sábado, 30 de julho de 2016

Sepultura - Under a Pale Grey Sky

Adquiri este disco hoje e ouvindo ele, me veio algumas lembranças bacanas de quando o Sepultura era aquele quarteto que me dava um puta orgulho. Ainda respeito a banda e ao vivo ainda conseguem fazer um show brutal. Mas perdoem-me os fãs de Derrick Green mas Max Cavalera fazia muita diferença nos vocais e naqueles riffs sensacionais em sua guitarra. Sim, Max hoje em dia não chega nem perto do que era mas ainda assim consegue ter uma legião de fãs pois não precisa provar mais nada para ninguém e é um mito, alguém do qual sempre será lembrado. No dia 16 de dezembro de 1996 no Brixton Academy a banda faria sua última apresentação com o quarteto clássico: Max, Andreas Kisser ( guitarra), Paulo Xisto ( baixo) e Igor Cavalera ( bateria). Após este show rezou-se a lenda de que rolou a demissão da então empresária Gloria Cavalera e que culminou na saída de Max e entre tentativas de retorno, os lados foram para seus respectivos caminhos e temos dum lado o Sepultura na sombra do seu passado e no outro Soulfly e Cavalera Conspiracy fazendo os fãs reviverem o que foi excelente um dia.
E este disco está me fazendo pensar em algumas pessoas que não estão mais entre a minha lista de amigos por motivos que só falando ao vivo teremos as respostas corretas. Assuntos foram ditos mas ficaram resumidos numa exclusão numa rede social. Uma conversa ao vivo foi solicitada mas obtive resposta da forma negativa, ou seja, a impressão é que fui contaminado pela "síndrome de Phil Anselmo" que nada mais é do que algo de errado feito mas que não há o menor jeito de perdoar. Estamos vivendo a era da intolerância aonde dar uma segunda chance virou algo impossível de se fazer. Se antes eu era o cara mais legal agora sou o inimigo público número 1, alguém que não pode mais confiar de modo algum. A vida continua e estaremos por aí sempre, errando ou acertando.
Voltando ao disco, mesmo não estando numa fase das melhores em termos de integração, a banda ainda assim realizou este show que mostra como o poder de fogo deste quarteto era imbatível. Fico imaginando se a saga tivesse continuado, aonde chegariam... Em plena tour do disco Roots, a banda mandou um set animalesco dando uma passada em toda carreira. Numa embalagem dupla, temos entre intro e uma citação breve a Chico Science 26 faixas de poderio monstruoso e quem é fã e ainda não conferiu este disco pode servir como arquivo histórico para quem não vivenciou esta época gloriosa e esquecer de rótulos pois nesta época o Sepultura já tinha se distanciado do thrash metal tradicional para algo acima de nomes de estilos mas ainda assim com o peso sendo a chama desta banda. E dá-lhe Roots Bloody Roots, Spit, Territory, Attitude, Troops of Doom, Beneath the remains/Mass hypnosis, Desperate Cry, Necromancer, Refuse/Resist, Arise/Dead embrionic cells, Slave new world, Biotech is godzilla, Inner Self, Orgasmatron entre outras. Um destaque bacana foi a participação do Strife em We gotta know, cover do Cro Mags e que ganhou uma versão muito foda.
E ainda bem que temos a música que já disse e digo para todos vocês que não há terapia mais fantástica como esta. Bom, agora vou me indo pois o disco acabou e não há mais nada a dizer. Vou me concentrar nas coisas boas. Ou tentar....

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Florence + the Machine - Ceremonials

Este mundo da música sempre me proporcionando surpresas. Quando Florence começou a aparecer, confesso que demorei a gostar do som e não entendia muito qual era a dela em termos gerais. E uma tendência da música pop vem acontecendo: criarem artistas pop sem ser pop no sentido normal. E esta cara amiga quando apareceu foi justamente neste time em que ia jogar e quem sabe ganhar. Ela ganhou um status de estrela dos esquisitos e caras com uma certa "sensibilidade" fora aqueles que "amam" ela sem ao menos ter alguma crítica negativa pois quem "ama" não fala mal. Isso me afastou um pouco de ouvir coisas dela pois ser categorizado como tal esquisito não é a minha praia. Cheguei a dar mais uma oportunidade para o som dela e fui checar alguns vídeos e tentar ouvir melhor. E foi dessa última audição que algo aconteceu comigo. O som dela me cativou e ter um disco dela seria meu dever que cumprido recentemente com este álbum de 2011.
Definir o som da Florence e sua máquina pop é algo meio complicado e chega a ser inútil desvendar o que ela faz tamanha a estranheza elegante que permeia em todo o disco.
Aqui os 12 temas são construções musicais, peças musicais que geram amor ou ódio ao ouvinte. Only if for a night abre o disco com aquele clima típico dela além das belas vocalizações que dominam todo o disco. Shake it out tem cara de hit e é outra candidata a não sair do meu playlist tão cedo. What the water gave me também brilha com uma vibração única, daquelas para rolar num sábado ensolarado. Never let me go começa lenta e vai vibrando conforme a música avança e que voz tem a Florence hein? Podem falar mal, é um direito de qualquer pessoa gostar ou desgostar. É capaz de ser chamado de falso pois agora sou amigo dela.... Sarcasmos a parte, o restante das faixas guiam no mesmo caminho e me despertou a vontade de ouvir os outros discos.
Revolucionária? não sei. O que eu sei é que ela possui o que eu espero de um artista: ter músicas que, de alguma forma, me cative e o faça querer ouvir mais e mais. Pode ser Florence + the Machine ou Mystifier. O que importa é o que ambos tem a me oferecer. E a ruiva mostrou que Ceremonials pode ser apenas o começo de uma viagem fantástica tendo como trilha sonora uma cantora que não precisa ser bonita nem rebolar a bunda para mostrar o quão gostosa é. Ela só precisa de 12 faixas como as que estão aqui. Viva Florence + the Machine. Até mais....

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Eric Clapton´s Rainbow Concert

Finalizando a noite já inicio agradecendo meu brother Mauro por ter me emprestado esta obra de arte. Não estranharia se este cd fosse de ouro tamanha a qualidade do material que consta nele. A história deste concerto tem um apelo de amizade envolvida. Eric Clapton passava uma de suas piores fases por conta do abuso de drogas e ainda estava abalado emocionalmente devido a desilusão amorosa que teve com a esposa do amigo George Harrison do qual era absolutamente apaixonado e que chegou a gravar um disco inteiro pensando nela. Clapton morava sozinho e sua casa era uma tremenda bagunça. Pete Townshend foi fazer uma visita ao amigo e vendo Clapton num estado lastimável, propôs ao mesmo um concerto para levantar sua moral e mostrar o desperdício de talento que um cara como ele jogado as trassas.
Sem alongar muito em lances pessoais, vamos nos transportar para o dia 13 de Janeiro de 1973 no Rainbow Theatre aonde ele e Pete se uniram a Rick Grech, Jim Capaldi, Ronnie Wood, Rebop, Jimmy Karstein e Steve Winwood num show que no mínimo deve ter sido memorável para quem foi pois com um timaço desses e um set list avassalador o lance seria um jogo ganho logo no começo com a maravilhosa Layla. Clapton mesmo detonado e não tendo lembrado deste show tocou como nunca sua guitarra e não era a toa seu apelido de ' God' graças a sua guitarra sempre bem tocada. Pete Townshend é outra atração a parte e só pela boa vontade de trazer Clapton para os palcos novamente já seria digno de aplausos e uma amostra de amizade. Além de Layla, outras pérolas incendiaram a casa entre elas Badge, Blues power, Little wing e Crossroads que encerra o show em grande estilo.
Fãs de música em geral irão se divertir e se caso um artefato desses estiver dando sopa, irei comprar pois é mais do que um simples disquinho e sim uma aula de como se faz algo com pegada e verdade.
Simplesmente imperdível!!!!!!

