segunda-feira, 30 de maio de 2016

Grand Magus - Sword Songs

E olha quem está de volta aos lançamentos!!!!!! Esta banda que já me presenteou com alguns discos sensacionais retorna com o mais novo, chamado de Sword Songs. JB ( guitarra/vocal), Fox ( baixo) e Ludwig ( batera) mostram mais uma vez que o rock básico e pesado ainda pode ser a tônica da vida e que não precisa de experimentos sem nexo para se fazer algo legal. Para este que vos digita e já tinha ficado embasbacado com os discos anteriores, ouvir Sword Songs me dá mais um momento de prazer ao ouvir algo bacana vindo destes grandes gênios do rock. Com um som mais calcado no stoner e menos no heavy metal tradicional, o Grand Magus torna cada faixa deste disco algo atrativo para quem gosta e quem sabe pode ser a chance de quem nunca ouviu ter a chance certa e adquirir os outros discos dos caras.
E entre as 11 faixas totais ( sendo duas bônus) temos Freja´s Choice que abre o álbum de forma enérgica e bem ao estilo Grand Magus de ser. E como canta JB !!!!!!! Além de riffeiro de ótimo gosto, o cara ainda manda um vocal sem invenções que casa perfeitamente com o instrumental e a cozinha formada por Fox e Ludwig só mostra o poderio de um power trio e enaltece algumas influências muito bem vindas de Anvil e Heavy Load além daquela aura setentista de Black Sabbath entre outras pérolas daquela década.
Outras perfeições do universo além da minha professora de Contabilidade se encontram em Varangian, Forged in iron - Crowned in steel, Born for battle, Master of the land, Last one to fall, Frost and fire e Every day there´s a battle to fight ( com certeza!!!!!!). Já nas bônus, In for the kill é muito legal e o que eles fizeram para Stormbringer foi homenagear não só o próprio Deep Purple mas sim o próprio rock feito com garra e para enaltecer a algumas pessoas que não é só de Smoke on the water que se vive a banda.
Demorou para algum promotor trazer esta banda para tocar num sábado em algum lugar qualquer em São Paulo e fazer uma noite tornar-se antológica. Por ora, enquanto não somos agraciados com tal espetáculo, gostaria do fundo do meu coração que esta banda continue lançando discos fenomenais como este. Rock está morto? Quem está morrendo é a sociedade cada vez mais doente, promovendo fins de amizade de anos por conta de comentários em rede social e que não tira mais o olho do celular ao invés de dar um simples abraço na pessoa que está do seu lado. Boa noite.

domingo, 29 de maio de 2016

Deftones - Gore

Bom, nada melhor para fechar a noite e todo o final de semana com a resenha sobre um dos melhores discos do ano e a comprovação de que esta banda não faz nada ruim nem se eles quiserem. O disco em questão é Gore, mais novo lançamento do Deftones que é liderada por um dos melhores frontman da história cuja criatividade chega a ser um insulto perto de tanto zé mané que acha foda fazer sempre a mesma ladainha.
Desde o fabuloso White Pony, os caras vem lançando um disco melhor do que o outro e sempre mandando a merda quem fica preocupadinho com rótulos pois o que o Deftones faz é um som que contém peso, nuanças alternativas e viajantes. New metal? Esqueça esta balela e coloque-os como um som alternativo feito sem regras ou imposições. Simples.
Além de Chino Moreno nos vocais temos instrumentistas como Stephen Carpenter, Sergio Vega, Frank Delgado e Abe Cunningham que agregam a banda.
Produzido pelo renomado Matt Hyde ( Slayer) e pela própria banda, Gore traz 11 faixas espetaculares mas um adendo: é necessário ouvir mais de uma vez, deixar o disco mais vezes no aparelho de som para se acostumar pois as faixas não são grudentas no sentido de serem diretas e com aquela cara de hit imediato. Analisando melhor, o Deftones chegou num estágio em que não precisam fazer mais nada para agradar pessoas de fora pois já possuem um público fiel que os acompanha mas mesmo assim as músicas não são diretas e merecem uma audição a mais.
Uma delas, Phantom Bride, possui uma participação super especial: um certo Jerry Cantrell de um certo grupo chamado Alice in Chains que em conjunto com o restante da banda faz a casa cair num som denso, pesado e pronto para hipnotizar a todos nós. Outras faixas que destacaria com certeza seria Prayers/Triangles, Acid Hologram, Doomed User, Xenon além da última faixa, Rubicon. Uma coisa interessante que notei foi algumas pegadas meio doom devido a forma arrastada e pesada no instrumental que aliados ao vocal de Chino torna o som algo perto do paraíso.
A arte gráfica ficou um show a parte e seria perfeita numa edição em vinil, principalmente quando abre o encarte e aquela lindíssima foto do sol nascendo no meio do oceano.
Encerrado o disco, vejo o porque de muitos xiitas torcerem o nariz para este tipo de som: por ser algo inteligente e feito para pessoas com cérebro ao invés duma semente de laranja que alguns "headbangers de verdade" terem no lugar, torna-se compreensível tal torcida de nariz não é verdade?
Deftones não para essas pessoas. Ainda bem......

Luxúria de Lillith - Lilitus / Ritual de Sangue

Tem certas bandas que você nem precisaria ficar aqui tecendo comentários positivos pois acaba virando algo como " ah o cara só fala deles". Mas não pude deixar passar em branco estes lançamentos, sendo um deles mais um disco de inéditas desta que é a minha favorita de black metal no Brasil há algum tempo e que dispensa elogios. Drakkar ( batera/vocal), Larakna ( guitarra/vocal) e Arkana ( baixo/ backings) continuam espalhando o metal negro e pútrido com um track list sempre matador e pronto para deixar os patrulheiros de religiões de cabelos em pé e em Lilitus não é diferente.
Em 9 temas sensacionais, o disco já abre de forma linda com Nosferatos com toques orquestrais e aquele peso característico duma luxúria sem fim e com uma densidade assustadora. Mais uma vez a produção ficou caprichada e você consegue ouvir os instrumentos de forma nítida porém suja e uma pegada old school. Ouvindo a Luxúria de Lillith poderia comparar ao que o Dimmu Borgir fez em discos anteriores mas com o que de bandas mais velhas como Darkthrone entre outras da turma da maldade inteligente, aquela que os falsos moralistas amam dizer que estão errados mas esquecem que os "normais" são os verdadeiros falsos. Ou eu estou falando besteira?
Outras pérolas constam e são: Mundos sombrios, Demônios famintos, Lilitus e Eu pesadelo.
Já Ritual de Sangue é um disco com 5 faixas ao vivo que foi limitada a prensagem de 66 cópias e foi gravado em Anápolis em 2014 e constam as já clássicas Luxúria de lillith, Pestilência, Caos e destruição, Delírios de uma orgia noturna e a foda O beijo de mircalla que podem não estar com uma supre gravação mas dá uma amostra do que encontrará caso for em algum show deste trio. E com todo o respeito, tenho algo a dizer: Arkana e Larakna formam uma das duplas mais belas do cenário black metal e que ainda detonam encima do palco juntamente com Alysson Drakkar que é uma das maiores lendas do metal nacional.
Se preparem a Luxúria de Lillith logo irá encantar você sem condição de qualquer tentativa sua de ignorá-los.... Parabéns a este grandioso lançamento!!!!!!!

