sexta-feira, 21 de abril de 2017

Nervosa - Boteco do Valongo - 20/4/2017

Mais uma grande noite. Noite esta que só manteve o andamento do meu caso de amor platônico com essas mulheres guerreiras que carregam o metal dentro de seus respectivos corações. O que dizer acerca do que vi ontem? Um furacão? Um tornado? Uma bomba atômica a 78 km por hora? Ambas as alternativas descrevem perfeitamente o que foi o show das minhas Rainhas da Nervosa ontem no Boteco do Valongo com a mesma cheia e participativa. Foi a comprovação que qualquer comentário machista que fazem em relação a elas não irá possuir o mínimo fundamento. Digo mais: elas fazem o que muito marmanjo não faz. O que foi a garra de Fernanda Lira, uma frontwoman digna de conduzir o caos duma forma tão verdadeira? E o que Prika Amaral fez na guitarra? Mas este show ficará marcado para sempre como sendo o evento em que uma revelação apareceu e deu conta do recado além de ser um doce. A nova baterista da Nervosa chama-se Luana Dametto. Ela tem 20 anos e tocou numa banda chamada Apophizys que chegou até a sair numa edição da Roadie Crew. Segundo consta, a banda faz death metal e esta menina foi descoberta assim que a Nervosa foi atrás da substituta da não menos importante Pitchu Ferraz. Luana não só substituiu a altura como mostrou ontem que o futuro promete coisas maravilhosas para esta garota espetacular. Tive o prazer de falar com ela após o show e mediante aos elogios deste que vos fala, a doce garota foi extremamente simpática e nem parecia a mulher atrás daquela bateria tamanha a tranquilidade fora do palco. Se ela com 20 já toca assim, imagina ela com mais experiência o que esta menina não irá conquistar ainda... Fora que Fernanda e Prika também foram bem legais e mostraram também possuírem pés no chão. Lógico que nesta altura do campeonato, um certo deslumbramento seria cabível mas elas são como nós e tratam cada um como se fossem de suas famílias e ontem não foi diferente.
Mas tivemos duas bandas de abertura antes e irei ser bem sincero aqui. O Age of Blood abriu a noite e confesso que o show demorou para me agradar. Para falar a verdade  os assisti algumas vezes e juro que não consigo gostar do som deles. Possuem garra, gostam do que fazem mas não desce. Mas uma coisa esta banda possui de bom: uma dupla de guitarristas excepcionais mas fazer o que não é mesmo? Já o Usina foi diferente. Com uma puta postura de palco, os caras quebraram tudo com seu metal pesado misturado com hardcore gerando um crossover espetacular e bem raivoso e um detalhe: a baixista deles toca demais.
Aí restou as donas da festa fecharem com chave de ouro a noite que foi exclusivamente delas. Uma postura de palco fantástica além dum set list dando uma aula de thrash metal para muitos que estavam ali. Faixas como Death, Masked Betrayer, Hostages, Intolerance means war, a já clássica Into Moshpit entre outras pérolas.
Como disse antes, e já venho dizendo, se você quer ouvir o rock/metal nacional esqueça que irá ver e ouvir tais talentos pela grande mídia pois para ela, talentos como a Nervosa não existem ou querem se fazer de bestas ou pior: este povo manipulado não estaria preparado para tamanha informação. E mais uma vez obrigado a essas 3 mulheres por me fazerem um homem mais feliz. Eu amo mulher que possua atitude. Sim, eu amo Fernanda Lira, Prika Amaral e Luana Dametto do fundo do meu coração. Enquanto a Nervosa existir, o metal mundial irá agradecer. E eu também.

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