ao tocar em todo o show músicas em que ele já não era da banda fazia tempo.
Markus Grosskopf era energia pura o tempo todo e um baita baixista numa cozinha sensacional com o baterista Dani Loblen, um mestre na arte de surrar peles de bateria. Michael Weikath é aquele sujeito sem tanta presença de palco. Sempre sério, o mesmo soube se divertir a seu modo e deu seu recado com solos maravilhosos e duetos melódicos com seus outros dois parceiros de guitarra. A homenagem a Ingo também valeu cada centavo gasto neste ingresso, uma forma bonita para homenagear o saudoso músico que era outro baterista talentoso. Esqueci de alguém ? Ah esqueci sim.
Andi Deris foi um monstro no palco, um cara muito gente boa, que estava em seu auge artístico em dividir o palco com tanta gente talentosa. Ele brilhou em If i could fly, Power e foi lindo ver ele cantando Forever and one e I can foi sim, uma peça única neste show. Alguns acusaram dele ter feito playback mas eu o acuso de ter me feito chorar num performance animalesca não sendo a toa que o posto de vocalista do Helloween está muito bem ocupado. Um cara que foi do Pink Cream 69 vai esperar o que?
Uma noite recheada de clássicos e amigos. Assim é o espírito do rock, do metal, do que você quiser chamar. Mas nos chame com classe pois não somos qualquer um. Somos únicos e vencedores por gostar do melhor estilo musical do planeta. Esqueci que sou poser, falso, fofoqueiro, maria vai com as outras, esqueci de todas as picuinhas recentes. Aliás, estou de peito aberto, asteando a bandeira branca da paz e pronto para sermos um só exército. Nem preciso dizer que ainda tivemos I want out, How many tears, Eagle Fly free ( sem playback), Judas, Ride the sky, Soul survivor..... Enfim, uma noite memorável que ficará para sempre em minha memória e na memória de todos os presentes.
O momento não é de ficarmos em turmas separadas. Façamos como nossos ídolos: juntos, unidos. Forever and one!!!!!!!!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Hierarchical Punishment - The Choice / Burning the Tyranny ( split)

Finalizando por ora as resenhas, enfim o lançamento que estava aguardando aqui para ter o prazer em escrever acerca do que ouvi. Bandas da baixada, cena metal, não importa. O que me importou foi o que saiu do meu som, não importou se a banda é daqui ou da Suécia. Aliás, temos que parar com esta história de bradar a plenos pulmões que gosta ou apoia somente uma tal cena e sim temos que apoiar as bandas das quais gostamos não importando sua localização.
Poderia simplesmente tecer meus comentários positivos somente por conter alguns grandes amigos meus aqui mas jamais faria isso ( falar bem ) somente pela amizade. Talvez pela amizade eu ficaria na minha, apenas desejando sorte a cada um deles. Estarei falando muito bem de ambos os lançamentos pelo fato do material ser realmente muito bom.
Já acompanho o Hierarchical faz um bom tempo e não foi novidade constar tal qualidade nesses dois lançamentos pois esses caras são guerreiros a serviço do bom e velho grind/death metal mas acima de tudo, a serviço do metal. São todos caras que gostam do que tocam, curte as outras bandas e fala de música duma maneira apaixonada. Caras assim, algumas pessoas deveriam no mínimo ter o respeito que nutro por cada um desses caras.
Começando pelo sensacional The Choice cuja história é bem bacana. The Choice ( a música) foi lançada já com o vocalista Renato "podrão" mas que não tinha ainda o talentoso guitarra Edismon Draven ( Ninurta) mas com o igualmente excelente Decio Andolini ( Dark Witch) que sabe tocar como ninguém. Portanto, este disco é na verdade para apresentar a formação que consta hoje: Grel e Edismon nas guitarras, Podrão no vocal, Carlos Diaz no baixo e Luiz Carlos Louzada na bateria. The Choice já tinha aparecido no split Burning the Tyranny e aparece aqui. Independente de qualquer coisa, trata-se dum material muito bom e traz o melhor desses caras que sabem como ninguém tocarem o som proposto que é aquele grind pendendo para o death metal. E aguarde pelas músicas novas já com as ideias de Edismon.... Já estou na espera por estas faixas das quais ouvi ontem sem produção quando tiverem finalizadas e com previsão para sair em 2018 ou 2019. Ainda contém o show que fizeram na trinca ainda com Thiago Bochile nos vocais e foi legal ouvir algumas risadas conhecidas assim como a performance impecável da banda.


The Choice




Já o split citado consta com 3 bandas, sendo uma delas o assunto principal mais o ótimo Peia Braba e o fantástico Pigstein, ambos também com um grindcore desgraçado e cheio de fúria. Os melindrosos do metal virão com o argumento que é só barulho mas aviso que, para tocar tal som, qualquer um deve saber o que toca e o baterista possui a obrigação de ter um pouco técnica e muita disposição por ser o trampo mais braçal de todos.

O split junto com mais duas bandas.
Esses lançamentos coroam a boa fase não só desses caras e sim de toda uma cena mundial que ganha com mais esta força criativa da qual fico no aguardo pelo lançamento com esta formação nova, de preferência para ontem. Só tenho que dar os parabéns a todos os envolvidos, ex e atuais membros por terem colaborado para que esta entidade chamada Hierarchical Punishment continue com seu legado brutal por vários anos ainda. E sim, o guitarrista Leão também fez parte só para não esquecer de ninguém mas se esqueci de alguém me desculpem. E nos veremos dia 19 de Novembro no Portuga aonde terei o imenso prazer de ver esta formação em ação junto com outras bandas sensacionais em mais um dia de muito metal pesado e sem frescuras.

Lynyrd Skynyrd - Southern Knights

Sim, eu sei. Eu já fiz inúmeras resenhas sobre o Lynyrd Skynyrd. Já resenhei vários live albuns dos caras. Mas uma coisa a se entender é que cada ao vivo desses heróis é uma experiência única, algo maravilhoso e emocionante. Poderia resenhar acerca deste disco sem ao menos ouvi-lo. Mas para resenhar sobre um álbum é necessário ouvir para sentir aquela energia, aquela emoção de como se fosse a primeira vez que peguei algum disco deles para ouvir. Não é segredo para ninguém que gosto desses caras há um tempo e sim, eles são a minha banda favorita de todos os tempos. Não há nem haverá uma banda com a genialidade desses caras e quando digo genialidade aqui é o poder que eles tem de cativarem o ouvinte com canções que traduzem o que somos, canções que nos fazem sentir todos iguais, sem separar a banda do público pois a troca de emoções aqui é latente e fica aquela sensação maravilhosa de termos alguém para compartilhar nossas dores e angústias e canalizar isso para que cheguemos um denominador comum, que é encontrar a paz interior e nos sentir bem.
Portanto, ouvir essas músicas é sim algo recompensador. Porque não são somente músicas. Músicas que se resumem em ser somente uma faixa são descartáveis, jogadas fora em alguma lixeira de computador como se nada tivesse acontecido. Agora, quando falamos de canções eternas, essas a gente ouve e deixa no arquivo mais sincero de temos dentro de nós: nossos corações, que capitam a beleza de cada uma delas e pode nos fazer rir ou mesmo chorar de felicidade e agradecer pela existência duma instituição desse porte.
Tendo gravações em várias partes dos EUA, este disco duplo é um apanhado do que eles podem fazer encima do palco e se caso comprou os ingressos para o dia 13 de Dezembro só pelo Deep Purple, vai se deparar com uma banda impecável e que deixará o Deep Purple pequeno. Veja bem, esta é só minha opinião, uma opinião de fã e não de crítico musical. E dê uma checada no Tesla que fará a apresentação de abertura pois os mesmos também conseguem fazer um puta show. Falar o que de sons que passaram no teste do tempo como Workin´for MCA, I ain´t the one, Saturday night special, Down south junkin´, Double trouble, a releitura de "T" for Texas, What´s your name, That smell, Simple man, Gimme three steps, Sweet home Alabama, Free Bird e sem esquecer da versão espetacular para Devil in the bottle que em versão elétrica ficou tão fantástica quanto a que saiu em Endangered Species, um dos acústicos mais brilhantes da história da música das galáxias? Quem ouve Simple man e não quer abraçar sua mãe ou que ouve Free Bird e não sente vontade de chorar pensando na cachorrinha que faleceu é porque não sente nada pela vida. Num mundo de hoje aonde as pessoas cada vez mais estão perdendo o sentido de coisas tão maravilhosas, falar isso numa resenha pode ser considerado uma heresia por algumas pessoas.
Mas estamos aqui para sermos assim: verdadeiras, sem máscaras. Neste exato momento alguém está falando que sou um falso. Assim como alguém neste exato momento deve estar achando uma bela merda tudo o que eu escrevi agora. Como diz um grande amigo meu, o que os outros acham ou pensam de você é problema exclusivamente deles. Portanto, não devemos nos preocupar com o que falam da gente contanto que não fique realizando palestras acerca da minha pessoa.
Muito obrigado Lynyrd Skynyrd por me manter em foco com as coisas boas da vida sendo uma delas ouvir discos fantásticos e deixar o som rolar.

