quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Tesla , Cheap Trick e Deep Purple - 14/12/2017 - Allianz Parque

Ontem foi a constatação de como o rock pode e deve estar sempre em seu lugar de honra dentro da cultura de cada um de nós. O rock é e sempre será o estilo musical do qual se tem a obrigação de respeitar. Jamais subestime o rock. Algumas pessoas tentam rebaixar o rock ou quem curte nos taxando de estranhos, mau humorados, chatos ou mesmo exigentes em demasia. Não. Apenas temos o poder de contestar o que é legal e o que não é. Não somos modistas, não apelamos para a sazonalidade gratuita para ouvir música. Mesmo tendo alguns seres que adorem queimar o filme, não somos todos loucos de pedra nem muito menos gostamos de violência. E mais uma vez fui a um concerto de rock e ontem foram 3 bandas que, em cada posição de destaque, fizeram bonito com apresentações apaixonadas e cheias de vida. Um dia bonito em São Paulo, uma tarde maravilhosa cercada de amigos, risadas, conversas inspiradoras e sempre com aquela vibe positiva reinando. Do ônibus já estava assim. Eu, mais concentrado em minha leitura e todos do ônibus ao som e cores do dvd do Rush aonde os caras fizeram uma obra impecável digna dos canadenses.
Chegando lá, uma breve passagem ao shopping Bourbon para um rango e um café. Adentrando ao estádio palmeirense, pegamos o Tesla já no palco para uma galera ainda chegando. Apesar de curta, a apresentação desses caras foi espetacular, um show de hard rock enérgico, pesado e cheio de clássicos. O que falar de Love song? Esta música merecia ser gratificada pelo prêmio Nobel da paz, pela contribuição que a mesma causou em todos nós. Ainda tocaram outras faixas mas por ter sido tão legal, o show passou voando. Espero um dia ver estes caras num show só deles para termos um gostinho a mais deste aperitivo. Simplesmente foda!!!!!!!!!
A seguir tivemos a primeira apresentação do Cheap Trick no país e esta passagem foi marcada de forma emocionante já que vi em fotos algo muito bacana. Meu amigo Márcio Andrei Loiacono, mais conhecido carinhosamente como Márcio Cheap Trick sempre foi um ardoroso fã da banda e pelo que eu saiba, um dos maiores fãs que já vi. Outro profundo conhecedor, Ricardo Simone, era outro que estava feliz, muito feliz. Mas foi Márcio que obteve o sonho de muitos: conhecer seus ídolos de perto, tirar fotos e ter algumas assinaturas em seus discos. É sabido que algumas pessoas gostam de tirar fotos até com uma árvore se ela for famosa. Mas fãs verdade gostam de fotos nem pela foto em si ou mesmo se aparecer. Apenas o fato de ter registrado um momento emocionante e este cara me deixou emocionado. Os caras da banda pelo que soube foram receptivos e deram uma aula de humildade a muita gente do meio artístico e uma aula sensacional de como se tratar seus fãs sem estrelismos ou egos elevados.
Minha amiga Andrea Guelheri também foi feliz ao tirar fotos com o Deep Purple e vou igualmente bem tratada pelos ingleses.
No palco, o Cheap Trick fez um show maravilhoso, uma aula de rock n´roll visceral e sem frescura. Assisti seres humanos praticando o que realmente gostam e se eles não possuem o status dos nomes maiores é algo para se explicar pois talento eles tem. Passando a limpo sua brilhante carreira, alguns temas como Dream Police, Surrender e a linda balada The Flame não faltaram assim como uma versão sensacional de Run Run Rudolph desejando a todos um feliz natal. E para que não passe batido, eles vieram honrar o lugar que seria do Lynyrd Skynyrd originalmente e souberam muito bem driblar a tensão de substituir uma banda de renome como o Lynyrd com garra, atitude e acima de tudo respeito ao público. Sobre o Lynyrd Skynyrd, desejo muita sorte a Johnny Van Zant e que sua filha se recupere da leucemia, razão esta que levou a banda cancelar todos seus compromissos até o final do ano. Ao final da apresentação, foi lindo ver o Cheap Trick feliz no palco e quem é fã curtiu cada momento deste espetáculo.
Mas aí vieram os principais.... Olha, ontem eu queimei a língua. É verdade que não acompanho a banda desde Abandon e que seu último disco do qual nutro respeito e admiração é o Purpendicular. Seus discos após isso foram uma sucessão de coisas chatas demais e confesso que a banda poderia se aposentar. Até ontem. Com uma apresentação impecável, a banda tocou seus clássicos e alguns temas do novo disco que me agradaram ali ao vivo. Mas uma coisa temos que admitir e isso é inevitável pensar pois nada é para sempre: os caras estão velhos. Sim, eles são senhores de idade e imagino para estes caras fazem tours compridas demais. Mas quer saber? Eles queriam tocar!!!!!! Ok, Ian Gillan não é mais o mesmo. Mas exigir juventude para um cara que está na casa dos 70 anos ou querer que o mesmo cante como nos anos 70 seria o mesmo que desejar neve em Santos ou mesmo que o Lula seja preso. Gillan é apenas um cara que um dia foi jovem e que obteve seu ápice como vocalista. Mas mantém sua postura de forma corajosa, não tentando fazer o que não consegue mais mas que ainda canta muito para a idade que tem. Ian Paice tocou com uma pegada incrível e nem parece o cara que passou mal tempos atrás. Don Airey conduz de forma magistral a vaga que um dia foi de Jon Lord assim como Steve Morse faz bonito na guitarra da banda anteriormente pertencida a Richie Blackmore e Tommy Bolin e sem comparações pois elas não cabem aqui. Roger Glover é um baita dum baixista excepcional numa cozinha poderosa com o já citado Paice. Com um time desses, você espera o que? Sons clássicos, musicalidade genial, um show do Deep Purple é e faz jus ao cargo de headliner do festival. Highway star, Perfect strangers, Space truckin, Hush, Black night, Knocking at your back door.... Se estas músicas não te fazem feliz, você necessita urgente dum médico. E sim, eles tocaram ela.... ela ...... Smoke on the water. Mas quer saber? Com um clima tão bom, este que vos digita caiu nas graças desta música e cantou junto sem o menor problema ou constrangimento.
Finalizada a apresentação, fomos para nossos ônibus de excursão e a lembrança desta noite ficará para sempre em meu coração. Foi maravilhoso, apoteótico, emocionante. O que não é nenhum segredo em se tratando duma noite regada a rock n´roll de verdade não é mesmo?
Perfeito.....

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