Sarcófago e sua aura maldita no metal.

Falar do Sarcófago é falar duma banda que já começou polêmica antes dela existir. Seu líder, o guitarrista e vocalista Wagner Lamounier ( ou Antichrist) tinha integrado o Sepultura nos primórdios e saiu dela em meio a uma treta que parece não ter até hoje. Max até hoje não poupa críticas ao ex companheiro de banda e em seu livro auto biográfico acusa Wagner de ter roubado a banda naquela época. Se isso foi verídico eu não sei.  A treta se estendeu durante a carreira e tinha a rixa entre os fãs. Quem era fã do Sepultura não poderia ser fã do Sarcófago e assim por diante. Mais ou menos quando acontece em que alguma pessoa fala que, se for amiga de fulano A não pode ser meu amigo e por aí vai. Em ambos os casos minha opinião é assim: gosto de ambos os amigos/bandas. Queria estar nessa rixa e mandar todos para aquele lugar chamado cu e dizer que eu poderia gostar das duas sem o menor problema pois a treta era entre as bandas e não comigo.
Não importa se alguém desmereça estes caras. A banda tem uma aura cult a ponto da cena escandinava de black metal enaltecer o clássico INRI e convenhamos: este disco é uma obra prima!!!! Aqui há outros discos para se comentar e 3 deles estão aqui para minha rica coleção. Rotting, Hate e The Worst + Crust ep ostentam a aura maldita que paira sobre a banda como uma eterna nuvem negra e se você tem medo de letras blasfemas e extremidade no som a ponto de não conseguir dormir a noite, recomendo nem ouvir. Vamos começar pelo disco Rotting de 89. Confesso que ele é meio perdido pois você percebe uma certa pressa, um extremismo meio sem noção. Explicando: contendo 5 faixas mais uma intro bem bacana aonde podemos ouvir alguns fanfarrões pegando algumas menininhas e os gemidos dão a entender que o negócio estava muito bom. Mas não contive o riso ao ouvir um ' gostosa' saído de forma gutural. E apesar do baixista Gerald Mineli ( ou Incubus) dizer que o Sarcófago sempre foi death metal, é notório uma pegada thrash metal no decorrer das faixas, o que não é algo negativo mas que tinha na cara dura. Alcoholic coma abre como uma avassaladora máquina esmagadora aonde riffs pesados se misturam aos vocais a lá Jeff Becerra/ Cronos de Wagner e a bateria sempre veloz do então integrante Manu Joker, hoje integrante do Uganga. Tracy, Rotting, Sex Drinks and metal e Nightmare são outros destaques dum disco urgente e cheio de pressa para acabar logo mas ainda assim legal e histórico.
E falando em polêmica, em 94, após o excelente The Laws of Scourge, a dupla Wagner/ Geraldo se viu na necessidade de dar maior velocidades nas faixas e com um baterista físico não ia rolar. A saída foi utilizar uma bateria programada. Com isso, a banda se afastou dos palcos e concentrou sua força maligna somente em gravar discos. Mesmo tendo arrancado algumas torções de narizes, eu confesso que achei o disco legal e faixas brilhantes como Song for my death, Pact of cum, Satanic Terrorism, Hate ( não tem como não rir da intro ) e quase industrial e fúnebre Anal vomit ( seria uma diarreia?) me fizeram ser malvado num curto espaço de tempo. Esqueça o lance da bateria eletrônica e curta de mente aberta esse disco e o que virá depois: The Worst. Lançado em 96 já um tempo como um duo, o disco registrou mais algumas pérolas malvadas a começar pela faixa título, uma clara amostra do que virá mais para frente... ou não. Outras pedradas são destaque como Army of the damned, a arrastada God bless the whores ( danadinhos...), Pungled in blood, a regravação de Satanic lust e Purification process cuja letra não foi posta no encarte pois foi censurada. Juntando ao disco citado temos o ep Crust que foi lançado em 2007 e mostrou uma gravação mais tosca com os vocais praticamente indecifráveis. Uma das faixas, intitulada F.O.M.B.M. ( fuck of melodic black metal) é uma mensagem bem bacana dos caras ao black metal sinfônico que estava no auge e nada mais Sarcófago de ser do que ir contra esta tendência do black. Este ep vale mais pois está unido ao The Worst pois ele sozinho não me animou em ter na época.
Enfim, chego ao final da audição dos discos e concluo que, para o bem ou para o mal, o Sarcófago será sempre lembrado como uma das mais bandas influenciadoras e sua discografia ficará para a eternidade assim como o legado de Wagner, um cara que mereceria todos os tributos pois foi graças a este cara que muita coisa aconteceu. Se ele é mais ou menos importante que Max? prefiro dizer que cada um fez sua parte de forma sublime e nada de concorrências desnecessárias.
Longa vida ao Sarcófago, a banda que fez alguém tacar fogo em alguma igreja na Noruega.
Sem mais.