H.E.A.T. - Into the great Unknown

Mais um disco do H.E.A.T na praça e mais uma vez esses camaradas me alegraram. Estava eu aqui após uma bela sessão capetosa, eis que para dar aquela quebrada, decidi amenizar as coisas e este disco do HEAT veio para fechar a noite e dormir sonhando coisas legais e prevendo um baita futuro legal. Ouvir estes caras é sinônimo de se sentir alegre, revigorado com um som acessível, roqueiro e com um breve acento pop entre as faixas. Imagine pegar o ápice de bandas como Bon Jovi, Def Leppard, Heart ( anos 80), King Kobra, Vixen, colocar estes ingredientes no liquidificador e você terá o energético necessário para encarar o dia a dia. Sky Davids ( guitarra), Jimmy Jay ( baixo), Jona Tee ( teclados), Crash ( bateria) e o fantástico vocalista Erik Grönwall fazem um time de primeira e o que temos em Into the great Unknown é justamente aquela fórmula maravilhosa que vem desde  Address the Nation, disco que projetou o Erik como vocalista e talento único na arte de cantar.
E nas 10 faixas o que ouvi foi mais um breve apanhado de como deve ser a vida: feliz, pra cima e sem o menor risco de rancor ou encrenca.
E o cara que ouvir Bastard of Society ( que faixa de abertura!!!! ), Redefined, Shit City ( será?), Time on our side, Best of the broken, Eye of the storm, Blind leads the blind, We rule ( pura felicidade), Do you want it? e a faixa título e não demonstrar o menor sinal de bom humor, cuidado pois este cidadão vai querer pegar um caminhão e atropelar um monte de gente.
É óbvio que cada um tem o direito de gostar ou não mas um som desses tocando na rua é melhor do que os bate lata que ouvimos diariamente não é verdade?
Muito bacana o trabalho da Shinigami que vem lançando petardos assim no mercado nacional e nos dando a chance de adquirir tal produto sem pagar o olho da cara com um preço mais justo.
Trata-se de um dos melhores discos do ano juntamente com o Night Flight Orquestra, outra pérola do hard rock/aor mundial. Se nos anos 80 os EUA foram o mercado para este tipo de som, nos anos 2000 a europa tem nos apresentado diversos artistas se prontificando em realizarem a volta daquela época mágica da música aonde brincar na rua era legal e as pendências eram resolvidas cara a cara sem precisar de telefone ou rede social. Disco fabuloso!!!!!!!!!!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Dark Fury - Semper Fidelis

Finalizando as resenhas acerca dos discos pegos do meu amigo Rodrigo, esta banda que, assim como o Beherit, mantém a tradição pútrida e bela do black metal em manter seu som mal gravado de propósito, algo que dita uma regra aonde ser bonito não será permitido. Hoje conversando com outro grande amigo, disse que certos estilos não podem dar muita beleza pois tira o poder do estilo. Aqui não seria diferente. E abrindo o encarte temos aquela suástica famosa que tempos atrás foi símbolo daquele cara de bigode ditador. Sim, os caras devem ser adeptos do nazismo pois até a águia é bem parecida com aquela águia. Esse detalhe com certeza deixaria alguns politicamente corretos de cabelos em pé e se acusaram o Phil Anselmo de ser nazista por ter gritado " white power" no meio de um show, imagine se ver estas fotos dos caras do Dark Fury... Como não fui de encrencar com posturas políticas das bandas, sempre acreditei que o intuito é curtir o som. Eu acho contraditório ostentar suástica nazista usando corpse paint e tocando metal pois se caso Hilter estivesse aí contando história, com certeza iria desprezar quem curte black metal. Mas deixo tal tema para a pauta de reuniões paralelas a música pois o que importa aqui é o som.
O que dá para entender aqui é que a banda não existe mais e este disco é um apanhado do que foi feito durante 15 anos dedicados ao profano black metal. Aqui as faixas são meio que parecidas, alternando o som, indo do audível até algumas coisas sensacionalmente toscas bem a ver do que é o black metal old school. From the darkside of life, War against christianity, Shadows in the moonlight, Youngblood, Wrath, Undead entre outras me proporcionaram um momento de diversão e musicalidade contra tudo que é belo. O underground sempre que pode revela talentos e aqui tenho mais um em mãos. Bela banda indicada para quem possui ouvidos calejados e nada sensíveis a sons deste naipe. Isso é o real black metal. E ponto final.

Beherit - Complete Worxxx

Eis aqui uma lenda do black metal. O Beherit, duo formado pelos alucinados Nuclear Holocaust Vengeance e Sodomatic Slaughter é mais uma dessas bandas carregam o nome do black metal e espalham sua blasfêmia numa música completamente anti comercial, pútrida, grotesca e sem a menor vontade de ser melódico ou mesmo acessível a ninguém. Aqui nesta compilação temos algumas pérolas macabras e caso queira algo limpo e carinhoso, está no lugar errado. As músicas são simples, diretas e beiram o caos em inúmeros momentos.... mas é lindo demais!!!!!!
Aqui as faixas são e foram gravadas durante o começo dos anos 90, década esta que foi marcada pelos atentados as igrejas na Noruega e com isso o black metal virou um estilo amedrontador porém com inúmeros adeptos ao som e a atitude dos caras. Sim, aquele roqueiro com o papo típico de sua tia vai falar que não sabe como alguém ouve algo assim ou mesmo aquele que, ao ouvir algumas dessas faixas vai querer dormir com a luz acesa e ter pesadelos. Algumas faixas são espetaculares de tão pútridas como Beast of damnation, Hail Sathanas, Fallen souls, War command ou mesmo Werewolf, semen and blood, todas bem bonitas para aquele serenata e aquela selfie se sentindo muito feliz com seu amor. Algumas esquisitices como Dead inside ou mesmo Beyond vision apresentam algumas incursões de música eletrônica, algo meio bizarro mas ainda assim interessante e divertido.
Um artefato digno de ter quem aprecia tal vertente maldita do heavy metal mas ainda assim uma obra de arte musical, sentimental e emocional. Antes de bancar o malvado, ouça isto aqui para ver se é do mal mesmo. Se ficar com medo, pode tirar esta camiseta do Venom....
Em resumo: indispensável!!!!!!!

domingo, 22 de outubro de 2017

Archemoron - Sulphur and Fire

Finalizando a noite, esta banda sensacional, brutal. Hoje o domingo foi bem proveitoso com churrasco com amigos além de saber o sucesso que foi o Vulcano na abertura para o Venom em São Paulo. Uma vitória que simboliza a moral que estes caras possuem no underground internacional. Eu não pude ir mas fico feliz pelos guerreiros de Satã que mais uma vez abriram as portas do inferno para uma platéia emocionada. Agora ponto negativo para o Venom que no Chile no qual praticamente expulsaram as minhas meninas do Nervosa antes do previsto fim do show das garotas. Se foi machismo eu não posso dizer nada disso mas Cronos e cia deveriam respeitar as meninas que estão detonando cada vez mais. Seria o que elas passaram foi o mesmo que o Sepultura passou com o Sodom em 89 aonde os brasileiros foram simplesmente sacaneados pela equipe dos alemães por estarem detonando mais do que a atração principal? Ainda fiquei sabendo que Cronos foi estúpido com alguns fãs, chegando a agredi-los. Não sei o quanto isso é verdade ou mentira mas uma coisa é certa: se isso for verídico, é de lamentar tal atitude para com as meninas da Nervosa assim como os fãs não merecem este tipo de tratamento.
Mas enfim, a vida segue e segue muito bem ao som do Archemoron. Formado por Melikertiis ( guitarra/baixo), Aristomenes ( vocal) e Typhonas ( guitarra) além da bateria gravada pelo tal do Leogenis. O disco foi lançado em 2015 e em 10 faixas temos um som extremo mas ainda assim bem trabalhado com riffs pesados além duma cozinha precisa e o vocal vociferando algumas pérolas do metal maldito como Across the seven seas of my soul, I, the black desert, Ancient callings além de Omnia movens que contém um dos melhores conjuntos de riffs numa única faixa, soberba e forte.
O disco no geral empolga do começo ao fim e podemos notar isso graças a garra passada em todas elas. O disco fecha com a épica Lacerate the mind, uma obra prima em paralelo que merecia ser conclamada por todos. Não saberia classificá-los como sendo death ou black mas o correto aqui é simplesmente dizer que é um dos melhores discos de metal que já tive conhecimento. Muito bom descobrir bandas talentosas prontas para lançarem discos tão legais quanto este. Confira agora mesmo!!!!!!!!

Brutal Morticídio - Despertar dos chacais.... o outono dos povos / Obsessores espíritos das florestas austrais

Antes de ir a um churrasco ( churrasco é sagrado), uma resenha acerca de mais um grande grupo, uma banda vinda do Rio Grande do Sul em dois discos adquiridos recentemente. E que discos!!!!!!!! Não é mais novidade para mais ninguém o potencial das bandas nacionais e este trio não resta a dúvida de que estamos numa fase sensacional, muito boa mesmo. Aqui temos um trio comprometido em criar um metal negro com letras em português aonde é refletido a hipocrisia que infesta a humanidade desde sempre. Formado aqui por Tormento ( guitarra/vocal), Mielikki ( baixo) e André Rodrigues ( bateria) ambos os discos transmitem fielmente ao público o que e como se faz, o real significado de ser e fazer metal. Caso seja melindroso com propósitos cristãos muito certos, devo avisar que este disco não é para você. Tanto eu quanto meu grande guru do metal Rodrigo somos do lado "bom" da força mas isso não nos impede de curtimos bandas com tais temáticas, coisa que outro já teria saído correndo de medo e pedir para a mãe falar com os caras da banda para não falarem assim do "papai do céu". Em resumo, não somos frescos mas também não nos prendemos a regras impostas no metal conforme já vi e nem gostei.
Voltando aos álbuns, os discos são espetaculares e torna-se dificultosa a tarefa de escolher qual o melhor pois ambos são muito bons. O Despertar dos Chacais... contém 8 faixas normais além de 3 bônus, todas com aquela crueza metálica. Os nomes são sensacionais: A escuridão me conforta, Banho de sangue, A eterna marcha da devastação, Estúpido e podre homem branco e cristão, Embarcações da morte, E... a morte triunfa, Batalhão de extermínio, A longa noite dos corvos  ( civilização cristã). Entre os bônus temos um belo cover para My soul in hell do Amen Corner que ficou a altura do original. Se bem que minhas impressões acerca do Amen Corner caíram um pouco depois que os vi ao vivo mas....
Após este disco ouvi Obsessores espíritos das florestas austrais que é tão bom quanto o anterior e temos mais uma grande aula de metal negro em temas sensacionais do porte de Não darei a outra face, Para o eterno sofrimento de Cuauthemoc, Evocando os espíritos obsessores das florestas austrais, Vingança ancestral além de Anacrônico tempo, obsolescência da história. É um petardo atrás do outro, muito foda!!!!!! Vale destacar Estúpido e podre homem branco que aparece nos dois discos e contém uma letra para se pensar acerca do que o ser humano fez e continua fazendo no planeta como um todo e não apenas em aspectos religiosos.
No mais devo agradecer ao Rodrigo pela venda do material de forma impecável e a oportunidade de ter conhecido mais uma grande banda. Só um adendo: este disco foi lançado pela Violent Records do Luiz Carlos Louzada, vulgo Batata. Na verdade ele e outros selos estiveram juntos nestes lançamentos. Puta banda!!!!!!!!