Mystifier - The world is so good that who made it doesn´t live here

" O mundo é tão legal que quem criou não vive aqui" seria, numa tradução livre, o que diz o título do terceiro disco do grupo baiano e uma das mais belas obras metálicas criadas por aqui. Lembro que tinha este disco gravado e quando fui ouvi-lo recentemente a mídia tinha ido para o vinagre o que me deixou bem chateado. Após o show dos caras, conseguimos falar com os caras da banda e eles tinham a disposição somente este. E por ser justamente o que tinha a mídia bichado, fiquei bem contente ainda mais que foi justamente o próprio Armando quem nos forneceu tal artefato e que ainda se revelou um tremendo cara legal, sem estrelismos ou frescura em conversar com a galera.
Aqui o Mystifier estava como quarteto e se não estiver enganado só restou o Armando desta época e ainda tocando baixo.
Das 8 faixas ( sendo 2 bônus) temos aquele black metal muito bem feito e cuja parte lírica mostra uma maturidade em falar sobre religião e atacam duma certa forma o cristianismo mas com classe sem precisar de apelações juvenis para tal. Com nomes gigantes, temos destaques excelentes como Give the human devil his due abrindo o disco de forma brilhante e mostrando que ser extremo não é ser somente rápido. Um destaque neste disco são algumas incursões de vocais meio teatrais dando um charme a mais e até meio conceitual a obra toda além de teclados e arranjos refinados de guitarra e baixo.
As bônus são igualmente matadoras e destaco Church of molested children como uma das melhores pedradas que já levei no estômago.
Terminada a audição tenho que concordar com o brother Rodrigo que o Mystifier está no top 5 de shows de black metal e em termos gerais, uma das melhores bandas nacionais.
Agora é adquirir Wicca e Goetia para ser feliz por completo. Recomendo!!!!!!!!!

Temhozor - Folkstorm of the Azure Nights

Quando temos amigos que ainda por cima entendem de som e sempre nos apresentam coisas legais, a vida acaba sendo bem mais legal do que ter atrasos de vida que, além de não conhecerem nada, não lhe acrescentarão nada em geral. Um dos caras que sempre estão indicando bandas sensacionais chama-se Rodrigo Mesquita, conhecidos pelo círculo de amigos da Blaster como Rodrigo Black. Rodrigo é um cara que tem em sua especialidade não só o black metal mas também sons em geral dentro e fora do rock. É bater e valer: se ele te apresentar alguma banda corra atrás pois será garantia de coisa boa.
E mais uma vez ele acertou em cheio com o Temhozor, banda praticante do que costumam chamar de Folk metal, pagan metal, celtic metal e por aí vai. Poderia citar viking metal já que fotos de guerreiros lutando e de florestas são mostrados em todo encarte. Bom, pelo menos os caras podem falar que são vikings.... Independente disso, o som dos caras é brilhante e as 7 faixas nos levam a uma viagem aos antepassados guerreiros e caso aprecie tal fórmula, será um deleite.
Antes de mais nada, é indicado para quem não quer apenas ser o metaleirinho comum que cita meia dúzia de bandas e já se acha o fodão conhecedor e sempre estar a par do que acontece de criativo no mundo musical. Melhor isso do que ficar berrando "heavy metal breakdown" e bancando o idiota.
Destaque para a sensacional Arkona com todos aqueles instrumentos típicos nesta proposta além de ter peso e vocais muito bem executados. Where the Lazure skies tear the hearts apart é outra obra prima sonora de primeira classe. Pode conferir sem medo o disco como um todo pois valerá cada segundo. E antes de sair desta resenha agradeço a amizade do Rodrigo e que continue sendo este apreciador de música e detentor de outros assuntos dos quais domina com mais maturidade que muito velhusco metido a sabichão.
Com licença....

Girlschool - Believe

4 mulheres. 4 mulheres que fazem um som honesto e de atitude inigualável. São 4 mulheres que poderiam estar descansando em casa mas que preferem tocar, independente se são do primeiro ou do décimo quinto escalão. Aliás, sempre achei estas comparações meio idiotas demais. Para uma banda ser boa, basta ser boa para você. Se ela toca num estádio lotado ou numa casa pequena para 400 pessoas pouco irá importar pois o que conta é o quanto a música de determinado artista toca você. E Denise Dufort ( bateria), Enid Williams ( baixo), Kim McAuliffe ( guitarra/vocal) e Jackie Chambers ( guitarra/vocal) gravaram este disco em 2004 e que foi relançado pela Metal Maximus em 2015 numa edição caprichada contendo o disco Believe e um dvd com imagens, um clip para Come on up e galeria de fotos.
Falando sobre o disco, ele mantém a tradição delas de que o básico pode ser sensacional e no caso das Girlschool temos uma amostra de que este lema funciona. O disco abre com Come on up, um rock bem descontraído e até tímido. Uma coisa que acontece neste disco é que ele vai crescendo durante a audição mas não estou dizendo que a faixa de abertura seja fraca mas há faixas melhores no disco como as que vem logo em seguida. Entre elas, podemos destacar Let´s get hard, Crazy, a sensacional We all love to ( rock n´roll) cuja letra possui uma parte em que você sai ouvindo "some Motörhead songs" e não há como não se emocionar já que para a maioria a ficha de que Lemmy não está mais aqui ainda não caiu e não irá cair tão cedo e Never say never. Outras maravilhas rockers podem ser ouvidas em New beginning, C´mon, Hold on tight e as bônus Play around e Passion que mostram o que uma banda de 4 mulheres batalhadoras podem fazer para sermos felizes e melhores como seres humanos.
Pode soar datado para alguns mas as "garotas da escola" ainda possuem lenha para queimar e só tenho que apontar algumas extra musicais. Uma delas é que Jackie Chambers é a guitarrista mais linda do universo e Enid Williams é daquelas mulheres que eu pegaria na mão com muito orgulho e amor no coração. Kim McAuliffe faz mais a persona não tão bonita quanto as duas citadas mas daria um caldo com certeza. E Denise Dufort pode não ser bonita mas deve ser aquela companhia da qual a chance de gargalhar é de 100%.
Enfim, independente de comentários extras musicais o importante elas fizeram: um puta disco para ouvir e divertir. Adquira o seu o quanto antes!!!!!

