domingo, 22 de maio de 2016

Apocalipse Metal Negro Fest - Cadaverizer, Opus Tenebrae, Descerebration, Mystifier e Amen Corner.

Uma noite para ser lembrada, em todos os sentidos. Bons e ruins, esta noite mostrou que, ao mesmo que temos pessoas inteligentes e de bom senso na cena temos também alguns retardados mentais que insistem em se comportar de forma infantil e fazendo continuar a fama que nós temos de ser vagabundo, bêbados e delinquentes que tenho que ouvir diariamente por pessoas vindas de fora do rock.
Um cidadão do qual nem sei quem era ou qual era sua função na Terra chegou na excursão de forma deplorável e ligeiramente embriagado foi beber mais no bar próximo a saída do ônibus. Após beber mais algumas centenas de cervejas, adentrou ao ônibus e, sem nem me conhecer já foi me tirando me chamando de "terrorista" graças a minha barba. Mesmo com a folga do cidadão, levei na brincadeira mas já não gostei da forma que chegou pois não tolero brincadeira de gente que mal vi.
Após ver que estava incomodando, ao invés de se tocar e ficar falando asneiras juntos com outros amiguinhos, o cara persistiu em jogar o banco para trás afim de me apertar. Estava pegando nas minhas pernas e como as mesmas estavam doloridas, a cada batida doía. Na terceira vez tive que reclamar e a reação duma pessoa cujo cérebro era uma semente de melancia foi " vai se foder seu merda, fresquinho, sou headbanger de verdade". Estou até agora procurando no google alguma recomendação de como ser um "headbanger de verdade" tamanha a importância de tais argumentos.
Na hora, numa atitude até inesperada, decidi ficar na boa, não quis brigar nem nada. Apenas minha calma o fez não dirigir mais a palavra a mim, mesmo que pela quarta vez ele insistisse em baixar mais aquele maldito banco.... Mas o que esperar dum cidadão desses não é mesmo? De repente pode ser um cara legal sem estar travestido de verdadeiro metal. Pode ser um cara com problemas pessoais. Enfim, independente do que for, este tipo de infelicidade é algo imperdoável pois se fosse um mané que curte música de massa, se fosse alguma excursão para algum festival de Mc´s eu até iria entender. Mas estamos falando dum cara que tem um gosto musical bacana com a mesma atitude do mané da massa acéfala. Fora outro cidadão lá que nem irei comentar pois posso ser taxado de preconceituoso e preconceito é algo que não admito, mesmo sabendo que o outro lado proferiu algumas palavras de cunho babaca. É fácil quando está do lado dos "coitados " não é mesmo?
Afora estes dois exemplos de imbecis, o restante da excursão era constituídos de amigos, caras que estão na cena há mais tempo que eu e que me tratam com respeito como o brother Ezequiel e até o Roberto Opus, um dos músicos mais educados e pés no chão que já vi na vida, além do meu guru em se tratando de black metal, Rodrigo Mesquita, que me recomendou alguns filés que irei falar mais adiante.
Chegando ao local, adentramos ao novo espaço do Arena Metal cujo palco era bem legal, som potente e fácil acesso para bebidas e até lanches dentro do local com preços convidativos.
E para abrir a festa metálica, tivemos os mineiros do Cadaverizer e seu death metal extremo e muitíssimo bem tocado. O som dos caras convenceu e temos que enaltecer algo: a água que os mineiros bebem deve ser vitaminada com algo a mais pois os caras sabem como ninguém tocar um som animalesco e sempre bom. Acho que os igualmente mineiros do Clube da Esquina abençoaram a água e deram inspiração para o metal ser tão forte e cheio de criatividades.
Aí veio o Opus Tenebrae, única banda representando São Paulo no festival e o mais legal: veio de Santos!!!!! Uma coisa a admitir sobre estes caras é a garra e a força de vontade de mostrar o som aonde forem chamados, ao contrário de certas bandas daqui que só ficam de blá blá blá ao invés de fazerem algo. Gostando ou não, temos que bater palmas a Roberto Opus e cia por levarem a bandeira da região a ponto de sermos lembrados até no show do Mystifier. Tocando sons do disco de estréia, a banda fez mais um grande show e nota-se uma sincronia fora do comum em performances cheia de energia e músicos afiados. Um dos grandes destaques da noite foi o batera Alex que tocou de forma animalesca sem deixar a peteca cair em nenhum momento. Coisa que só músicos de experiência igual a dele conseguem tirar de letra.... Rodolfo está bem melhor na guitarra e o baixo de Vinícius Kexo está em sua melhor fase. Gostei muito das incursões de gaita de fole e violoncelo já que tais instrumentos são fundamentais para a riqueza musical da Opus. Só um adendo: Opera Mortis é um clássico!!!!!! Terminado o show, ponto positivo para Roberto e cia que atenderam a todos com muita simpatia e foram bem generosos em nos agradecer pelo comparecimento. Muito legal e verdadeiro.
Dando sequência aos shows tivemos mais uma banda de mineiros, desta vez com o Descerebration. Igualmente matador, os caras tocaram de forma intensa e foram ovacionados pela galera. Outra coisa que tive o prazer de ver foram os integrantes de bandas anteriores assistindo os shows e aconteceu também durante o show da Opus. União.
E aí vieram o Mystifier... Que show animal!!!!! Este trio capitaneado pelo filósofo Armando pratica um espetáculo dos mais viscerais e mostraram uma garra impressionante, mesmo sabendo que já tinham tocado em outro show, abrindo para o Satan e Tokyo Blade no mesmo dia!!!! Mostrando sons de todos os discos, os baianos não deixaram pedra sobre pedra no festival e só mostra que são imbecis os que não curtem a banda por conter um cara negro na formação. Quanta estupidez.... Armando, com sua sinceridade de sempre, mostrou encima do palco como se faz metal e garanto que deve ter dado muita gargalhada disso. Ao final do show, tive a oportunidade de conversar com o vocalista e baixista e o próprio Armando pegando inclusive o terceiro disco deles que será comentado em breve aqui mesmo. Findado o show, coube ao Amen Corner tentar fechar o show e superar o Mystifier. Apesar de estar bastante ansioso pelos paranaenses, ficou um que a menos. Acho que o Mystifier deveria ter fechado o festival mas foi ok do jeito que foi.
Acompanho o Amen Corner desde aquela enxurrada de lançamentos da Cogumelo e foi uma pena não terem nenhum cd a venda pois o show foi animal, tocando desde faixas antigas até novas composições. Mesmo não batendo o Mystifier, o Amen Corner fechou muito bem o festival e a noite de quem ficou acordado até o fim e não presepou.
Irei guardar esta noite com muito carinho pois foi no mínimo histórico ver duas bandas consagradas dentro do black metal e uma banda da baixada que vai caminhando a passos largos a consagração definitiva. Que venham mais noites regadas a som, risadas e acima de tudo amizade verdadeira.
Bye.

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