Elis Regina continua me encantando mais e mais

Antes de dar aquela volta, aproveitar meus dias de descanso com as melhores companhias: os amigos e a música bem feita. Algumas pessoas me perguntaram o que eu faria nas férias e a primeira "regra" para curtir as férias é viajar. Não viajar em outras coisas mas sim viajar, ir para outra cidade só para dizer que fez algo de bom além de bater um monte de fotos sempre com aquele sorrisão mostrando que se divertiu pra caramba. Se você vai para casa de parente ou terá amigos na outra cidade, eu até entendo. Agora, ir para Campos de Jordão ou para a Bélgica sozinho só para dizer que fez algo pode ser uma faca de dois gumes: pode ser que encontre pessoas e seja amigo delas ou a segunda hipótese seria ficar num hotel e fazer tudo sozinho. ás vezes é legal ficar sozinho mas toda hora é algo que não é legal. Prefiro ficar na minha cidade pois as chances de se divertir acaba sendo maior estando com quem já conhece. E no último sábado houve novamente a feira de vinil em frente a loja Ducati com um som rolando e alguns expositores com discos e cd´s e alguns dvd´s. Dentre os que marcaram presença estavam Sérgio Dias e Eder Lima, mais conhecido como Edinho e um dos grande apreciadores de música brasileira e metal que eu já conheci. Fora que ao lado estava Sérgio Dias, um dos melhores dj´s e grande conhecedor de música alternativa e que anda agitando Santos e baixada com seu Som do Dias que passa o melhor da música dos anos 60 até hoje. Do Sérgio, adquiri um greatest hits bem bacana cuja gravação tinha sido feita em cdr por outro grande conhecedor de sons, Mauro Pinheiro Cruz. Quando vi o disco original não pensei duas vezes: comprei o cd e antes de vir essa discussão de original vs mp3 já aviso: a regra é nenhum dos lados impor a realidade que vive e é o que mais percebo quando este assunto entra em alguma roda de bar. Possuo ambos os mundos e não fico impondo a ninguém comprar original. Mas alguns caras que não compram mais se tornam chatos quando colocam suas realidades como sendo a regra oficial como foi o caso de um cara que afirmou que, quando casassem, iam ter que acabar se desfazendo de tudo por questões matrimoniais. S e ele em questão fez isso não significa que todo cara que for casar terá que fazer isso e um exemplo contrário foi exemplificado com outro cara casado há 19 anos mas que de forma alguma pensou em se desfazer de sua rica coleção.
Além do Confederate Railroad ( a banda do GH), vasculhei a banca do Edinho e adquiri dois artefatos sensacionais. Um foi o já citado Elis& Tom, grande encontro da minha Rainha com Tom Jobim cuja musicalidade deste disco chega a ser sobrenatural. Como tinha a versão da folha de São Paulo e meu amigo Mauro não tinha uma versão em bom estado do mesmo, presenteei o mesmo a versão da folha como uma forma bonita de mostrar o real objetivo da música: unir. O episódio citado acima foi somente que li e em momento algum tomei partido de ninguém.
Outro artefato da Elis foi um box quíntuplo trazendo seus maiores sucessos e com um livreto muito bem escrito nem precisarei me aprofundar pois o que está escrito já é a versão definitiva desta coletânea. Mas uma coisa preciso dizer: como a voz dela fica melhor a cada audição... impressionante. A impressão que dá é que Elis canta cada vez melhor a cada vez que ponho algum de seus discos e o amor por cada canção cresce mais e mais sem prazo de enjoar ou mesmo ficar datado.
Só tenho a agradecer a ambos os vendedores/amigos pela competência e que venham mais feiras desta para que os apreciadores de música continue sua saga de comprar algo legal ou mesmo só para conversar com os amigos. E que apareça mais artefatos da minha gauchinha pois nunca é demais falar ou mesmo ouvir algo referente a maior cantora de todos os tempos. E aguardem pela próxima resenha: Sarcófago. Viva a música nacional!!!!!!!

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Faster Pussycat - Wake me when it´s over

Acordar cedo é chato. Sim, é um pé no saco ter que pensar em levantar quando sono está no seu ápice e o prazer em levantar é o mesmo que achar legal um disco Rhapsody on Fire. Mas eu vou tentar meu lugar no show que promete ser o do ano: Guns N´Roses!!!!! Se para muito rancoroso é algo desnecessário para este que vos digita, que cresceu ouvindo estes caras, ter o prazer de ver ao vivo Axl, Slash e Duff juntos será algo mágico e garanto que alguns um dia curtiram o som dos caras. E aproveitando o tempo de espera do meu amigo que organiza excursão passar neste combalido Saboó irei falar um pouco deste puta disco do Faster Pussycat. Lançado em 89, ele traz aquele hard rock característico do Faster numa pegada animal chegando a lembrar um pouco Aerosmith principalmente pelo vocal do sempre enigmático Taime Downe que chega a lembrar Steven Tyler. Imagine um cruzamento de Aerosmith e New York Dolls apertando o play do disco. Também temos que fazer justiça aos outros caras da banda como os excelentes guitarristas Greg Steele e Brent Muscat além da cozinha eficiente de Eric Stacy ( baixo) e Mark  Michals ( bateria) pois fizeram honra a este clássico mostrando que virtuosismo em certos casos acaba sendo secundário e prepotente. E arregaços festeiros como Where there´s whip there´s a way, Little dove, Poison ivy ou Pulling weeds aonde faz a festa de algum ser do hard rock que ainda quer se divertir e esquecer o mundo do lado de fora. Se tiver algumas teenagers bem assanhadas e com vontade de brincar um pouco, melhor ainda pois hard rock é festa, sexo e alegria contagiante.
Outra faixa da qual destaco é House of Pain, que nada mais é do que o modo do Faster Pussycat de fazer alguma balada e conseguiram porque a música é muito legal e pode ser aquele momento em que ela começa o strip em alguma casa noturna para tais acontecimentos.
Outro arregaço é Tattoo que transpira hard rock em cada segundo, cada riff, cada verso. O disco se encerra com Please dear que nada mais é aquela faixa que tá rolando as 6 da manhã e todos estão indo embora para casa após uma noitada sensacional e com aquela sensação de dever cumprido com a vida. Bandas como o Faster Pussycat tornam a vida mais legal e mostram duma forma positiva que podemos sim reclamar de algo. Mas reclamar de tudo e achar que tudo está ruim pode ser algo perigoso. Bom, com licença que preciso ir ao compromisso do rock. Até mais com mais resenhas de discos legais folks.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Neil Young - Le Noise

O que falei sobre ele já disse numa resenha aonde adquiri para audição algumas peças bem legais de sua discografia. Com altos e baixos, este senhor canadense obtém em sua discografia alguns itens essenciais e outros dos quais merecia jogar no lixo tamanha a decepção. Sim senhores, Neil Young já errou um dia. Mas aqui ele acerta, pelo menos para mim. É que Le Noise não é um disco necessariamente normal. Calma, não são aquelas desnecessidades que ele cometeu. Aqui, temos a guitarra e a voz e algumas somente ele e seu violão. Não há faixas com bateria ou uma banda completa. Trata-se apenas de Neil Young cantando com sua voz característica e chorona 8 faixas bem interessantes e surpreendentes devido ao formato no qual foi gravado.
Saca aquela trilhas sonoras para andar na rua no maior estilo " eu contra o mundo e que se foda o resto?". Walk with me, Sign of love, Someone´s gonna rescue you, Love and war, Angry world, Hitchhiker, Peacefull valley boulevard e Rumblin´ lhe mostrarão o que pode ser sua trilha sonora.
Rock n´roll feito da forma que lhe é cabível existir. É rebelde, sujo e viajante. Amando ou odiando, este cara existe e continua nos brindando com sons novos. Com a perda de alguns ídolos recentemente, o jeito é ir aproveitando enquanto outros ainda estão vivos e atuantes. E mais uma observação: o disco foi produzido pelo renomado Daniel Lanois, o mesmo que trabalhou com U2 em alguns de seus discos clássicos e se eu não estiver enganado ele produziu o perfeito The Joshua Tree. Preciso dizer mais alguma coisa? Sim, preciso: ouça este disco com uma certa mente aberta.

