quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Running Wild - The Rivalry

O último disco daquela leva toda fecha com chave de ouro uma ótima seleção que me fez mais feliz nesses últimos dias. Falar do que você gosta é algo bem melhor do que ficar reclamando da existência de algo que lhe incomoda. Pessoas que perdem o tempo falando somente de coisas ruins me deixam com uma leve impressão de que algo está bem errado.... com ela!!!!!!!! Será que não há mais nada de bom no mundo? Será que só está acontecendo somente coisas ruins mesmo ou não estamos ofuscando as boas com nossas crises de pessoas rabugentas? Uma coisa que estabeleci aqui é de não comentar de discos que não gosto, de bandas que não me fazem a questão de ter minha atenção. Imagina parar tudo que estou ouvindo para ficar ouvindo coisa ruim.... Há pessoas assim e isso é muito perigoso.
Como aqui o que impera são as coisas legais, falemos deste ótimo disco do Running Wild, lançado em 98 e que trouxe algumas faixas brilhantes dentro do heavy metal. Esta banda eu não curtia mas o último disco, o excelente Rapid foray me deu vontade de descobrir mais acerca da banda capitaneada pelo vocalista e guitarrista que possui medo de avião. Lenda ou não, pouco importa. O que importa é a pegada visceral que temos em The Rivalry sempre enaltecendo os piratas ( aqueles piratas não o download ilegal) mas com uma musicalidade maravilhosa e aquela faixas de refrões grudentos do qual está cantando sem querer. The rivalry, Kiss of death, Return of the dragon, Fire & thunder, Man on the moon e a última e épica faixa War & peace são alguns dos destaques deste disco soberbo e metal até o fio de cabelo.
Rock n´Rolf pode ser um tanto maluco mas é graças a sua mente quando está criativa que temos pérolas como The Rivalry entre outros discos. Lógico que ele erra feio como foi a volta que de alguma forma não foi tão legal assim mas acabou acertando com o tempo com o disco Resilient e culminando na vitória definitiva em Rapid Foray.
Viu como podemos ouvir heavy metal de qualidade sem apelação? Agora faça o favor de apreciar este e os outros álbuns desta banda quando quiser descobrir metal feito com garra e atitude.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Charlie Brown Jr. - Quando nos libertamos de preconceitos, a vida fica bem melhor.

Numa das últimas resenhas, eis que chegou o momento de finalmente ouvir mais um pouco desta saudosa banda sem preconceito e com a mente bem mais aberta. Todos sabem o quanto gosto do Acústico MTV. Acho um dos melhores discos da emissora neste formato e sim, foi o momento em que banda estava em seu auge. E um dos grandes responsáveis pelo sucesso da banda atende pelo nome de Alexandre, mais conhecido como Chorão. Sim, o restante da banda era competente pra caramba, os caras tocavam muito. Como não citar um baixista como o Champignon ou mesmo um baterista do calibre de Renato Pelado? Ou os guitarristas Marcão ( ex- Last Joker ) e Thiago ( atual Aliados ) ? Todos eles e mais os músicos que tocaram quando a banda se resumiu ao Chorão como o Pinguim ( um dos maiores bateristas brasileiros) ou mesmo o Graveto. No geral, todos os caras que passaram pela banda fizeram bem seu papel na banda. Mas, isso não seria possível sem Chorão.
Como todo ser humano da face da Terra, Chorão tinha seus defeitos mas quer saber? Que atire a primeira pedra quem nunca errou na vida? É certo que o mesmo protagonizou algumas atitudes épicas mas ao mesmo tempo foi um cara que nunca foi hipócrita ou mesmo mascarado, falso. Quando aquele babaca do Los Hermanos disse que " se for para fazer sucesso tem que ser igual ao Chorão, prefiro tocar no porão da minha casa" ele foi um tanto arrogante e num sinal nítido de inveja isso sim. Prefiro o Chorão do que o protótipo de Chico Buarque do Marcelo Camello. E olha que eu já defendia o Chorão mesmo antes de eu curtir mais o Charlie Brown Jr. O típico caso de quando o mito fica maior que a banda ou mesmo a música que sempre fez.
Quando soube de seu falecimento, numa manhã triste diga-se, aquilo me deixou bastante pra baixo, foi como se um irmão meu tivesse ido embora. Desde então o rock nacional ficou mais vazio e deixando espaço para pseudos artistas tomarem conta, deixando orfãos toda uma legião de garotos e garotas sem um porta voz. E recentemente adquiri esses 4 disco da banda e ouvindo tive uma sensação bem melhor. Talvez por ter ouvido fora daquele furacão, as músicas soaram bem melhores desta vez e lá estava ele cantando suas letras verdadeiramente reais e que ( realmente ) retratavam nossa realidade. Ele não precisou ser poeta, longe disso. Uma das grandes táticas de Chorão foi de simplesmente conversar com todos através das letras mostrando a todos que era igual a todo mundo e não tinha nada de ser popstar ou qualquer babaquice do gênero. Cheguei a cumprimentar o Chorão algumas vezes aqui na cidade e lhe digo: era um cara humilde, um dos poucos artistas dos quais me davam prazer de parar para falar. E quem não se lembra da nobre atitude dele para com nosso amigo Tarso Carnal ( Carnal Desire) ? Já sendo quem era, o mesmo não esqueceu de sua amizade com o nosso Tarso e o ajudou numa época muito ruim para o nosso Carnal. Legal não é ? Para alguns isso não valeu de nada pois quando gostam de lembrar do Chorão, só lembram das coisas erradas como se todos fossem puritanos.
Voltando aos discos, Transpiração Contínua Prolongada de 97 foi o primeiro e colocou a banda no mainstream após demos gravadas, inclusive com outro nome e com um som bem mais pesado que quando mudou seu som para o que conhecemos hoje. O coro vai comê !, Tudo que ela gosta de escutar, Gimme o anel, Quinta feira e  Proibida pra mim viraram hinos para uma garotada e merecidamente tiveram seu lugar ao sucesso. Outras pérolas do lado b podem ser citadas aqui como Aquela paz, Lombra ou mesmo faixa que dá nome a banda, que encerra o disco.
Preço Curto Prazo Longo vem em seguida e mais um desfile de clássicos como Confisco, Zóio d lula, Te levar entre outras desfilam uma sonoridade bem única que poderia desagradar alguns mais é verdade que muito moleque começou a ouvir rock graças a estes discos. Outra faixa muito foda é Não deixe o mar te engolir aonde Chorão fala dum modo direto e sem frescuras.
Nadando com os Tubarões é outro disco fabuloso e desde já a porrada Rubão incia a festa que ainda conta com Não é sério, Tudo mudar, O penetra além de Ouviu se falar. O disco ainda possui participações da cantora Negra li e da turma do RZO, mostrando que o rap e o hip hop aliado ao rock pode ser uma daquelas uniões fortes contra o sistema engolidor de pessoas.
Finalizando a resenha, temos Bocas Ordinárias de 2002 que trouxe Papo Reto, Só por uma noite, My mini ramp ( um hardcore sensacional), a regravação de Baader - Meinhof blues ( Legião Urbana) e Hoje eu só procuro a minha paz. Neste disco, o guitarrista Thiago não estava mais na banda tornando o Charlie Brown Jr. um quarteto e que com esta formação foi gravado o já citado Acústico da Mtv.
Hoje Charlie Brown Jr. tornou-se numa lenda que sempre será lembrada. Chorão e Champignon não fazem mais parte deste mundo e não me interessa comentar como foi o fim ou se procuraram por isso ou não. O que interessa aqui é o lado artístico e estas obras que ficarão para sempre no coração e na memória dos fãs. Gostando ou não, eles foram uma das mais fortes entidades roqueiras neste país, sendo surdo ou ignorante quem simplesmente discordar disto. Por que uma coisa é não gostar e você tem todo o direito de não gostar do som praticado por eles. Agora, simplesmente querer apagá-los da história.... Desculpe mas ninguém terá este poder. Um legado será sempre um legado e nada podemos modificar. Até.