sábado, 28 de maio de 2016

Desultory - Bitterness / Into Eternity

Abrindo uma nova leva de discos legais adquiridos venho com esta bandaça indicada pelo meu assessor de assuntos relacionados a death/black metal mais conhecido como Rodrigo Black. Estava em São Paulo com ele e na frente de tantos discos, o mesmo me indicou alguns discos bem bacanas e estes dois do Desultory me alegrou pois o som praticado nada mais é do que um death metal old school, influenciado pela vertente do heavy tradicional só que levada a algo mais pesado. Grupos similares como Entombed, Dismember, Unleashed entre outros souberam muito bem levar o death metal sueco para algo mais melódico mas sem perder a agressividade que o metal da morte pede. Aqui temos dois discos lançados em 94 e 93 respectivamente em edições relançadas com bônus.
Começando com o maravilhoso Into Eternity de 93 e sinceramente estou até agora embasbacado com o som saído deste disco. Impressionante o trampo como um todo, desde encarte até o som. Além de pedradas como Into eternity, Depression, Tears, The chill within, Visions, Twisted emotions, Forever gone, Passed away e Asleep, temos as demos From Beyond  de 90 e Death Unfolds de 91 que foram tratadas com muito amor e carinho para o fã ter algo de qualidade impecável. Será um pecado deixar passar esta obra prima do metal sueco.
Outro disco que tenho em mãos é o não menos foda Bitterness de 94 e que trouxe mais 9 pedradas sensacionais como Life shatters, Left behind, A closing eye, Taste of tragedy, Bleeding, Among mortals, Enslaved, Winter e Cold bitterness que devem ser ouvidas por alguns babacas que ficam nessa de radicalismo mas na verdade escondem uma preguiça em conhecer sons novos e ficar sempre nos mesmos. Aqui temos de bônus a demo Visions de 92 além de 4 faixas ao vivo, incluindo um cover avassalador de Symptom of the universe do Black Sabbath.
Uma ótima oportunidade para quem gosta de heavy metal feito com qualidade. Aí não venha me dizer que não dou conselhos bons ou até mesmo que não sou verdadeiro....

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Ratos de Porão - Centro Cultural Vergueiro - 26/5/2016

Um dia como qualquer outro. Este seria meu feriado. Com certeza iria no gonzaga comer algo, sentar no pátio iporanga e ler meu livro que estiver no momento disponível para degustar um pouco de boas palavras e ser um ser digno e ter um pouco de caráter e isso não inclui ouvir certos lixos musicais ou bancar o demente na sala de aula duma faculdade. Mas, ao abrir o facebook, contatei que teria um show gratuito do Ratos no Centro cultural mediante programação nesta época da virada cultural, aonde inúmeros shows gratuitos acontecem. E um show do Ratos de Porão é sempre bem vindo pois temos sempre a garantia de pancadaria sonora um set list sempre pronto para curtir e sair mais inteligente e pronto para as armadilhas que os donos do poder tentam nos impor, nos tornando reféns deste sistema falido. Sim, eu fico pilhado quando saio do show dos caras pois um show do Ratos não é somente um show. É sim um local para fazer você parar um pouco e ver o quanto é enganado como foi o impeachment da presidenta Dilma arquitetada por uma meia dúzia de cidadãos interessados em "nos ajudar e trazer o emprego e dinheiro para o trabalhador". Se você acreditou que esta atitude golpista foi de imensa vantagem e acha que tudo será melhor daqui para a frente você é um tremendo sonhador. Claro, quero muito que o país melhore e algumas coisas já estão acontecendo mas ainda há muitas anormalidades como a idolatria a um tal de Bolsonaro ( ou Bolsomito como alguns pregam por aí) e a opinião de um cara como Alexandre Frota que num programa de televisão assumiu inDIRETAMENTE que forçou uma garota a transar com ele. Fora algumas opiniões cretinas acerca de estupro como por exemplo achar que  uma mulher que  sai de mini saia ou simplesmente sexy e bonita deve ser estuprada com a desculpa de estar "provocando" o cara em questão que estiver passando na rua. Um cidadão que possui esta linha de pensamento simplesmente não tem mãe ou mesmo irmã ou é casado com uma árvore.
Há quem ache o tal do Temer o salvador da pátria. Por esta nem Sassá esperava.... Enfim, o importante foi o que passei um dia sensacional e mesmo dando créditos a mim por organizar a barca, tenho que agradecer o meu brother Alex Bico pela carona dada a mim e ao Boka, também conhecido por ser o batera do Ratos e um dos melhores no referido instrumento.
Chegando ao local, entramos e eu e o meu brother Bico conferimos a passagem de som e ver a parte instrumental da banda executando Contando os mortos já arrepiou e indicou que o show prometia ser antológico. Só faço um adendo ao local aonde aconteceu o show. Num palco baixo, com cadeiras em volta e num espaço pequeno, ali dava para realizar um show de mpb. Agora, um show do Ratos... Felizmente, a única treta foi realizada na hora da entrada aonde chegaram a quebrar a porta de entrada que dava para o saguão. Não justifica este ato de vandalismo, pelo contrário. Mas, poderia ter ocorrido num locam mais espaçoso. Ou eles acharam que o povo ia assistir um show de Hardcore ultra pesado sentados e comendo uma pipoca? Enfim, apesar disto, o resto foi alegria imensa.
Voltando aos palcos após uma breve parada para alguns caras cuidarem da vida particular, o Ratos aqueceu o corpo para alguns shows que irão ocorrer na Argentina e na Europa aonde irão tocar o clássico disco Anarkophobia na íntegra em comemoração dos 25 anos do disco e que mudou um pouco a minha vida para melhor.
Mesmo não rolando o disco inteiro ontem, algumas pérolas foram tocadas como Ascensão e Queda, Igreja universal, Anarkophobia e Sofrer, esta última meu hino imortal. Outras pedradas foram executadas como Amazônia nunca mais, Vida animal, Aids pop repressão, Beber até morrer, Crucificados pelo sistema, Morrer, O dotadão deve morrer, Diet Paranoia, Crocodila entre outras obras primas da desgraceira musical. Achei foda a execução de sons do mais recente disco dos caras, o animal Século Sinistro como Grande bosta, Conflito violento e Viciado Digital que é um tapa na cara de quem não sai do telefone porque o Whatsapp é "útil". Útil é pegar um livro bacana ou uma revista da mesma qualidade e se aprofundar em algo legal que não seja ficar com a cara num celular e ignorar que há uma vida para curtir. Há muita merda por aí no mundo real. Por outro lado, há sim uma vida sensacional como meu brother Bico que possui uma família maravilhosa constituída da sua esposa, uma guerreira de bater palmas e filhos orgulhosos dos pais que possuem.
Comentar a performance de cada um no palco é chover no molhado mas é sempre ótimo ressaltar a segurança de Gordo no vocal e nos discursos sempre diretos e ácidos assim como a guitarra sempre avassaladora de Jão e a cozinha mais perfeita que a banda poderia ter com Juninho no baixo e o já citado Boka na bateria. E após o show ainda ter o privilégio de ir ao camarim e poder trocar uma ideia de igual para igual com eles é algo foda pra caralho!!!!! Não é aquela coisa pentelha de fã retardado pois eles mesmos não querem esse tipo de comportamento tamanha é a humildade dos caras.
Enfim, um dia de feriado que poderia ter sido apenas um dia para descansar tornou-se uma das noites mais felizes da minha vida. Apesar de estar falando dum show do Ratos, é com a paz e a calmaria de Águas de março na interpretação de Elis Regina e Tom Jobim que encerro esta resenha na maior felicidade. Longa vida a João Gordo, Jão, Juninho, Boka, Alex Bico, Patrícia, Elis Regina, Tom Jobim e a todos que me fazem feliz de uma certa forma ou de outra. Já o Temer.... Ah deixa pra lá este verme. Boa noite.


