quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Lobão - O rigor e a Misericórdia

Um artista, como já dito por mim inúmeras vezes, tem que ter o dom de encarar o público e mostrar algo a mais do que eles podem esperar dele. Um cara como o Lobão, sendo quem é, sempre será alvo de críticas negativas devido a mentalidade atrasada de alguns imbecis que por simplesmente não entenderem o que ele fala acabam adotando uma postura ridícula. Recentemente o defendi numa postagem em que ele fala algumas verdades acerca de Chico Buarque e interpretam as declarações dele como sendo algo megalomaníaco. Ao defender o mestre Lobão, fui diagnosticado como sendo um "reacionário". Tentei perguntar o porque de ter sido chamado de reaça. Não obtive a resposta até o presente momento mas analisei que, ser reaça para esta galera que é contra ditadura mas ama Fidel Castro é simplesmente o fato de ser contrário a opinião declarada. Ainda enalteci que Tom Zé é muito mais criativo do que Chico Buarque e eu acho isso mesmo!!!!!! Não que Chico seja uma merda de compositor, longe disso. O cara é um dos melhores mas o problema todo é só idolatrar esta parcela da dita música popular brasileira e simplesmente esquecer de um cara como o Tom Zé ou mesmo de outros caras importantes como Paulinho Pedra Azul que, além de puta compositor, canta beeemmm melhor que o homem que ama Cuba mas mora na França porque lá é mais seguro.
Mas eu estava sentindo falta do Lobão músico, o Lobão de seus arranjos muito bem feitos de forma apaixonada e sincera. Desde seus hits dos anos 80, passando pelos anos 90 e indo para este disco de 2015, sua carreira é cercada de ótimas músicas e atire a primeira pedra quem nunca cantou uma música sua.
O rigor e a Misericórdia mostra ser seu melhor disco, o melhor bem acabado e com sua cara, suas reais influências vindas dos anos 70. Este disco é, do começo ao fim, um trabalho recheado de músicas fantásticas aonde letras e instrumental de casam duma forma mágica. Desde passagens pelo progressivo setentista até temas mais ligados ao folk acústico Lobão me trouxe de volta seu lado artista e mostrando que ainda tem muito o que apresentar musicalmente.
Após uma linda intro chamada Overture, temos a excelente Os vulneráveis cujo instrumental vem na veia setentista prometida e a igualmente majestosa A marcha dos infames. Alguma coisa qualquer possui a fórmula de Lobão aonde caminham junto a irreverência e a intelectualidade dum cara inspirador. Algumas outras faixas deixam o disco brilhante como Assim sangra a mata, Alguma coisa qualquer, A posse dos impostores além de Profunda e deslumbrante como o sol. A faixa título fecha de forma avassaladora um disco que me deixou com um baita sorriso no rosto.
Um detalhe bem bacana foi o fato de ter composto e tocado todos os instrumentos além da voz e produção. O mesmo está em plena fase de pré venda de seu mais novo disco de regravações de músicas dos anos 80 graças seu livro, O guia politicamente incorreto dos anos 80 pelo rock que será lido em breve e que promete belas histórias.
Vida longa ao Lobão e que os outros artistas desçam do muro e comecem a contestar pois o que vemos na classe artística atual é que os mesmos estão mais preocupados em alienar quem os segue, não acrescentando nada de novo. Precisamos do Lobão. Minha massa cefálica agradece.

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