sábado, 24 de março de 2018

Jerseys, Usina, Surra e Ratos de Porão - Boteco do Valongo - 23/3/2018

Esta resenha foi pensada de inúmeras maneiras de ser escrita. Muito do que escrevo aqui, quando chega no blog já está na décima quinta linha de pensamento pois já passaram muitas coisas em minha cabeça antes do resultado final. Já falei muita coisa desnecessária, já falhei e até dei algumas alfinetadas. Com o tempo, fui focando mais no lance musical e deixando algumas coisas de lado até porque ficar falando de coisa ruim dentro duma resenha dum evento sensacional como o de ontem acaba sendo totalmente desnecessário e sem muita utilização para quem estiver lendo. Ontem o Boteco do Valongo abriu suas portas para um grande evento reunindo 3 bandas da região e um gigante veterano. Alguns extras ficaram no ar mas não caberá a mim ficar aqui falando, deixo ao público dizer. Meu foco serão os shows e olha, foram 4 shows empolgantes, vibrantes e que só sendo surdo ou cego para não perceber que o poder de contestação assim como a boa música está no underground. Abrindo a festa com o Jerseys, a banda mandou um punk rock bem legal aonde a pegada dos caras combinou perfeitamente para abrir tal noite. Tocaram várias faixas e mesmo tendo alguns integrantes faltado, os caras que subiram ao palco detonaram com destaque ao carismático vocalista que soube entreter a galera com palavras legais e bem ao estilo do universo hardcore.
Com uma bagagem desde 2012, os caras estão na luta e gravaram um interessante disquinho do qual possuo até hoje.
Na sequência a pancadaria do Usina trouxe aquela pegada do Sepultura do Chaos a.d. para o Boteco, num show brutal e com letras mais do que na cara. Formada em 2004, a banda vem angariando fãs e seus shows são sinônimo de violência sonora. Destaques para o vocalista Rafael que comanda de forma bem legal a galera além do excelente guitarrista Tadeu Neto, um discípulo da escola Dimebag com riffs pesados e cheios de emoção. O baterista Fábio Minhoca espanca as peles sem piedade e a baixista Bruna simplesmente não está na banda somente porque é bonita e sim porque possui talento e atitude para tocar seu baixo. Outra coisa a favor do som do Usina são as letras em português que geram uma realidade mais nua e crua, sem muito amor nem carinho. Saíram do palco com o dever cumprido. Show devastador.
E por falar em devastador, o Surra já um habitual monstro que quando sobe num palco está disposto a detonar tudo e todos. Somente 3 caras são o que precisam para tocarem seu som porrada e também letras em português e bem realistas. O que falar dum disco chamado Bica na cara? Leeo ( guitarra e vocal), Guilherme ( baixo) e Victor ( bateria) mostram pruma sociedade que a realidade é cruel e que as pessoas precisam acordar o quanto antes. Puta show e mostram que estão cada vez mais afiados.
E fechando a noite.... João Gordo e cia. Falar dum show do Ratos já virou algo como dizer que o céu é azul ou que a água molha. Estão há mais de 30 anos fazendo o que muitos não fazem: arregaçam as mangas sem ficarem chorando. E ver uma figura emblemática quanto o nosso querido João Gordo no palco é e sempre será um momento único. Não me importo nem um pouco com seres da chamada "inteligência" musical brasileira  metidos a pensadores. Para mim, o meu porta voz chama-se João Gordo, o cara que não precisa de poesia barata nas suas letras para retratar a realidade do Brasil. Suas letras dão um pau em qualquer uma que o Chico Buarque escreveu. E se for levar para outros "gurus" como
João Gordo no show de ontem no Boteco do Valongo.
Gilberto Gil então..... Fica até feio ouvir um disco como Crucificados pelo Sistema, Anarkophobia, Brasil ou até o mais novo Século Sinistro e depois ouvir e letras dos caras citados acima. Desculpe mas tais artistas tornam-se caricatos perto do Gordo. Além dele, Jão ( guitarra), Juninho ( baixo) e Boka ( bateria) continuam detonando e mostram um vigor de dar inveja a muito adolescente.
O show em si é aquela festa só aonde o recheio são os clássicos de ontem e hoje como Amazônia nunca mais, Suposicollor, Morrer, Crucificados pelo Sistema, Crocodila, Conflito violento entre tantas outras pérolas geniais. Terminado o show, voltei para casa feliz da vida por mais uma noite regada a som, contestação e amigos maravilhosos. Fui!!!!