domingo, 22 de maio de 2016

Apocalipse Metal Negro Fest - Cadaverizer, Opus Tenebrae, Descerebration, Mystifier e Amen Corner.

Uma noite para ser lembrada, em todos os sentidos. Bons e ruins, esta noite mostrou que, ao mesmo que temos pessoas inteligentes e de bom senso na cena temos também alguns retardados mentais que insistem em se comportar de forma infantil e fazendo continuar a fama que nós temos de ser vagabundo, bêbados e delinquentes que tenho que ouvir diariamente por pessoas vindas de fora do rock.
Um cidadão do qual nem sei quem era ou qual era sua função na Terra chegou na excursão de forma deplorável e ligeiramente embriagado foi beber mais no bar próximo a saída do ônibus. Após beber mais algumas centenas de cervejas, adentrou ao ônibus e, sem nem me conhecer já foi me tirando me chamando de "terrorista" graças a minha barba. Mesmo com a folga do cidadão, levei na brincadeira mas já não gostei da forma que chegou pois não tolero brincadeira de gente que mal vi.
Após ver que estava incomodando, ao invés de se tocar e ficar falando asneiras juntos com outros amiguinhos, o cara persistiu em jogar o banco para trás afim de me apertar. Estava pegando nas minhas pernas e como as mesmas estavam doloridas, a cada batida doía. Na terceira vez tive que reclamar e a reação duma pessoa cujo cérebro era uma semente de melancia foi " vai se foder seu merda, fresquinho, sou headbanger de verdade". Estou até agora procurando no google alguma recomendação de como ser um "headbanger de verdade" tamanha a importância de tais argumentos.
Na hora, numa atitude até inesperada, decidi ficar na boa, não quis brigar nem nada. Apenas minha calma o fez não dirigir mais a palavra a mim, mesmo que pela quarta vez ele insistisse em baixar mais aquele maldito banco.... Mas o que esperar dum cidadão desses não é mesmo? De repente pode ser um cara legal sem estar travestido de verdadeiro metal. Pode ser um cara com problemas pessoais. Enfim, independente do que for, este tipo de infelicidade é algo imperdoável pois se fosse um mané que curte música de massa, se fosse alguma excursão para algum festival de Mc´s eu até iria entender. Mas estamos falando dum cara que tem um gosto musical bacana com a mesma atitude do mané da massa acéfala. Fora outro cidadão lá que nem irei comentar pois posso ser taxado de preconceituoso e preconceito é algo que não admito, mesmo sabendo que o outro lado proferiu algumas palavras de cunho babaca. É fácil quando está do lado dos "coitados " não é mesmo?
Afora estes dois exemplos de imbecis, o restante da excursão era constituídos de amigos, caras que estão na cena há mais tempo que eu e que me tratam com respeito como o brother Ezequiel e até o Roberto Opus, um dos músicos mais educados e pés no chão que já vi na vida, além do meu guru em se tratando de black metal, Rodrigo Mesquita, que me recomendou alguns filés que irei falar mais adiante.
Chegando ao local, adentramos ao novo espaço do Arena Metal cujo palco era bem legal, som potente e fácil acesso para bebidas e até lanches dentro do local com preços convidativos.
E para abrir a festa metálica, tivemos os mineiros do Cadaverizer e seu death metal extremo e muitíssimo bem tocado. O som dos caras convenceu e temos que enaltecer algo: a água que os mineiros bebem deve ser vitaminada com algo a mais pois os caras sabem como ninguém tocar um som animalesco e sempre bom. Acho que os igualmente mineiros do Clube da Esquina abençoaram a água e deram inspiração para o metal ser tão forte e cheio de criatividades.
Aí veio o Opus Tenebrae, única banda representando São Paulo no festival e o mais legal: veio de Santos!!!!! Uma coisa a admitir sobre estes caras é a garra e a força de vontade de mostrar o som aonde forem chamados, ao contrário de certas bandas daqui que só ficam de blá blá blá ao invés de fazerem algo. Gostando ou não, temos que bater palmas a Roberto Opus e cia por levarem a bandeira da região a ponto de sermos lembrados até no show do Mystifier. Tocando sons do disco de estréia, a banda fez mais um grande show e nota-se uma sincronia fora do comum em performances cheia de energia e músicos afiados. Um dos grandes destaques da noite foi o batera Alex que tocou de forma animalesca sem deixar a peteca cair em nenhum momento. Coisa que só músicos de experiência igual a dele conseguem tirar de letra.... Rodolfo está bem melhor na guitarra e o baixo de Vinícius Kexo está em sua melhor fase. Gostei muito das incursões de gaita de fole e violoncelo já que tais instrumentos são fundamentais para a riqueza musical da Opus. Só um adendo: Opera Mortis é um clássico!!!!!! Terminado o show, ponto positivo para Roberto e cia que atenderam a todos com muita simpatia e foram bem generosos em nos agradecer pelo comparecimento. Muito legal e verdadeiro.
Dando sequência aos shows tivemos mais uma banda de mineiros, desta vez com o Descerebration. Igualmente matador, os caras tocaram de forma intensa e foram ovacionados pela galera. Outra coisa que tive o prazer de ver foram os integrantes de bandas anteriores assistindo os shows e aconteceu também durante o show da Opus. União.
E aí vieram o Mystifier... Que show animal!!!!! Este trio capitaneado pelo filósofo Armando pratica um espetáculo dos mais viscerais e mostraram uma garra impressionante, mesmo sabendo que já tinham tocado em outro show, abrindo para o Satan e Tokyo Blade no mesmo dia!!!! Mostrando sons de todos os discos, os baianos não deixaram pedra sobre pedra no festival e só mostra que são imbecis os que não curtem a banda por conter um cara negro na formação. Quanta estupidez.... Armando, com sua sinceridade de sempre, mostrou encima do palco como se faz metal e garanto que deve ter dado muita gargalhada disso. Ao final do show, tive a oportunidade de conversar com o vocalista e baixista e o próprio Armando pegando inclusive o terceiro disco deles que será comentado em breve aqui mesmo. Findado o show, coube ao Amen Corner tentar fechar o show e superar o Mystifier. Apesar de estar bastante ansioso pelos paranaenses, ficou um que a menos. Acho que o Mystifier deveria ter fechado o festival mas foi ok do jeito que foi.
Acompanho o Amen Corner desde aquela enxurrada de lançamentos da Cogumelo e foi uma pena não terem nenhum cd a venda pois o show foi animal, tocando desde faixas antigas até novas composições. Mesmo não batendo o Mystifier, o Amen Corner fechou muito bem o festival e a noite de quem ficou acordado até o fim e não presepou.
Irei guardar esta noite com muito carinho pois foi no mínimo histórico ver duas bandas consagradas dentro do black metal e uma banda da baixada que vai caminhando a passos largos a consagração definitiva. Que venham mais noites regadas a som, risadas e acima de tudo amizade verdadeira.
Bye.