Lana Del Rey - Ultraviolence

Feministas que ficam protestando com os peitos murchos de fora que me perdoem mas não há como ver esta foto da capa da Lana e não ficar pensando em besteira: ela é uma delícia!!!!! O jeito dela de teenager, sua voz parecendo que acabou de acordar bem sensual forma uma junção cujo prazer carnal se mistura com o musical e quando percebe está viajando em todos os sentidos por este ruiva. Ultraviolence pode ser considerado como o melhor disco dela mas levando em conta nos 3 discos ela mantém uma linha musical bem semelhante, não há muito o que comparar. E o som dela é aquilo: ou você ama ou você odeia com todas as forças. Eu demorei um pouco para curtir mas no momento em que me apaixonei por cada som dela, foi algo como tomar uma droga tão alucinógena a ponto de não voltar mais a órbita tamanho o barato que deu ao ouvir. 
Num disco desses, dar alguma música como exemplo torna-se uma tarefa dificultosa por conta de todas serem muito legais. Cruel world, Ultraviolence, Shades of cool, Brooklyn baby, West coast, Sad girl, Pretty when you cry, Money power glory, Fucking my way up to the top, Old money, The other woman contém aquela beleza melancólica típicas das que Lana grava e entendo que não gosta pois trata-se de algo difícil de curtir assim logo de cara. Seriam como sons dos anos 50 e 60 cantados por uma garota de agora. E mantenho a comparação do som que ela faz com o que a nossa Maysa fazia, sem querer dizer que seria melhor ou mais importante. 
As bônus mantém a qualidade do disco e uma em questão me chamou a atenção pelo nome: Guns and Roses. Muito se fala do suposto namoro dela com Axl Rose e se isso foi real mesmo, Lana sabe muito bem como provocar uma polêmica sem querer querendo. 
Eu não sei quanto a vocês mas eu já aderi ao som desta minha namorada platônica. Não toque Lana Del Rey em nenhuma festa. Deixe que ela lhe faça companhia no aconchego do seu lar e de preferência uma bela dose de suco de uva bem gelado. Se quiser substituir o suco por uma dose de whisky e uma leitura fique a seu gosto. O sabor será até melhor....

Circus Maximus - Isolate

Numa tradução mais simples, este disco do Circus Maximus obtém um nome muito profundo e serve como linha de pensamento para muitas pessoas. Farei melhor: sejamos sinceros, quem nunca pensou em se isolar de tudo e de todos em muitas situações infelizes que atire a primeira pedra. O termo isolar é algo que pode ser preocupante quando a pessoa só pensa em ficar sozinha e não quer mais saber de quaisquer contatos com qualquer ser humano. Já parou para pensar em como nos isolamos bem no meio da rua ou pior: bem no meio de nossos amigos? Hoje vi uma cena, das muitas que já vi mas que me chama a atenção quanto a este tema de alguma forma. Um casal na praça da alimentação estavam lá para uma refeição. O namorado fez toda a gentileza de buscar a comida da namorada e até colocou um molho no temaki da princesa. Sabe qual foi a reação da garota? nenhuma. Sim, nenhuma. A mesma estava tão entretida com seu celular que nem ligou para o namorado educado. Vamos botar a cabeça para pensar: isso é muito triste não é mesmo? Ou eu estou muito emotivo? Bom, alguns podem achar que venho com esta tecla porque não tenho nenhum celular de última geração ou que estou atrasado na tecnologia. Mas a verdade é que o cara se sentiu um nada e deu para notar na cara dele. Ela só desgrudou do celular para comer. Carinho? zero. Trocas de carícias? zero novamente. O isolamento começa aí. Já parou para pensar como você mesmo que está lendo isso aqui já ficou isolado mesmo estando numa mesa cheia de amigos somente porque o whatsapp está te prendendo num universo solitário? É notório que as pessoas estão perdendo a noção do ridículo por causa disso tudo, estão se tornando cada vez mais materialistas e sozinhas. Estaria eu propondo uma volta ao passado e ninguém mais usar estes recursos? De jeito nenhum!!!! A utilidade que isso pode proporcionar é algo sensacional e para quem lida com negócios, whatsapp é uma ferramenta maravilhosa de contato. Mas, a partir do momento que usamos isso mesmo estando com alguém numa mesa a ponto de deixar esta pessoa esperando por um "olá ", isso pode tornar alguém depressivo e não estranhe se alguém se jogar do prédio ou pular da Golden Gate. Esse é o resultado do isolamento exagerado.
Aqui em 9 faixas temos uma banda cujo som é emocional, prog, melodioso e com um certo peso. O vocalista Michael Eriksen canta duma forma bem bacana, mostrando uma versatilidade fora de série, muito foda mesmo. Além dele, temos o guitarrista Mats Haugen que não precisa se aparecer para mostrar o quão bom ele é. O tecladista Lasse Finbroten coloca na música uma camada de teclados que dão todo o clima para as faixas e seus colegas brilharem e a cozinha formada pelo baixista Glen Mollen e o excelente baterista Truls Haugen é eficaz e mantém o brilho que este disco possui.
A darkened mind, Abyss, Wither, Sane no more ( instrumental), Arrival of love, Zero, Mouth of madness, From childhood hour e Ultimate sacrifice farão você refletir sobre o que eu escrevi de forma bem clara e sem rancor. Fast food é muito bom. Mas, se você comer todos os dias e não comer nada mais saudável, pode te prejudicar.  O whatsapp é igual a um fast food. Te sacia mas se viciar pode ser um caminho sem volta.
Prog, hard, modernidade. acabei de ouvir uma das mais criativas que pude conferir. Confira. E não abandone seu amigo ( a) ou namorado ( a) por causa duma porra de um telefone.

