sábado, 28 de janeiro de 2017

Maria Rita - Praça Mauá - 28/01/2017

Cheguei em casa num grande momento de paz no coração. Pode parecer coisa de quem adora um companheiro e que lê sobre signos mas a verdade é que o show de hoje foi um dos melhores dos quais já presenciei e uma bela amostra de que música não possui rótulo ou regra na hora de se apreciar alguém que sobe num palco e faz dele seu momento único afim de exercer um dos melhores espetáculos que alguém pode realizar. Divulgando seu cd/dvd O Samba em mim, a cantora voltou a Santos deste vez para a comemoração dos 471 anos da cidade que carrega a baixada santista nas costas há tempos. Não, não vou pedir desculpas até porque muitos dos meus amigos que moram em locações longínquas sabem de como Santos é importante para o litoral paulista. Confesso meu descontentamento para com o prefeito reeleito mas sinceramente não quero entrar em tal assunto pois o intuito é parabenizar a bela iniciativa em se trazer um show de verdade de uma artista de verdade. Sim, eles poderiam ter feito uma festa regada a bagunceiros e música da pior qualidade. Porém, o que vi, foi ao contrário: uma artista de qualidade para um público de qualidade. Sim, havia algumas maças podres que não sabiam porque de estar ali e só foram pois o show foi gratuito. Mas o bom é que com este show o que vi em sua grande maioria foram pessoas querendo se divertir e cantar um repertório delicioso e que agradou a todo momento. Ok, Maria Rita nunca será igual a mãe dela, a chamada Elis Regina. Assim como comparar, seria covardia causar uma pressão desnecessária a Maria pois não é só ela. Marisa Monte nunca será uma Elis. Sandy nunca será uma Elis. Zizi Possi nunca será uma Elis. O que vieram antes ou mesmo as que vieram depois da gaúcha nunca serão igual ou melhor. Maria Rita não precisa de comparações deste naipe grosseiro. O que ela quer é cantar, interpretar canções e curtir cada minuto naquele palco que uma dia foi da sua mãe. E outra: que mal tem ela ser filha de quem é? Melhor: que mal tem ela ter ficado famosa sendo filha de quem é?
Sendo assim, desde o primeiro momento ao derradeiro, que vi foi uma ótima performance que junto a ótimos músicos foi uma demonstração de carinho a música de forma cativante, sem apelar para letras popularescas e sem conteúdo ou mesmo para músicas pobres das quais se confundem com acessibilidade. Maria Rita fez o que se esperar duma artista do seu porte: um belo show. Gostaria muito de ter encontrado com ela para alguma foto já que fui com a camiseta da qual foi-me pintada a arte da capa do Falso Brilhante. Como fui informado que ela é meio enjoada com fotos, achei melhor não arriscar apesar de que, o melhor é o show e não ficar tirando foto. Não sei se foi rápido demais ou se foi tão bom que passou rápido. Este show foi espetacular do começo ao fim e mais uma vez enalteço a participação do público que realmente foi para curtir música boa e fugir destas amarras massificadoras que tentam emburrecer. Porém, artistas como a Maria Rita mantém a chama de que a música brasileira ainda tem quem cante algo com conteúdo. E do mesmo jeito que saí satisfeito deste show, espero de coração que meus amigos que foram ao Terço tenham se divertido igualmente. Agora em casa ouvindo um disco do The Outlaws, fica minha lembrança gostosa da Maria Rita e que venha mais e mais vezes para cá. E cá entre nós: a própria é um mulherão. Nem preciso dizer que, até nisso, ela puxou a mãe. Noite inesquecível movido a samba de raiz mas acima de tudo, uma noite regada o que de melhor ainda possui a música brasileira. Alguns cosplayers, ao lerem esta resenha vão falar que não sou um "banger" de verdade e sendo assim deverei ser "banido" dos eventos de metal aqui em Santos. Pobre criaturas..... Boa noite a todos vocês.

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