domingo, 15 de maio de 2016

Centúrias - Ninja/ Ultima Noite

Fechando provisoriamente a sessão de resenhas, venho agora com um ato histórico: a aquisição deste relançamento em cd de duas obras primas do metal nacional. Houve uma época aqui que o metal era cantado em português. Na verdade eu acredito que a solução de se cantar em português foi por pura vontade de mostrar algo na língua nativa já que o inglês não era algo muito praticado por aqui nesta época. Suposições á parte, o que importa aqui é que o som feito pelos caras era foda e imagino que para a época, o Centúrias devia ser um atropelo já que algumas bandas do dito metal nacional não tinham o mesmo peso que eles tinham e confesso até que algumas eram bem fraquinhas e só entraram na turma por conta da amizade como o Salário Mínimo que na minha opinião é uma das fracas desta safra. O mesmo se aplica ao Made in Brazil. Já o Harppia, Azul Limão, essas sim faziam jus de estarem na turma pois eram realmente boas assim como o Centúrias era.
Veja, não estou tentando apagar a história do Salário Mínimo ou mesmo do Made. Apenas não gosto do som que ambas fazem. Tenho meu direito de não gostar certo?
Esta reedição dos dois lp´s do Centúrias veio da ideia de Luiz Calanca que chegou a ser um dos produtores e um dos caras que acreditaram nestas bandas. Podemos dizer que, sem Calanca, muitas destas bandas não veriam a luz do dia e outras tantas só não gravaram pois as condições para se gravar rock pesado naquela época eram risíveis e atrasadas demais. E ainda vem nego dizer que era bom nesta época... Entendo no sentido de que as pessoas se viam mais, as bandas eram mais unidas, pessoas se juntavam mais na casa de alguém para ouvir alguma novidade e tal. Mas, de resto, tínhamos um país recém saído dum regime militar que só atrasou o lado do que beneficiou pois os velhotes deixaram um rombo nos cofres nacionais e o país quebrou totalmente. Além disso, a visão que muitas pessoas "normais" tinham de quem gostava de metal ou de rock eram bem mais cretinas que hoje, sempre vendo quem era cabeludo ou tatuado como sendo bandido ou o que não prestava para a sociedade. Bom, gostaria de saber a opinião de algumas destas pessoas sobre o que elas acham dos que ouvem um certo lixo e que andam e agem como protótipos de bandidos com seus bonés espalhafatosos, bermudas relaxadas e camisetas da oakley e que ainda poluem o ambiente com lixos que apenas retratam o "ser humano" que são.
Em contrapartida a esta visão distorcida, alguns também eram merecedores de tal argumento já que mantinha um certo radicalismo como um deles que acontecia muito aqui: se você estava vestido com alguma camiseta de metal era interrogado acerca daquela banda e caso não soubesse algo, era ordenado a tirar a camiseta pois não "era merecedor de andar com ela". Era a época de chamar de poser, traidor, falso metal... Conheço alguns por aí que me criticaram por gostar de metal e de Madonna que hoje em dia viraram crentes e abandonaram a barca pois "foi a época de gostar de metal". Quem é o traidor? Continuo gostando da Madonna mas também continuo gostando e indo aos shows das bandas, internacionais ou nacionais como acontece com a Trinca mensalmente aqui.
Afirmações e Madonnas a parte, o que tenho em mãos é sim, um clássico. Ou melhor, dois clássicos.
Começando com o fodaço Última Noite, gravado em 85 no estúdio Vice-Versa e com produção de Luiz Calanca. A formação contava com Paulo Thomaz na bateria, Rubens Guarnieri no baixo e Eduardo Camargo no vocal e a banda já iniciou de forma bem positiva com faixas bem legais como Não pense não fale ( no facebook está ocorrendo esta regra não acham?), Rock na cabeça, Chama de pouca idade, Duas rodas, Inferno falso e Ultima noite. Numa pegada bem heavy rock com riffs animais, um vocal apropriado para a proposta e uma cozinha vitaminada a banda tinha tudo a favor mas ocorreu a famosa diferença musical com a saída dos 3 integrantes da banda, restando somente Paulão. E para gravar Ninja, o batalhador trouxe os ex- Harppia Ricardo Ravache no baixo e Marcos Patriota na guitarra mais o vocalista César Zanelli.
Com mais uma vez na produção, Calanca soube captar o som da banda e Ninja veio com as faixas Animal, Senhores da razão, Guerra e paz, Arde como fogo/tohell, Ninja, Fortes olhos, Metal comando e Cidade perdida ( alguém pensou no Guarujá?) e sinceramente achei o som do Ninja bem mais encorpado e com um peso a mais, lembrando no instrumental uma mescla de Accept, Judas Priest e um que de Motörhead.
Além dos dois lp´s, temos mais 3 faixas ao vivo gravadas no dia 28 de março de 88 no projeto sp que ficaram bem gravadas e nota-se um cuidado para não deixar com cara de bootleg mal feito pois consegue ouvir tudo nitidamente e fico imaginando como não eram os shows dos caras...
Tempos depois a banda acabou devido a mudança no mercado pesado aqui já que muitas bandas já tocavam thrash metal e a língua inglesa era a predominante entre as bandas.
Atualmente o Centúrias está na ativa mas sem Paulão que integra o Kamboja e antes tinha integrado o igualmente sensacional Baranga.
Independente da língua cantada, é necessário uma garimpada neste material e entender como tudo começou e se alguém ainda reclama que hoje está difícil ter banda, imagina na época em que esses caras lançaram estes discos.
Puta lançamento. Bom domingo para quem foi correr em evento cujo ganhador foram uma família de pessoas já ricas que ficaram mais ricas as custas do seu "momento saudável". Eu preferi ficar em casa ouvindo Centúrias.... fui.