Rot - Old Dirty Grindcore 2007 - 1991

Algumas bandas acabam virando clássicas, verdadeiros ícones de toda uma geração de garotos que pegam a fórmula criada e a levam para caminhos cada vez maiores e pútridos. Quando duas bandas começaram a dar forma, o estilo que iam fazer não existia, sendo assim os pioneiros de toda esta desgraça musical ( no bom sentido). Quando o Carcass e o Napalm Death viraram bandas e gravaram seus clássicos, o embrião do grindcore estava criado e nada mais poderiam fazer quem não gosta deste tipo de som ou por achar barulhento demais. Foi quando uma banda brasileira pegou tais influências e com um toque de doença barulhenta criaram a entidade do grindcore nacional chamada Rot. O Rot gravaram inúmeros discos, splits, eps sozinhos ou em parcerias com algumas bandas, entre elas a igualmente seminal Agathocles. Pra você que simplesmente ouve barulho saiba que o grindcore é um dos estilos em que mais as bandas são prontificadas em realizarem o que eu chamo de processo cultural. Antenados com o que rola na sociedade, o estilo é brutal e urgente justamente para colocar para fora ta a insatisfação, toda a indignação para com uma sociedade cega e acéfala. Estamos caminhando para o abismo e não estamos nos dando conta. Cada vez mais estamos vendo pessoas brigando por causa de políticos, desfazendo amizades por causa de opinião partidária. Mal sabem estas pessoas que, fazendo isso, estão justamente fazendo o que todos estes canalhas querem: um povo desunido e cada vez mais burro. Sabe porque existem programas de baixa qualidade como a maior porcaria delas, o BBB? Para que você, preocupado em votar em candidato, esqueça da situação do país e permaneça alienado. Pessoas que se preocupam com futilidades e não estão nem aí com nada. Comemoram a prisão do Lula mas querem ter o Bolsonaro como salvação. Comemoraram o impeachment da Dilma mas esquecem que temos um dos piores governadores que São Paulo já teve.
Mas enfim, isso são coisas que cada um precisa ter para si. Não quero ficar aqui pregando nada disso, apenas mandei um lembrete.
Dentre as 71 faixas do primeiro disco e das 79 do segundo, ficaria impossível citar todas elas mas quem conhece o Rot sabe o irá encontrar mas algumas exemplificações podem e devem serem lembradas como Sunny days nostalgia, Going down the drain, Wonderland, 33/45, Your lie is gone entre tantas outras. Por ser duplo, trata-se de um grande resumo, um arquivo histórico duma parte mais underground do rock brasileiro.
Longa vida ao Rot, Hierarchical Punishment, No Sense, entre outras do grindcore nacional, que sejam eternamente lembrados por trabalhos de real significado a cada um de nós. Enquanto houver resistência, nada estará perdido. Até.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Elis Regina - Luz das Estrelas

Bom, eu achava que já tinha tudo dela. Mas não. Este disco eu não tinha. Lançado em 1984 ( 2 anos após sua morte), este disco deveria ter sido uma espécie de próximo álbum mas que na verdade sua fonte original veio duma fita gravada por seu irmão, Rogério Costa, num especial em que mesma fez em 76. Este material, mexido entre outubro e novembro em 84, traz alguns momentos da gaúcha de bater palmas. Elis sempre foi uma cantora afinada, determinada no que queria e escolhia a dedo as músicas dos compositores que ia gravar. Aqui temos Para Lennon e McCartney, No dia em que eu vim embora, Mestre-sala dos mares, Velho arvoredo, A banca do distinto, Corsário ( numa versão arrepiante), Bodas de prata, Gol anulado, Triste e Doente morena, todas interpretadas por uma cantora da qual nunca mais teremos. 
E pensar que após ela, o Brasil só foi descendo ladeira abaixo mesmo tendo pelo caminho cantoras como Marisa Monte, Cássia Eller entre outras. O problema é que o gosto do brasileiro foi junto com uma máfia do jabá cada vez mais sem conteúdo. 
Vou ficar por aqui que é melhor. Além do mais, o que já foi dito sobre a maior cantora do mundo em resenhas anteriores já bastam. Ouça os discos. Relembre uma estrela em sua forma mais verdadeira e contestadora. Elis Regina é muito foda!!!!!!!!

Bob Dylan - Blonde on Blonde

Mais um item deste senhor chega até a mim. Para quem não está entendendo irei explicar: caso você tenha dormido em Júpiter nos últimos tempos, sim, eu gosto do Bob Dylan. Era certo que não curtia mas com o tempo e indicação dum amigo fã fui ouvindo aos poucos sua obra e ando curtindo bastante. Em 66, este cara lançou Blonde on blonde, um dos discos mais legais de rock. Caso não goste de Dylan ou ache sua música um tanto " contestadora " demais sugiro que não perca o lançamento mais novo de qualquer cantor da atualidade sem expressão.
Aqui temos 14 faixas e uma época bem rica ao mestre.
Da primeira Rainy day women #12 & 35 até a última Sad eyed lady of the lowlands, tudo aqui remete ao brilhantismo dum homem que influenciou Beatles, Stones, Bruce Springsteen, Donovan, Ryan Adams entre tantos outros. Duvida? Ouça então Pledging my time, Visions of Johanna, I want you entre tantas outras que fazem do disco um daqueles itens especiais para todos que queiram ouvir algo com conteúdo. Só não me queiram falar que Chico Buarque é o Dylan brasileiro pois aí quem proferir isso deve não ter muitos problemas mas que no mínimo quer forçar a barra. Chico Buarque nunca chegará aos pés de Bob Dylan.
Se há um cara que pode chamar de gênio, este cara é Bob Dylan. Se arrisque. Saia agora mesmo da zona de conforto e dê uma chance ao trabalho do cara. Para o seu bem mental e evolução cultural.
Magnífico!!!!!!!

Bad Company - Straight Shooter

Retornando as resenhas, hoje pela manhã antes de ir visitar minha irmã e minha sobrinha ouvi este disco do Bad Company. Lançado em 75 pelo selo do Led Zeppelin, o quarteto formado por Paul Rodgers ( vocal), Mick Ralphs ( guitarra), Boz Burrel ( baixo) e Simon Kirke ( bateria) lançou o segundo disco de forma brilhante após uma estréia fabulosa. Aqui trata-se de um classic rock elegante aonde ambos os músicos estão afim de tocar um som, beber algumas e óbvio pegar algumas mulheres. Em 9 faixas, Straight Shooter é fabuloso do início ao fim da jornada.
O disco abre com Good lovin´gone bad e aí temos um conjunto que não deve nada a Led Zeppelin, Deep Purple e afins. Assim como os igualmente espetaculares Humble Pie, o Bad Company merecia estar bem acima do que foram o Zeppelin. Não tenho nada contra gostar de Led Zeppelin nem Deep Purple. Acontece que muita gente acaba indo somente no be a bá da coisa e não procura ouvir bandas tão legais quanto o Bad Company. Na sequência Feel like makin´love, uma daquelas baladas típicas para constar em algum disco do Whitesnake da fase pré hard rock 87. Ela é bonita, simples mas importantíssima ao disco. Shooting star é outra que traduz o classic rock assim como Deal with the preacher, With the preacher, Wild fire woman, Anna e Call on me, não esquecendo da não menos cativante Weep no more.
Em tempos em que temos cada vez menos gente fazendo algo legal, me resta ficar ouvindo estes discos e deixar para lá essa modernidade cada vez mais perigosa ao ser humano. É graças a sons assim que eu fico mais tranquilo e feliz. No mínimo essencial!!!!!!!!

Janis Addiction - Strays

Acordar lego cedo ouvindo música é algo muito bacana. Segunda feira é sempre um começo de semana meio chato mas esperançoso quando se tem o Bad Company tocando Fell like makin´love. Mas a resenha do Bad Company fica para mais tarde. O destaque desta aqui é uma banda que já possui um destaque há um bom tempo. O Janis Addiction montou uma sonoridade tão única e bacana, que simplesmente rotular num único estilo pode ser muito difícil. Aliás, quem precisa de rótulos? Em 2003 eles voltaram com este disco e seu hit e clip Just Because rolou bastante no rádio e na MTV e é um baita som. Com um certo peso mas com uma melodia cativante, trata-se dum glam rock alternativo de grande calibre. A voz de Perry Farrel soa natural, o cara não tenta fazer o que não consegue e obtém resultados positivos não só para si mas para o andamento da banda. E que banda!!!!! Aqui temos um guitarrista excepcional chamado Dave Navarro que só gravou o ótimo One Hot Minute com o Red Hot Chilli Peppers quando ainda era Red Hot Chilli Peppers adulto. Este guitarra além do Red Hot e do Janis Addiction possui uma bela carreira solo e participações em discos de artistas pop e rock. Prefiro muito mais o Dave Navarro do que muito batedor de punheta que finge tocar guitarra que existe aos montes por aí. E a cozinha formada por Stephen Parkins ( bateria) e Chris Chaney ( baixo) ficou impecável, coisa fina de gente bem grande.
Além de Just Because, outras faixas são bem legais como a abertura com True nature, Strays, Price i pay, Superhero ( preste atenção nesta música) além de Wrong girl e a última faixa To match the sun.
O rock sendo somente ele, forte e sempre presente, pode e deve ser eclético. E o ecletismo fazem as pessoas irem mais longe. Puta som e caso não conheça a banda, saiba que há discos tão legais quanto caso queira algo misturado ao hard rock, alternativo, glam mas ainda assim, rock.
Valeu rock, você marcou mais belo gol a favor e deixou cada vez abaixo quem acha você barulhento demais. Não sabem de nada.....