sexta-feira, 16 de março de 2018

Heavenly Kingdom - Slave of Time

Começando esta resenha, o título deste disco pode ser um assunto interessante nas mesas de botequim, algo mesmo a se refletir como nós somos escravos do tempo. Temos tanto tanto tempo para coisas materiais e quase nunca temos aquele tempo necessário para reparar nas coisas mais simples da vida. Quantos de vocês já pararam para pensar nisso? Quantos de vocês já perceberam o quanto de tempo é desperdiçado com assuntos desnecessários? Sempre falando de artistas que não gostam ao invés de escrever acerca de pessoas que realmente estão fazendo algo. E entre essas pessoas que estão sendo úteis estão esses caras do Heavenly Kingdom. Após o extraordinário show na sexta passada no Boteco do Valongo, nada mais legal do que ouvir o discaço Slave of Time, lançado este ano com a ainda formação deles: Vagner Mesquita ( guitarra/vocal), Allan Petersen ( baixo) e André Balula ( bateria). Contando com convidados de peso no disco como Fernando Rodrigues ( ex- baixista da banda) e Ricardo Lima ( guitarrista, Chemical Disaster, Tosco, Repulsão Explícita, Vetor) aonde ambos gravaram vocais e solos na faixa Beat the cancer respectivamente, o disco já começa arregaçador na faixa No more holy wars aonde eles não pedem para nunca mais escutarem a música do Megadeth e sim para que estas guerras estúpidas acabem de vez e o homem utilize seu cérebro para em prol da bondade e sem nenhuma maldade no coração.
Slave of time vem na sequência e que sequência!!!!! Os caras estão melhores após a efetivação de Fifo nas guitarras e vocais pois nota-se uma maior influência de thrash metal na linha mais alemã do que americana apesar de termos aqui referências ao Metallica antigo além de Nuclear Assault, Excel e até um que de Megadeth lá do começo. Mas rotular o som destes caras é o de menos. O que importa de verdade é o quão brilhantes estes caras estão e espero que evoluam mais e mais. Ganha a banda com conhecimento e o público com qualidade na hora de ouvir um baita som.
Outras pérolas do thrash constam aqui como constam Cast first storm, The crusher of Demons, Old problems in a new century, Through the night ( belos riffs!!!!!), a já citada Beat the cancer ( bem Nuclear Assault achei), a faixa em português Vergonha na cara e a faixa que fecha o disco, a obrigatória nos shows Hungry misery and pain.
Juro que fiquei muito feliz por este lançamento e ouvindo Slave of time e com o time que está hoje tocando com Fifo, posso ficar na espera por algo cada vez melhor. Mas Slave of Time já pode ser considerado um grande passo a frente rumo ao futuro desta que é uma das melhores bandas daqui e pode ser uma das melhores do Brasil. Mas isso o tempo irá dizer. Por enquanto, vou curtindo esta joia e agradecer a banda por mais este disco. Uma salva de palmas a Vagner & cia!!!!!!! Obs: Há muito de Kreator antigo neste disco, só para não deixar passar batido.
Adquira seu cd nas lojas Iron Fist ou na Blaster por 15 reais.

terça-feira, 13 de março de 2018

Cavalera Conspiracy - Psychosis

Finalizando por ora as resenhas, um lançamento que retrata dois irmãos que fizeram e continuam fazendo história dentro do metal mundial. Os irmãos Cavalera sempre terão o meu respeito pelo legado construído no Sepultura, uma banda que simplesmente fez toda uma diferença no mundo da mesmice. Falando em especial sobre Max Cavalera, o cara é uma lenda viva. Se ele cometeu ou não o erro de ter saído do Sepultura em 96 pouco ou nada importa este assunto em 2018. Vi e vejo sempre alguns fãs discutindo este assunto e dividindo entre respostas que consigo respeitar com outras que mais parecem teoria da conspiração ( sem trocadilhos) este tipo de assunto deveria estar sepultado ( com trocadilhos) para sempre. Nada mudará o curso da história. Vir com um assunto de 22 anos atrás parecde ser sempre a cina desses caras. E que Max não é mais o mesmo já sabemos. Seu vocal foi fortemente comprometido com o tempo e pela eterna preguiça de aprender mais a tocar guitarra, o cara ao vivo praticamente deixa todo este serviço para seu fiel escudeiro Marc Rizzo que toca muito desde sua estréia no Soulfly e na passagem na banda Ill Niño. Iggor Cavalera pode não ser mais aquele Iggor de antes mas quer saber? Ele sempre será um dos melhores bateristas de todos os tempos, independente de qualquer coisa.
Com o baixista convidado Arthur Rizk que produziu juntamente com Joel Grind ( Toxik Holocaust), Psychosis já o quarto disco e mais uma pedrada perpetuada pelos Cavaleras. Logo de cara, uma melhor produção, coisa que em Pandemonium ficou devendo um pouco apesar do disco ser muito bacana. Eu particularmente gostei do tipo de sonoridade mas se fosse melhor produzido com certeza aquelas ideias seriam mais fortes mas como passado é passado, o que vale é o último disco.
Em 9 atos insanos, o álbum abre com a porrada Insane, uma daquelas faixas que já fazem ficar esperto para o que virá. Riffs matadores ( Max continua único neste ambiente) e uma levada de puro thrash é o que temos. Terror tactics e Impalement execution são extremas e com aquela pegada bem típica do som extremo atual juntando com a tradicionalidade dos caras em fazerem sempre uma porrada maravilhosa.
Spectral war além de arrepiante ganhou um clip mais arrepiante ainda, mostrando cenas de guerras e execuções reais de pessoas que com a levada do som produz algo chocante e realista. E que rifferama!!!!!! Realmente lembrando o Sepultura, Max e Iggor não plagiam e sim contam sua história de forma honesta e mostrando do que são capazes de fazer. Crom antecede a industrial Hellfire que lembra alguma coisa da maluquice do Nailbomb. Judas pariah possui uma levada mais death metal bem maluca e belas músicas como a faixa título e Excruciating fecham este que pode ser considerado como o melhor trabalho dos caras em tempos. Não que os outros discos sejam ruins ( e não são de forma alguma!!!!) mas Psychosis só mostra como um artista pode ir em frente sem necessariamente inventar, apenas fazendo o que sabe fazer. E por favor: Não vamos comparar eles com o que o Sepultura faz atualmente. O que fica em minha mente é o seguinte: mesmo separados, os 4 caras que um dia nós vimos juntos estão felizes em ambas as partes e isso é o que importa para mim. Max e Iggor estão muito bem assim como Andreas Kisser e Paulo Jr. estão satisfeitos com o que estão fazendo no Sepultura. Sim, eu gostaria duma volta, não serei hipócrita em negar tal sonho. Mas por outro lado, os 4 estão bem e fazendo um som. Capitou a minha mensagem?