Genesis - Selling England by the pound / Foxtrot / Nursery Crime

Peter Gabriel, Steve Hackett, Tony Banks, Michael Rutherford e Phil Collins. Esses nomes dos quais acabei de citar fizeram parte da melhor formação do rock progressivo de todos os tempos na minha opinião. Sim, há outras grandes bandas e formações espetaculares mas uma formação que me encantou de verdade foi a do Genesis nesta época. Não irei entrar no papo velhusco e ranzinza em detonar a fase posterior da banda até porque comparar tais fazes seria o mesmo que comparar dois estilos completamente diferentes de abordagem musical. Aqui temos a veia progressiva, mais teatral. Com Phil Collins nos vocais, a banda ainda gravou algumas coisas progressivas até adentrar ao pop e dos hits radiofônicos que, diga-se de passagem, são muito bem feitos e mostraram ao mundo que caras vindo dum estilo complexo tinham qualidade para compor músicas fáceis mas sem cair no bundamolismo gratuito. E não os culpem por isso. Eles não foram os únicos já outras bandas como o Yes mudaram drasticamente o som afim de renovar seu público e acompanhar o mercado na época dos anos 80. E ambos se deram muito bem, ao contrário do King Crimson que ficou uma espécie de Talking Heads metido a sério. King Crimson mudando o som foi o equivalente ao tio que, para parecer garotão, corta o cabelo igual aos moleques de hoje e veste calça colorida e bota boné de lado só para parecer "atual" mas não passa dum senhor bancando o retardado.
Voltando ao Genesis, estou em mãos com 3 discos gravados pela formação acima e tive uma das experiências mais gratificantes da minha vida desde que comecei a me entender por gente e a entender o que é música. Foi uma viagem espetacular aonde não foi preciso nenhuma substância a mais do que uma ótima música rolando dividida em 3 discos obrigatórios não para o rock e sim para a música mundial. Se nenhum desses 3 artefatos não estiverem em qualquer lista de melhores discos de todos os tempos, algo está errado. Na minha lista já incluí e já aviso que irei adquirir outros itens de progressivo em breve. Sinal de idade avançada? Sei lá, mas o que importa é que eu prefiro ter itens de progressivo em casa do que aparecer com algum disco de sertanejo universitário ou mesmo falando que acha o lucas lucco um cara "cabeça".
Iniciando com o fabuloso Selling England by the pound que foi lançado em 73 temos 8 atos históricos da humanidade e temos destaques belíssimos como Dancing with the moonlight knight, I know what i like, Firth of fifth e as épicas The battle of epping forest e The cinema show, todas perfeitas e cuja musicalidade transcende para órbitas bem longe desta vida de gente que prefere dar um like com dedão azul ao invés de se ver pessoalmente e falar, conversar.
Outra obra musical perfeita traduz em Foxtrot lançado em 72 e mais 6 demonstrações de amor e carinho para com meu ouvido estão em faixas emblemáticas como Wacher of the skies, Time table e a grandiosa Supper´s Daddy com seus 22 minutos e 58 segundos de pura viagem. Reza a lenda que é o disco favorito de ninguém menos que Steve Harris. Preciso dizer de onde ele é? Caso não saiba de quem estou falando, aconselho parar com a pinga com naftalina pois a mesma deve estar afetando seu cérebro....
Fechando este maravilhoso pacote temos Nursery Crime de 71, que foi o disco que fez estrear esta formação clássica e já começou bem com 7 obras de arte irreparáveis do meio musical como The musical box. QUE MÚSICA É ESSA????? Uma obra de outro mundo com certeza, um show completo aonde a interpretação vocal alia-se a um instrumental rico sem ser metido a besta ou querer mostrar que toca um milhão de notas. Outras pérolas são encontradas aqui e The return of the giant hogweed, Seven stones e o encerramento com The fountain of salmacis encerrou minha viagem ao mundo musical perfeito.
Descobrir mais sobre esta banda me fez uma pessoa melhor, um ser humano mais habilitado a falar sobre música com meus amigos igualmente inteligentes e de gosto musical rico dos quais não trocaria nunca. E a busca não acabou. Assim como num filme cuja continuação torna-se  inevitável, conhecer mais discos do Genesis tornou-se mais do que uma simples audição e sim uma obrigação para com a música em geral. A música é igual a literatura. Ambos, quanto mais se descobre, mais fascinante pode ser pois não conhecemos tudo. Nunca iremos conhecer tudo. Porém, podemos um dia ir embora deste planeta com a sensação de dever cumprido de que grande parte deste conhecimento foi desfrutada com muito carinho. Até mais alguns minutos....

sábado, 14 de maio de 2016

Confederate Railroad - Greatest Hits

Antes de dar uma bela volta e ver os amigos, vou falar desta banda que me foi apresentada por um dos meus amigos mais queridos que conheci e tenho sempre o prazer enorme de vê-lo quando vou caminhar aos sábados de manhã para São Vicente. Mauro, numa das vezes de bate papo sempre recheado de assuntos interessantes em vários aspectos, me apresentou esta banda. Sabe aquela banda que já te pega no primeiro acorde? Foi o caso do Confederate Railroad. Praticantes do chamado country rock, estes caras enaltecem o que é a raiz dos EUA e neste Greatest Hits temos 10 faixas SENSACIONAIS. E quando cito bem grande é porque eu me empolguei muito já na primeira audição. É certo que as faixas são mais calcadas no country e bem menos rock mas de alguma forma está lá a guitarra esperta e toda uma banda tocando muito e com sentimento que você não verá em outros estilos. É aquele som leve para se ouvir num dia de sábado maravilhoso, naquela volta de carro com os amigos ou com a família ou mesmo com a mulher de seus pensamentos.
Sons como Queen of Memphis, Daddy never was the cadillac kind, The one you love the most, See ya, When and where, Elvis and Andy, Jesus and mama, Finish what he started, When you leave the way you can never go back e Trashy women agradam desde amantes de Lynyrd Skynyrd, Allman Brothers até de Alan Jackson pois possui o rock dos citados primeiramente com o country do cantor abordado.
Fiquei com mais este desafio: conhecer mais sobre estes caras e sua discografia que deve ser rica. Valeu Mauro por mais esta aquisição!!!!!!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Marina - 14 Sucessos