domingo, 28 de janeiro de 2018

Miles Davis - Bitches Brew

Ouvir este disco no final da noite me trouxe algumas emoções e pensamentos dos quais se fosse passar aqui ficaria até amanhã. Eu sempre penso num monte de coisas e todas elas vem sempre ao mesmo tempo. Ainda bem que temos discos assim para ouvir e tentar espantar tais pensamentos e deixar somente as coisas legais na frente. Este disco transmite uma musicalidade tão grandiosa que é até difícil para mim falar acerca dele do jeito que o mesmo merece. O mundo do jazz é complexo e aqui temos um daqueles álbuns que desafiam o ouvinte para algo fora dos padrões, fora da zona de conforto. Ele é duplo e contém apenas 7 faixas. No disco 1 temos as duas primeiras, Pharaoh´s dance e a faixa que dá nome ao disco, cada um nos seus mais de 20 minutos de pura viagem jazzística.
Já no disco 2, temos 5 faixas e são elas: Spanish key, John Mclaughlin ( nome de um dos convidados do disco), Miles runs the voodoo down, Sanctuary e Feio ( isso mesmo) e mais um pouco de música feita com o coração e sem medo de ser complexo e deixar alguns em questionamentos.
Como é bom ouvir e curtir discos tão diferentes. Aí eu pergunto: o que seria da música sem os ecléticos? Com certeza teríamos um monte de xiitas chatos e militantes no lugar de pessoas felizes curtindo um som. Ou eu estou errado?

Coldplay - Parachutes

Nos anos 2000 o cenário da música estava em plena mudança. De um lado havia as bandas do chamado new metal. Do outro, algumas bandas do nicho alternativo estavam despontando para o mainstream. Tanto um quanto outro revelaram algumas coisas legais e outras muito chatas. O Coldplay foi uma daquelas bandas que com o tempo fui pegando cada vez menos a vontade de ouvir. A proposta de querer ser uma espécie de " U2 do alternativo" tentou e deu certo graças a exposição maciça da ainda ativa MTV que tocaram bastante os clips. Mas para este que vos digita, o Coldplay é uma das coisas mais chatas que já apareceram e tachar eles de rock é o mesmo que falar que Poison é heavy metal. O Poison é bem melhor lógico mas acontece que a proposta do Coldplay só agrada quem não é do rock ou quer ser roqueiro ouvindo coisas fofinhas, uma espécie de roqueiro amoroso que gosta de cafuné feito pelo ursinho Puff  e vê vídeo do Filipe Neto de cabelo rosa. Confesso que a banda produziu algumas dezenas de músicas audíveis ( In my place por exemplo é fantástica) e neste primeiro disco da banda é algum exemplo do que posso ouvir deles sem ficar bravo. Puxado pelo hit Yellow, aquele do clip do Chris Martin agindo feito um bobo alegre na praia, a banda conseguiu seu lugar no rádio e na MTV e vamos concordar que a música é bacana. Trouble, desse mesmo disco, possui uma melodia bem legal e passa no teste. Parachutes agrada pelo fato das músicas serem mais introspectivas sem aquele apelo de parar a banda de Bono Vox. As outras faixas deste álbum são calmas mas agradam como por exemplo We never change e Everything´s not lost, duas músicas possuidoras de melodias de extremo bom gosto. Se tivessem continuado nesta pegada talvez a banda seria menos chata do que é hoje. Mas resolveram ir nas graças duma platéia que nem liga para o som deles, fazendo música de danceteria e lha que eu gosto destas. Mas acontece que, quando uma banda começa a apelar o resultado soa genérico e mostra uma banda abrindo as pernas para o que vier pela frente. Ok, ninguém é perfeito. Eles tem seu público. Mas garanto que muita gente que curtiu este álbum hoje simplesmente ignora qualquer coisa que fazem hoje. Em tempos: Chris Martin consegue ser um dos maiores malas da história. Deixa eu continuar ouvindo o Miles Davis.....

Captain Beyond - idem e Sufficiently Breathless

Antes daquela saída dominical, uma joia. Não, isso é uma descoberta muito mais valiosa do que qualquer outra. Sim, já conhecia toda a história do Captain Beyond e já ouvi algo. Mas hoje tive a oportunidade de ouvir por completo seus dois discos, lançados em 72 e 73 respectivamente. Uma banda que tinha que dar certo mas por algum azar daqueles que o destino gosta de pregar na gente, esta banda acabou saindo de cena tão rápido quanto entrou. O som era fenomenal, um classic rock animalesco aonde vocais e instrumentos faziam aquela sincronia de melodias.
O primeiro disco já nasceu uma obra prima. Contendo 13 faixas, alguns destaques merecem ser citados como por exemplo Armworth ( sonzera) Myopic void, Raging river of fear, Mesmerizatoin eclipse, Astral lady e por aí vai. Daqueles discos completos, Captain Beyond ( o álbum) traz um daqueles momentos de rock n´roll certeiros.
Sufficiently Breathless pode não ter seguido a sequência criativa do anterior mas possui algumas belas faixas como a faixa título, simplesmente brilhante. Bright blue tango, Evil men, Distant sun além de Voyage and past travellers ( essas vozes macabras não eram só de black metal) e a faixa Everything´s a circle que fecha o disco de forma viajante.
Infelizmente todos sabem o papelão que o vocalista fez ao tentar ressurgir um Deep Purple que só na mente dele achava que existia para sumir do mapa de vez. Uma pena pois o Captain Beyond merecia algo mais, muito mais. Rock on!!!!!!!!!

Pulp Fiction - Vários ( Trilha sonora )

Continuando aqui nestas resenhas que me enchem de alegria, uma agora de trilha sonora de filme. Pulp Fiction foi um desses filmes cultuados por alguns "entendedores" de filmes que amam saber mais do que você chegando até a criticar o filme todo só para mostrar que conhece. Ainda bem que as pessoas com quem eu converso sobre cinema são pessoas que não ficam nesta viagem e querem trocar uma ideia de igual para igual. Mas confesso que não me interessou de ver na época e sim as trilhas sonoras. Aqui temos uma bela salada musical aonde temos Dick Dale, Kool & the gang, Dusty Springfield, Chuck Berry, Peter Green em outros. O destaque e o hit do filme foi a ótima versão da lindíssima Girl, you´ll be a woman soon de Neil Diamond feita pelo então grupo emergente Urge Overkill, banda esta que não tinha músicas tão interessantes sendo esta a única bacana.
Não é daquelas trilhas sonoras essenciais mas serve para dar aquela descontraída e ouvir vários artistas diferentes num disco só. Há trilhas bem mais legais como as de Missão impossível, Resident evil, Rocky Balboa entre outras mas esta do Pulp Fiction merece seu crédito.
Ótima pedida para uma época em que se descobria artistas graças a trilhas sonoras de filmes. Ah, esqueça o preconceito e ouça as trilhas da saga Crepúsculo. Com muita música alternativa de ótima qualidade, pode ser uma surpresa mesmo não curtindo o filme ( eu curto, me julguem).
Até.