Judas Priest - Firepower

Algumas bandas estão num patamar do qual ficar exigindo algo é simplesmente ser aquele chato que acha que tudo tem que ser do jeito que ele quer, que o artista não pode criar algo mais ambicioso que o chato vai reclamar. E quando falamos do Judas Priest, uma banda que está aí há tanto tempo, logicamente terão discos não tão empolgantes para quem quer que seja. Alguns discos desses caras eu não gosto tanto assim como tantos outros são pérolas para mim. Mas outra coisa que ando observando é que, quando o citado Judas, Accept ou Saxon lançam discos novos acaba sendo uma regra ( ué, o rock não foi criado para não ter regras?) enaltecerem os lançamentos destes caras e denegrirem de alguma forma o Iron Maiden. E com Firepower não foi diferente. Bastou o clip da música e já clássica Lightning strikes ser lançada pronto: Iron Maiden torna-se "inferior" ou mesmo dizeres do tipo " chupa Iron Maiden" ou "Iron Maiden aprenda a fazer um som legal" chovem na timeline dos facebooks da vida. O que acontece é que esta rixa protagonizada pelos fãs trata-se dum lance tão desnecessário que o foco do lance acaba sendo perdido. Ou seja, nenhuma dessas 4 bandas precisam ficar "competindo" para ver quem é a melhor pois ambos fazem o heavy metal que nós amamos então porque disso? Tudo bem, entendo que trata-se duma paixão ser fã do Judas ou mesmo das outras bandas mas ficar rivalizando igual a gangues de rua virtuais.
Portanto, deixemos o som rolar evitando tais comparações inúteis e falemos deste disco soberbo, encantador e feito com muito amor e carinho para todos nós. Apesar da recente notícia da doença de Glenn Tipton, a banda irá permanecer na estrada até porque com um baita disco como este, o Judas não poderia terminar agora. Mas a banda terá ainda um dos melhores vocalistas no mundo chamado Rob Halford além do guitarrista Richie Faulkner que de novato não tem mais é nada. E o que dizer da cozinha feita por Ian Hill no baixo e Scott Travis na bateria?  Qualquer comentário torna-se desnecessário. 
E as faixas.... Ah meu amigo e minha amiga. São 14 faixas espetaculares, empolgantes, maravilhosas, emocionantes e primorosas em alta voltagem. Começa o disco e roda a faixa título logo de cara deixando claro o que será do disco daqui em diante. A já citada Lightning strikes para mim é uma bela faixa do Judas e será emocionante ouvir tal obra de arte ao vivo, espetacular. E o que falar do riff instigante de Evil never dies ? Simplesmente um arregaço. O disco segue soberano e cheio de energia e faixas grudentas no ótimo sentido como Never the heroes, Necromancer e Children of the sun. 
Após a breve intro Guardians, a segunda parte do disco vem com mais faixas brilhantes e reforçando mais ainda que a banda deveria pensar seriamente em tocar o disco na íntegra tamanho poderio das mesmas. Rising from ruins, Flame thrower ( riff), Spectre, Traitors gate, Lone wolf além da lindíssima Sea of red nos faz agradecer eternamente por tudo isso. Mas você acha que iria terminar esta resenha sem mencionar um destaque honroso chamado No surrender? Com uma levada até meio hard rock, a música empolga do começo ao fim e como está cantando o ' senhor' Rob Halford...
Enfim, terminada a audição do disco, me senti até mais feliz e muito satisfeito após ouvir um disco duma das bandas que ainda estão na ativa e o melhor: ainda com lenha na fogueira. Obrigado Judas Priest por nos proporcionar tamanha riqueza musical e nos diferenciar do mar de bunda moles na sociedade.