sábado, 21 de outubro de 2017

Sargeist - Tyranny Returns

Retornando as resenhas, agora das profundezas mais obscuras do mais fétido e pútrido mundo leproso vem esta que é uma das coisas mais lindas que já tive conhecimento. Ultimamente ando curtindo este black metal mais tosco, ríspido até porque não tenho tido muita paciência com certos assuntos que me deixam meio puto da vida. Aparentemente não consta uma line up e sim um único cara que aparece nas fotos com seu corpse paint e pronto para aniquilar os "posers " que aparecerem em seu caminho. Radicalismos á parte, o Sargeist neste Tyranny Returns traz aquele black metal cru bebendo da fonte do Bathory, Hellhammer, Darkthrone, entre outros nomes. Senti algumas referências de punk no instrumental, principalmente aquele mais dos anos 80 quando o mesmo juntou-se ao metal.
Aparentemente temo um material que foi originalmente gravado em demo em 222 copias somente e o carinha da foto parece bem bravo para com os ex- membros pois aparecem na sessão de "no thanks".
E aqui esta fúria é traduzida em temas como Anti-human black metal wrath, um hino a todos caras que se dizem curtir mas não curtem o estilo como deveria de curtir. Isso me cheira a falso radicalismo e o mesmo deve de comer aquela ceia de Natal mesmo não acreditando em nada....
Outros destaques irão para The impaler prince, Dark fortress e de final um prelúdio bem bacana para rolar em algum enterro por exemplo.
Sem sombra de dúvidas aqui é tudo lindo e maravilhoso porém um cuidado: caso queira algo perfeito, guitarras limpas e ou um vocalista cantando algo gracioso, esqueça. Caso não consiga dormir a noite com a luz apagada, o melhor é nem passar perto.
Agora, se a sua praia for justamente um black metal em sua forma mais asquerosa possível, se renda agora mesmo ao Sargeist. Simplesmente fodido!!!!!!!

Thou Art Lord - Eosforos / Apollyon

Finalizando por ora as resenhas, mais uma surpresa. Na verdade esta surpresa eu já conhecia por via de nomes em revistas, mais precisamente numa reportagem na Rock Brigade não me recordando o ano mas vi uma entrevista com os caras, na época no lançamento do disco Eosforos. Sinceramente passou o tempo e nunca mais soube dela ou li qualquer coisa acerca desta banda. Recentemente meu amigo Rodrigo veio falando desta banda duma forma bem empolgada e este disco acabou caindo em minhas mãos. E que disco!!!!!!! Aliás, este dois em um é uma aula de como se praticar som extremo de qualidade. Aqui temos um death/thrash/black rápido, direto e sem muitas artes pomposas. Indicando estes discos a galera mais focada no som direto em se tratando de metal, com certeza faria alguns fãs de Cradle of Filth ficarem com medo pois acostumados com a banda de Dani Filth, seria um atropelo sonoro o som do Thou Art Lord em doses cavalares. E nestes 2 discos temos algumas das faixas mais brutais. Do disco Eosforos, o mesmo foi gravado em 93 e possui algumas perolas como For the lust of Lilith, Disciples of black sorcery, Towers of the autumn moon, A call of chaos, Warhammer a The era of Satan rising além de Through the eye of the Hierophant, todas essas muito foda contendo riffs ganchudos, bateria veloz e aquele vocal perfeito para apresentar aos pais em plena páscoa.
Mas não acabou pois temos ainda no pacote o disco Apollyon, gravado entre dezembro de 95 e fevereiro de 96 e mais uma outra amostra de violência musical com direito a partes trabalhadas com teclados e efeitos muito bons. Faixas como Hate is thicher than love ( será?), Prelude to apocalypse ( redes sociais), Wardance of the empress, Societas Satanas ou Excremental magic são muito boas e até melhores que as de Eosforos. E dá-lhe mais riffs animais, cozinha arrebatadora e vocais sensacionais para aquela cantiga de ninar ou mesmo para impressionar alguma namorada.
Esta banda grega, ao lado de seus vizinhos do Rotting Christ podem ser considerados como os representantes do som de lá mas posso estar equivocado e sim, haverá sempre bandas legais vindo de lá.
Em resumo, tenho em mãos uma edição imperdível e caso curta este tipo de som animal, pesquise agora mesmo estes álbuns e caso encontre, compre agora mesmo. Viva a música!!!!!!!!

Heavenless - Whocantbenamed

Continuando as resenhas acerca das últimas novidades que adentraram em minha coleção, agora preciso falar algo muito bacana. Esta banda foi uma das surpresas mais agradáveis que já tive quando você ouve algo que nunca teve contato. Este trio veio de Mossoró ( RN) e é formado pelos camaradas Kalyl Lamarck ( baixo e voz), Vicente Andrade ( bateria) e Vinicius Martins ( guitarra). O som é algo que chega a ser meio dificultoso de se rotular. Aqui é metal pesado, direto mas ainda assim muito bem feito. Poderia falar que são metalcore ou deathcore devido as levadas no instrumental que são semelhantes as bandas de tais estilos mas é certo ouvir este disco sem querer chegar em conclusões do que eles tocam. Aqui o som é pesado, legal e cheio de garra. Uma das características citadas, o peso, transita em todo o disco duma maneira que não interfira no sentido de deixar o som barulhento em demasia para demonstrar tal peso. Muito bem produzido, cada instrumento é bem distribuído durante as canções, fazendo deste disco algo bem agradável. O mesmo vale para a velocidade nas músicas, sabendo transitar tranquilamente entre o rápido e o cadenciado naturalmente. Temos aqui 9 faixas bem legais mesmo e destaco algumas pérolas do metal nacional como Hopeless, The reclaim, Hatred, Uncorrupted e a faixa que termina o disco, Ponit-blank é dotada de riffs animalescos, assim como todo o álbum. A já citada The reclaim é algo digno de nota pois seu andamento é cativante. Outro grande destaque são os vocais, bem cavernosos que juntando a guitarra e a cozinha faz deste disco uma máquina destruidora.
Este disco foi gravado e lançado em 2016 e mostra o quão fértil está o metal praticado por aqui. Um dia eu fiquei descrente referente ao metal brasileiro mas duns tempos para cá, tenho observado que as bandas estão cada vez mais prontificadas em executar, fazer algo realmente digno para fortalecer ainda mais nosso rico cenário. Sempre irei dizer que, som bom não possui nacionalidade assim como bandas chatas. Mas eis um exemplo duma banda que deixaria alguns gringos bem loucos assim como muita porcaria por lá seria deixada no chinelo por estes caras. Parabéns a todos os envolvidos e saibam que este disco é algo que chega perto, bem perto da perfeição absoluta.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Altu Págánach - Under the Ground

Voltando as resenhas, desde já agradeço pelos discos vendidos por um cara que sabe do assunto quando falamos acerca de sons extremos, Rodrigo Mesquita. Sempre com devida qualidade, seus cds sempre vem em minhas mãos de forma impecável, um belo exemplo de quem cuida do disco como sendo uma obra de arte e é deste jeito que deveria ser tratada sempre a música. E esta banda não é para qualquer ouvido. Imagine poucas faixas tocadas aonde predomina aqueles sons de passarinho cantando, água de rio, florestas e afins. São poucas as faixas realmente tocadas aonde a sensação de estar ouvindo o disco 2 do Ummagumma do Pink Floyd vem em minha mente. E aqui cabe uma observação: não se trata dum disco para se ouvir numa festa. Ele deve ser apreciado lendo um livro, sossegado e sem bagunça alguma. Indicar alguma faixa chega a ser meio difícil por conta do que eu disse anteriormente mas as tocadas são bem legais apesar de ter aquela gravação de demo tape gravada no porão de casa. Portanto, se caso você busque algo muito bem gravado e direto ao ponto, esqueça este disco. Agora tendo em mente que pode ser um baita momento para relaxar a mente e refletir em algo que aconteceu, trata-se dum item elegante e provocador. Apenas para fãs mais ardorosos e que, como eu, não liga somente para acessibilidade podendo viajar para outras dimensões.

Curto Circuito - uma ótima opção para curtir um som de qualidade.

