domingo, 31 de dezembro de 2017

Metallica - Uma relação de amor eterna.

Chegamos a mais um final de ano. E nos finais de ano, gosto deste clima de retrospecto assim como termos esperança para que o ano de 2018 seja bem melhor sempre. Tive um ano legal por um lado. Formado, uma sobrinha lindíssima e saudável e alguns dos shows mais legais que alguém pode ir na vida. Coisas ruins? Poderia citar meu desligamento na empresa do qual fazia parte mas se houve algo triste a se lembrar foi a morte da Pink, após 15 anos morando aqui em casa e cuja falta se faz evidente nesta época já que é o primeiro final de ano sem ela por aqui. Mas como as coisas não são feitas somente de notícias ruins, temos na música que tenho em meu quarto o alicerce poderoso para me fortalecer nestes momentos não tão legais na vida da gente. Logicamente que meus pais não deixam de ser uma fonte inspiradora a minha pessoa. Mas faço a seguinte questão a quem estiver lendo esta resenha: o que seria de cada um de nós se não fosse a música como trilha sonora? Imagine um mundo caótico com ela.... imagine sem. E são alguns de nossos discos favoritos que nos deixam pra cima e nos inspiram sim a sermos o que somos e melhorar nos erros de outrora. E o Metallica é uma daquelas bandas que sempre estiveram em minha vida desde minha adolescência até hoje. Uma banda formada por seres humanos que acertaram mas também erraram mas ainda assim nunca deixaram de ser eles mesmos. Uma discografia corajosa, eclética em que cada um de seus discos foram sim tomadas arriscadas mas quem não se arrisca não é artista. De Kill ´em all até o mais recente Hardwired foram anos de conquistas e um legado muitas vezes julgados por mim. Fiquei ontem e hoje ouvindo todos os discos e cada um deles possui um sabor, uma textura diferente e quer saber? Algumas coisas aqui mudaram um pouco meu conceito.
Kill 'em all abre a discografia e o que foi uma banda de fundo de quintal já era algo diferenciado de seus companheiros de som. O som era brutal, uma pegada de Motörhead, Venom, Discharge mas com seu pé fincado nas vertentes da NWOBHM. É deste disco pérolas como Hit the lights, The four horsemen, Motorbreath, Jump the fire, Whiplash, Seek and destroy, Metal militia entre outras. E o que é Phantom lord? Uma joia metálica.
Ride the Lightning veio em seguida e com uma banda mais afiada e mais calcada no metal tradicional e no speed metal ( outros falam Thrash mas enfim), o Metallica deu um salto enorme que deve ter deixado algumas bandas bem abaixo. Fight fire with fire, Ride the lightning, For whom the bell tolls, Fade to black ( um tema lindo que alguns chatos já falavam que a banda tinha se vendido), Escape, Trapped under ice, Creeping death e The call of ktulu mostram como uma banda pode soar pesada sem a necessidade de ser rápida o tempo todo. E neste disco, o Metallica já mostrava um diferencial: as melodias na guitarra. O que James Hetfield e Kirk Hammett criaram neste disco foi digno de ganharem um grammy. Além de vocalista, James é um dos caras que mais entendem de riffs e dedilhados e Kirk é muitas vezes julgado de forma errada. Este disco é o meu favorito e me lembro como se fosse hoje no dia em que fui comprá-lo para o meu amigo secreto do colégio. A vontade que eu tinha era de levar para mim. Mas para minha felicidade, comprei o meu tempos depois e quase gastei o lp de tanto ouvir no kitnete da Rei Alberto.
Pensa que em time que está ganhando não deve ser alterado? Enganado. O Metallica expandiu mais e mais seu vasto leque musical e gerou ao mundo uma obra prima chamada Master of Puppets. Último lançamento com o saudoso Cliff Burton no baixo, o disco veio recheado de músicas que ultrapassaram o teste do tempo como Battery, Master of puppets, Welcome home ( Sanitarium), Orion, Damage inc. além de Disposable heroes e Leper messiah, esta última um petardo de riffs espetaculares.