Howlin´Wolf - Smokestack Lightnin´

Eu já escrevi sobre ele tempos atrás. Mas ao pintar este disco não tive como não passar batido a esta obra da música pura, verdadeira e cuja sublimidade me faz sentir um baita orgulho de curtir este saudoso artista que veio duma época em que realmente o negro era alvo de preconceitos escabrosos. Mas nem por isso caras como Howlin´abaixavam a cabeça e curtiam fazer sons tão brilhantes como How many more years, Moanin´at midnight, I love my baby, I´m the wolf ( bem antes do Powerwolf), Just my kind, I´ve got a woman ( o que seria do blues sem elas?) entre outras pérolas do blues. Caso você seja um desses que não gostam de pessoas de cor saiba que seu estilo musical que tanto ama veio desses negros valentes e que fizeram um baita som. O rock veio do blues e graças a música negra, muito do groove que vemos hoje é e sempre será deles. Um detalhe importante é que consta a versão para Evil de Willie Dixon que foi regravada pelos brasileiros do Dirty Grave e que foi resenhado recentemente.
Estas séries são maravilhosas e não marque bobeira ao encontrar tais disquinhos pois aqui temos a raiz da música e de todo o rock n´roll. Ou você acha que os Stones, Led Zeppelin, Lynyrd Skynyrd beberam de qual fonte quando ambos iniciaram suas carreiras?
Howlin´Wolf é mais que música. São ensinamentos dum mestre em seu estilo. Já pensou numa junção entre ele e o nosso Bezerra da Silva? Que Deus os tenha juntos lá no paraíso....

Bob Marley - Audio Archive

Por anos eu ignorei tal musicalidade, sua ideologia. Por anos eu não gostei de Bob Marley até um momento recente quando, junto a amigos na mesa do China ( tradicional boteco da galeria no Gonzaga), comecei a ouvir mais suas músicas e fui repensando meus conceitos acerca deste camarada. E finalmente realizei meu sonho em ter um disco dele. Lógico que este disco não é a principal coisa que ele fez na carreira mas o que consta neste álbum já trata de um belo início. Uma paz reinou em meu quarto. Paz esta que somente a boa música pode curar pensamentos infelizes, acontecimentos distantes que nos fazem pensar de vez em quando. A música, pesada ou não, salva vidas e mentes vazias. Liberta nossa angústia e nos enriquece culturalmente. E aqui temos 20 faixas deste que é o rei no estilo que faz. Aqui é reggae enraizado, uma espécie de Robert Johnson do gênero. Uma pena o estilo ter se tornado um tanto pop demais graças a algumas tranqueiras mas basta ouvir o Bob para relembrar do que trata o som vindo da Jamaica ( mas que alguns juram que foram os Beatles) e retratar não só a música mas a mensagem que tais letras passam a todos nós.
Alguns temas como Soul rebel, Kaya, Stand alone entre outros sons neste disco podem ser aquela válvula de escape para aqueles dias em que tudo pode ser turbulento mas sempre teremos uma luz no fim do túnel. Nem sempre será chuvoso mas também torna-se impossível todos os dias serem ensolarados. É necessário resgatar a esperança enquanto está chovendo para quando vier o sol sua alma e mente esteja pronta para recebê-lo com muita paz e fraternidade.
Entre outras palavras, a vida está aí e sabemos que nem sempre é fácil lidar com ela em inúmeros aspectos. Mas um gênio como Bob Marley nos mostra e sempre irá nos incentivar a sermos melhores a cada dia que passa. Aliás, a música bem feita e que possua algum conteúdo pode mudar muitas vidas. Maravilhoso!!!!!

segunda-feira, 12 de março de 2018

Charlie Parker e Oscar Peterson me trouxeram uma musicalidade fantástica.