Eletric Light Orchestra - Greatest hits

Quando você adquire o espírito de só ouvir somente um som, acaba por perder inúmeras coisas lindas que a música pode trazer para você. Uma delas é o ELO ou Eletric Light Orchestra. Nesta coletânea tenho algumas pérolas da música passada que consegue soar atual e nunca ficar datada. Transitando pelo Aor, pop, rock, hard com algo dançante em algumas faixas, a banda era pura sabedoria musical. Lógico que necessito de conhecer mais e mais sobre eles mas nesta compilação já me trouxe uma bela amostra do que irei encontrar. Após Prologue Twilight, o que temos é um show de hits sensacionais como I´m alive, So fine, Can´t get it out of my head, Last train to London, Livin´thing, All over the world, Telephone line, Do ya ( me corrijam mas se eu não me engano o Ace Frehley regravou) além de Strange Magic e Tightrope que fecha o disco. Digo e repito: música boa não possui rótulo nem regra. Pode ser mais pesada ou mais pop. Algo de verdade sempre será bem vindo, caso não tenha a síndrome da restrição.
Só uma observação: aqui há inúmeras similaridades no som deles com o The night flight orchestra, dos caras do Soilwork e voltado ao Aor. O nome da banda ( faça a comparação) e alguns sons aqui remetem a banda novata. Pode ter certeza que os caras do Night Flight beberam desta fonte sem medo de ser feliz. E qual é o problema?

Elf - idem

O que dizer sobre um disco duma banda que tinha como frontman uma figura tão lendária quanto Ronnie James Dio? É difícil escolher um mas Dio foi um dos maiores vocalistas do rock e este disco mostra que o cara já era um mestre mesmo antes de ingressar Rainbow ou Sabbath. O som que o Elf fazia não era muito diferente do que o Rainbow fazia mas algo que salta do som é o quanto chegava a raia da perfeição.
E em 8 faixas temos músicas cujo talento não só do Dio mas de Steve Edwards ( guitarra), Craig Gruber ( baixo), Mickey Soule ( teclados), Gary Driscoll ( bateria) além de Mark Nauseef ( percussão ) que brilharam em faixas do porte de Hoochie Koochie lady, First avenue, Never more, I´m coming back for you, Sit down honey ( everything will be allright ), Dixie lee junction, Love me like woman e Gambler,gambler.
Maravilhoso é pouco. Aqui temos um puta som gravado em 72. Um conselho: pare de ouvir os be a bás e garimpe em alguma loja ou mesmo pela internet para dar uma sacada neste som. Para o seu próprio bem e sua cultura.
Até.

Trapeze - You are the music.... we´re just the band

Umas das bandas das quais confesso sempre ter tido a curiosidade de ouvir. Talvez pela formação. Afinal de contas, um trio formado por Mel Galley, Glenn Hughes e Dave Holland só poderia sair coisa no mínimo muito boa. E ao ouvir a contatação de algo muito bom subiu para excelente, um item imperdível na coleção de qualquer cara que curta rock deve ter.
Uma musicalidade acima da média em 8 músicas sensacionais, um classic rock feito por quem entende do assunto. Fico imaginando o que era os 70 com tanto músico gravando e fazendo coisa boa como este disco!!!!!!!
Com as composições divididas entre Galley e Hughes e um Dave Holland inspirado ( ele já era pesófilo nesta época?) na bateria, faixas como Keepin´time, Coast to coast, What is a woman´s role, Way back to the bone, Feelin´so much better now, Will our love end, Loser ( hummmm) e a fantástica You are the music formam um conjunto de faixas aonde os instrumentistas estão afim de tocar um som e nos alegrar. O rock deveria sempre ser assim não é mesmo?
Mel Galley foi para o Whitesnake, Hughes foi fazer sua parte no Deep Purple e Dave Holland foi para o Judas Priest e depois ser preso por abuso sexual infantil. Mas o que importa é que este trio deixou um legado sensacional chamado Trapeze a nós fãs.
Muito bom!!!!!!!!

Muddy Waters - Hard Again / I´m ready

Dois discos. Duas pérolas. Um artista chamado Muddy Waters. Dando sequência as resenhas estes dois discos do Muddy Waters reforçam a teoria de que o blues foi e sempre será de suma importância para qualquer garoto que queira tocar. Pegue muitos desses guitarristas técnicos em demasia. Coloque ele do lado dum guitarrista de blues. Aí você verá algo muito triste. O guitarrista técnico pode ser um monstro. Mas, sem feeling ele torna-se um nada. E aí o cara do blues ganha de lavada pois o feeling está sempre na levada desses mestres. Pergunte aos Stones ou a qualquer músico que veio dos anos 60 ou 70.
Começando com Hard again, 9 temas tocaram no som e sinceramente passaram tão rápido tamanha a qualidade. Entre elas temos Mannish boy, I can´t be satisfied ( regravada por Gregg Allman) além de outras maravilhas bem sacanas como Bus driver, I want to be loved ( e quem não quer), Deep down in florida e Little girl. E poderia esquecer de citar Jealous hearted man, The blues had a baby and they named it rock n´roll e Crosseyed cat ? Jamais!!!!!!
E indo para I´m ready tive mais uma sequência de faixas maravilhosas e um dos exemplos que temos aonde o cara negão da época não tinha esta crise de vitimismo existente hoje em dia. Os caras sofriam um racismo ferrado, eram atacados e literalmente expulsos de lugares por serem negros. Hoje em dia, se fizer qualquer piadinha já querem processar.
I´m ready, 33 years, Who do you trust, Copper brown, I´m your Hoochie coochie man ( regravada por Motörhead e Stephenwolf ), Mamie, Rock me, Screamin´and cryin´ e Good morning little school girl traduzem ao pé da letra toda uma musicalidade duma galera focada em fazer sempre o melhor de forma apaixonada e mais humana possível.
Obras primas das melhores. Nunca um domingo foi tão prazeroso quanto este.

Trinca dos Infernos - Downhatta, Two Old Men e Hierarchical Punishment - Dakota - 26/01/2018

Antes de continuar as resenhas dos últimos discos adquiridos e aproveitando que Muddy Waters está tocando um blues mais inspirado do que nunca, vou falar sobre o feriado da cidade de Santos. Num dia chuvoso e abafado me dirigi ao excelente pico Dakota, estúdio localizado no canal 4 encima do Bar do Jorge para beber algumas cervejas, conversar com os amigos e de quebra ver 3 shows bombásticos. O evento foi gratuito, ou seja, as bandas apenas fariam seus shows pelo amor ao estilo que tocam. Bandas estas que proporcionaram um verdadeiro ataque metálico, cada um a sua maneira, sem competições ou ataques de estrelismo. Afinal de contas, estamos no underground e no underground não é permitida a presença de pessoas metidas a besta ou mesmo aquelas que se acham demais. Com um mainstream cada vez mais fadado a extinção por conta dum público retardado e "artistas" cada vez menos influentes, as bandas independentes estão cada vez mais adquirindo força e se unindo para mostrar a força de bandas nacionais que fazem a diferença. E não foi só na sexta que tivemos eventos assim. No sábado houve também a ida de bandas da baixada para Votorantim para mais uma vez mostrar o quão fortes estão as bandas daqui. Falando a verdade, não precisamos de bairrismos musicais. Todos estão no mesmo barco. Santos, São Paulo, Brasil.
Iniciando a noite os paulistas do Downhatta e seu metal pesadíssimo agregado a fúria do hardcore e a brutalidade do crust. Divulgando seu disco de estréia, Acorde para a realidade, Antônio ( guitarra/vocal), Luiz ( baixo) e Anderson Lima ( bateria) detonaram um puta som explosivo, contundente e provocador. Uma das maiores armas que possuímos é a contestação, a arte de falar acerca do que vemos ao redor e não tem como falar do cotidiano tocando mpb com um violão e uma voz fraca. Além de ótimos músicos, o trio esbanjou simpatia e estavam bem contentes por estarem tocando ali para todos. Resultado: um show aonde público e banda saíram satisfeitos. E que brutalidade é o batera Anderson Lima !!!!!!!!
E na sequência foi a vez do duo Two Old Men mandarem seu evil rock ( ou black n´roll ?) de muita qualidade. Claudio Cardoso ( guitarra/vocal) e Paulinho Ferramenta ( bateria/vocal) mandaram um show aonde o espírito rocker predominou todo o show. Claudio além de seu vocal bem particular é detentor de riffs certeiros aonde consegue transitar entre o black metal old school com aquele toque rocker. Tio Lemmy certamente estaria bem satisfeito vendo o show desses camaradas... Um show que deve ser assistido caso tenha uma chance. E Paulinho é um dos melhores bateristas do mundo, diga-se de passagem.
E fechando a noite tive a imensa felicidade em ver o quanto o Hierarchical Punishment está entrosado e tocando com uma ferocidade maravilhosa. Em pleno vapor nas gravações do novo disco e empolgados com o grande momento vivido pela banda, Podrão ( vocal), Grell e Edismon ( guitarras), Morto ( baixo) e Batata ( bateria) realizaram um dos melhores shows e posso dizer que dos shows que eu vi, este foi disparado o melhor show da banda do qual assisti. Uma pedrada atrás da outra, sem descanso ou respiro. E Podrão falou algo bem interessante: independente do estilo, todas ali representavam o extremo. Todo e qualquer som pesado e contestatório pode ser extremo do punk ao grind. Ainda teve tempo para Fuck you ( clássica), The choice além do cover do Extreme Noise Terror aonde a banda consegue transformar algo caótico originalmente numa bomba atômica potente e devastadora. E sem desmerecer qualquer integrante mas numa banda é necessário sempre daquele integrante essencial, o maestro da desgraça toda e no Hierarchical atende pelo nome Grell. Um músico para ser O músico não precisa de mais nada. Ele apenas precisa plugar sua guitarra e determinar a sonoridade duma banda.
Encerrada a noite, fui para casa feliz por ter assistido bandas fantásticas ao lado de amigos e a hospitalidade do Dakota que está de parabéns. Histórico!!!!!!!


