Mas antes de qualquer coisa, antes dos ensinamentos desses dois gênios, tivemos duas bandas para aquecer. A noite começou com uma das coisas mais chatas que é o Tolerância Zero. Praticando uma espécie de new metal mais pesado, o set interminável desta banda mostrou que nem de coisas vivem o cenário daqui. Com o tempo foi percebendo algo bem pior: o som parece uma espécie de Tihuana ( lembra?) só que querendo ser revoltado. Teve gente que curtiu mas eu..............não.
As coisas começarem a ficar melhor com a entrada do Oitão e seu set avassalador. Impressionante foi o que aconteceu no show dos caras!!!!! Que pegada!!!!! Liderados pelo vocalista e chefe de cozinha Henrique Fogaça, a banda fez o que o Tolerância Zero não fez: um show fenomenal e que ficou a altura das duas bandas principais. Completada com Ciero na guitarra ( esse cara é assassino nos riffs!!!!), Ed Chavez no baixo e Marcelo BA na bateria, forma uma entidade forte e pronta para aniquilar mimimi´s e gente burra. Engraçado as pessoas serem da cultura do "ouço de tudo um pouco" mas quando aparece algo pesado e contundente essa mesma turma torce o nariz numa simples demonstração do ecletismo fake que vai somente até a página 2. E descobri agora que o Henrique faz parte do programa Master Chef e pelo público que deve assistir com certeza terá alguém que vai ficar com "medo" do cara e sair julgando. Mas isso é assunto para outras ocasiões e como nem ligo para ver o que está dando na tv, mudemos de assunto.
Após o Oitão, eis que veio o sonho realizado: ver e ouvir o clássico Anarkophobia na íntegra!!!!!
O Ratos de Porão subiu ao palco mostrando que nem sempre a banda principal é somente a que fecha a noite. Com um peso absurdo e a garra de sempre Gordo ( vocal), Jão(guitar), Juninho ( baixo) e Boka ( bateria) nos levaram a década de 90 e a primeira vez que peguei o disco para ouvir. Aquilo para mim era uma novidade e me deu uma outra ideia do que o rock poderia ser. Contando os mortos, Morte ao rei, Sofrer, Ascensão e queda, Mad society, Ódio, Anarkophobia, Igreja Universal, Commando ( Ramones) e Escravo da tv me despertaram a revolta que precisava e graças a músicas desse calibre e outras de outras bandas sou um pouco melhor. Ah se não fosse o disco dos Beatles e o Joshua Tree ( U2) em fita cassete que eu ouvia com minha mãe eu não estaria aqui falando deste show.
Mas após este disco inteiro, a banda ainda mandou algumas músicas soltas e deixaram o palco ovacionados e eu fico imaginando o Mike pensando " caralho, vou ter que suar a cueca depois do show desses caras". Se foi melhor ou pior que o Ratos eu nem sei, eu prefiro dizer que empate técnico como disse meu brother Rodney. Mas o Suicidal mandou um puta show inesquecível com uma pegada enérgica de tirar o fôlego de muito moleque preguiçoso.
Mike Muir é o centro das atrações da banda, um showman que agita como ninguém no palco e ainda possui uma lábia que fere a hipocrisia. Mas ele não faria bonito sem uma banda que o acompanha e quando você sabe que o baterista será Dave Lombardo algo importante irá acontecer. Dave na banda deu um gás a banda e parece que o foco é ser mais pesada. Podemos dizer que Dave na banda pode trazer de volta aquele levada meio thrash da banda mas o tempo dirá.
Com um repertório sensacional, a noite não poderia terminar da melhor maneira e clássicos como Possessed to Skate e War inside my head foram de despejar lágrimas. E o que foi You can´t bring me down ?!? Um lance que ocorreu foi Mike chamando algumas pessoas no palco para agitar junto com a banda em dois sons. A imagem que vem na minha cabeça é o resumo de união e força....
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