Após escrever acerca dum evento de bandas de som extremo, nada mais significativo de mudar um pouco o ar e ir para esta praia ás vezes complexa para alguns mas irresistível para outros tantos. O jazz como forma musical não é fácil em algumas horas mas num momento em que você coloca estes discos para rolar, bate aquela sensação de paz e harmonia tamanha que você agradece aos céus por tais joias lançadas pela Folha de São Paulo. Num encarte bonito, além do disquinho vem um livretinho falando acerca do artista, faixas e algumas curiosidades acerca desses grandes gênios da música. Começando pelo grande saxofonista Charlie Parker, o cara foi nascido em Kansas e desde cedo mostrou uma aptidão faminta pelo jazz e desde moleque já arriscava tocar e com treinamentos cada vez mais intensos, o mesmo mostrou que foi um dos melhores do gênero. Mas ao mesmo tempo que tinha a genialidade para a música, acontecimentos pessoais o fizeram ser viciado em heroína e em álcool desde cedo chegando a comprometer seu lado profissional culminando em faltas em ensaios e performances constrangedoras. Morreu cedo, aos 34 anos, mas deixou um legado maravilhoso e aqui constam 16 faixas que passaram tão rápido tamanha a qualidade e ao mesmo a forma gostosa que canções como My little suede shoes, Lover man, Repetition, Just friends, Night and day e Now ´s the time afloraram em meu quarto duma forma sensacional.
Indo para o pianista Oscar Peterson, este camarada nascido em Montreal no Canadá também desde cedo foi criado numa família cujo pai opressor praticamente fazia os filhos tocarem piano e algum instrumento de sopro. Como Oscar sempre se mostrou interessado na música, não levava a linha dura do pai como um mal negócio mostrando que alguns paus moles de hoje são leite com pera demais sendo que faltam pais mais rígidos como o de Oscar para dar uma lição a esta geração de adolescentes mimados. Causando furor entre o público e uma certa repudia da mídia, o mesmo encarava as críticas da mesma forma e sempre foi um cara que nunca se rebaixou para ninguém. Alguns acusavam temas como Night train, West coast blues, Love for sale ou mesmo Gal in calico complexos demais mas sinceramente o que me passou foi sim uma música desafiadora porém eclética e acessível aos ouvidos deste que vos digita.
Estas séries são recomendadas pois além da música há toda uma história inda de cada desses músicos. Datado? Som de tiozão? Conservador demais? Metido a inteligente? Deixo os comentários para vocês. Uma coisa é certa: ouvir música por ouvir ou mesmo por ser da moda ou pior ainda, ouvir porque todo mundo ouve.... Prefiro ser inteligente, conservador, tiozão ( eu sou tio da Luísa) e datado do que ser mais um zé ninguém manipulado que não acrescenta em nada não passando dum ser acéfalo e inútil. Boa tarde....

Tosco , Chaoslace e Infector Cell - Estúdio Dakota - 11/03/2018

Um domingo de sol, calor e um clima agradável de paz e harmonia. O estúdio Dakota mais uma vez proporcionou um evento bacana sempre reunindo bandas de muita qualidade aonde podemos nos manter antenados com que rola de bom no underground e esquecer um pouco os problemas e de quebra encontrar os amigos e bater aquele papo tendo como trilha sonora bandas fenomenais.
Logo de cara um lance bem bacana: no bar do Jorge estava rolando um grupo mandando um samba de muita qualidade e o mais legal disso era que, tanto a turma do samba quanto do metal estavam no mesmo território convivendo numa boa e isso é maravilhoso e que mostra uma luz no fim do túnel em termos pacíficos.
A primeira banda foi o "estreante" Tosco, que debutaram no Dakota e simplesmente foi de quebrar tudo. Coloquei o estreante entre aspas pois de novatos a banda só tem o nome porque de resto a banda é formada por veteranos do som nacional. Formado por Osvaldo ( vocal, One Broken Finger, Repulsão Explícita), Ricardo ( guitarra, Chemical Disaster, Vetor, Repulsão Explícita ), Anderson ( baixo) e Paulo Mariz ( Infector, Killmister, Sacred Curse, Front, Coração de Herói, Cosmic Game), os caras praticam um thrash metal com aquelas pitadas sensacionais do hardcore gerando uma máquina demolidora e com letras fortes a banda simplesmente passa um recado direto e reto aonde pessoas frescas não devem ouvirem pois correm o risco de ficarem chorando de medo. Com temas reais como Soberba, Temos o que Temer, Cala a boca globo, Mercadores da morte e Cenário de Chacina, todo o poder de contestação está aqui. Além dum instrumental brutalmente bem feito, Osvaldo sabe muito bem como dosar raiva e consciência sendo assim desde seus tempos de One Broken Finger e Repulsão. Um momento muito foda foi na faixa Amigo seu aonde o mesmo dedicou a amigos nossos que nos deixaram recentemente como os saudosos Neto, Hansen, BV. Não importam as circunstâncias, a tristeza da perda de qualquer amigo seu é dolorida e torna-se difícil se conformar ou aceitar. E o que falar do cover do Sacred Reich? Simplesmente perfeito!!!!!!! Que logo logo apareça o disco de estréia!!!!!!!
Na sequência tivemos o death metal brutal do Chaoslace de São Bernardo do Campo ( sp). O trio formado pelos competentes Leandro Nunes ( guitarra/vocal), Diogo Rodrigues ( bateria) e Giovanni Fregnani ( baixo) revelam muito suas influências calcadas em Deicide, Krisiun, Morbid Angel entre outros baluartes do metal extremo. Na divulgação do disco Inhumate terror cult a banda veio mais uma vez a Santos e deixaram de boca aberta inúmeras pessoas com um som brutal e técnico. Eu mesmo fiquei petrificado diante de tanta qualidade e uma banda tocando com muita garra e atitude. Para quem já assistiu esses caras no palco sabe muito bem do que estou falando.
A última atração da noite, os também conhecidos do Infector Cell não ficaram atrás e proporcionaram um set list de muita qualidade num som sensacional, pesado e com toques de hardcore num som imensamente furioso e que atormentaria os mais sensíveis. Pelo bem da minha pessoa, o set não obteve nenhuma novidade pois o show desses caras não devem nada a ninguém e sempre me deixa muito orgulhoso quando caras assim tocam bem além de serem pessoas humildes e o clima de amizade entre os caras das bandas nos mostra que ainda podemos ter uma união forte e duradoura aonde a rivalidade inexiste permanecendo assim o clima de paz entre todos os envolvidos.
Um domingo que poderia ser igual a todos os outros foi um belo domingo de som impecável, amizades e um puta clima de paz. Afinal de contas, não é isso que o rock em seu estilo mais puro e enraizado prega? Parabéns as bandas, Dakota e aos amigos que me fizeram um cara feliz e culto.
Leandro Nunes do Chaoslace do Dakota


Ricardo e Paulo querem tocar!!!!!