Sempre com o intuito de fazer sempre algo para o som de qualidade, o dj e apresentador do Som do Dias, Sérgio, sempre que pode organiza algo do gênero e obtém uma qualidade sempre presente nas atrações que escala para seus eventos e ontem a noite não foi diferente. Uma quinta feira aonde teria a mesmice de sempre que seria ir para a faculdade e vir para casa foi alterada para uma noite regada a som alternativo de qualidade e mais do que nunca originalidade. Duas atrações sensacionais fizeram parte deste fest que promete muito mais para as próximas edições conforme fiquei sabendo ontem.
Mas algo anda me incomodando um pouco e não é nada pessoal o que irei digitar agora mas serve de reflexão a todos nós. Muito se comenta acerca do fim das bandas principais das quais gostamos tanto num futuro próximo já que muitas delas beiram os 30, 40, 50 e quase 60 ( Stones) anos de estrada. Isso será inevitável. A Blaster um dia irá fechar também ou você acha que o Rafa irá durar para sempre? Gostaria muito que isso acontecesse mas não irá. Logo logo ele vai fechar as portas e aí não teremos mais aquele lugar tão cativo para conversar sobre música em geral. O que me deixa mais incomodado é o quanto as pessoas andam se distanciando uma das outras. Separadas em grupos, as pessoas que curtem rock não se interagem do jeito que se interagia por exemplo os hippies ou até mesmo nos 80 as coisas eram mais unidas. Mas aí veio a tecnologia. E aí veio também os grupos de whatsapp e a divisão começou. É triste saber que, quando a Blaster fechar, a galera ficará mais separada ainda, sempre querendo se comunicar menos pessoalmente e mais virtualmente. Se o rock foi criado para ser uma unidade unificada aonde todos estariam juntos, os fãs do estilo não andam cumprindo com o significado da coisa. Pelo contrário, ficam se apegando em assuntos que em nada contribuem para o bem estar e que simplesmente se distanciam sem a menor preocupação. Acho que com a morte desses caras e o fim de bandas como Metallica, Iron Maiden, Scorpions, entre outros senhores teremos o fim também dos encontros entre amigos já que estando conectados virtualmente "nada mais importa".
Ontem no evento, vi turmas de amigos se divertindo, interagindo e ás vezes fico me perguntando se eu tenho tal turma. Sim, tenho amigos mas uma turma para me encontrar sempre fora da Blaster, eu não tenho. Portanto o que me resta é sair um pouco e curtir um som ou mesmo estar em casa em companhia das minhas cachorras e dos meus pais mas aqui no meu quarto ouvindo um som. Quando quero sair? Apenas saio, a cidade é maravilhosa e temos lugares bem bacanas para frequentar como o Pátio Iporanga ou até mesmo a biblioteca do CCBEU aonde encontro uma paz sensacional.
Voltando ao evento, tivemos o Baby Scream, capitaneado pelo sempre brilhante Juan Pablo Mazolla e o A sea of Leaves, banda local que já conta com um ep e um disco inteiro e prepara-se para mais um disco de inéditas.
Iniciando a noite tivemos Juan que contou com músicos experientes em sua line up entre eles o guitarrista Ricardo Aracon e o baterista Enrico. Fechando com o baixista Guz Natale tivemos um show de músicas cativantes e um cara que entrega sua energia a serviço da música. É certo que o Baby Scream resume-se a seu criador e líder mas ele prefere o clima de banda agindo com simplicidade e se divertindo pra caramba. Falar da competência dos músicos é chover no molhado mas o que o guitarrista Ricardo faz é algo empolgante, o cara simplesmente arrepia!!!!! O batera Enrico também toca sua bateria de maneira comprometida aonde não permite malabarismos desnecessários. Tocando músicas do Baby Scream, Juan simplesmente não necessita de covers pois as faixas que compõe são estupendas demais não devendo nada a muito compositor mainstream. Feeling, melodias e uma voz única. Ao final da apresentação o mesmo com a simpatia de sempre ainda me presenteou com o ep Multiverzal, projeto que montou ao lado do chapa Mariano Azcurra . Aqui consiste em 4 temas, sendo 2 versões em castelhano de faixas do citado Baby Scream e duas inéditas cantadas por Juan em inglês. Tente ouvir agora mesmo Spoiled but happy ( Juan), En el fundo del mar ( Mars, essa com Mariano), You lost the keys again ( Juan) e fecha com Triste en Berlin ( Mariano). Agora falta somente o disco inteiro!!!!!!!
Fechando a noite tivemos o A sea of Leaves e seu shoegaze com misturas de indie rock, post punk e similares tocando faixas simplesmente matadoras. Além de guitarrista muito bom, Edu ainda possui uma das vozes mais agradáveis que sai com emoção, uma entrega verdadeira dum artista preocupado única e exclusivamente com sua música. Guz e Enrico mantém a cozinha sempre impecável para o frontman e guitarrista seguir tranquilo em suas melodias misturadas a efeitos dissonantes e peso no som de seu instrumento. Ou você acha que banda shoegaze não toca pesado? O que vi foi um show duma banda entrosada e que gosta do que faz. Terminada a noite, me dirigi a o ponto de ônibus e fui para a casa feliz pela noite de ontem. Agradeço a companhia do amigo Tarso e a presença de outras pessoas bacanas além das bandas e de Sérgio Dias. Quando eu prestigio o cenário santista eu vou aonde tiver música que me faça sorrir, seja metal ou alternativo ou hardcore, não importa. O importante é manter, antes de tudo, a chama acesa e que lugares como a Stormix mantenham as portas abertas sempre pois assim teremos lugares legais para irmos na cidade.
Lembre-se: a música foi feita para nos unir e para nos diluir. Boa tarde a todos.
Capa do projeto de Juan Pablo Mazolla e Mariano Azcurra.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Genesis - idem

Finalizando por hora as resenhas, um disco bacana para um dia bacana como o de hoje. E ainda tem gente reclamando porque está calor mas aí é outra história que deixo para quem utiliza a rede social para ficar reclamando mais que o Datena. O Genesis já era capitaneado pelo baterista e vocalista Phil Collins e o direcionamento já constava o acento pop que tomaria conta do som da banda nos discos que vieram depois. Aqui reduzido a trio Collins, Tony Banks ( teclados, backing vocals) e Mike Rutherford ( baixo, guitarra e backing vocals) gravaram este disco lançado em 83 contendo 9 faixas que, se não era aquela fase progressiva maravilhosa, aqui tínhamos um pop rock muito legal e alguns hits como Mama ( tente ouvir esta música sem dar risada), That´s all e Home by the sea. Dessa fase ainda prefiro o Invisible Touch mas este disco também pode ser ouvido de ponta a ponta sem o menor constrangimento pois contendo esses senhores citados, torna-se impossível algo sair errado nesta história. Assim como o Genesis, outras bandas progressivas adotaram o som mais pop nos anos 80 como o Yes, Pink Floyd e para o mal da humanidade até o King Crimson se arriscou em fazer algo comercial mas quebrou a cara e não acabou sendo feliz como os outros concorrentes. Os anos 80 foram a década que mudou a música de cabeça pra baixo e quem não se encaixou neste formato ou acabou ou ficou no status de banda cult até voltar aos holofotes nos anos 90. Aliás, o progressivo já tinha tomado a primeira porrada quando em 77 viu a cena do punk rock nascer com Sex Pistols e Ramones e de repente suas músicas longas ficaram chatas demais para uma juventude que queria urgência e raiva nas músicas. Os anos 80 foram impactantes mas o punk já tinha feito um belo estrago na galera setentista que adorava viajar nas músicas.
Um disco para apreciar sem rotular. Boa tarde.

Carpenters - The best of

Dando sequência a bela prestação de serviço a boa música que o CCBEU realizou para alguns felizardos, este best of do Carpenters é algo digno de emoção. Não é novidade para quese ninguém que suas canções eram lindíssimas, dotadas duma alma pura, divina. Eles eram uma versão gringa do que veio ser uma certa dupla brasileira chamada Sandy & Júnior muitos anos depois. Eu sempre os chamarei de Carpenters brasileiros. Vejamos: Sandy possui uma voz tão linda quanto a da saudosa Karen Carpenter e Júnior fazia bem o papel de voz de fundo e protetor da irmã Sandy assim como Richard Carpenter. E Richard foi um daqueles irmãos que viram um talento como a da irmã se calar em 83, vítima da anorexia que a mesma enfrentou. Karen colocava seu drama nas músicas cantando de forma brilhante alguns dos temas mais bonitos da música pop americana.
E temos 14 faixas brilhantes, que nada devem para nenhuma outra já gravada por algum artista mundial e tenho dó de quem possui um radicalismo desnecessário pois está perdendo uma oportunidade para curtir música de qualidade. E o que dizer acerca de interpretações magistrais para uma canção do porte de Solitarie ? Chega a ser algo sobrenatural. Outros artefatos místicos estão em We´ve only just begun, Yesterday once more, Only yesterday, Please mr. postman, ( They long to be ) close to you, Rainy days and mondays entre outras faixas desta dupla. Aqui temos uma prova para você mostrar caso tenha aquele amigo chato que sempre gosta de acusar a música pop de ser "merda". A grande merda talvez seja uma pessoa simplesmente não ouvir tal artista justamente por ser um estilo que não seja rock. Lógico que ninguém aqui está virando casaca para o pop, sou e sempre serei roqueiro de alma e coração. A única diferença é que meu ouvido assimila outros gêneros que não sejam rock. Meu ouvido assimila o que simplesmente toca meu coração de forma verdadeira, sem pressões massificadoras de embalo sazonal.
Que a obra do Carpenters continue tocando inúmeros corações mundo afora pois estamos falando sobre música em sua versão mais honesta. Karen e Richard são e sempre estarão no patamar mais alto da música pop em geral. Não gostar é de todo direito de qualquer um. Agora, falar que suas músicas eram uma "merda" é outra história. História esta que somente traduz o quão ignorante pode ser alguém que fale isso com tal convicção. Próximo.

