sábado, 1 de julho de 2017

Bezerra da Silva - Alô malandragem, maloca o flagrante

Enfim chegou o grande momento de falar de música brasileira. Sim, música brasileira mesmo. Apesar de vivermos um momento muito sinistro tanto na música quanto na mentalidade do povo aonde a cretinice cada vez toma conta e o proporção de se ouvir música de baixa qualidade invade cada vez mais nossa sociedade. Precisamos urgentemente tomar uma providência, botar consciência neste povo pois um povo submisso é um povo burro. De uns tempos para cá tenho cada vez mais despertado o interesse em ouvir o que o Brasil tem de melhor na música e, como já disse inúmeras vezes, música boa não possui um único estilo. Por exemplo, no exato momento em que este texto esta sendo redigido, o Varathron está em meu som sem o menor constrangimento nem medo. Da mesma forma que ouvi este disco sensacional do cara que significa para nós o que o Howlin´Wolf significa para o blues. E quem achar que samba e pagode é a mesma coisa, engana-se pois o termo pagode nada mais era do que o nome da festa que era regada a rodas de samba e samba mesmo, sem essa de cantor de meia tigela. Bezerra, Cartola, Adoniran Barbosa entre outros são exemplos de musicalidade intacta e o que de melhor o país possui em termos de música brasileira. Fique sabendo que Elis Regina entre outras cantoras da mpb gravaram inúmeros sambas. Vide um exemplo do clássico Tiro ao Álvaro que Elis interpreta grandiosamente além de Marisa Monte que chegou a gravar um disco inteiramente composto por composições de sambistas da velha guarda. Maria Rita, filha de Elis e uma ótima cantora, recentemente nos apresentou um show magnífico recheado de sambas maravilhosos chegando até a gravar um disco ao vivo desta tour. Lógico que não entrarei no discurso de que "para ser brasileiro tem que gostar de samba" pois isso seria uma forma de nacionalismo barato. Vou me concentrar em dizer ótimas palavras acerca deste disco, que irá ocupar um lugar especial em minha prateleira e em meu coração. Se Bezerra estivesse vivo não ia aprovar nada do que estes fedelhos estão fazendo com o samba que ele, Cartola, Paulinho da Viola, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho ajudaram e ajudam a criar. Senão vejamos: pense bem na sua resposta. Pensou? Vai lá : Você acha que pseudos cantores de meia tigela e grupos medonhos como Thiaguinho ( meu Senhor, este cidadão tem o mesmo nome que eu?), Belo, Rodriguinho, Travessos, Sorriso Maroto, Bom gosto ( aonde está o bom gosto?) entre outras aberrações da galáxia de zumbis podem estar no mesmo escalão que os medalhões citados acima? Caso sua resposta for afirmativa é de duas uma: ou você sofre de surdez ou possui um grau exagerado para ser um baita tonto. Esses canalhas transformaram o samba de outrora num pagode bobo, insonso cujas letras parecem ter sido escritas por algum adolescente recém saído das espinhas na cara. Aqui Bezerra fala de forma inteligente de como ser malandro. O verdadeiro malandro não é aquele que gosta de ser o espertinho de forma errada. O malandro, de acordo com a ideia dele, é o cara que trabalha honestamente, paga suas contas e possui seu tempo de folga para tomar uma cerveja com os amigos. Malandro não é o que vemos nos também abomináveis MC´s que pregam a ostentação fútil e com isso levam inúmeros bestas a praticarem coisas erradas como querer a todo custo um tênis ou querer ganhar tudo na base da esperteza cretina.
Minha mãe ficou chocada ao adentrar no meu quarto e perceber que sambas deliciosos como Malandragem dá um tempo, Defunto grampeado, Quem usa antena é televisão ( muito boa), Maloca o flagrante, Vovô cantou para subir, A rasteira do presidente ( atual!!!!!), Meu bom juiz, Língua de tamanduá, Na boca do mato, Sua cabeça não passa na porta ( para um bom entededor....), O direito dos otários e Compositores de verdade estavam saindo do mesmo som que está rolando o disco do Mactatus. O mesmo Bezerra da Silva não ficaria de mi mi mi e querer ser vítima. Ele tirava uma onda como ninguém, um gênio.
Após acabar o disco, o que ficou foi um aprendizado e que mais vezes ainda irá rolar em meu som. Bezerra da Silva e sua música serão levadas eternamente como um legado de inesgotável aula para esta geração assim como para gerações futuras. Viva a verdadeira música brasileira!!!!!!!

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