sexta-feira, 2 de março de 2018

Angra - Omni

Nesta vida aprendemos inúmeras coisas, sendo uma delas dar uma chance a artistas que até então sua mente considerada perdida e acabada. O Angra por exemplo era uma dessas bandas que, mesmo continuando durante todo este intervalo distante, para a minha humilde opinião eles deveriam estar encerrando atividades. Porém nem tudo estava perdido. Quando iniciaram o processo de gravação deste disco, fui me empolgando com o que estavam prometendo e conforme foram dadas as primeiras opiniões acerca deste disco, fui criando aquela expectativa de que o Angra deveria continuar mesmo somente com o guitarrista Rafael Bittencourt na formação original. Mas aí começaram a chover na internet que uma participação da Sandy ( ela mesma) estaria neste novo álbum num dueto com Alissa White- Gluz na então desconhecida faixa Black Widow´s web. Os metaleiros ( sempre eles) ficaram araras nervosas e os ataques ao disco novo ou mesmo ao Angra começaram e virou aquele mimimi interminável, uma coisa que chegou aos pilares do humor de tão risível que são esses meninos tão nervosinhos e radicais. E o que acontece quando algo é atacado mesmo que de forma negativa? a promoção e a curiosidade batendo mais ainda. Cheguei então neste dia esperado e ouvi a tal faixa. A música em si é muito foda, independente de ter a Sandy ou não nela. Uma levada moderna, atualizada e um Angra renovado e pronto para voltar em grande estilo a minha coleção de discos. Mas como o disco não é feito de uma só faixa, veio a primeira faixa Light of transcendence e a constatação de que a banda estava afiada, mantendo suas raízes no metal porém sempre adicionando algo legal em sua música. Travelers of time é outra faixa sensacional com aqueles toques de percussão no melhor estilo Carolina IV entre outras e que mostra aos mais raivosos que sim, a música brasileira pode ser inserida sem descaracterizar o som pesado. E você acha que parou por aqui? Temos muito mais!!!!! Outros momentos brilhantes estão em Insania ( muito boa mesmo), a excepcional The bottom of my soul, esta com os vocais do Rafael que por sinal revela-se um baita cantor. Conforme o mesmo, a decisão de cantar esta faixa foi que a letra ( escrita por ele) reflete um momento difícil pelo qual passou e que somente ele poderia dar o toque emocional que a canção pedia. Esta faixa confesso que ouvi com muita atenção pois traduz o que eu passei com a perda da minha cocker Pink no ano passado, numa daquelas conversas indiretas que temos com nossos músicos dos quais admiramos. War horns é outra bela faixa com direito a solo do Kiko Loureiro ( hoje no Megadeth) aonde ele toca no estilo habitual. Não sou fã do estilo de tocar dele mas uma coisa é certa: o cara é um dos melhores talentos do metal mundial e não foi por camaradagem que Dave Mustaine o chamou para dividir as guitarras no Megadeth. Aliás, recomendo que assista os dois vídeos aonde Kiko comenta acerca do primeiro lugar da faixa The black widow´s web e acerta em cheio ao falar o quão doente anda a música brasileira atual. Opiniões estas que traduzem a insatisfação duma parcela populacional que simplesmente não aceita esta imposição por parte destes estilos musicais.
Magic mirror é uma daquelas faixas que dá prazer em ouvir tamanha beleza na canção como um todo, desde a ótima performance de Fábio Lione até o ótimo instrumental tocado pelo já citado Rafael e Marcelo Barbosa ( guitarras), Felipe Andreoli ( baixo) e o talento Bruno Valverde ( bateria), mostrando uma musicalidade impecável duma banda que soube atropelar os problemas e vir com algo forte e duradouro. E o que falar de Always more e de Fabio Lione? A música é fantástica e Fabio... bem, este italiano é um monstro na voz e sabe cantar de formas brilhantes e não força a barra como vemos em alguns metidos a cantores por aí. As faixas Omni - Silence inside e infinite nothing são daquelas pérolas musicais supremas e fecham o disco que pode ser considerado o melhor desde Temple of Shadows sem sombra de dúvida. E ouçam a faixa Caveman, ela vai lhe dar uma nova perspectiva de que não podemos misturar estilos musicais com o metal.
Enfim, um belo disco e uma banda renovada e pronta para mais alguns anos nos palcos e gravando discos. Parabéns ao Angra!!!!!!!!! E parabéns a Sandy!!!!!!! Viva o metal nacional.

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