Seals & Crofts - Greatest hits

Após o trio progressivo, um dos discos mais legais, um cartão de visitas maravilhoso para conhecer todo o restante desta dupla formada pelos camaradas James Seals e Dash Crofts. Lançada em 91 esta coletânea traz algumas das 10 melhores faixas dos caras e óbvio que consta aqui a clássica Summer Breeze, faixa que já regravada pelo Type o Negative no igualmente clássico Bloody Kisses. Uma música fantástica, melodia pegajosa e alegre a Summer Breeze original é um autêntico soft rock com aquela pegada meio folk dos lenhadores da Irlanda. Lógico que não há somente ela e sim When i meet them, Diamond girl, Hummingbird, Castles in the sand, East of ginger trees, I´ll play for you, Ruby Jean and Billy Lee além de We may never pass this way ( again) que fecha o disco. Mas uma observação: caso queira peso, guitarras distorcidas, vocais enérgicos e muito agito, esqueça. Seals and Crofts é aquele som de final de tarde para ouvir na beira do mar para se pensar na vida e relaxar a cada audição. Aqui a música traduz a beleza cuja melodia pode te levar a lugares nunca antes navegados ou mesmo a outros períodos bons da sua vida.
Ótima compilação aonde a oportunidade de ouvir algo descolado pode mudar um pouco o mundo distorcido de alguns abrindo horizontes e revelando músicas fantásticas. #paz.

Emerson, Lake and Palmer - Tarkus

Vou desde já dedicar esta resenha a uma lenda viva, ele que alegra a todos com seu jeito sempre carismático e um autêntico mordedor de fronha, mais conhecido como Ricardo Alves. Ele sempre que se encontra comigo, fala que um dia iria falar acerca do Emerson, Lake and Palmer e eis o grande dia e que o fará abrir um sorriso e que com certeza ao meu ver vai falar " eu falei" com o dedinho apontando para mim. Brincadeiras a parte, Tarkus, disco de 1971 é uma amostra de que este trio não é só sonolência como comprovou aquele ao vivo interminável. Me desculpem mas aquele live album era muito chato com aqueles efeitos de teclados sem fim. Agora este disco é diferente. Não que não possua algumas maluquices pois há sim alguma coisa. Mas há uma musicalidade maravilhosa e, pasmem, um peso setentista sensacional. Lógico que estamos falando duma banda progressiva de fato e todos os adjetivos para se fazer um disco deste estilo estão aqui. Em 7 faixas temos um dos melhores discos já ouvidos por mim e faixas curtas. Tirando a suíte que leva o nome do disco aonde é dividida em partes totalizando 20 minutos e 35 segundos, o restante das faixas não chegam a 4 minutos. Incrível não? Pois bem, temas como Bitches crystal, The only way, Infinite Space, A time and a place e o final com a lá rock n´roll Are you ready Eddy? são temas certeiros e sem aquele malabarismo dos ao vivos. Digamos que Tarkus são daqueles discos prog que mesmo um não fã do estilo acaba gostando. Queimei um pouco minha língua mas que aquele ao vivo continua me produzindo calafrios só de lembrar, com certeza continua causando. Porém Tarkus produz o efeito reverso: a cada audição, terei um disco com cada detalhe que será descoberto nas próximas audições. Obrigatório!!!!!!!!!! Surpreso? Serei acusado de ser vira casaca? Lembre-se: todos temos o direito de mudar de opinião. Boa tarde.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Dashboard Confessional - The Swiss Army romance

Finalizando a noite, um dos discos que estavam reservados no Rafa lá na Blaster e que finalmente chegou em meu lar e no meu som. O Dashboard Confessional possui por trás deste nome um ser que simplesmente é a mente e corpo de todo o projeto e ele se chama Christopher Ender Carrabba. Ele faz um som enérgico, emotivo e um detalhe: apenas cantando e tocando um violão. Tal formato pode não agradar logo de primeira mas ouvindo o disco, teremos uma outra dimensão do que pode fazer este rapaz. Eu mesmo pude comprovar isso no show de abertura para o Anberlin aonde sozinho no palco o cara literalmente apavorou fazendo de sua voz e violão instrumentos importantíssimos para uma apresentação contagiante e cheio de canções maravilhosas. Recomendo ainda ouvir seu disco de covers, igualmente fantástico.
Aqui neste disco de 2003, temos um disco para se ouvir naquele momento aonde você precisa duma tranquilidade, dum refúgio para acalmar alguma dor pessoal, sem a necessidade de compartilhar com ninguém em rede social ou mesmo com alguém na rua. Músicas como as dele são daquelas que consegue tocar fundo na alma de alguém com o mínimo de sendo possível. Caso seja aquele metaleiro incurável, com sua carinha de malvado, pode passar longe até porque é seu direito.
Screaming infidelities, The sharp hint of new tears, Living in your letters, The swiss army romance, Turpentine chaser, A plain morning, Age six racer, Again i go unnoticed, Ender will save us all, Shirts and gloves, Hold on e o fechamento com This is a forgery foram feitas exclusivamente para mentes fora da caixa conformista. Mentes fechadas não são apropriadas para tal audição.
O que ficou de lição aqui é que a música pode te levar para caminhos maravilhosamente ecléticos e ambiciosos. Boa noite a todos.

Mariah Carey - The Emancipation of Mimi

Voltando as resenhas, nesta noite agradável de terça feira, ela volta a minha vitrola. Estou falando da cantora cuja existência não seria a mesma coisa sem ela por aqui. Sim, Mariah Carey é, para este que vos escreve, uma das salvações do meu mundo emocional, esta mulher nasceu para cantar em meu lar em discos sempre recheados de canções pop de refrão grudentos e saborosos. Pegando o encarte para ver, temos ela, sempre deliciosa fazendo aquelas caras e bocas sensuais que só ela sabe fazer. É fato que tem um photoshop ali mas quer saber? Não dou a mínima, ela se chama Mariah Carey e sim, ela pode pois está em meu coração. E neste disco ela mais uma vez me presenteia com músicas bem bacanas, daquelas de curtir a vida com mais sorriso na cara e menos rancor. E pode chamar Mariah de santa de pau oco já que na parte de trás do disco vem uma citação bíblica e a mesma posar em fotos deliciosamente instigantes. Afinal, quantas garotas "bondosas" que vemos no Facebook posarem no sábado a noite com seus copinhos cheios de bebidinhas ou suas garrafas de skol beat vermelha ( ok, eu também acho a skol beat bem gostosa) postando em fotos com os dizeres " hoje quero fazer maldade, sou rainha e soberana do meu ser" e no dia seguinte com aquelas caras de mal amadas já que a bebida deve ter feito mal ao ego delas, postarem frases de incentivo a vida com o dizer #deusnocomando se sentindo determinadas e prontas para a batalha ou eu estou mentindo? Julgar a Mariah Carey ou qualquer uma dessas cantoras é fácil. O difícil é controlar os ânimos e maneirar na disputa de quem pode beijar mais garotos na balada ou mesmo beber mais água para segurar a onda do balalaica ou seja lá o que for o que bebem esta juventude na noite. É o mesmo que julgar a liberdade do Aécio Neves e praticar o jeitinho brasileiro "esquecendo" de avisar a caixa da padaria que ela lhe deu o troco a mais ou mesmo julgar o Fábio Assunção sendo que o seu nariz não sai de onde o dele estava.
Voltando a emancipação da mimi, em 14 faixas temos Mariah cercada de rappers e cantores de apoio para que a mesma se sinta a diva e possa dar seus agudinhos e sussurrar em canções como It´s like that, We belong together ( adoro esta canção), Shake it off, Mine again entre outras. Dentro os rappers que constam aqui temos o canalha legal Snoop Dogg em Say somethin´e Nelly em To the floor. Outras preciosidades são encontradas em Circles ( lindíssima), I wish your knew além da maravilhosa Fly like a bird que fecha o álbum.
The Emmacipation of Mimi mostra que Mariah Carey pode sim ser algo interessante para se ouvir, sem se prender aos famosos "decretos" aonde a regra principal é não ouvir nada fora do rock. Ledo engano. Podemos sim ouvir algo fora do rock e do metal. Temos todo o direito até porque os tempos de radicalismos infantis já deveriam ter acabado e a história mundial nos mostra justamente o resultado de impor algo de forma ditatorial. O roqueiro reclama da ditadura, reclama do nazismo, reclama do fascismo, reclama de tantos regimes ditatoriais. Mas não para para pensar que tenta ser ditatorial no seu mundo mandando ou mesmo crucificando pessoas por pensarem diferente do que ele. Queria muito ter uma camiseta da Mariah Carey mas não possuo em meu vestuário por não existir a venda. E se tivesse, usaria sem vergonha alguma. Aí verei a turma do " se fosse anos 80 ia apanhar" teriam crises absurdas de chilique.
Te amo Mariah Carey.