Accept - Blood of the Nations

Uma tarde agradável passei hoje. Sair, ver os amigos, pensar na vida e nas pessoas. Falando com uma amiga minha, disse a ela que quando estou caminhando fico pensando em inúmeras coisas ao mesmo tempo que ficaria 3 dias contando tudo. E eu não menti de forma alguma pois é isso que acontece. Fico pensando nas pessoas que estão próximas mas também nas que de alguma forma estão longe de mim. Desafetos? Não, não possuo e como já disse inúmeras vezes, estou disposto a voltar a amizade com a maioria das pessoas que de alguma forma ficaram decepcionadas comigo. Esta vida é classificada por erros e acertos. Sendo assim, sou um ser humano que acerta e também erra. Ouvi de um cara bacana que trabalha na Renault que acertamos e erramos mas é preciso lapidar nossas vidas para que os erros sejam evitados de alguma forma. Portanto, quem se acha perfeito ou que diz que nunca errou na vida, está sendo um tanto hipócrita ou mentiroso quanto a afirmação. Não há alguém 100% certo assim como não há o 100% errado. E quando transportamos isso para as bandas e artistas de música em geral vemos acertos e erros. Por exemplo: troca de integrantes. Em alguns casos, a troca de integrantes significou um motivo para que a banda fosse adiante pois quando se tem alguns ou algum cara querendo mais se entupir de drogas ou mesmo de egocentrismo a ponto de achar o semi deus de tudo, o melhor é sacar o cara. Já em outros casos, uma troca de integrantes pode significar o fim definitivo e para retornar depois com os mesmos é só uma questão de tempo e provação.
O Accept passou por isso nesta época quando decidiu voltar a ativa. Já não era legal a afinidade entre Udo e o restante da banda e após duas voltas e encerramentos, a banda ficou inativa e na história. Até chegar 2010. Quando foi anunciado a volta da banda com o vocalista Mark Tornillo ( ex- TT Quick) algumas pessoas ficaram meio receosas pois Udo sempre foi a peça chave para a banda graças a voz esganiçada e como já tinham mudado uma vez e não deu lá muito certo, os fãs ficaram desconfiados. Mas o guitarrista Wolf Hoffmann, o baixista Peter Baltes, o então outro guitarrista Frank Herman e o então baterista Stefan Schwarzmann acreditaram no potencial de Mark e partiram para a gravação deste que foi um dos melhores discos já lançados não só pelo Accept como do próprio heavy metal.
Blood of the Nations traz algumas das melhores faixas do estilo e mostra que, quando se fala de heavy metal bem feito tem que falar do Accept e eu mesmo custei a acreditar nisso talvez por birra ou que meu gosto é pessoal mesmo mas a verdade é que hoje em dia eu trato a banda com muito respeito pois estes caras merecem todo nosso carinho e fidelidade. Como não ser fã duma banda que lança um disco como este recheado de riffs de guitarra sensacionais? Só sendo surdo....
Em 12 faixas, temos o que esperamos destes seres humanos brilhantes. O disco abre com Beat the bastards que arregaça qualquer quarteirão tamanha a explosão que é esta faixa. Teutonic Terror vem em seguida e mostra o porque da banda ter escolhido esta faixa como clip e carro chefe: ela tem todos os ingredientes necessários para uma banda de metal. Mark é um monstro e faz Udo ser passado para trás. Nada contra o baixinho, fui em seu show recentemente e foi animal. Mas ignorar Mark Tornillo seria o mesmo que receber um diploma de estúpido. O cara é um frontman de mão cheia!!!!!
The abyss é outro petardo perfeito e a faixa título é simplesmente uma convocação a todos para o metal mas que não é necessário tocar absurdamente alto para provar nada ( quem faz isso....). Shades of death é outra preciosidade, uma joia já lapidada e pronta para lhe emocionar.
Mas há um grande hino neste disco e ele se chama Pandemic. Dona de um dos riffs de guitarra mais grudentos e viciantes da história da música, esta faixa fica lado a lado com qualquer clássico da banda, eu disse QUALQUER CLÁSSICO. Locked and loaded, Kill the pain, Rolling thunder, No shelter e Bucket full of hate completam o track list e são tão animalescas quanto as citadas acima e só me confirmam o que eu já tinha achado: que a banda põe um amor, uma vontade tamanha que não tenho outra coisa a não ser agradecido pela existência desses caras na Terra.
E desde já digo que os outros discos da volta são tão bons quanto esse e qualquer comentário contrário é exigido que a pessoa consulte um psiquiatra ou mesmo um médico que cuide do ouvido deste cidadão ou cidadã pois o cérebro ( ou o ouvido) sofrem gravemente de algo.
Sem mais...

Deftones - Around the Fur

Independente do ano em que qualquer disco foi lançado, sempre será legal reviver algum que marcou de alguma banda que ainda marca a história da música. Vamos voltar para 1997. O grunge já tinha saído de cena mesmo com algumas bandas ainda em atividade. Kurt Cobain já tinha partido desta há 3 anos e por isso o cenário do rock carecia de outro movimento para dar aquela sacudida. Sendo influenciados pelo Roots ( Sepultura), algumas bandas foram moldando seu som para algo que se tornou o movimento do new metal. Assim como o grunge, nada mais foi que um nome para o que estava surgindo e a mídia já adotou como o "futuro" do som pesado. Acontece que as bandas tinham uma diferença de som absurda aonde tinha o Korn, Limp Bizkit e..... Deftones. Chamar o Deftones de metal ou mesmo classificar o som destes caras chega a ser algo desnecessário pois o que eles fazem foge completamente de rótulos ou regras. E nesta época os caras soltaram aquele que seria o disco mais emblemático desta galera toda, o maravilhoso Around the Fur. Produzido por Terry Date e a própria banda, o som que saiu desta junção foi algo pesado mas ao mesmo tempo com um quê de alternative rock misturado a densidade das guitarras e sim, um vocalista diferenciado. Chino Moreno é o nome do frontman que juntamente com seus companheiros de banda formavam já naqueles tempos uma constelação de ótimas ideias e músicas que resistiram do teste do tempo. Das 10 faixas, pelo menos 3 são um soco na cara ou uma pancada bem no meio do estômago. My own summer ( shove it), Mascara e Be quiet and drive ( far away) são o que posso dizer que sons perfeitos, daqueles que grudam no teu cérebro de forma positiva, animadora. Mas outras faixas do disco merecem destaques como Lhabia ( que pancada), Around the fur, Rickets, Lotion, Dai the flu, Headup ( com participação de Max Cavalera que tocou numa banda chamada.....) e Mx que completam o disco do qual indico ouvir inteiro numa majestosa audição.
E sim, terão aqueles seres infelizes que irão dizer que é moderno e se é moderno não é "real". Como já disse em outras resenhas, o Deftones não foi criado para estas pessoas e sim para quem sabe pronunciar a palavra música primeiro do que metal. Amo o metal mas se ficar somente nele ou em qualquer estilo musical, fica aquela sensação de estar estagnado. Se ver pelo sentido que significa a palavra música, o ser estagnado acaba não sendo algo prazeroso. Finalizo dizendo que esta banda está entre as minhas 10 preferidas de todos os tempos e já não é de hoje!!!!! Foda.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Pink Floyd - Wish you were here