Osvaldo e Anderson quebrando tudo
Giovanni e Diogo mandando o death metal brutal do Chaoslace

domingo, 11 de março de 2018

Dirty Grave - Evil Desire + Ep Dirty Grave

Ao som do mestre Charlie Parker, eis que vou falar de mais um grande talento da música brasileira. Independente de cantar em inglês ou ser pesado, trata-se sim duma faceta da música brasileira que muito brasileiro quer ignorar ou se faz de surdo. Lançado aqui na baixada pelos Brothers of Metal e Bagaça Records, a dupla Victor Berg ( guitarra) e Mark Rainbow ( baixo e vocal) destilam neste lançamento um doom metal de qualidade que aliada a sonoridades stoner deixam o som muito legal e caso goste de Black Sabbath, Cathedral, Witchfinde General, Trouble entre outras obras do gênero, torna-se inevitável ter este disco gravado entre final de 2016 e começo de 2017.
O que achei bacana foi a banda ter se diferenciado do extremo e mostrado que podemos ter bandas de doom, hard, aor e não somente death e black metal. Acredito muito que a diversidade é um fator importante numa discografia.
Em Evil Desire, um destaque já salta como sendo um belo destaque. Trata-se do maravilhoso cover para Evil ( is going on ) do eterno Howlin´wolf mostrando inclusive que a banda mantém o ouvido antenado não só em Sabbath e cia. Mas temos as pérolas autorais e elas estão representadas em Satan´s Wings, Until the day i die, Beyond thr door além de Remorse e The black cloud comes.
De quebra ainda temos as 4 faixas do Ep lançado anteriormente e mais faixas brilhantes constam aqui incluindo a maravilhosa Bless the dead, um verdadeiro artefato musical.
Torço muito para que lancem mais discos assim como tenha uma projeção maior pois talento esses caras possuem. Belo começo!!!!!!!!!

Frank Blackfire e Heavenly Kingdom - Boteco do Valongo - 9/3/2018

Uma noite da qual estava indo para casa, vestir meu pijama do Judas Priest e ficar sossegado ouvindo meus discos. Sim, este seria meu programa nesse dia mas um grande amigo me mandou uma mensagem e me lembrou deste show marcante. Um cara chamado Pepinho Macia. Um eterno organizador de eventos, Pepinho é um daqueles caras dos quais temos que dar aquela palmatória pelo fato de fazer o que gosta e investir nisso com muito amor e carinho. A volta duma loja sob seu comando em pleno gonzaga foi e sempre será motivo de comemorações. Rafa, Pepinho e os brothers Sérgio Dias e Ricardinho estão de parabéns por manterem o rock vivo aqui.
Chegando ao Boteco do Valongo, alguns amigos detectados e o sempre sorridente Pepinho davam indícios de que se fosse para casa teria me arrependido depois. Frank já estava por ali, uma lenda viva do metal mundial. Caso você não saiba, este guitarrista simplesmente tocou nos melhores anos de Sodom e Kreator além de ter montado o competente Mystic aqui no Brasil quando o mesmo chegou a morar por aqui. Além dele teríamos os veteranos do Heavenly Kingdom liderados pelo hoje vocal e guitarra Vagner Mesquita.
Mas a noite foi aberta por Frank Blackfire e mais dois músicos brasileiros e o alemão meio fechadão mostrou que artista não precisa ficar o tempo inteiro sendo atrativo com fã e sim subir ao palco e fazer o seu show e foi o que Frank fez. Entendo que o cara quer uma atenção pois afinal de contas, não é todo dia que você vê o Frank Blackfire na sua frente mas entenda que ele é um ser humano e ser humano fica cansado com viagem entre outras questões. O cara tocou e cantou clássicos duma era brilhante tanto do Sodom quanto do Kreator além de coisas de sua carreira solo. E num esquema power trio, tivemos um ótimo set. Preciso dizer da importância duma faixa como People of the lie ? Nem preciso dizer o quão maravilhoso foi ver um dos criadores desta que é uma das músicas mais emblemáticas do heavy metal mundial. Após o show, Frank ficou no recinto para atender os fãs e acabou vendo o show duma banda que melhorou muito ao meu ver. O Heavenly Kingdom subiu ao palco do Boteco e com um disco novo na praça Vagner e cia mandaram sem dó um thrash metal vigoroso, cheio de atitude e que cala a boca de quem julga a banda por ter uma proposta ligada ao white metal. O que eu já disse e repito: enquanto as pessoas ouvirem bandas se preocupando com tipos de letras e ou ideologias e esquecerem do som, sempre será complicado. Imagina um cenário que já é marginalizado pela grande massa. Unidos seremos fortes mas desunidos seremos uma raça extinta enquanto tais linhas de pensamentos que para mim soam atrasadas.
Pois bem, tocando um som numa linha do thrash focado em Metallica, Exodus, Slayer e até com um que de Kreator, o Heavenly Kingdom está bem forte e olha que estamos falando duma banda que tiveram em suas fileiras outros instrumentistas de grande competência como o Fernando e o Abílio. Após o show, constatei o tento de talentos temos aqui sendo o Heavenly Kingdom um desses artistas que batalham e tocam pelo fato de gostarem do som praticante.
Parabéns a todos os envolvidos e principalmente a Pepinho Macia por mais uma noite regada a metal de qualidade.
Heavenly Kingdom com um dos destaques que foi o baixista Leandro Dias que chegou a subir no palco na hora do Frank e mandar partes vocais num dos sons.