domingo, 15 de outubro de 2017

Baby Scream - Idem e Life´s a Trap

Finalizando a noite e as resenhas, uma banda de um artista muito especial. Desde que ouvi seu som pela primeira vez até hoje, o Baby Scream sempre me fez alguém melhor e feliz graças a seu power pop cheio de nuanças alternativas que transitam entre distorções e acústicas cheias de vida e alma. E seu mentor, um argentino chamado Juan Pablo Mazolla é o grande responsável pela criatividade em todo trabalho do Baby Scream. Sempre se apresentando em São Paulo e Santos, o mesmo ainda detém uma simpatia dificilmente vistas. Com seu violão e sua voz a lá Lennon, Juan gosta de tocar e conversar. E se você acha que o cara por fazer o som que faz só curte algo na praia em que toca, engana-se. Juan é um profundo conhecedor de metal, tendo visto inúmeros shows de metal, punk e alternativo. Acreditaria se eu lhe dissesse que numa das últimas conversas ficamos falando sobre King Diamond, Kreator, Angra entre outros? Pois é meu amigo, o cara conhece de metal mais do que muitos metidos a radicais por aí. Mas entende muito de power pop, alternativo e está sempre antenado com o que rola na cena underground.
Aqui temos dois lançamentos trazidos por ele na última feira de discos aonde o mesmo ainda fez um show bem legal juntamente com os brasileiros Ricardo ( guitarrista e um dos donos da Besouro discos além de integrante do Som Três) e Enrico ( baterista e integrante das bandas Som Três e A sea of Leaves) num ambiente acústico e bem agradável. Infelizmente o restante do Baby Scream não podem vir mas ainda espero um show com a banda completa.
Começando com o auto intitulado disco de 2015, o mesmo contém 10 faixas contagiantes e sem invencionices. Aqui é melodia direta e reta com muito feeling e ótimo gosto. Faixas sensacionais como Powerpop crush, Exile, Mental case, The ghosts of Valerie além de Watching the end of the world ( on tv), Nipone, Lazy, What about you? e Twenty seven são algumas das melhores não só do Baby Scream mas de toda a música em geral. Aliás, tais faixas mereciam tocar em rádios pois além de serem de ótima vibração possuem todo o jeitão de estarem entre as melhores da programação. Mas antes de passar para a fita tive que deixar para última a faixa que imprime um sentimento tão bonito que seria uma baita ignorância de minha parte não citá-la e ela chama-se Jekyll & Hyde. Viajante no instrumental juntada com a voz de Juan trata-se duma combinação exata para chegar a perfeição. Pode não ter chego a tal intuito mas que chegou perto chegou.
Já Life´s a Trap saiu em 2016 e nesta versão em fita k7 muito bem feita, tive a emocionante sensação de voltar aos meus tempos de adolescente e colocar a fita para rolar no micro system da minha mãe que por sinal possui um toca fitas. É e sempre será algo que me faz ficar emocionado pois lembro que eram as fitas que eu possuía para ter acesso a música e eu já tive fitas originais. E aqui temos o lado a e lado b, cada um contendo 4 faixas cada. Em cada lado desta fita temos pelo menos uma música de lado que merecem a atenção para análise. Uma delas é The ballad of music biz, linda, sentimental e por ela me vieram a recordação de como eu ficava horas em frente meu antigo som para gravar as músicas que eu queria ter para ouvir sem parar. Do lado b, Jokes é a outra em questão. Com uma linda camada de teclados e sempre a voz cheia de sentimento deste hermano faz dela algo inesquecível. Mas outras faixas que constam aqui são muito legais como exemplifica Life´s better when ur high, Climbing down, We can´t go back to 17, Wish you were beer, The road bends e Midnight snack que fecha a fita e o momento que passei durante toda a audição de mais dois grandes lançamentos. Sinceramente falando, fico gratificado toda vez que artefatos chegam até mim. Obrigado Juan e a todos do Baby Scream pela ótima música feita para me alegrar. E quinta, teremos nosso grande amigo juntamente com os músicos citados acima na Stormix Lab junto com o A sea of Leaves. Não percam por nada isso!!!!!!!!!

Death - Scream bloody gore

Graças a última edição da Roadie Crew aonde foram mostrados os 87 discos de 1987 a uma coluna da revista aonde o artista gráfico Marcelo Vasco resenhou acerca da capa deste disco, quando eu o vi na feira de discos, não deixei passar a oportunidade de possuir um dos melhores discos de death metal de todos os tempos. Na verdade, um dos percussores do death metal, o Death foi importante para disseminar um estilo musical que veio para eternizar seu legado dentro do heavy metal e da música em geral. Em seu track list original consta 10 faixas sem a menor frescura e um Death cru, violento e sem a complexidade que foi adentrando na banda por conta da evolução do saudoso Chuck e pela mudança de integrantes. Mas aqui não temos nada complexo e sim um som brutal puramente do jeito que tinha durante os anos 80 e que fez muito bem e inúmeros jovens da época que desejavam algo mais brutal e sair um pouco da mesmice.
Infernal death, Zombie ritual ( clássico), Denial of life, Sacrificial, Mutilation, Regurgitated guts, Baptized in blood, Torn to pieces, Evil dead e a faixa título devem ser ouvidas agora mesmo e fazer abrir a mente de quem curte essas bandas extremamente certinhas de hoje em dia. Não que sejam ruins mas perderam muito da garra que este disco possui em detrimento a uma técnica meio exagerada na minha opinião. Esta edição conta com 4 faixas, sendo 2 ao vivo.
Death, Possessed, Cannibal Corpse ( primeiros discos), Macabre entre outros merecem ser apresentados sempre para qualquer adolescente caso o mesmo queira conhecer uma época de ouro do death metal. Clássico!!!!!!!!

Patria - Magna Adversia

Conhecer bandas e artistas em geral pode e ainda é um dos momentos mais legais que podemos ter. Em se tratando de bandas underground, várias bandas apareceram e quase todas me fizeram terminar a audição com um baita sorriso no rosto devido a qualidade que elas se encontram e ouvindo este mais novo disco do Patria, esta afirmação mais uma vez faz jus. Já tinha adquirido dois discos dos caras e ambos são maravilhosos, contendo um black metal muito bem feito e cheio de raiva e garra verdadeira. Já tinha lido outras resenhas acerca do disco e todas elas enalteceram o quão ele está mas só ouvindo com meus próprios ouvidos para comprovar se tal disco é ou não é legal. E que disco foi este que ouvi!!!!!!!!
Contendo 10 faixas, uma produção bem melhor acabada e uma banda inspirada temos o que qualquer ouvinte que vai gastar seu suado dinheiro quer: um disco que faça jus você comprar. Já faz tempo que o metal nacional deixou um pouco a crise de "ninguém me ama ninguém me quer" e resolver arregaçar as mangas e fazer o melhor. E que melhor!!!!!! Infidels abre o petardo, poderosa, ambiciosa e pronta para nos mostrar que o resto do disco viria na mesma tocada. Axis, Heartless e A two-way path formam a sequência matadora dum disco já nascido vitorioso aonde riffs maravilhosos, misturados a vocais agressivos na medida exata junta com uma cozinha soberba. E após a faixa Communion vem uma das mais belas faixas do black metal, Now i bleed. Que petardo!!!!!! Arsonist, The oath, Porcelain idols ( reflexão) e Magna Adversia completam este disco que merece degraus maiores para esta banda. E atento ao conteúdo gráfico, muito bem feito e caprichado. Como deve ser tratado o metal aliás. Ponto positivo para o metal nacional que ganha mais um belo exemplo de como deve ser. Recomendado desde sempre!!!!!!!!

Frank Zappa - Ship arriving too late to save a drowning witch

Dando continuidade as compras de ontem, um dos discos mais sensacionais e provocadores dum artista igualmente sensacional e provocador. Conforme já comentei antes em outra resenha para o grande mestre, o mundo hoje em dia iria crucificar Frank Zappa. Senão vejamos: Zappa era um sarrista de mão cheia, daqueles que deixaria muito mimizento de facebook de cabelo em pé. Seu humor destilava um veneno sutil, inteligente mas ao mesmo provocador ao extremo. Ele era aquele cara que sabia tocar na ferida mesmo sendo extremamente engraçado, como boa parte de suas músicas eram. Logicamente que, aliada ao bom humor ácido, sua música era soberba e incrivelmente impactante e que me envolve até hoje. Uma vez adentrado ao mundo de Zappa, dificilmente você sairá ileso ou voltará 100 % normal. Mas, um lembrete: quando uma pessoa, seja quem for, falar que é normal ou perfeita desconfie. Pessoas normais ou mesmo que se acham as perfeitas podem decepcioná-lo bruscamente mais para frente. Frank Zappa era um desses caras que não acreditavam em pessoas "normais" ou "perfeitas" e sim em seres humanos que só querem viver feliz neste mundo doente. Em 6 temas temos musicalidade, humor e um gênio no comando deste navio maravilhoso e cerebral. No not now, Valley girl, I come from nowhere, Ship arriving too late to save a drowning witch, Envelopes e Teen - age prostitute podem soar estranhas para pessoas quadradas e sonsas mas para quem pensa fora desta caixa de conformismo que vive esta sociedade de hoje, tais artefatos são obras de arte para nos fazer pensar e ainda sobrar um tempo para a felicidade.
Com certeza Zappa hoje em dia seria o "polêmico" aonde alguns iriam achá-lo "engraçado " demais para o gosto dele e ia querer denegrir sua imagem como se fosse um monstro. Mas a vida é assim mesmo: apenas devemos aprender e nos distanciar de quem acha algo errado em nós humanos.
Obrigado Zappa por ainda estar em meu som e aonde você estiver, saiba que você faz muita falta neste mundo cada vez mais politicamente correto e julgador.

Depeche Mode - The Singles 81 - 85

Agora iniciando os discos que peguei em mais uma grandiosa feira realizada no Gonzaga, capitaneada pelo brother Sérgio Dias, iniciei com este do Depeche Mode. Aqui trata-se dum pequeno apanhado da banda entre 81 a 85, os singles da banda neste período. Falar do Depeche Mode é chover no molhado mas sempre é muito bom relembrar o quão legal são suas músicas e aqui temos pérolas do future pop, eletrônico, dark, o que você quiser rotular como People are people, Master and servant, It´s called a heart, Just can´t get enough ( clássica), See you, Shake the desease, Everything counts, New life, Blasphemous rumours ( olha só...), a sutileza de Leave in silence além de Love in itself, Dreaming of me, The meaning of love e o fechamento com Somebody. Cada uma delas possui uma qualidade que o trabalho de rotular é apenas perda de tempo. O legal de bandas como esta é simplesmente colocar o disco e se divertir pra caramba. Aliás, tal lema serve para a música em geral não? Um breve relato duma instituição musical. Pera aí que o Zappa acabou de tocar, já volto.