Downhatta, Two Old Men e Hierarchical Punishment em ação.

Eric Clapton - Derek and the Dominos : Layla and other assorted love songs

Certos discos parecem terem sido feitos por alguma entidade sobrenatural de tão bons que são. Este aqui em si é só uma amostra que Eric Clapton pode ser, quando sua inspiração fala mais alto e ele decide pegar sua guitarra em prol a boa música. E aqui ele mostra que o amor, de forma positiva ou negativa, faz parte do cotidiano das pessoas. Todos nós temos aquela garota da qual temos aquela admiração, e sim, quando a vemos dá aquele frio na barriga e a vontade de tudo. Use sua imaginação e identifique o tudo. E nesta compilação Eric junta as músicas para aquela ocasião aonde um bar de rock pode ser o ambiente ideal de encontrar aquela loira fantástica ou mesmo aquela morena igualmente sensacional.
Eric Clapton se apaixonou loucamente numa época e escreveu Layla. Reza a lenda que, ao mostrar o disco a escolhida, a mesma simplesmente fez um mero "ok" e mais nada. Se fosse hoje, a garota em questão ia contar para todo mundo que você foi "abusado" e do nada ia te ignorar. Mas vamos as canções....
Layla, a música, é um dos exemplos fantásticos de Clapton e que até hoje é uma daquelas faixas das quais você fica hipnotizado pois ela te cativa em toda a sua duração. E aquele final é de fazer chorar quase todos. E confesso: esta música já me fez pensar em muita mulher.....
Mas não há só ela e sim outras preciosidades musicais como Bell bottom blues, Key to the highway, Why does love got to be so bad? ( precisa falar mais algo?) além da versão de Little wing do mestre Hendrix tocada de forma impecável.
Se fomos analisar o quão detonado estava Clapton nesta época ( ou você acha que ele só bebia suco de laranja?), chega a ser um milagre da ciência o cara tocar muito e cantar muito bem. Talvez as substâncias tenham ajudado mas a verdade é que se fosse qualquer um de nós não aguentaríamos nem a metade mas isso é discussão para outras resenhas.
Aqui o importante é ressaltar uma parte da obra deste que é um dos maiores guitarristas do mundo. Numa época em que guitarrista tocava com garra e não esta turma de conservatório de hoje. Salve Clapton!!!!!!!!

sábado, 27 de janeiro de 2018

Queen e Smile possui coincidências.

Dando continuidade nas resenhas bem bacanas de sons idem, eis que me deparo com algo já conhecido e um projeto de pessoas conhecidas mas que o som era desconhecida deste que vos escreve. Bom, todos já sabemos do que significa o Queen na vida de alguns afortunados cuja musicalidade da banda tocou de alguma forma ( no bom sentido). Eis que me deparo com 3 discos maravilhosos que são Queen I, II e o igualmente espetacular Sheer Heart Attack. Entre 1973 e 74, a banda simplesmente gravou aqueles que podem ser considerados os melhores discos e que com certeza deve ter influenciado em muito o heavy metal dos anos 80, em específico a NWOBHM já que algumas levadas aqui remetem ao que fariam depois. O que espanta ao ouvir estes 3 discos é que, por serem dos anos 70, impressiona a produção que estava muito a frente do que se fazia. Em outras palavras, o Queen nasceu duma forma impossível de não ser notado. Músicos acima da média aliados a canções excelentes geraram 3 discos que para mim trazia o Queen que eu gosto de verdade. Não que os discos que vieram depois sejam piores mas estes 3 primeiros são duma categoria acima de qualquer coisa. Além de Freddie, os outros músicos, uns bobos chamados Brian May ( guitarra), John Deacon ( baixo) e Roger Taylor ( bateria) também se metiam a cantar entre um momento e outro e os resultados saíram todos fenomenais, somente Deacon não cantou em nenhuma faixa.
Começando pelo fenomenal Queen I, a banda aqui já trilhava aquele caminho de perseverança aonde a qualidade musical já saltava aos olhos e aos ouvidos. Entre as 10 faixas, estão algumas pérolas rockers como Keep Yourself alive, Doing all right, Liar ( peso), Modern times rock n´ roll além de Seven seas of rhye que é curta porém algo musicalmente melhor que muita música de 45 minutos do Dream Theater.
Em Queen II temos mais algumas relíquias do rock como Father to son, Some day one day, The loser in the end e uma versão mais estendida de Seven seas of rhye ( aquela). Em relação ao primeiro nota-se uma melhor sofisticação nas músicas e como cantava Freddie!!!!! O Queen era algo tão sobrenatural, tão elegante que duvido alguém não ter ficado com medo já que eles não eram qualquer um. Só eram o Queen.....
Mas aí vem Sheer Heart Attack e aquela grandiosidade foi para ares que dificilmente alguém bateria este quarteto. E mais coisas lindas em Brighton rock, Killer queen, Now i´m here entre outras. E o que dizer acerca duma faixa chamada Stone cold crazy? Praticamente um heavy metal, não foi a toa que o Metallica decidiu regravá-la e digo algo: ficou tão boa quanto a original. E Stone cold crazy pode dizer que deve ter inspirado alguns caras do já citado NWOBHM a criarem riffs velozes e até o speed metal. Ouça com atenção e me conte depois.....
E o Smile? O que tem a ver este grupo e seu disco Ghost of a smile gravado entre 69 e 75 e lançado somente em 98 ( no all music consta isso)? Simples: trata-se dum projeto aonde participam Brian May e Roger Taylor juntamente com Tim Stafell e um monte de convidados. O som não difere muito do que May e Taylor fizeram no Queen, contendo inclusive algumas vocalizações trazidas do conjunto. Algumas faixas são bem bacanas como Earth, Step on me, Doin´all right ( que consta também em Queen I ) além de Polar Bear e Man from Manhattan. Vale muito a pena uma caçada deste disco pois quem curte um som sem rótulos pode conferir sem medo de ser feliz.
Baita som. Sons que nos fazem muito mas muito melhores do que alguns pseudo espertos fãs de Chico Buarque e afins. Até mais.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

The Who - Who are you

Certas bandas deveriam durar para sempre com seus integrantes todos tocando muito e sempre jovens. Na verdade, temos isso na cabeça, esta viagem de que eles duram para sempre em nossas vidas. E quando um desses caras partem para outra dimensão ficamos tristes e se sentindo cada vez mais orfãos. Em 1978 uma banda lança um daqueles discos cuja importância deve ser sempre lembrada para quem adotou o rock como seu estilo de vida mesmo no meu caso sendo eclético e curtindo outras formas de arte musical. O The Who em sua formação clássica produziu para o mundo do rock alguns dos discos mais soberbos do universo e um ao vivo tão belo quanto sua discografia em estúdio. E dentre os discos de estúdio de alta qualidade, Who are you está entre os melhores senão o melhor disco dos caras. Escolher qual disco é o meu favorito do quarteto fantástico chega a ser o mesmo de escolher qual o filho mais legal. Falando desta pérola em particular, algo que chama a atenção é toda a teatralidade que a música do Who passa. A impressão é que as músicas foram todas trabalhadas por anos chegando a perfeição na hora de gravar. Variando entre Townshend e Entwistle, as 9 faixas apresentam aquele momento de graça absoluta. A faixa título já faz sentido ouvir toda a obra que ainda tem New song, Had enough, 905, Sister disco, Music must change ( seria uma espécie de profecia ?), Thick of the light, Guitar and pen além da épica Love is coming down que fariam muitos fãs de rock entenderem o que realmente é épico ou pomposo.
Mostre este disco a qualquer pessoa que acha o rock "tudo igual" ou que só "berram" ou " fazem barulhos". As vezes sinto pena desses seres humanos...... Ah, Roger Daltrey e Keith Moon completam o time de "bobos" neste disco. Como a vida era difícil em 78.....