Frank Blackfire em ação com músicos do Woslom.

Heavenly Kingdom mandando uma atuação bem própria do  Thrash metal.

Apesar de pouco comunicativo, Frank tocou pra caramba. E ganha um brigadeiro quem adivinhar quem é este figuraça que saiu na foto. Um guerreiro!!!!!

domingo, 4 de março de 2018

Hierarchical Punishment , Mortifer Rage, Reffugo e A Phoyce - Boteco do Valongo - 04/03/2018

Um domingo recheado de sons muito legais e contestadores foi o que ocorreu. Num dos poucos eventos aos domingos, o Boteco do Valongo abriu as portas para 4 bandas tocarem seu som, passarem suas ideias e mostrarem sim que a diversificação de estilos no som pesado faz muito para a saúde. O que algumas pessoas precisam entender é que, independente do propósito sonoro, ali o peso estará presente assim como o poder de ir contra esta maré sistemática e opressora. O que podemos fazer, como membros pensantes, é continuar divulgando o som de qualidade.
Não irei entrar no quesito quem foi ou não. Isso chega a ser conversa repetitiva e mal humorada que acaba ofuscando os grandes momentos ocorridos hoje. E o Boteco do Valongo, da entrada até a saída do evento temos sempre um ótimo atendimento além de preços honestos de bebidas e comidas.
Indo para as bandas, foi um deleite para quem curte som pesado. Abrindo a festa tivemos Grell e seu Hierarchical Punishment que vem seguindo com uma agenda bem servida de shows na divulgação do recém lançado The Choice. Como sempre, um set list brutal que contou com clássicos, o eterno cover do Extreme Noise Terror e algumas novas do álbum que está chegando. Falar deles é chover no molhado porém é sempre muito bom ressaltar o poder destes caras encima dum palco. Quem já viu a banda ao vivo sabe do que estou dizendo e hoje não foi diferente. Maravilhoso!!!!!!
Na sequência tive a surpresa de constatar o quão bom são os mineiros do Mortifer Rage, banda formada em 1999 com o propósito de tocar um death metal brutal e que não deixa a peteca cair de forma alguma. Divulgando o disco Fall of Gods , Carlos Pira ( vocal/baixo), Robert Aender e Ramon C. (guitarras) além de Wesley Adrian ( bateria) saíram do palco como vitoriosos e contentes por estarem ali tocando para nós. Se curte a linha old school noventista, deve checar o som desses humildes músicos.
Aí veio o já conhecido Reffugo e seu quarteto formado por músicos do calibre de Rodrigo Malevolent ( baixo/ vocal), Wellington Simões e Vinicius Souza ( guitarras) e o excelente baterista Levi Tavares. Na divulgação do excelente Christ Agony, o quarteto tocou algumas do disco como a faixa que dá nome a banda além de Man of Darkness e Carnal Desire. Além dos sons próprios, os caras mostraram o quanto músicos são ao mandarem uma puta versão de Heartwork ( Carcass) além duma espetacular versão para Eletric Eye ( Judas Priest) com a participação de Luiz Carlos Louzada( Vulcano, Hierarchical, Killmister ) na bateria. Um detalhe importante é que a dupla de guitarristas ( excelente por sinal) tocaram no Nervochaos tempos atrás. Saíram do palco no melhor estilo festeiro e felizes por estarem na baicada mais uma vez, os caras se mostraram grandes pessoas, que gostam do que tocam sem o menor estrelismo ou confetes.
Fechando a noite, o trio de punk/hardcore/grind A Phoyce diretamente do Guarujá para o Boteco e mandarem alguns sons bem bacanas para curtir e letras para se pensar no que você anda fazendo para ser alguém melhor. Liderado pelo Phabiño Lopes ( guitarra/vocal) que também mantém o estúdio que leva seu nome e está sempre atuando na cena underground. O som é mais ou menos parecido com o que o Surra executa, ou seja, um som brutal e contestador. A banda ainda contou com a participação do figura Marcus Vinicius, que vem de longe para participar dos shows mesmo sendo um cadeirante.
Enfim, um evento bacana, cheio de pessoas bacanas e bandas que fizeram jus ao termo união e ótimo som. Parabéns a todos os envolvidos no dia de hoje e que mais e mais shows assim aconteçam.