Marduk - Dark Endless / Those of the unlight

Voltando as resenhas habituais com uma das bandas mais sensacionais do heavy metal. Praticantes do black metal, o Marduk é uma dessas bandas que praticamente acerta em todos os seus discos, seja falando de guerras ou satanismo. Aqui não temos moleques metidos a revoltados que abordam tais temas de forma infantil e simplesmente por odiar o outro lado da moeda. Aqui há um conhecimento de causa, uma verdadeira contestação acerca do que está errado e a batalha de nadar contra a maré é tarefa para poucos, bem poucos. E aqui cabe uma observação: não estou do lado de ninguém nesta batalha de religiões. Apesar de ter sito batizado no catolicismo ( do qual não possuo a menor vergonha), não fico pregando por aí que o Diabo é o malvado e Jesus é o bonzinho. Aliás, Jesus está comigo sempre ao meu lado ouvindo os discos junto e batendo cabeça feliz da vida. O Diabo também. E sabe a conclusão que cheguei? Que quem prega esta "rivalidade" é o próprio ser humano pois ambos se falam normalmente e não ficam de briguinha para ver quem é o melhor. Livre arbítrio não é o legal? Democracia para ser mais exato não é mesmo? Recentemente vi uma verdadeira batalha naval num post aonde alguém postou uma banda de grindcore mas que pratica a filosofia white metal nas letras. Ataques de ambos os lados foi o que eu li e apenas ficaram em ataques e xingamentos aonde o mais importante ficou perdido: a música. Lógico que cada estilo deve ser preservado e misturar algumas coisas pode ser esquisito demais até para mim que sou eclético. Seria certo eu ignorar o Marduk por conta de religião? Claro que não!!!!!! Lembre-se: não fico do lado de nenhum dos dois nesta história, ambos ( Jesus e Diabo) são legais pra caramba e não possuo motivo algum para ir contra um deles. E seria duma ignorância total eu simplesmente deixar passar esta que é uma verdadeira máquina de riffs e faixas que desafiam a muitos quando o assunto é atitude, garra e fazendo parte dum universo tão rico quanto o black metal, fazer a diferença é algo muito importante.
Recentemente adquiri esses 2 discos da era inicial e ambos soaram fantásticos.
Iniciando pelo maravilhoso Dark Endless de 92, um dos discos mais brutais que ouvi na vida. Contando com Andreas Axelsson nos vocais, Devo Andersson e Morgan Hakansson nas guitarras, Joakin Grave na bateria e Bogge Svensson no baixo ( quem tocou baixo neste disco foi Rickard Kalm) e produzido pelo experiente Dan Swano, o álbum traz tudo que um fã de black metal precisa para ouvir este disco. Após uma intro temos uma pancada chamada Still fucking dead ( here´s no peace) que já abre com chave de ouro e mostrando o que encontraria no restante do disco. Outras faixas como The sunturns black as night, Within the abyss, Departure from the mortals traduziam muito bem o black metal daquela época: mais influenciados pelo metal mais old school, e bandas como Bathory, Venom, Hellhammer, o Marduk já fazia algo visceral e prontos para conquistarem seu lugar de honra no estilo. Ainda neste mesmo disco há faixas ao vivo em 91 além de faixas em estúdio em 90 o que torna este material mais rico e interessante.
Passando para Those of the unlight, este disco de 93 é outro artefato rico ao meu cérebro e ao meu ouvido temoa algumas mudanças na formação mas o importante é que o mentor e cérebro do Marduk, Morgan Hakason, manteve seu legado e não é a toa que seu jeito diferenciado de lidar com as coisas é o que torna esta máquina aniquiladora forte. E mais faixas demolidoras constam representadas por Darkness breeds immortality, Those of the unlight, Wolves e Burn my coffin mas todas elas mantém um nível de elegância dificilmente superadas. E olha que estamos falando de faixas e discos anteriores a pedradas como World of Funeral ou mesmo Panzer Division Marduk ou mesmo de Nightwing.
Enfim, discos assim são a prova de que a vida pode ser melhor. Discos, livros.... e ainda as pessoas querem se prender em redes sociais? Por favor, acordem deste pesadelo enquanto é tempo pois está chegando num ponto de lamentar. Feliz sou eu que fico menos no computador, muito menos no celular e mais focado em meus cd´s e lendo meus livros além de se dedicar aos meus estudos. Incrivelmente contestadores sendo originais. Longa vida ao Marduk!!!!!!!

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Depeche Mode - A Broken Frame

O que seria do ser humano sem a música como trilha sonora? Seríamos meros seres humanos, incapazes de viver em paz ou sorrir. Seríamos meros objetos nesta sociedade cuja dificuldade de encarar a realidade do dia a dia seria algo bem dificultoso. Por isso que eu adoro ouvir música, seja em casa ou na rua. A música que eu gosto me mantém são além de ser meu escudo protetor que previne que eu não me aborreça com certas coisas e ou pecuinhas diárias que te desgastam só de lembrar. E na minha ausência em eventos, procuro em meu quarto tudo que eu preciso para me manter longe de tudo e de todos: livros para ler e meus cd´s. Sinceramente, não consigo entender como as pessoas ficam tão fissuradas no mundo virtual. Logicamente que, utilizado para pesquisa, o virtual pode ser bem útil, disso não há dúvidas. Acontece que ultimamente venho percebendo que a tecnologia está cada vez mais deixando as pessoas paranoicas, alienadas num mundo fictício aonde ela acredita piamente ser o mundo "legal". Quando me deparo com as redes sociais ( Facebook a frente) vejo cada vez mais aquele clipe do Pearl Jam, Do the Evolution, aonde as máquinas tomam conta de tudo e temos o planeta todo destruído e o sorriso do dono do poder olhando animadamente de sua janela o cenário catastrófico. Acredito que não chegue a este ponto pois ainda acredito no ser humano como um ser que gosta de fazer coisas sem se importar muito com o mundo virtual. Mas é de assustar a atitude de algumas pessoas no Facebook. Pior: ao voltarem a vida real, tomam atitudes aonde você olha e pensa : " É isso mesmo?".
Sorte de quem morava em 82 aqui no planeta pois sem virtual, as pessoas curtiam mais e se importavam de menos acerca de assuntos tão fúteis e se houvesse algum caso de discordância, a coisa era decidida na hora, cara a cara. Sem rodeios, a coisa era mais preto no branco. E foi neste ambiente mais legal que A Broken Frame foi lançado sendo um dos melhores discos do Depeche em toda carreira. Contendo 10 faixas de muito bom gosto, temos um grupo em seu momento criativo intacto, mostrando que rótulo é apenas um mero detalhe. Num resumo poderíamos colocar o Depeche Mode como sendo eletrônico mas há algo a mais nisso. Temas mais dark, temos algo meio que fora dos padrões dançantes num disco feito para se ouvir em casa, sossegado. Leave in silence abre o disco de forma classuda, uma fineza típica desses caras. My secret garden é outra pérola, linda e sem a menor vergonha de inspirar seres humanos a fazer amor ao invés de tretas. O belo andamento dá sua continuidade graças a temas fabulosos da música alternativa como Monument, Nothing to fear, See you, Satellite, The meaning of love, A photograph of you, Shouldn´t have done that e quando chega o fim em The sun & the rainfall tenho mais um grande disco com selo de aprovação. É certo que hoje em dia seus discos podem não ter a magnitude deste aqui mas temos que louvar eles ainda estarem na estrada, gravando e o mais importantes: vivos e ativos. Resumindo: este disco é um baita começo para entrar nesta viagem maravilhosa juntamente com os possíveis percursores do que chamam hoje de future pop sim ou não?