Jackson Browne - I´m alive

Uma bela surpresa passa por aqui. Este cantor é conhecido pelos camaradas Rafael Paulino, Sérgio Dias e Ricardo Alarcon e confesso que já ouvi algo meio que por tabela. Agora tive a chance de ouvir de forma atenta um disco dele e este lançado em 93 é duma fineza latente. Pegue um instrumental pop rock, acessível. Adicione uma ótima voz e pronto, a fórmula está feita. E quando falamos de algo pop rock não precisa fazer cara de mal e tecer comentários negativos. Se hoje em dia música mainstream significa algo plástico e sem vida, com Jackson Browne a coisa diferencia das porcarias que infestam por aí. Aqui a acessibilidade não significa ter algo plástico e sim músicas bem bacanas cujo talento é mostrado em 10 belíssimas faixas. Por exemplo, a faixa título que abre o disco é uma das mais legais do estilo, algo que te cativa logo de cara fazendo da música algo que aparentemente ouvir faz tempo mas está ouvindo naquele instante. Outras pérolas musicais podem ser encontradas em faixas como Everything i go, Miles away, Two of me, two of you além de Sky blue and black e All good thing que fecha o disco de forma brilhante. Mas o grandioso destaque deste disco, aquela faixa cuja levada me cativou de forma apaixonante foi Take this rain, caminhando naquele exemplo de música fácil porém humana, bonita mesmo. São momentos assim que nos excitam a viver cada vez melhor, sermos melhores e amigos. Take this rain é aquela caminhada num sábado de manhã com aquele tempo bonito e ótimas ideias em mente.
Grandiosa surpresa, uma revelação para mim do qual me fez virar fã neste exato momento. Belo disco dum artista de verdade. Esqueça rótulos ou regras. A música de verdade não precisa disso.
Até mais.

Yes - Time and a word / Idem

Voltando as resenhas, voltando a falar do bem mais fantástico que todos temos: música. E falando duma banda cujo elogio já virou algo manjado porém nunca enjoativo pois falar do Yes é algo tão maravilhoso, tão brilhante que até coisas mais ou menos destes caras torna-se obra prima devido a competência e musicalidade de cada um que passou pela banda. E nesta sequência musical no qual irei resenhar alguns belos itens vieram parar em minha discoteca. Algumas coisas confesso que já conheço mas como na música a pesquisa é infinita nunca teremos como chegar a conclusão de que ouviremos tudo um dia.
Esses dois discos do Yes são daquela primeira fase aonde a banda ainda engrenava sua musicalidade em prol ao progressivo. Com faixas bem puxadas para o peso, a formação na época fazia algo grandioso completamente a frente do seu tempo. Começando com o auto intitulado disco de 69, temos 8 faixas espetaculares em todos os sentidos, músicas que passaram no teste do tempo soando atualíssimas para quem possui bom gosto.
O que dizer sobre Beyond and before, I see you, Yesterday and today, Looking around, Harold land, Every little thing ( Beatles), Sweetness e Survival que fecha o disco de forma tão sublime? E vocês aí querendo falar de outras coisas abaixo dos nossos cérebros culturais? Prefiro falar de discos monumentais como este sem sombra de dúvida.
Igualmente falando acerca de Time and a word de 70, temos mais exemplos de como precisamos nos fortalecer com coisas boas, positivas, que nos fazem muito bem. E mais 8 faixas maravilhosas, viagens magníficas como No oportunity necessary, no experience , Then, Everydays, Sweet dreams, The prophet, Clear days, Astral traveller e a faixa título que fecha de forma sensacional.
E pensar que um dia eu cometi um erro grave em dizer que Yes era chato. Talvez essa mudança de opinião pode ser algo encarado de forma positiva de que nem sempre precisamos manter a mesma opinião para sempre. E que bom que minha observação mudou pois não teria a oportunidade de ouvir tais obras de arte caso ainda estivesse achando chato. Muito bom é pouco. Ter a chance de ouvir algo realmente emocionante vale mais do que talvez um diploma de faculdade. Vamos dizer que cada momento pode ser único caso feito com dedicação, amor e carinho. Até mais.
Nota : 10

domingo, 14 de janeiro de 2018

Rush - Quando algumas bandas significam mais do que a música simplesmente

Terminada a audição de 5 discos destes canadenses, me senti de escrever acerca dos acervos roqueiros dos quais foram adquiridos com todo amor no coração. Quantas vezes você se vê em situações aonde está chateado? Quantas vezes você já passou por momentos difíceis, daqueles em que a cabeça fica a milhão exigindo aquela resposta rápida? Nós, que temos tantas coisas legais, passamos por isso, somos pessoas normais como qualquer outra. Porém com uma diferença dos "normais". Temos a dádiva de ouvir bandas e artistas especiais em nossas vidas. Artistas estes que passam por situações parecidas com a nossa mas que vê na música o momento de compor algo, passar aquela agonia ou felicidade nas músicas como numa consulta terapêutica em que banda e ouvinte se comunicam de forma indireta mas cada um em sua função na " consulta". O Rush é algo que vai além da música. Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart são como meus integrantes familiares aonde a distância é mínima graças a conexão que temos assim que discos desses caras chegam em casa. Ouvi-los passa a ser aquela troca comentada anteriormente e pode apostar: meu domingo foi fabuloso graças a Fly by Night, Caress of Steel, A Farewell to kings, Hemispheres e Signals sem escolher qual foi o melhor momento, todos estes discos me fizeram feliz por igual.
No momento está rolando Lynyrd Skynyrd ( outra banda especial neste legado da vida) e sabe o que ambos possuem em comum? Ambas as bandas possuem integrantes que encaram a música com os pés no chão, sem estrelismos ou egos feridos. Falando sobre o Rush, como não ficar emocionado pelas músicas interpretadas por um cara chamado Geddy Lee. Como passar incólume a guitarra espertamente calcada no feeling e sem pirulitos de Alex Lifeson. E como não ficar feliz em saber que um baterista de talento tão único ainda por cima é um letrista de mão cheia como Neil Peart. Estamos falando de 3 seres humanos que levam alegrias a quem possuem uma coisa chamada música em casa. Poderia aqui estar falando de cantores de gosto duvidoso, falar o quanto o país está ruim mas não quero botar mais estas coisas nas resenhas. Algumas coisas acabam saindo sem querer mas ninguém é de ferro não é mesmo?
Comecei esta linda viagem com Fly by Night, disco lançado em 1975 e que pancadaria!!!!! Sim, Rush em 75 era o que os críticos chamavam de pauleira. Aqui o trio chega a ser quase heavy metal e que obra soberba. Anthem, Best i can, Beneath, between & behind, By-tor & the snow dog, Fly by night, Making memories, Rivendell e In the end são as faixas que sobressaem em atitude e me levaram a outra dimensão. O que falar duma faixa título como esta? Lindo não é mesmo?
Mas aí vem Caress of Steel mostrando o quão uma banda pode e deve se desafiar musicalmente e mostrar que música grande pode ser interessante em todo seu tempo mesmo sendo quebrada. Aqui constam aquelas faixas mais curtas como Bastille day, I think i´m going bald e Lakeside park mas também aquelas faixas divididas em suítes que, nas mãos de outras bandas fariam todos dormirem. The necromancer e The fountain of lamneth nos transportam a outro mundo, bem melhor e mais feliz do que vivemos. Uma obra prima das mais ricas.
Mas aí vem de 1977 para meu quarto em 2018 A farewell to Kings, disco soberbo e contando desde já com uma faixa que desperta aquela emoção e nos faz agradecer por ter a chance de ouvir isso: Closer to the heart. Linda, curta porém direta e certeira, esta canção possui uma delicadeza, um amor tão sincero que não há uma definição que eu iria conseguir dizer que chegasse a altura do que esta música representa. Além dela temos a faixa título que abre o disco de maneira sofisticada, temos Xanadu, Cinderella man, Madrigal e Cygnus e seus mais de 10 minutos de pura viagem traduzida em forma de música. Simplesmente magistral.
E magistral pode dizer sobre Hemispheres de 1978, que disco, que momento!!!! Abrindo com a suíte Cygnus x-1 Book II temos mais uma ótima viagem lindíssima, uma magia indecifrável porém inesquecível. Circumstances, The trees e La villa strangiato completam este álbum maravilhoso cuja grandiosidade fica evidente em casa segundo, em cada momento.
Fechando esta maravilhosa troca emotiva vem Signals de 1982 e que trazia o Rush com um foco a mais nos teclados que muitos fãs torcem o nariz mas que não vejo o menor problema. Aqui temos aquelas duas primeiras músicas para simplesmente me deixar desnorteado e porque não dizer emocionado: Subdivisions e The analog kid . Brincadeira? Aqui é coisa séria meus amigos e amigas. E o disco correu lindamente com Chemistry, Digital man, The weapon, New world man, Losing it e o grand finalle Countdown. Este disco aliás merecia ser mais lembrado pelos fãs pois possui uma qualidade acima da média e que muitas vezes não é lá muito bem lembrado por alguns de nós.
E assim foi esta jornada honrosa e uma certeza enorme de que a vida pode e deve ser melhor curtida. Pessoas que só postam reclamações acabam caindo naquela parcela de pessoas que, de tanta coisa ruim que postam, acabam por esquecer de enaltecer as tantas coisas boas que estão ao redor.
Rush, obrigado pelos tantos discos e por tantas alegrias em meu coração.

