sábado, 15 de abril de 2017

A Cena - 14/4/2017 - Boteco do Valongo - Unholy Outlaw, Chesed Geburah e Mythological Cold Towers.

Ontem a noite o Boteco do Valongo mais uma vez foi o cenário e a comprovação de que há uma cena sensacional. Não quero falar de perrengues, muito menos de tretas desnecessárias e sim somente da música que foi o que importou e lógico as pessoas das quais nutro um respeito grandioso. Estou falando de bandas muito foda, cuja garra faz a diferença neste mar de bebês chorões que infestam o cenário nacional. Mas enquanto alguns ficam por aí com discursos mimizentos, outras pessoas arregaçam as mangas e põe a mão na massa para executar algo que faça um público ir aos eventos. De antemão, TODAS as bandas estão de parabéns pois proporcionaram uma ótima noite de metal, independente de estilo do mesmo. O heavy metal para quem aprecia da forma verdadeira, pode ser death, black, grind, doom, gothic, não importa. O importante é a união e somente ela pode fazer uma cena forte e duradoura. Parabéns aos organizadores, Mário ( Empire of Souls) e Roberto Opus ( Opus Tenebrae) por mais uma edição realizada com sucesso e a próxima promete mais uma vez estar com a presença dos camisas pretas e o belo atendimento do Boteco que como sempre dá seu show próprio. Um dia antes aconteceu outro evento realizado por Luiz Carlos Louzada ( Vulcano) e conforme informações, foi outra grande noite. Sendo assim, o que faz algumas pessoas ficarem chorando? Lembro que quando realmente a coisa estava meio parada, chegou um certo Ricardo Nadal com a comunidade Brothers of Metal que dum pequeno grupo de pessoas, a coisa tomou tal proporção que os eventos começaram a acontecer novamente devido a procura de pessoas querendo principalmente a Trinca dos Infernos de volta. Após um tempo não só a Trinca voltou mas o evento da Cena veio para agregar ao som pesado e não competir. E o mais legal de tudo: estes caras estão trazendo pessoas para curtir bandas autorais. E sim, fazer metal aqui no Brasil nunca foi algo simples e fácil. O underground é e sempre será um nicho do mercado direcionado para quem realmente curte música de maneira sincera e que possui um certo romantismo e eu não vejo o menor problema nisso.
Dando início a noite veio o doom stoner do Unholy Outlaw, banda paulista formada no final dos anos 90 e como o estilo entrega, tivemos o melhor de Candlemass, Witchfinde General, Black Sabbath, Cathedral entre outras do que há de melhor no doom metal. Fábio Oliveira, Gustavo Fernandes, Wilmes Figueiredo e Marcos Roberto deram um puta show com vocais sensacionais e um instrumental vigoroso, pesado, denso e feito por quem ama o estilo. Foi uma agradabilíssima surpresa, num desses shows que foi tão bom que terminou rápido demais. Caso queira ouvir um stoner doom de qualidade, procure agora mesmo por material desses caras. Fora a simpatia com que eles cativaram a galera logo de cara. Perfeito!!!!!! Após este show, muitos aguardaram a lendária banda Chesed Geburah que estava retornando aos palcos da baixada depois de uma longa hibernação. Formado por Ezequiel ( bateria), Goatherion ( vocais), Evagner Claus ( teclados) e Gosuen Alexandre (guitarra e baixo), estes caras são veteranos que não precisam de quaisquer apresentações pois são atuantes na cena, caras dos quais quem frequenta os picos de metal sabe quem são. Temas como Under the vastness linear, Dark nature, Alcateia delta, Twelve entre outras foram executadas com tal perfeição e malvadeza que não seria apropriado para pessoas sensíveis demais ou que tem pesadelos a noite. Fazendo uma referência ao material antigo do Samael em sua fase mais maldita, estas lendas quebraram tudo. Os vocais cavernosos de Goatherion fizeram muitos ficarem de boca aberta assim como a guitarra pesada de Alexandre e os teclados de Evagner tem grande importância afim de deixar o som do Chesed mais macabro e com aquela cara de fim dos tempos. Ezequiel, que também detona no Necrodulia, mostra ser um dos melhores bateras de extremo. Aqui não cabe técnica e sim um feeling sensacional, um modo de tocar bateria que o torna melhor que muito metido a baterista que vemos por aí. Agora que venha o disco e mais shows matadores como este!!!!!
E a noite terminou de forma primorosa com os lendários do Mythological Cold Towers, que retornou a baixada após 20 anos e mais uma vez não decepcionou. Eles são a versão brasileira do Paradise Lost da fase Gothic!!!!! Com uma presença de palco excepcional, Samej ( vocal), Shammash e Nechron ( guitarras) e Hamon ( bateria) cativaram a galera em meio segundo de show. Rolando sons novos e antigos, estes camaradas tocaram muito e era de impressionar o trampo de guitarras, tocadas com peso e muita melodia, temperos essenciais para uma banda de doom. E aguarde pela resenha do disco Sphere of Nebadon que foi relançado.
Enfim, foi mais uma bela noite regada a metal de qualidade, amigos e a comprovação de que o melhor da música nacional está nos muitos circuitos alternativos em geral, desde metal até outros estilos que passam cultura de verdade e não música bunda mole feita para pessoas sem conteúdo.
Até a próxima noite..... Nervosa!!!!!!!!

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