domingo, 15 de maio de 2016

Genesis - Selling England by the pound / Foxtrot / Nursery Crime

Peter Gabriel, Steve Hackett, Tony Banks, Michael Rutherford e Phil Collins. Esses nomes dos quais acabei de citar fizeram parte da melhor formação do rock progressivo de todos os tempos na minha opinião. Sim, há outras grandes bandas e formações espetaculares mas uma formação que me encantou de verdade foi a do Genesis nesta época. Não irei entrar no papo velhusco e ranzinza em detonar a fase posterior da banda até porque comparar tais fazes seria o mesmo que comparar dois estilos completamente diferentes de abordagem musical. Aqui temos a veia progressiva, mais teatral. Com Phil Collins nos vocais, a banda ainda gravou algumas coisas progressivas até adentrar ao pop e dos hits radiofônicos que, diga-se de passagem, são muito bem feitos e mostraram ao mundo que caras vindo dum estilo complexo tinham qualidade para compor músicas fáceis mas sem cair no bundamolismo gratuito. E não os culpem por isso. Eles não foram os únicos já outras bandas como o Yes mudaram drasticamente o som afim de renovar seu público e acompanhar o mercado na época dos anos 80. E ambos se deram muito bem, ao contrário do King Crimson que ficou uma espécie de Talking Heads metido a sério. King Crimson mudando o som foi o equivalente ao tio que, para parecer garotão, corta o cabelo igual aos moleques de hoje e veste calça colorida e bota boné de lado só para parecer "atual" mas não passa dum senhor bancando o retardado.
Voltando ao Genesis, estou em mãos com 3 discos gravados pela formação acima e tive uma das experiências mais gratificantes da minha vida desde que comecei a me entender por gente e a entender o que é música. Foi uma viagem espetacular aonde não foi preciso nenhuma substância a mais do que uma ótima música rolando dividida em 3 discos obrigatórios não para o rock e sim para a música mundial. Se nenhum desses 3 artefatos não estiverem em qualquer lista de melhores discos de todos os tempos, algo está errado. Na minha lista já incluí e já aviso que irei adquirir outros itens de progressivo em breve. Sinal de idade avançada? Sei lá, mas o que importa é que eu prefiro ter itens de progressivo em casa do que aparecer com algum disco de sertanejo universitário ou mesmo falando que acha o lucas lucco um cara "cabeça".
Iniciando com o fabuloso Selling England by the pound que foi lançado em 73 temos 8 atos históricos da humanidade e temos destaques belíssimos como Dancing with the moonlight knight, I know what i like, Firth of fifth e as épicas The battle of epping forest e The cinema show, todas perfeitas e cuja musicalidade transcende para órbitas bem longe desta vida de gente que prefere dar um like com dedão azul ao invés de se ver pessoalmente e falar, conversar.
Outra obra musical perfeita traduz em Foxtrot lançado em 72 e mais 6 demonstrações de amor e carinho para com meu ouvido estão em faixas emblemáticas como Wacher of the skies, Time table e a grandiosa Supper´s Daddy com seus 22 minutos e 58 segundos de pura viagem. Reza a lenda que é o disco favorito de ninguém menos que Steve Harris. Preciso dizer de onde ele é? Caso não saiba de quem estou falando, aconselho parar com a pinga com naftalina pois a mesma deve estar afetando seu cérebro....
Fechando este maravilhoso pacote temos Nursery Crime de 71, que foi o disco que fez estrear esta formação clássica e já começou bem com 7 obras de arte irreparáveis do meio musical como The musical box. QUE MÚSICA É ESSA????? Uma obra de outro mundo com certeza, um show completo aonde a interpretação vocal alia-se a um instrumental rico sem ser metido a besta ou querer mostrar que toca um milhão de notas. Outras pérolas são encontradas aqui e The return of the giant hogweed, Seven stones e o encerramento com The fountain of salmacis encerrou minha viagem ao mundo musical perfeito.
Descobrir mais sobre esta banda me fez uma pessoa melhor, um ser humano mais habilitado a falar sobre música com meus amigos igualmente inteligentes e de gosto musical rico dos quais não trocaria nunca. E a busca não acabou. Assim como num filme cuja continuação torna-se  inevitável, conhecer mais discos do Genesis tornou-se mais do que uma simples audição e sim uma obrigação para com a música em geral. A música é igual a literatura. Ambos, quanto mais se descobre, mais fascinante pode ser pois não conhecemos tudo. Nunca iremos conhecer tudo. Porém, podemos um dia ir embora deste planeta com a sensação de dever cumprido de que grande parte deste conhecimento foi desfrutada com muito carinho. Até mais alguns minutos....

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