Somos humanos. Partindo disso, temos uma parcela de chance para os erros, sejam quais eles forem. Se o outro lado não quer saber da sua pessoa, o melhor a fazer é ficar na sua, esperando a hora certa para confrontar a pessoa afetada e pedir desculpas e se redimir do que fez. Com o advento das tecnologias, isto está meio que se perdendo em algum lugar e parece não quererem encontrar ou simplesmente esquecer que comunicação pessoal existe. Confesso eu que, quando ouço música, penso em um monte de coisas ou pessoas. As respostas vem mas não é bem fácil assim não é mesmo?
O que nos resta é ouvir um som do qual você goste e torcer para que esta barreira se quebre um dia e que volte a amizade. Me acuse de dar indireta ou de ser um cara " falso". Mas uma coisa eu não sou: hipócrita. Sou falho e admito isso.
E ouvir a voz e a música desta mulher me despertaram uma das nostalgias mais belas da vida. Sim, quando ouço Marina, me vêm a cabeça a rua Rei Alberto número 202 apto 307. Me vêm a lembrança dum ótimo tempo, aonde descia para ficar com meus amigos da rua jogando bola na rua, jogando taco, pingue pongue na garagem de trás do prédio. Tempos legais das reclamações sempre da senhorinha que se debruçava no muro e reclamava dos palavrões. Ou mesmo da senhora portuguesa que nos ameaçava falar para o síndico e proibir o jogo ali embaixo pois estaria tirando o direito do vizinho de cima dormir. E entre uma brincadeira e outra, eu ligava o rádio e como não tinha acesso a compras de discos e fitas por não trabalhar na época, a melhor alternativa era gravar as fitinhas k7 afim daquela música preferida. Marina nunca foi minha favorita mas curtia muito algumas de suas músicas que tocavam na Tribuna ou na Cultura quando ambas as rádios ainda não eram dominadas pela bunda molice que impera numa sociedade repleta de idiotas.
Aqui nesta coletânea traz 14 faixas que um dia tocaram na minha adolescência, entre elas as faixas Pra começar, Á francesa, Fullgás ( melodia deliciosa) e Uma noite e 1/2. Outras também são bem legais e que foram versões de outros artistas como Me chama ( Lobão), Nada por mim ( Kid Abelha) ou Ainda é cedo ( Legião Urbana) que foram trilhas sonoras para quem curtis ir na Zoom se divertir.
É bem verdade que ela nunca foi uma baita cantora mas ela cativava graças a sua voz limitada porém capaz de molhar muitas calças por aí.
Naquela época você devia de ser um dos metaleiros que detonavam esse tipo de som dizendo que isso era a "merda" na época. Perto do que vemos hoje, aconselho ouvir as músicas dela e verá que não é nada mal ouvir Marina. Bela pedida para quem curtia na época e queira reviver aqueles verões sensacionais.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

The Crying Game - trilha sonora

Algumas surpresas vem parar em minhas mãos e confesso que esta trilha sonora me despertou uma atenção quando me deparei com ela. Lançado no Brasil como Jogo de Lágrimas, o filme dirigido por Neil Jordan foi lançado em 92 e conforme descrito, trata-se de um suspense.
Segue sinopse:" Fergus, um membro do IRA (Provisional Irish Republican Army), juntamente com Jude, o líder Maguire e outros companheiros terroristas, sequestram o soldado britânico negro Jody. Eles mantém o soldado em cativeiro e pedem um resgate por ele. Se não forem atendidos ao cabo de três dias, Jody será executado.
Fergus fica encarregado de guardar Jody e acaba desenvolvendo uma amizade com o cativo. Sabendo que vai morrer, Jody convence Fergus a encontrar sua namorada Dil e ver se ela ficará bem. De fato, o resgate de Jody não é pago e ele está para ser executado. Fergus tenta salvá-lo, mas o soldado é morto acidentalmente durante ação do exército britânico. Abalado, Fergus deixa seus companheiros e vai para Londres, onde arruma um trabalho e usa o nome de "Jimmy", para se esconder deles e da polícia. Em Londres, Fergus encontra Dil, cantando em um bar a canção "The Crying Game" ("O jogo das lágrimas", em tradução aproximada). Se sentindo culpado por Jody, Fergus se aproxima da garota e acaba se apaixonando por ela. Mas logo ele percebe que Jody não lhe contou tudo sobre o relacionamento dele com Dil."
Antes de bancar a Glória Pires e tecer comentários monossílabos acerca do filme, vou me concentrar na trilha sonora. Pelo menos a sinopse do filme está aí e até eu verei este filme para ver se é legal ou não e vale também para você dar uma conferida.
A trilha foi feita pela integrante do trio Art of Noise, Anne Dudley e entre músicas mais agitadas e ou orquestradas, a trilha percorre sem ser chata ou dar aquele sono. Destaque para a faixa The Crying game, muito bonita e da versão original de When a man loves a woman, regravada tempos depois pelo sensacional Michael Bolton. As faixas orquestradas são lindas e me fizeram voltar quando minha mãe me fazia dormir ao som de música clássica. 
Conforme citei antes, o filme em si eu não vi, apenas falei da brilhante trilha sonora. Outros destaques vão para as faixas Let the music play, White cliffs of dover, Stand by your man e Live for today.
Confira agora mesmo e viaje para outra dimensão.
Ah uma curiosidade: Anne recrutou ainda o Pet Shop Boys e o cantor Boy George para a execução de algumas faixas.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Cher - Tribute / Live The Farewell Tour