Mas uma fatalidade quase pôs a banda a nocaute. No dia 26 de setembro de 1986, num acidente com o ônibus da banda, muitos viram o legado do Metallica chegando ao fim com a morte do baixista Cliff Burton. Não tinha como negar que perder um talento como este seria um baita problema. Porém, focados em manter a banda em pé, James, Lars e Kirk viram em Jason Newsted o baixista ideal para manter o caminho e vir com o polêmico porém soberbo ... And Justice for all. Polêmico pois o disco foi gravado mas o baixo de Jason.... não. Apesar de nem ligar quando comprei o disco, a falta do baixo é evidente. Porém, deixo esses detalhes mais "técnicos" para quem entende do assunto pois o que fica na memória e me faz ouvir até hoje este disco são seus riffs e sua bateria em temas dignos de me fazer chorar como a faixa título. E o que dizer de Blackened, Harvester of sorrow, One, The frayed ends of sanity, To live is to die ( uma homenagem ao amigo baixista) além de Dyers eve ? Temas cuja validade não tem prazo de acabar.
Mas aí o Metallica resolveu " se vender".... Botei as aspas para levantar uma outra questão: se não fosse pelo Black album, quem aqui hoje seria roqueiro? Foi graças a este disco além de discos como Apettite for Destruction, Use your Illusion, Nevermind e Slave to the grind que quase ninguém seria fã de música pesada e estaria indo nos shows na praia do Itararé para cantar Marília Mendonça, Henrique e Juliano entre outras aberrações. Portanto, agradeça a sons como Enter sandman, Sad but true, The unforgiven, Nothing else matters além de pérolas como Holier than thou, Wherever i may roam, Through the never, Of wolf and man, My friend of misery por ser roqueiro. Disco pop? The struggle within é pop? Ou é você que sofre de surdez?
Com o status de banda gigante, o Metallica não precisava mais temer e partiu para aquela fase da qual muito cara true odeia. Load e Reload mostraram a banda mais calcada na acessibilidade musical mas dizer que não fizeram faixas pedadas neste período mostra que, se ouvir de verdade ambos os discos, comprova a total falta de interpretar as coisas. É certo que aquelas fotos querendo ser "irreverentes e descolados" despertou uma brochada até em mim mas o som, se não era mais thrash metal, tinha seus momentos únicos do heavy rock como Ain´t my bitch, 2x4, King Nothing, Cure, The house Jack built e wasting my hate são animais e tenho que ser bem sincero: Until it sleeps, Hero of the day e a lindíssima Mama said são fenomenais, em destaque na última. E Ronnie? Um belo toque de southern rock com James cantando como nunca. E o que dizer sobre Bleeding me ? Uma obra de arte.
Reload também é outro disco com faixas de riffs pesados como Fuel, Better than you, Devils dance ( maravilhosa ), Carpe diem baby.... Mas o fã radical e bobo só ouviu The Unforgiven II e foi lá xingar a banda para os amiguinhos....
De Reload veio St Anger mas antes a banda abrilhantou a discografia com dois lançamentos: o disco duplo de covers Garage inc ( que trouxe o ep Garage days na íntegra) e o sobrenatural disco S&M aonde o Metallica tocou ao lado da orquestra de São Francisco num resultado enigmático e versões maravilhosas de clássicos e temas novos. Para falar do próximo disco, preciso mudar de linha.
Confesso que por muitos anos ignorei St Anger da minha vida. Cheguei a dizer que a banda estava morta e acabada e o lançamento daquele dvd aonde ficaram conversando com um psicólogo acerca da vida "difícil" que eles estavam levando foi de doer, parecendo 3 meninas choronas que outrora foram ícones do metal. Ouvindo o disco hoje, o conceito que eu tinha por ele deu uma mudada. Ainda considero o pior disco do Metallica sem sombra de dúvida. Mas, ouvindo ele sem comparar com os outros, pude constatar que alguma coisa pode se aproveitar. Frantic, St anger, Some kind of monster, My world, The unnamed feeling além de Shoot me again possuem sim seus momentos legais.
Fechando aqui, seus últimos discos mas em específico Death Magnetic, me trouxe o amor pela banda de volta e Hardwired foi o pedido de desculpas da banda para como todos nós e nos fazendo crer que todos temos nossos erros mas podemos dar a volta por cima e sermos grandes novamente ao som de All nightmare long, That was just your life, The judas kiss além de Hardwired, Halo of fire, Murder one, Moth into flame do último disco.
Enfim, uma banda dessas só me resta agradecer por estes caras estarem minha vida e me livrar cada vez mais destes pseudo artistas de atitude bunda mole e sem graça. E um feliz 2018 a todos nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário