segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Pink Floyd - A saucerful of secrets/ More.

Falar de algo do qual você mais gosta é um prazer, uma dádiva eterna. E no último sábado, a terceira feira de discos realizada no gonzaga provou o quão a música de verdade permanece viva e atuante, contrariando o mundo cada vez mais massificador e manipulador ao extremo numa sociedade fadada a ser habitada somente por acéfalos. Rever amigos, adquirir itens que gosta, dar ótimas risadas.... não estou descrevendo nenhum baile funk nem um festival de música eletrônica nem muito menos algum desses eventos do apocalipse como são as micaretas, carna folias ou eventos protagonizados por sertanejos com cara de emo.
Alguns itens serão descritos separadamente, por isso comecemos por estes dois discos soberbos do Pink Floyd, duas obras primas inclassificáveis da música mundial, obras essas que conseguem ultrapassar a barreira do tempo e passar modismos que ainda discos assim são apreciados. A saucerful of secrets e More são itens obrigatórios, viajantes, que ganharam uma geração pronta para uma musicalidade que caminhavam lado a lado com certa estranheza e experimentalismos dignos de palmas. E desde quando precisamos ser normais o tempo todo? Em 68 e 69 esses camaradas mostraram para o mundo o quão criativos eles eram e reverteram toda loucura e genialidade em dois discos fabulosos. A saucerful of secrets foi lançado em 68 e , de acordo com informações de amigos, foi a estréia de David Gilmour na banda e aparentemente o último registro a ter algo de Syd Barrett no grupo, um desses caras que viajaram na própria loucura e nunca mais voltaram. Em 7 faixas, o que tenho em mãos são jóias lapidadas aonde cada uma possui seu próprio brilho e viagem. Let there be more light, Remember a day, Set the controls for the heart of the sun, Corporal clegg, A saucerful of secrets, See-saw e Jugband blues são fascinantes, algo sobrenatural e sim, temos aqui obras para nos fazer felizes. Gilmour já dava sinais que ia brilhar mais e mais e sua guitarra está lá, sempre bem tocada e com aquele feeling genial, coisas que poucos podem fazer. More veio na sequência e mais uma aula musical foi me dada nesta trilha sonora deste filme que deve ser algo muito louco. Imagine um filme cuja trilha é feita pelo Pink Floyd... lindo não? E mais 13 temas são tocados e já sem Syd, a banda agora contava com a formação que seguiu e é conhecida nos dias de hoje. Uma aventura sobre sexo, drogas e temas como The Nile song, Crying song, Green is the colour, More blues, Quicksilver, A spanish piece e o final com Dramatic theme podem ser uma mistura letal ou mesmo uma chance de viajar para bem longe deste mundo manipulado. Todos temos o direito de se divertir no que quiser, com quem quiser e aonde quiser e discos assim nos ensinam o quão paranoicos e sem vida estamos ficando graças as fotos em excesso ou até mesmo a falta de falar pessoalmente o que pensa, se escondendo cada vez mais por trás de computadores e smart phones de última geração. Precisamos de encontros, necessitamos de estarmos com alguém, podendo ser seu amigo ou sua namorada ou amiga do peito. E que essas conversas tenham este e outras maravilhas como trilhas sonoras. Esta minha vida é boa pois tenho música e pessoas legais sempre perto de mim. E dane-se quem pensa ao contrário. Estou errado?

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