Hierarchical Punishment, Mortifer Rage, Reffugo e A Phoyce atuando no palco do Boteco

sexta-feira, 2 de março de 2018

Angra - Omni

Nesta vida aprendemos inúmeras coisas, sendo uma delas dar uma chance a artistas que até então sua mente considerada perdida e acabada. O Angra por exemplo era uma dessas bandas que, mesmo continuando durante todo este intervalo distante, para a minha humilde opinião eles deveriam estar encerrando atividades. Porém nem tudo estava perdido. Quando iniciaram o processo de gravação deste disco, fui me empolgando com o que estavam prometendo e conforme foram dadas as primeiras opiniões acerca deste disco, fui criando aquela expectativa de que o Angra deveria continuar mesmo somente com o guitarrista Rafael Bittencourt na formação original. Mas aí começaram a chover na internet que uma participação da Sandy ( ela mesma) estaria neste novo álbum num dueto com Alissa White- Gluz na então desconhecida faixa Black Widow´s web. Os metaleiros ( sempre eles) ficaram araras nervosas e os ataques ao disco novo ou mesmo ao Angra começaram e virou aquele mimimi interminável, uma coisa que chegou aos pilares do humor de tão risível que são esses meninos tão nervosinhos e radicais. E o que acontece quando algo é atacado mesmo que de forma negativa? a promoção e a curiosidade batendo mais ainda. Cheguei então neste dia esperado e ouvi a tal faixa. A música em si é muito foda, independente de ter a Sandy ou não nela. Uma levada moderna, atualizada e um Angra renovado e pronto para voltar em grande estilo a minha coleção de discos. Mas como o disco não é feito de uma só faixa, veio a primeira faixa Light of transcendence e a constatação de que a banda estava afiada, mantendo suas raízes no metal porém sempre adicionando algo legal em sua música. Travelers of time é outra faixa sensacional com aqueles toques de percussão no melhor estilo Carolina IV entre outras e que mostra aos mais raivosos que sim, a música brasileira pode ser inserida sem descaracterizar o som pesado. E você acha que parou por aqui? Temos muito mais!!!!! Outros momentos brilhantes estão em Insania ( muito boa mesmo), a excepcional The bottom of my soul, esta com os vocais do Rafael que por sinal revela-se um baita cantor. Conforme o mesmo, a decisão de cantar esta faixa foi que a letra ( escrita por ele) reflete um momento difícil pelo qual passou e que somente ele poderia dar o toque emocional que a canção pedia. Esta faixa confesso que ouvi com muita atenção pois traduz o que eu passei com a perda da minha cocker Pink no ano passado, numa daquelas conversas indiretas que temos com nossos músicos dos quais admiramos. War horns é outra bela faixa com direito a solo do Kiko Loureiro ( hoje no Megadeth) aonde ele toca no estilo habitual. Não sou fã do estilo de tocar dele mas uma coisa é certa: o cara é um dos melhores talentos do metal mundial e não foi por camaradagem que Dave Mustaine o chamou para dividir as guitarras no Megadeth. Aliás, recomendo que assista os dois vídeos aonde Kiko comenta acerca do primeiro lugar da faixa The black widow´s web e acerta em cheio ao falar o quão doente anda a música brasileira atual. Opiniões estas que traduzem a insatisfação duma parcela populacional que simplesmente não aceita esta imposição por parte destes estilos musicais.
Magic mirror é uma daquelas faixas que dá prazer em ouvir tamanha beleza na canção como um todo, desde a ótima performance de Fábio Lione até o ótimo instrumental tocado pelo já citado Rafael e Marcelo Barbosa ( guitarras), Felipe Andreoli ( baixo) e o talento Bruno Valverde ( bateria), mostrando uma musicalidade impecável duma banda que soube atropelar os problemas e vir com algo forte e duradouro. E o que falar de Always more e de Fabio Lione? A música é fantástica e Fabio... bem, este italiano é um monstro na voz e sabe cantar de formas brilhantes e não força a barra como vemos em alguns metidos a cantores por aí. As faixas Omni - Silence inside e infinite nothing são daquelas pérolas musicais supremas e fecham o disco que pode ser considerado o melhor desde Temple of Shadows sem sombra de dúvida. E ouçam a faixa Caveman, ela vai lhe dar uma nova perspectiva de que não podemos misturar estilos musicais com o metal.
Enfim, um belo disco e uma banda renovada e pronta para mais alguns anos nos palcos e gravando discos. Parabéns ao Angra!!!!!!!!! E parabéns a Sandy!!!!!!! Viva o metal nacional.