Cowboy Junkies - Black eyed man, Pale sun Crescent moon e The Trinity session

Antes da minha habitual saída dominical, vou refletir acerca desta banda e mais algumas coisas. Nos anos 90, a música passava por reformulações aonde todo aquele glamour oitentista foi enxugado na década seguinte. E além dos medalhões do grunge entre outras manifestações roqueiras até então atualizadas para o bem do rock e da música, alguns grupos apareceram nessa época com um som básico porém maravilhoso. Não, aqui o básico não significa denegrir e sim enaltecer que muitas vezes para se ouvir algo não precisamos de sempre algo grandioso demais. E aí entra o quarteto Cowboy Junkies. Um grupo que dispensa comentários e cujo som é aquele prazer imediato e direto, sem frescuras ou delongas.
Com uma bela voz a frente, o som passeia pelo country mas aceita algumas pitadas de blues e porque não daquele southern rock bem leve mas que foi vendida como o som alternativo da época. Digamos que eles eram aquela pessoa que viu um monte de gente achando que era o máximo e foi ali bem devagar, totalmente sossegado conquistando seu público cativo.
Esses 3 discos, muito bons por sinal, possuem o que eu já sabia: música boa, calma e bastante cativante. Tão cativante que citar uma ou outra faixa em especial torna-se difícil pois todas elas são boas pra cacete.
Black eyed man de 92, começou muito bem a audição em 12 temas suaves, deliciosos temas como Southern rain, Oregon hill, A horse in the country além da faixa título e The last spike. Essas foram apenas algumas exemplificações pois todas as faixas seguem a cartilha batizada da banda e o comprometimento de fazerem um som espetacular.
Indo para 1993, temos o igualmente excelente Pale sun Crescent moon e mais obras musicais geniais como Cold tea blues, Hard to explain ou Seven years que são muito legais e lhe farão ouvir todo o resto do cd. O ideal é ouvir de ponta a ponta pois duvido pular alguma faixa ou achar alguma coisa " fraca" aqui.
Indo para 1988, temos The Trinity session que pode ser um dos mais brilhantes discos lançados em toda a galáxia. As 12 faixas passam duma forma tão gostosa que você jura que foi rápido demais este disco e os outros. Aqui temos a revisitação de Sweet Jane do saudoso Lou Reed, aqui executada duma forma rica e sexy por parte da vocalista Margo. Outras pérolas constam aqui aconselhando você a ouvir Mining for gold, I don´t get it ou a sensacional Postcard blues, essa tocando a alma até o fundo dela, se é que você entendeu.
Enfim, essas foram as minhas impressões acerca de tais discos maravilhosos dos quais me fizeram lembrar a excepcional noite que tive ontem em companhia para lá de especial. Uma das coisas que costumo dizer para meus amigos é que, quando você se sentir frustrado com algo, saiba que discos espetaculares como estes estarão lhe esperando além ótimos livros e conhecimentos em geral.
E mais tarde, um texto falando do Rush. Como disse, sempre discos legais de artistas que nos fazem felizes e que são como nós somos, possuindo uma dádiva a mais que é nos trazer música boa.
Até.

This Mortal Coil - Blood

Na sequência de alguns itens aqui pertencidos ao meu acervo, confesso que sempre ouvi falar deste grupo e disco respectivamente mas somente agora tive a chance de ouvir esta obra prima de 91 mas que soa tão atual para os dias de hoje. Ouvindo este Blood, ouço também a trilha sonora da solidão, uma música que pode exercer um poder positivo ou negativo, dependendo da ótica do ouvinte. Trata-se dum item que precisa ser digerido aos poucos pois ele é um tanto difícil. Blood não é acessível. É sim um disco para se ouvir atentamente, sem conversas paralelas. Um bom livro pode ser o companheiro ideal assim como pensamentos distantes, saudades eternas e doloridas.
The lacemaker abre o disco e tal constatação é evidente. Mr. somewhere vem na sequência e temos mais uma bela faixa inspirado no clima solitário mas sozinho você também pode encontrar respostas e soluções para algo. E o que falar de Carolyn´s song? Um tema lindo, uma melodia singela e que transmite um sentimento, escolhido por quem estiver ouvindo.
Gothic, Ethereal, não importa. Alguns artistas nasceram com o rótulo pronto. Outros vieram para não serem rotulados e sim digeridos da melhor forma. O This Mortal Coil veio para ser a segunda opção sendo perda de tempo tentar rotular algo tão bonito. Outras belezas musicais: Andialu, With tomorrow, Loose joints além I am the cosmos. Clássico.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Spirit - Twelve dreams of dr. Sardonicus

Para os aficionados do cinema e cultura em geral, o filme Dr. Sardonicus foi um de seus preferidos em 61 e retratava a trajetória dum médico de cara deformada. 9 anos depois, o Spirit gravou o disco cujo título foi baseado no filme. Se eu estou falando certo ou não, o importante é que mais um disco maravilhoso aparece em minhas mãos. Com uma proposta rocker psicodélica, esta banda que já foi tema duma das minhas resenhas anteriormente aparece em disco de carreira.... e que disco.
Em 12 faixas estonteantes, malucas, viajantes, Twelve dreams of Dr. Sardonicus é uma obra prima do começo ao fim começando com Prelude-Nothin´to hide, uma daquelas maluquices cujo o mundo da música pode e deve ser contemplado. Chega a ser um prêmio cultural ter a chance de ouvir um disco tão maravilhoso quanto este. Nature´s way, Love has found a way, Why can´t i be free, Life has just begun, Morning will come e fechando com Soldier temos um disco completo: uma banda competente no que faz trazendo ótimas composições.
O ouvinte de rock hoje em dia possui tanto acesso a tantas coisas mas caba esquecendo de que a internet pode ser um canal importante de conhecer sons do passado e fugir um pouco do manjado. O manjado pode ser bom, estão ali, são clássicos. Mas se basear somente nos clássicos e achar que isso é legal pode soar como uma preguiça aliada a um comodismo.
Procure agora mesmo qualquer disco desta entidade musical e faça um bem a sua cultura. Puta disco!!!!!!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Lobão - O rigor e a Misericórdia