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Ramones - Pleasant Dreams

Hoje o disco a ser retratado é duma banda que sempre foi acusada de sempre fazer " a mesma coisa". Lançado em 81, Pleasant Dreams é um baita disco de rock n´roll e, pasmem, variado. Além disso, os Ramones sempre apostaram numa fórmula que aqui dá muito certo: de não precisar muito para algo sensacional. Explicando melhor, não temos o cantor mais técnico do mundo assim como não possuíam o melhor guitarrista da história ou mesmo a cozinha mais extraordinária da galáxia. E quem disse que precisamos disso para formar uma das melhores bandas da história? E garanto que Joey Ramone ( vocal), Johnny Ramone ( guitarra) Dee Dee Ramone ( baixo) e Marky Ramone ( bateria) nunca se importaram em estar nas listas mais cobiçadas em cada função executada. O Dream Theater possuem músicos muito mais técnicos mas nunca conseguiram compor nenhuma canção na mesma emoção que estes camaradas fizeram em qualquer um de seus discos. Os Ramones não precisaram conhecer escalas ou tocarem em escolas de música. Eles APENAS gravaram alguns dos melhores discos de rock. Suas canções eram bonitas, alegres. Tinha algum peso sim além de alguma contestação. Mas, o legal dos Ramones era a vibe passada nas músicas como sendo um grito entalado em cada fã que os ouvia, verdadeiros representantes duma juventude rocker. E aqui temos algumas delas e as 12 faixas aqui são daquelas exemplificações de alegria e orgulho por fazer parte deste mundo tão sensacional que é o mundo do rock.
O disco abre com a poética We want the airwaves, um hino para aqueles que se sentem doentes por fazer parte duma sociedade em que ser cretino é ser o cara, ter moral. Mas, ao mesmo tempo que há esta contestação, há também uma letra linda e uma melodia vinda para deixar meu quarto positivo e abençoado. All´s quiet on the eastern front mantém a pegada enquanto que The kkk took my baby away mostra que o punk rock pode sim ter melodia comandadas por um vocalista que sabia como ninguém interpretar cada canção como sendo a última, um verdadeiro frontman. Don´t go, You sound like you´re sick além de It´s not my place ( in the 9 to 5 world), She´s a sensation ( ótimas vocalizações), 7-11, You didn´t mean anything to me, Come on now, This business is killing me ( corporativismo...) e o grand finalle com Sitting in my room formam juntamente com as citadas logo no início da resenha um baita disco que, por preconceito ou por não ser da fase "clássica", pode estar sendo ignorado de forma muito injustiçada de sua parte.
Aqui ele me fez mais feliz além de me tirar alguns pensamentos ruins da cabeça. Uma chance a Pleasant Dreams merece ser dada agora mesmo e terá um baita disco de rock caso sua mente seja aberta sem radicalismo ou julgamentos infundados. E sabe qual o maior mérito desses caras? Eles nunca foram unidos ( Joey e Johnny nesta época não se falavam) mas quando subiam ao palco ou quando se reuniam para gravar um disco, a química estava sempre lá. Me lembro duma frase dita pelo meu ex encarregado na Copersucar quando alguns "companheiros " de trabalho foram questionar minha força na sacaria e serve perfeitamente aos Ramones: " ele pode não ser o mais forte mas sempre que pedimos para fazer algo ele faz enquanto muitos de vocês fogem ou enrolam no trabalho". Moral da história: não basta ser o melhor. Apenas faça a sua parte de forma honesta e de forma correta.
Obrigado Ramones!!!!!!!!

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Joe Cocker - Have a little faith

Finalizando a noite com este disco surpreendente. Não é o caso aqui dum artista que nunca fez nada de bom. Longe disso. Joe Cocker é um desses artistas que dificilmente fez algo ruim. Dono de uma voz maravilhosa Joe transitou do blues, rock e neste disco ele me agradou com um baita disco de pop rock sem medo de ser feliz. É comum dentro do meio do metal ter a opinião de que, se algum artista fez ou faz pop já ser taxado de "merda" e acusado de "traidor" ou "poser " o cara que curtir tais artistas. Não é porque é pop que é ruim assim como não é porque é metal terá moral garantida. Em 94, Joe gravou este discaço chamado Have a little faith e o nome do disco tem a ver com as faixas aqui incluídas pois todas elas passam sim uma mensagem legal, um clima comandado pela voz sensacional de Joe. Let the healing begin abre o disco e que baita som temos aqui. Um tema pop de forma suave aonde o intuito é mostrar a face da música mais leve e romântica. Dando sequência temos a igualmente linda Have a little faith in me com sua levada de piano e aquele solo de guitarra além da ótima voz de Cocker me aliviou bastante, um momento único. Outra legal é The simple things e uma voz maravilhosa. Summer in the city quebra um pouco o bom andamento apesar de não comprometer. Ela apenas não segue o mesmo ritmo das primeiras mas The great divide recoloca inspiração e voltamos as grandiosas faixas de Cocker. Outra bem bacana é Angeline, um daqueles temas bem ao estilo final de tarde. Ouvir este disco me trouxe num tempo aonde eu ficava aguardando o sinal no Marquês de São Vicente sentado na mureta do canal e admirando algumas belezas que faziam a galera babar.
Caso queira ouvir um disco leve, de qualidade beirando ao máximo, eis o álbum certo em mãos. Além desse, a obra de Joe Cocker merece ser revisitada pois há discos fantásticos. Pensa naquele álbum que te faz ficar feliz mesmo num dia chuvoso. Quando finaliza com Take me home, finaliza também o ensinamento de que Joe nos deixou. Seu legado será eterno.
Recomendável para quem curte música.

Johnny Winter - White, Hot & Blue.

Após Jimi Hendrix, foi este disco que rolou aqui em meu humilde lar. Ao primeiro acorde de Walkin´by myself, faixa que abre o disco, confesso que meu peito foi pressionado de tal forma que fiquei desnorteado. Que aula de blues rock!!!!!! Contando com uma banda afiada, Johnny desfila aqui 9 temas aonde os ingredientes são condicionados de maneira certa sem exageros ou malabarismos. Estava conversando com meu amigo Mauro esses dias numa das minhas idas a Renault acerca de guitarristas juntamente com Silas, vendedor e guitarrista sobre alguns nomes. E falei que, um guitarrista não precisa ser nenhum virtuoso e sim tocar com feeling. Prefiro mil vezes um acorde de Johnny Winter do que mil do Malmsteen. Além da citada faixa ainda temos um baita valor musical em Slidin ´in, Divin´duck, One step at a time, E-Z rider, last night, Messin´with the kid e Honest i do, músicas que deveriam estar agora mesmo no seu som, ipod, mp3. Não importa. O mais importante disso tudo é a música de verdade nunca morrer. Ela merece ser expandida para todos os cantos afim de salvar o mundo. Quem ouve um disco deste nível não quer matar ninguém nem fazer nenhum mal. Um disco desse inspira a ser uma ótima pessoa com uma índole maravilhosa que prefere a paz do que tretas desnecessárias. Ainda bem que em 78 não existia celular com whatsaap, nem facebook. é em caráter definitivo que ouvir um disco desses e escrever sobre o mesmo não me fará a melhor pessoa do universo, não é isso que eu quero passar. Mas é melhor do que postar indireta, foto de comida ou mesmo de ficar reclamando como se o mundo fosse somente assim.
Não, o mundo não é somente coisa ruim. Ele é sim um lugar legal pra caramba, basta você acreditar. Ouvir um disco deste porte já me faz acreditar no mundo. E obrigado Johnny Winter, aonde você estiver, por este disco sensacional.

The Jimi Hendrix Experience - Are you Experienced?

Voltando as resenhas após um breve retiro espiritual, volto com um disco sobrenatural em termos musicais. É certo que eu já tinha me rendido a este senhor mas este disco dribla qualquer coisa que eu já tenha ouvido do negão. E digo com toda certeza do mundo: não há nenhum guitarrista igual ou melhor a Jimi Hendrix. Ele e a Elis Regina possuem algo em comum: ambos não conseguiram ser batidos em suas respectivas funções dentro da música. Sim, há muita gente boa por aí, guitarristas fabulosos e mulheres cantoras espetaculares. Mas é preciso ressaltar que, Elis e Jimi são seres de outro planeta e suas obras serão para sempre reverenciadas como sendo pérolas eternas da música mundial. Neste disco lançado em 67, quando as guitarras nem sonhavam em ter a distorção da década de 70, Jimi apareceu e simplesmente mudou toda a regra do jogo, avisando o que viria acontecer mais tarde. E aqui temos um power trio de encher os olhos de lágrimas de fazer ouvir inúmeras vezes até o disco gastar. Hendrix na guitarra e vocal, Mitch Mitchell na bateria e Noel Redding no baixo e vocais. Só sendo um surdo para não notar ou simplesmente achar que um trio desse quilate não possui um mínimo de qualidade. E com um trio desse em ação, um disco gravado por estes monstros não sairia algo menos do que maravilhoso, um verdadeiro orgulho bate em mim quando ouço algo tão empolgante, viciante. A trinca que abre o disco é de matar qualquer um de emoção: Purple Haze, Manic depression ( regravada pelo Carnivore) e Hey Joe ( desconstruída pelo não menos brilhante Type o Negative) não são apenas músicas simples e sim hinos revigorantes e dotados duma energia positiva sensacional. São momentos assim que agradeço a minha mãe por me botar no rock. Fico imaginando eu hoje sem ter ouvido U2, Beatles e depois Guns n´Roses, Nirvana e Skid Row. Provavelmente estaria com o cabelinho da moda, usando roupas da moda e pior: tendo meu cérebro atrofiado de tanto ouvir sertanojo universiotário, funk carioca entre outras aberrações deste universo fadado a criar imbecis sem volta. E que minha sobrinha pergunte a mim o que é legal para se ouvir pois já vou indicar este disco entre outros de minha coleção.
Outras pérolas musicais são encontradas ainda em I don´t live today ( regravada pelo sensacional guitarrista Kenny Wayne Shepperd em seu disco Trouble is), Fire, Foxey lady e a faixa título num dos momentos mais lisérgicos da música. E nem citei Love or confusion, May this be love, The wind cries Mary, Third stone from the sun, Stone free.... só pedrada. Algo que já foi falado mas é sempre ótimo dizer: Hendrix, além de fenomenal guitarrista, possuía um vocal de cair o queixo coisa que só negão sabe fazer tão bem.
Encerrando este disco já estou ouvindo outro ser que a nave deixou aqui e depois veio buscar num disco que, se não chega a ser tão bom quanto este, chega perto de sua magnitude simbólica. Johnny Winter está quase acabando seu show em estúdio e logo logo a resenha aqui. É em horas difíceis de pensamentos confusos e estranhos que entra discos tão fabulosos para nos colocar no eixo e nos lembrar que, apesar do mundo ser louco demais, música é e sempre será a real importância de se manter vivo. Por ora, faça um favor ao seu filho quando ele tiver mais crescido: recomende este entre outros artefatos pois somente assim teremos menos imbecis na face da Terra. A hora de mudar é agora!!!!!!!! Viva o rock. Viva a música de qualidade. Viva Jimi Hendrix.