Não, não estou pagando aposta. Quem me conhece sabe que o único disco do Pink Floyd que eu gostava de verdade era o Division Bell e mais nada. Ainda acho ele o meu favorito, o disco perfeito onde tudo é belo e soberano. Mas ando apreciando cada vez mais o trabalho feito por David Gilmour (guitar, vocal), Nick Mason( bateria), Roger Waters ( baixo e vocal) e o saudoso tecladista Richard Wright e irei adquirir todos desta primeira fase da banda antes do The Wall. Quem sabe algo após o muro pois há coisas muito boas antes do disco soberbo citado acima. Por enquanto fiquemos com este maravilhoso disco lançado em Setembro de 75 cujo nome do disco é também o nome de uma das músicas mais lindas feitas pela banda: Wish you were here. Começando com um dedilhado espetacular de violão, a música vai crescendo de tal maneira que não há como não ficar maravilhado e o pensamento em coisas do lado bom da vida torna-se inevitável e não há nada mais legal do que isso na música que é a magia de te levar a lugares, momentos dos quais você riu ou de passeios futuros aonde a felicidade irá reinar. Outro momento grandioso está nas 9 etapas que estão divididas em 2 em Shine on you crazy diamond. Iniciando e finalizando, esta faixa é outra pérola mágica que teve leva a dimensões nunca antes navegadas. Uma sensação deliciosa da qual recomendo...
Welcome to the machine e Have a cigar não são menos importantes e completam um disco que beira a perfeição. A verdade é que discos assim me inspiram cada vez mais em ouvir música e esquecer um pouco do que anda acontecendo atualmente, seja aqui ou no mundo. Estamos passando por uma nuvem negra. E cada vez mais essas coisas ruins nos mostram que muitas vezes esquecemos de coisas maravilhosas e simples: música e amigos. Nada mais importa. Porque quando não existir mais a família, irá sobrar somente os amigos. E discos brilhantes como este.

Graveland - The Celtic Winter

Após uma aula de jazz, nada mais legal do que dar a sequência na audição com algo deste naipe. Para muitos, uma coisa não agrega a outra. Para alguns, quem ouve algo fora de extremo é "poser" e não é digno de pertencer a "horda ". Crianças enfim..... Não sei se Rob Darken ( guitar, vocal e teclados), Capricornus ( baterista e candidato a nome mais engraçado do metal) e Karcharoth ( guitarra e baixo) pensam da mesma forma mas o que importa é o som sensacional que este trio fez neste que é um dos melhores discos de black metal de todos os tempos. Como citei em resenha anterior, não espere por canções bonitas, limpas e ou delicadas. Assim como vocalizações bonitas recitando poemas ou letras falando de amor infinito. Aqui é blasfêmia, o ataque contra um mundo que tenta de todas as formas nos engolir com brinquedos tecnológicos que deixam o ser humano cada vez mais solitário de depressivo. Black metal não é depressivo. Depressivo é ficar no celular enquanto a vida passa e pessoas lhe ignoram. Mas enfim....
Após a intro, o que temos são temas assassinos cuja rispidez torna-se desesperadora em sua forma criativa como Call of the black forest, Hordes of empire, The night of fullmoon, Prolog, The gates to the kingdom of darkness e The return of funeral winds.
Quem vivenciou a época em que bandas como Mayhem, Burzum, Emperor na época que o black metal estava em seu ápice, com certeza terá no Graveland sua fonte de divertimento e vontade de ser feliz. Indicado para rolar na época de natal quando forem tirar a selfie falsa. Aperte o play e deixe ver a cara de horror de sua tia chata que lhe dá uma camiseta amarela mesmo sabendo que não usa amarelo. Brincadeiras a parte, The Celtic Winter merece uma conferida. Som de primeira!!!!! Obrigado black metal por me divertir sempre.

Paulo Mariz / Eduardo Mariz - Cosmic Game

Dois irmãos. Dois talentos. Paulo e Eduardo Mariz mostram o quão duvidosa é a amostra errada de onde você quer procurar música. Explicando melhor: a pessoa que procura pessoas realmente talentosas em rádio ou tv atualmente está prevendo algo praticamente impossível de acontecer. Não será no Faustão nem na Fátima Bernardes que você verá o talento desses dois caras. Não, o mainstream não quer isso pois parte da população não iria entender a musicalidade grandiosa, acharia tudo complexo demais para quem gosta de porcarias jorradas goela abaixo pelos canais televisivos mais preocupados por algo de fácil digestão. Quanto menos fazer pensar é melhor. Como não dependo de ficar grudado na tela da Globo ou de qualquer canal foco aonde tem que focar: os músicos do circuito alternativo, aqueles que nadam contra a maré da imbecilidade fazendo música boa, honesta e com garra. O baterista Paulo Mariz é um conhecido do mundo metal. Integrante do Killmister ( tributo ao Motörhead) e atual baterista do Infector, Paulo ainda foi membro do Sacred Curse e chegou a tocar com o ex guitarrista do Kórzus, o Soldado, no excelente Coração de Herói entre outros projetos dos quais tive o prazer de ouvir. Mas aqui Paulo mostra seus dotes de baterista para o jazz e o fusion. Seu irmão Eduardo é um guitarrista de mão cheia e seu fraseado de guitarra é digno de ser comparado a outros mestres do instrumento. Este projeto me lembrou um pouco o que Alan Morse gravou e Edu lembra um pouco ele no jeito de tocar. Paulo dispensa comentários pois trata-se de um dos melhores bateristas que já tive o prazer de ver tocar e mostra a muitos radicais que saber tocar jazz não significa somente se exibir: trata-se duma aula de aprimoramento no instrumento e abre horizontes para uma musicalidade ilimitada.
Em 9 faixas, os irmãos, juntamente com músicos convidados farão a festa de quem gosta de música bem feita e que agrada o ambiente. Confesso que rolando o disco aqui, a aura da casa ficou extremamente positiva e atrativa, uma sensação que somente algo impecável pode trazer aos ouvidos.
Beleza americana, Space cuba, Quazar, Cosmic game, Expresso tropical, Orion, Portal, Rock on the rock´s e Space Brasil são canções sensacionais, feita por caras extremamente competentes e um bônus: serão caras que ficarão satisfeitos por sua presença. E adquirir o item original você fará esses caras continuarem com a chama da boa música acesa pois não há nada mais recompensador do que o artista ver seu produto adquirido de forma honesta. Parabéns a esses dois guerreiros por nos trazer música feita com paixão. Só lembrando que não há nada distorcido.Acho que o intuito aqui é nem lembrar de rótulos. Dê o play e embarque neste "jogo cósmico". Caso queira ficar nesta modista areia movediça.... não diga que não avisei...