Um artista, como já dito por mim inúmeras vezes, tem que ter o dom de encarar o público e mostrar algo a mais do que eles podem esperar dele. Um cara como o Lobão, sendo quem é, sempre será alvo de críticas negativas devido a mentalidade atrasada de alguns imbecis que por simplesmente não entenderem o que ele fala acabam adotando uma postura ridícula. Recentemente o defendi numa postagem em que ele fala algumas verdades acerca de Chico Buarque e interpretam as declarações dele como sendo algo megalomaníaco. Ao defender o mestre Lobão, fui diagnosticado como sendo um "reacionário". Tentei perguntar o porque de ter sido chamado de reaça. Não obtive a resposta até o presente momento mas analisei que, ser reaça para esta galera que é contra ditadura mas ama Fidel Castro é simplesmente o fato de ser contrário a opinião declarada. Ainda enalteci que Tom Zé é muito mais criativo do que Chico Buarque e eu acho isso mesmo!!!!!! Não que Chico seja uma merda de compositor, longe disso. O cara é um dos melhores mas o problema todo é só idolatrar esta parcela da dita música popular brasileira e simplesmente esquecer de um cara como o Tom Zé ou mesmo de outros caras importantes como Paulinho Pedra Azul que, além de puta compositor, canta beeemmm melhor que o homem que ama Cuba mas mora na França porque lá é mais seguro.
Mas eu estava sentindo falta do Lobão músico, o Lobão de seus arranjos muito bem feitos de forma apaixonada e sincera. Desde seus hits dos anos 80, passando pelos anos 90 e indo para este disco de 2015, sua carreira é cercada de ótimas músicas e atire a primeira pedra quem nunca cantou uma música sua.
O rigor e a Misericórdia mostra ser seu melhor disco, o melhor bem acabado e com sua cara, suas reais influências vindas dos anos 70. Este disco é, do começo ao fim, um trabalho recheado de músicas fantásticas aonde letras e instrumental de casam duma forma mágica. Desde passagens pelo progressivo setentista até temas mais ligados ao folk acústico Lobão me trouxe de volta seu lado artista e mostrando que ainda tem muito o que apresentar musicalmente.
Após uma linda intro chamada Overture, temos a excelente Os vulneráveis cujo instrumental vem na veia setentista prometida e a igualmente majestosa A marcha dos infames. Alguma coisa qualquer possui a fórmula de Lobão aonde caminham junto a irreverência e a intelectualidade dum cara inspirador. Algumas outras faixas deixam o disco brilhante como Assim sangra a mata, Alguma coisa qualquer, A posse dos impostores além de Profunda e deslumbrante como o sol. A faixa título fecha de forma avassaladora um disco que me deixou com um baita sorriso no rosto.
Um detalhe bem bacana foi o fato de ter composto e tocado todos os instrumentos além da voz e produção. O mesmo está em plena fase de pré venda de seu mais novo disco de regravações de músicas dos anos 80 graças seu livro, O guia politicamente incorreto dos anos 80 pelo rock que será lido em breve e que promete belas histórias.
Vida longa ao Lobão e que os outros artistas desçam do muro e comecem a contestar pois o que vemos na classe artística atual é que os mesmos estão mais preocupados em alienar quem os segue, não acrescentando nada de novo. Precisamos do Lobão. Minha massa cefálica agradece.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Belphegor - Conjuring the Dead

Ao som do nosso Sarcófago, a trilha sonora anterior e destaque desta resenha foi descoberto graças a uma garota que tinha facebook. Numa de suas postagens, a garota postou uma foto aonde estava ouvindo uma das faixas deste disco, Lucifer, take her. Fiquei curioso para ouvir a banda e graças a entrevistas fiquei bem aguçado a ouvir estes austríacos. E tive um saldo positivo com este álbum lançado em 2015 e uma amostra do que deve ser o death/black metal.
Produzido pelo renomado produtor e guitarrista Erik Rutan, este disco é uma obra de arte do som extremo cuja musicalidade transparece duma forma única mostrando aos desavisados que para tocar som extremo ter que saber tocar o instrumento sim senhor!!!!!! Aquele papinho furado que é "tudo barulho" não cola e só sendo muito estúpido para não perceber o quão bons eles são. Aqui ainda em duo, formado pelos incansáveis Helmuth ( guitarra/vocal) e Serpenth ( baixo) mais o baterista escalado para gravar Marthyn fizeram um ataque sonoro de primeira qualidade.
Em 10 faixas fúnebres além da já citada Lucifer, take her, outras faixas devem ser enaltecidas como a poderosa Gasmask terror além da faixa título são muito fodas. Outra digna de riffs animalescos é Flesh, bones and blood aonde uma banda afiada toca seu metal numa proposta a ofender imbecis e agradar os inteligentes de bom gosto. Falar deste disco seria ficar a noite inteira escrevendo acerca de cada detalhe nele contido. Portanto, aconselho você que gosta de som extremo e contestador dar uma checada neste disco e entender o porque de sermos tão especiais em ouvir tal obra.
Cabe lembrar que esta edição pega por mim traz um dvd contendo making off, faixas ao vivo entre outras coisas.
Belphegor.... puta banda e ótima descoberta. Obrigado Daiane Garcia, sem querer você me fez descobrir uma puta banda.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Said the Whale - As long as your eyes are wide

Saindo do hard rock e indo para indie rock, alternativo temos o trio Said the Whale e este disco lançado em 2017, ou seja, ano passado. Mediante indicação de um amigo, graças ao clip de Step into the madness e faixa de abertura do disco, logo de cara gostei muito do som e sinceramente não podemos nem devemos impor rótulos na hora de ouvir sons assim. E o mundo musical é uma região maravilhosa aonde você pode pesquisar sem medo e caso abra o leque para variedades, a pesquisa fica ainda mais saborosa. Ouvir um único estilo musical é o mesmo que ir num rodízio de pizza e comer somente um sabor.
Nas 10 faixas o que temos são faixas bonitas aonde os vocais afinados e o instrumental recheado de ofertas sonoras fazem uma sincronia chegando perto da divindade perfeita. Além da faixa citada, outras como More than ever, Heaven, I will follow you ou Beautiful morning farão sentir uma vibração bem bacana caso goste duma vertente mais fofinha do indie.
Tyler Bancroft, Ben Worcester e Jaycelyn Brown formam o trio que com alguns outros convidados fazem de As long as your eyes are wide um belo disco para ser apreciado sem pressa, podendo ser degustado mais de uma vez para assimilar e descobrir camadas sonoras de extrema competência.
Para mostrar que ainda temos música nova sendo feita com muito bom gosto.

Treat - Ghost of Graceland

Sinceramente não sei como iniciar esta resenha. Precisei respirar um pouco após ouvir este disco pois o mesmo me proporcionou uma alegria contagiante, daquelas que somente discos deste porte pode causar em nossos corações. São bandas assim que nos trazem aquela energia para viver, curtir um som legal e esquecer os problemas diários por um instante. Recentemente adquirido, Ghost of Graceland veio a calhar num domingo tão bacana como foi hoje. Sei e sabemos o quão está difícil viver aqui neste mundo. Mas se esquecermos de vez em quando nossos problemas ou deixarmos de compartilhar aquela notícia ruim meio que de vez em quando, podemos ver mais beleza aonde não conseguimos ver ou pessoas que até então não eram enxergadas legais agora pode ver o lado bom das mesmas. Música me faz pensar em tantas coisas legais que você nem imagina. Um refrão. Basta um refrão para pensarmos naquele dia histórico com aquela pessoa bacana, seja ela quem for.
Após Coup de Grace, este disco recente traz mais daquelas faixas brilhantes que o Treat faz e com muita raça.
O show de brilhantismo abre com a faixa que dá nome a este objeto de arte infinita e que abertura!!!!!! Refrão cativante e uma banda afiada, pronta para mais e podemos colocar mais nesse caldeirão maravilhoso de hard rock e toques de aor. I don´t miss the misery mantém a pegada, com uma alegria contagiante e os vocais de Robert Ernlund sempre potentes além das guitarras sempre certeiras de Anders " Gary" Wikström que consegue adicionar peso e melodia juntamente com o teclado de Patrick Appelgren. E após Better the devil you know, temos aquela música que destacou-se logo de cara, uma obra de arte dentro duma obra de arte: Do your own stunts. Um refrão lindo, levada primorosa e com aquela carinhosa mensagem de que a vida tem que ser aproveitada da melhor forma. Endangered é uma bela faixa que serve de ponte para a sequência matadora no disco: Inferno, Alien Earthlings ( ouça esta música e tente não pensar em alguma terapeuta alternativa) e Nonstop madness, belos sentimentos que dá ao ouvir um disco recheado de faixas sensacionais. Too late to die young coloca mais brilho em Ghost of Graceland mas quando chega em House of fire seu coração pulsa cada vez mais apaixonado pelo rock, pela vida, pelas mulheres. Together alone é aquela faixa movida somente a voz e belas camadas de teclados cantada por Anders dando aquela esperança por um 2018 melhor para todos.
O petardo mundial fecha com Everything to everyone e mais uma música daquelas que você canta junto e encerra uma das mais experiências mais gratificantes que alguém pode ter. Não é o fato de ser presidente de algo ou ser alguém importante que lha traz felicidade. Ouvindo Ghost of Graceland você descobre o real motivo de ser feliz e agradecer o ar que respira e o fato de ter ido para o lado oposto de modas sazonais ou mesmo de ser mais um bunda mole manipulado por coisas infames e inúteis desta vida.
Puta som!!!!!!