Cher. Eu tive que render a ela ao ouvir esses discos. Confesso que sempre achei a cantora bem abaixo de Madonna entre outras e este esterótipo de diva irrita profundamente. A própria Madonna é chamada assim e sinceramente acho meio brega chamar alguma cantora de diva disso, diva daquilo. Não vou entrar no mérito de julgar ambos os públicos pois seria uma imbecilidade pois eu também não gosto de sair rotulando alguém só porque ouve este ou aquele artista. Alguns amigos meus falam que sou a exceção, ou seja, que sou um dos pouquíssimos heteros que ouve Cher, Madonna mas também Lady Gaga, Britney Spears, Hilary Duff entre outras " representantes" ou porta vozes da causa colorida. Devo causar dúvida em algum asno quando este que vos digita sai com ambas as camisetas da Lady Gaga além da Hilary Duff e da Madonna pois o mesmo deve achar que sou gay. Aí no dia seguinte lá vou eu com uma camiseta do Ratos De Porão e a cabeça do abençoado está confusa e o mesmo deve estar se perguntando até agora como posso ouvir ambas as coisas.
Voltando a Cher, ela começou sua carreira bem lá atrás, mais especificamente em 65 graças a também famosa parceria com seu ex- marido Sonny Bono e que rendeu pelo menos um grande sucesso, I got you babe. De lá para cá dona Cherilyn Sarkisian gravou inúmeros discos e entre uma plástica e outra, foi adentrando as décadas posteriores sempre reinventando seu som e seu visual. Em 2003, Cher gravou o ao vivo que seria a tour de despedida da cantora dos palcos, fato este que acabou sendo aquela tradicional "pegadinha" feita por tantos artistas já que ela gravou mais dois discos após este live album. Antes de falar sobre o tributo, é necessário primeiro falar da própria e este set que consta em The Farewell Tour é demais e caso seja um fã ardoroso vale a pena pegar o dvd e ver como ela consegue usar algumas roupas bem brega mas ainda assim ser divertida e brincar com si mesma.
Abrindo com uma versão espetacular de I still haven´t found what i´m looking for ( U2), o show mantém um alto astral e imagino todos dançando e mandando beijinhos para a "diva" deles. All or nothing é uma das mais novas e é outra arrasa quarteirão que pode rolar em qualquer festa.
Mas também outra especialidade da californiana são as baladas e I found someone é algo mágico e falem o que quiserem: Ela canta muito!!!!!! Sua voz é forte e bastante emotiva. E o que falar da perfeição em forma de clássico chamada If i could turn back time ? Simplesmente antológica, não houve como não lembrar daquele clipe aonde ela canta de lingerie estilo hard rock com um monte de marinheiro? Lembro que fiquei de bobeira e até um pouco molhado ao ver este vídeo....
O show encerra com outra clássica, Believe e sua aura feliz. Com certeza uma das melhores dela de uns anos para cá. Totalmente recomendável para quem curte música pop e deixe de lado essas baboseiras de diva ou rainha. Apenas aperte o play e deixe rolar.
E sobre o tributo, esta segunda edição traz mais versões de músicas que a mesma gravou durante sua carreira. Algumas versões ficaram bem legais como Music´s no good without you e I got you babe mas outras ficaram abaixo das gravadas e ficaram bem aquele clima de karaokê de aniversário da prima como Love hurts ou mesmo I found Someone mas como não soa chato ou ruim, acaba sendo até bacana.
Enfim, estas foram um pouco das minhas impressões sobre esta senhora que poderia ser comparada a aquela coroa gostosa que vai na academia ou mesmo que trabalha no seu setor de trabalho que, mesmo sabendo que fez plástica, você quer pegar na mão e amar muito. Cher é muito foda!!!!!!

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Tenebre - Heart´s Blood

Após o classic rock do Humble Pie, tenho em mãos esta banda de gothic rock que é bem legal. Este disco foi lançado em 2005 e demorou para estar em casa no meu modesto som e a espera valeu a pena. Por estar sempre querendo algo mais prioritário na minha caixa de reservas na Blaster, este disco sempre ficava para depois mas o depois virou o agora ou nunca. Já tinha noção das músicas legais que constavam em Heart´s Blood graças a maciça audição na citada loja. Aqui temos 10 faixas que grudam de imediato o ouvinte e caso seu gosto seja entre Him, Type o Negative, The 69 eyes, Lacuna Coil ou por bandas mais tradicionais como Sisters of Mercy, Rosetta Stone ou The Mission estará no paraíso de mulheres lindas dançando no Dark Entries ao som de pérolas góticas do naipe de Silver flame, Mistress of the dark, Serpent´s fire, Shine ( sensacional!!!!), Blue, Prayer entre outras. Só que no disco acontece algo inesperado: na faixa Heart´s Blood o vocalista Charles Metz encarna um Glen Danzig e até o som toma uma forma mais pesada mas não leve isso para o negativo pois a faixa que dá título ao disco é muito legal.
E aproveito para falar sobre a citada festa Dark Entries que rola todo mês no The cube. Já fui duas vezes e digo que valerá a pena você guardar um dinheiro e subir até sampa já que não irá se arrepender. E enquanto sobe, vá no aquecimento ouvindo este discaço do Tenebre para entrar no clima. Dica: este disco saiu nacional pela Hellion e pode encontrá-lo bem barato. Sonzeira!!!!!

Humble Pie - Rockin´the Fillmore / BBC

Sim, quando eu postei no facebook que esta banda passou a figurar no meu top 5 eu não estava brincando nem mandando indireta para ninguém. Humble Pie, com o tempo, foi fazendo este que vos escreve ser cada vez mais fã devido a músicas fantásticas que a mesma produziu numa carreira fabulosa. Steve Marriot ( guitarra/vocal), Peter Frampton ( guitarra/vocal), Greg Ridley ( baixo) e Jerry Shirley ( bateria) fizeram este cara de "elogios mentirosos" esquecer um pouco dos asnos que ficam atrapalhando a aula de contabilidade, do serviço e mais ainda das bestas quadradas que estão mais bestas quadradas graças ao jeito imbecil que usam redes sociais e que se ofendem por qualquer coisa. Poderia ( e deveria) estar fazendo a lição de contabilidade para sexta mas optei em falar um pouco de música para por minha mente no lugar e não ficar com o cérebro em estado complexo pois de complexo já temos os discos do Symphony X.
Nestes dois registros ao vivo, que são peças obrigatórias para quem curte um ao vivo, a banda simplesmente manda um show aonde bom gosto e atitude se unem. Músicos inspiradíssimos e músicas que só sendo surdo para não gostar ou até falar que é ruim.
O que eles faziam ao vivo era algo perto do sobrenatural e deveria ter mais reconhecimento pois tinha tudo para ser um dos grandes gigantes do classic rock. E músicas como Four day creep, I´m ready, Stone cold fever, Rolling Stone, I don´t need no doctor, Natural born boogie, Heartbeat entre outras são peças musicais não só do rock e sim da música em geral.
Tanto o Fillmore quanto o BBC são maravilhosos e escolher qual disco é o mais legal é total perda de tempo. O legal é ter os dois e curtir esta sessão animalesca de energia positiva e lembrar que a vida pode ser tão simples quanto um som legal.
Curta a vida da melhor forma e não deixe que sentimentos negativos apossem seu cotidiano. Um bom começo para isso é adquirir estes ou qualquer dos discos de estúdio destes caras. Já quero desde já fazer minha coleção.... Fudido!!!!!!