domingo, 10 de julho de 2016

Richie Sambora & Orianthi - Parque ibirapuera - 10/7/2016

Aproveitando a chegada cedo em casa e que não estou com sono, vou logo fazer uma resenha do que ocorreu neste evento. Aproveitando o festival Best of Blues e após um show no Tom Brasil, uma data para hoje foi agendada. Lógico que a prefeitura deve ter desembolsado uma bela grana mas o público que compareceu não saiu arrependido e Sambora fez um show digno de nota, mostrando que um guitarrista precisa de feeling e não de pirulitagens como faz alguns de seus concorrentes. O atrativo nesta tour anda sendo a parceria que o mesmo firmou com a guitarrista Orianthi que além de parceira musical anda sendo namorada de Richie nas horas vagas. Sobre o guitarrista, sem comentários. Comunicativo e feliz, Sambora mostrou uma qualidade sensacional encima do palco e mandou ver tanto na guitarra quanto no ótimo vocal que possui. Afastado do Bon Jovi, descobriu um caminho solo que pode render muito mais do que sua ex- banda cujo líder não parece querer fazer algo tão cedo. Em relação a Orianthi, no começo achei ela meio apagada no palco, talvez em parte por alguns problemas em sua guitarra. Com o andamento do espetáculo, ela foi se soltando mais e mostrou ser uma ótima guitarrista. Nem precisa dizer seu currículo que consta "somente" Michael Jackson e Alice Cooper. Fora um vídeo em parceria com Steve Vai que até hoje fico impressionado. Suas músicas solo, pesquisadas no you tube, são legais só que caso espere algo pesado esqueça: ela solo é mais pop rock com uma guitarra a mais.
O repertório foi baseado em canções de Richie, além de alguns covers como Black or White do já citado Jackson e algumas do Bon Jovi como I´ll be there for you, These days, Lay your hands on me entre outras.
No geral, foi um dia agradável que poderia ter sido um domingo monótono mas se transformou num dos melhores domingos da minha vida. Ter assistido Richie Sambora ao vivo foi algo surreal mas tenho uma ressalva: Sambora possui uma carreira solo excelente e por isso não precisa focar em covers. Faltaram algumas canções essenciais como Ballad of youth, Hard times come easy ou a recente Seven years gone. Mas tudo bem. Como disse anteriormente, um domingo sensacional eu passei e o melhor: entre amigos.
Ah, teve as atrações de abertura.... Tirando o tal do Igor Prado, o resto só serviu para encher linguiça.
Boa noite.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Mütiilation - Vampires of Black Imperial Blood

Finalizando a noite e desde já agradecendo meu brother Rodrigo pelas informações, venho com este mais belo artefato do metal negro. Esta banda segue mais ou menos a linha feita pelo Graveland, ou seja, um black metal lá não tão preocupado em ser muitíssimo bem gravado mas sim em ser perverso e não ligar muito para quem acha "barulho". Contando com o duo Mordred ( baixo) e o falecido Meyhna´ch ( vocal, guitarra e baixo) em 95 os caras gravaram um dos maiores exemplos de que o black metal é mais do que adorar Satanás: é terapêutico e sim, pode fazer feliz o ouvinte. Discordo quando me falam que black metal é algo negativo e que só atrai pensamentos maléficos. Pode -se amar ouvindo black metal. Pode-se sentir falta das cachorras em casa. Pode-se, acima de tudo, ser uma pessoa sensacional, pensante e dotada duma inteligência além do que as pessoas esperam.
Contando com 8 petardos, o que tenho em mãos são músicas feitas com ódio e amor verdadeiros. Ouça Magical shadows of a tragic past, Born under the master´s spell, Ravens of my funeral, Black imperial blood, Eternal empire of majesty death, Transylvania, Under ardailles night e Tears of a melancholic vampire e tente ser indiferente a tais sons fantásticos da extremidade absoluta.
Mas tudo bem, se você ficar com medo de dormir a noite é melhor nem ouvir. Se vier com mimimi religioso então aconselho não ouvir. A chance de se mijar na cama é válida nas duas situações.
Agora, caso queira apreciar mais esta obra de arte, fique a vontade. Boa noite.

domingo, 3 de julho de 2016

Graveland - In the Glare of Burning Churches

Ah o que seria desta vida sem o black metal? Corpse paints, letras bonitas, tridentes e Ele... o representante máximo desta galera toda. Brincadeiras a parte, ando sendo muito fã deste estilo. Já curtia mas atualmente está sendo um dos estilos dos quais mais tenho ouvido. Lógico que mantenho meus gostos sempre ecléticos para fazer sempre alguém ficar com a cara de " ele está falando sério?". As pessoas que declamam que ouvem de tudo um pouco, deveriam aprender comigo o que é realmente ouvir de tudo um pouco. Sinceramente, NINGUÉM ouve de tudo um pouco. É algo impossível de conceber e sinceramente soa tão falso quanto Dolly Cola. Portanto vamos ao que interessa.
Estou para adquirir outra pérola desta banda mas como já veio este, aproveitei para falar um pouco. Pelo que entendi, trata-se da demo de nome citado mais algumas faixas extraídas de takes ao vivo. Caso seja amante da boa produção, esqueça agora mesmo. Aqui é black metal enraizado, tosco, blasfemo. Como eu aprecio mais bandas deste naipe, confesso que ouvi este cd com um baita sorriso e querendo mais e mais. Gravado pela dupla Rob Darken ( guitar, vocal, teclados) e Capricornus ( nome meio estranho CapriCORNUS..., batera) temos joias do metal negro como The night of fullmoon, The dark dusk abyss, Hordes of empire entre outras maravilhas. Lembrando novamente que o som aqui não é uma puta produção e indico para quem sabe do que estou falando e fica feliz mesmo assim. Que venha o disco que virá esta semana em minhas mãos.
Agora, só um adendo: as fotos dos caras são um show a parte.... Obrigado ao black metal por alegrar uma noite chata de domingo!!!!!!

Chance mostra aonde devemos escutar o rock nacional de hoje.

Já faz um certo tempo que ocorre isso mas algumas pessoas ainda insistem em dizer que não há mais rock no Brasil. Realmente, se formos analisar o que rola no mainstream não há mais bandas com a força que tiveram nos anos 80 e parte dos 90 na chamada parada musical. Lembra quando bandas como Legião Urbana, Capital Inicial, Titãs, Paralamas e artistas como Lobão faziam parte do mainstream e tocavam em tudo quanto é lugar e programa? Hoje, o que temos no mainstream são tentativas da globinho em tentar emplacar uma daquelas bandas sem sal em programas musicais mas que sabemos a falcatrua que rola por trás disso. E o pior: quando tentaram, o que veio.... Malta. O Malta é o rock de hoje? Portanto, aconselho a dar uma sacada nas bandas underground pois são elas quem levam a bandeira do rock nacional hoje em dia. Esqueça o mainstream, rádios, tv aberta. Tive a sorte de ter crescido numa geração em que tais setores midiáticos forneciam bandas legais para este então adolescente ouvir e descobrir. Graças a internet ( para o bem e para o mal) temos acesso a inúmeras bandas e toda uma cena roqueira rolando. E uma dessas bandas é o Chance.
Formado por Marcio ( vocal), Fred e Rodney ( guitarras), Gabriel ( baixo) e Moises ( Batera), os caras fazem um hardcore sensacional e posso dizer que já tive a oportunidade de vê-los ao vivo e te digo: os caras tem muito a manha de fazer o que fazem. Quando um artista faz algo que gosta, tudo fica mais fácil e sincero não é mesmo?
A banda conta com 3 lançamentos: Espirito de Luta, Tradição Imposição e o mais novo Novidade Nociva, todos fantásticos e recomendados para quem curte o estilo que tanto musical quanto lírico te prende pois eles escrevem a realidade para quem gosta de ouvir verdades. É certo que as vezes é meio difícil admitir certas coisas mas infelizmente nem sempre é o mar de rosas que impera não é mesmo?
Escute Consequência do mais novo e sinta a energia vindo na tua cara como um murro entre outras pedradas dignas de nota máxima. Destaque para as guitarras muito bem tocadas e num geral mostra que não é somente "barulho" como falam pessoas de outro planeta. Pelo contrário, são caras que sabem tocar e muito bem por sinal. Outro destaque sensacional são o tempo das músicas. De forma curta e grossa, eles conseguem passar a mensagem enquanto um Dream Theater da vida não consegue em 10 minutos.
Atitude, amor ao estilo, perseverança. Ingredientes que temos como obrigação a levar não só na música mas para o nosso dia a dia. É e será sempre assim que faremos a diferença.
E viva bandas como o Chance que remam contra a maré dos medíocres. Parabéns caras!!!!!

