domingo, 2 de outubro de 2016

Ocultan - Profanation/ Atombe Unkuluntu

Bom, chegamos em mais uma resenha e dessa vez é de mais uma banda que tive que dar aquele braço a torcer e reconhecer que a banda é boa. Sim, por anos eu reneguei o Ocultan talvez por não concordar com alguma postura ou por algo que fizeram e que não me agradou mas a verdade é que nunca fui atraído a ouvir qualquer coisa vinda da banda. Mas, com o tempo vamos revendo algumas coisas e descobrimos que aquela então ignorada banda trata-se de uma das melhores bandas de black metal aparecidas por aqui e uma das melhores do cenário internacional.
Aqui tratou-se de um relançamento aonde couberam os dois discos da banda e que discos!!!!!!! Fiquei de boca aberta pois são faixas matadoras e com uma produção muito bem feita aonde o peso não precisa ser tosco para ser black metal apesar de um amar bandas que praticam da má produção e conseguiram registrar lances históricos, vide o Burzum.
Tendo em sua formação a excepcional guitarrista Lady of blood ( cujo projeto Khaotic trata-se de um item obrigatório para qualquer um que goste de black metal), a banda é completada por C. Imperium na batera e que em Atombe gravou os vocais e Magus Hellcaller no baixo. É certo que a formação mudou novamente mas Lady of blood e Imperium formam o que chamamos de núcleo da banda.
Entre 2004 e 2010 houveram essas belezas extremas e aqui cabe um aviso aos roqueiros conservadores. Há uma parcela de caras que são rockers mas dormem com a luz acesa se caso ouvir Ocultan entre outras bandas de black metal. Pior são aqueles que vem com discurso em acusar tais bandas a " incentivar" o negativismo e falar que sons assim dão azar. Imagino alguns medrosos lendo alguns nomes de músicas como temas "lindos" como Ejaculating in the nazarene´s face, Fuck off the king of jews, Necrophilia with the nazarene´s bitches ou mesmo Sodomizing the whore, the virgin mary, presentes em Profanation. Alguns iam até se mijar nas calças, outros iam ostentar camisetas de bandas extremas mas que na hora h ia sair correndo caso recebesse a visita ilustre do percursor disso tudo. Brincadeiras á parte, ambos os sons são ótimas referências do que o black metal é capaz. É brutal. Sim, é óbvio que tem que ser brutal. Caso contrário, não seria black metal. Assim como o hard rock não seria hard rock se não tivesse todos os apetrechos e assim vai.
Atombe Unkuluntu vem com temas brutais e destaco desde já a ótima, magnífica O triunfo da escuridão que tem clip e mostra uma música forte e de letra igualmente direta e sem mimimi. E mais uma vez ela, Lady of blood, é o destaque com riffs e sons cortantes de sua guitarra muito bem timbrada. Que bom que as mulheres estão cada vez mais focadas em estarem bandas extremas de um modo geral e Lady reforça o clube feminino de guitarristas mulheres ao lado de Prika Amaral ( Nervosa), Andreia Larakna ( Luxúria de Lillith) entre outras.
Além da faixa citada outras temos que enaltecer como a faixa título, Tata caveira ( tente ler esta letra e não chamar a mãe), Rites of the dark legions ou mesmo King of the night tribes, aonde o show de riffs de Lady of blood é certeiro.
O black metal é um estilo feito para pessoas de mente aberta. O black metal é, também, uma válvula de escape para algo inteligente, contestador e que nos dá um poder de discernimento brilhante e inspirador. Não, o black metal não foi feito e nunca será realizado para agradar as massas assim como o heavy metal ou até o rock do qual acreditamos ser rock. Que o black metal continue me brindando com discos maravilhosos iguais a estes e bandas tão desafiadoras quanto o Ocultan.

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