Suicidal Tendencies/ Ratos de Porão - Audio club - 02/07/2016

Uma noite para se lembrar sempre. Certas noites são noites das quais temos um orgulho em estar nela. Lógico, poderia estar em casa confortável e dormir cedo. Mas, ontem eu tinha que sair, um compromisso estava marcado e posso dizer que foi um daqueles sábados históricos dos quais terei com carinho em meu coração contestador e revolucionário. Sei que falar de revolução é coisa de esquerda caviar mas temos que adotar isso em nossas mentes pois o que eu terei sempre comigo é o espírito da mudança e se for preciso tirar o errado do caminho, teremos que fazer. E um dos grandes méritos de estar num evento rocker como foi o de ontem é mostrar que rock é união. Precisamos estar unidos pois unidos somos fortes e pensantes. Se nos desunirmos, estaremos dando espaço para o bunda mole propagar a cultura do emburrecimento coletivo e os estragos já são enormes em nossa sociedade. Desde o momento que você sai de casa já se deparar com algum idiota é apenas uma questão de tempo e presenciar situações cretinas, de todas as formas, virou algo corriqueiro para todos nós. Portanto, unam-se. Ontem dois grandes pensadores de nossa história mostraram, cada um a sua maneira, que liderar uma banda com firmeza e atitude são para poucos. Mike Muir e João Gordo são pensadores, seres que cutucam a ferida da hipocrisia e deixam os hipócritas em estado de choque pois ambos falam e escrevem justamente o que o ser sem cérebro não gosta de ouvir/ler. Ou pior: sabe ler mas não sabe interpretar. Esses dois caras fizeram mais por mim do que muito metido a "cult" que acha o descolado mas não passa de um babaca.
Mas antes de qualquer coisa, antes dos ensinamentos desses dois gênios, tivemos duas bandas para aquecer. A noite começou com uma das coisas mais chatas que é o Tolerância Zero. Praticando uma espécie de new metal mais pesado, o set interminável desta banda mostrou que nem de coisas vivem o cenário daqui. Com o tempo foi percebendo algo bem pior: o som parece uma espécie de Tihuana ( lembra?) só que querendo ser revoltado. Teve gente que curtiu mas eu..............não.
As coisas começarem a ficar melhor com a entrada do Oitão e seu set avassalador. Impressionante foi o que aconteceu no show dos caras!!!!! Que pegada!!!!! Liderados pelo vocalista e chefe de cozinha Henrique Fogaça, a banda fez o que o Tolerância Zero não fez: um show fenomenal e que ficou a altura das duas bandas principais. Completada com Ciero na guitarra ( esse cara é assassino nos riffs!!!!), Ed Chavez no baixo e Marcelo BA na bateria, forma uma entidade forte e pronta para aniquilar mimimi´s e gente burra. Engraçado as pessoas serem da cultura do "ouço de tudo um pouco" mas quando aparece algo pesado e contundente essa mesma turma torce o nariz numa simples demonstração do ecletismo fake que vai somente até a página 2. E descobri agora que o Henrique faz parte do programa Master Chef e pelo público que deve assistir com certeza terá alguém que vai ficar com "medo" do cara e sair julgando. Mas isso é assunto para outras ocasiões e como nem ligo para ver o que está dando na tv, mudemos de assunto.
Após o Oitão, eis que veio o sonho realizado: ver e ouvir o clássico Anarkophobia na íntegra!!!!!
O Ratos de Porão subiu ao palco mostrando que nem sempre a banda principal é somente a que fecha a noite. Com um peso absurdo e a garra de sempre Gordo ( vocal), Jão(guitar), Juninho ( baixo) e Boka ( bateria) nos levaram a década de 90 e a primeira vez que peguei o disco para ouvir. Aquilo para mim era uma novidade e me deu uma outra ideia do que o rock poderia ser. Contando os mortos, Morte ao rei, Sofrer, Ascensão e queda, Mad society, Ódio, Anarkophobia, Igreja Universal, Commando ( Ramones) e Escravo da tv me despertaram a revolta que precisava e graças a músicas desse calibre e outras de outras bandas sou um pouco melhor. Ah se não fosse o disco dos Beatles e o Joshua Tree ( U2) em fita cassete que eu ouvia com minha mãe eu não estaria aqui falando deste show.
Mas após este disco inteiro, a banda ainda mandou algumas músicas soltas e deixaram o palco ovacionados e eu fico imaginando o Mike pensando " caralho, vou ter que suar a cueca depois do show desses caras". Se foi melhor ou pior que o Ratos eu nem sei, eu prefiro dizer que empate técnico como disse meu brother Rodney. Mas o Suicidal mandou um puta show inesquecível com uma pegada enérgica de tirar o fôlego de muito moleque preguiçoso.
Mike Muir é o centro das atrações da banda, um showman que agita como ninguém no palco e ainda possui uma lábia que fere a hipocrisia. Mas ele não faria bonito sem uma banda que o acompanha e quando você sabe que o baterista será Dave Lombardo algo importante irá acontecer. Dave na banda deu um gás a banda e parece que o foco é ser mais pesada. Podemos dizer que Dave na banda pode trazer de volta aquele levada meio thrash da banda mas o tempo dirá.
Com um repertório sensacional, a noite não poderia terminar da melhor maneira e clássicos como Possessed to Skate e War inside my head foram de despejar lágrimas. E o que foi You can´t bring me down ?!? Um lance que ocorreu foi Mike chamando algumas pessoas no palco para agitar junto com a banda em dois sons. A imagem que vem na minha cabeça é o resumo de união e força....
Finalizada a noite, a volta para casa foi tranquila mas hoje estou pensando no show e a camiseta do Ratos com a capa do Anarkophobia será usada uma semana seguida na ida ao trampo. Quem gostar gostou. Quem não gostar, um foda-se bem grande e um pedido: fique distante. Não preciso de gente da laia sub humana perto de mim..... E dedico este show do Ratos ao brother Alex Bico e sua esposa Patrícia. Vocês moram em meu coração.