quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Motörhead - Meu carinho e respeito a Another Perfect Day

Anos 90. Sim, eu era uma adolescente descobrindo meus primeiros passos em relação a música e estava acontecendo tudo aquilo, aquela misto maravilhoso de bandas criativas e que estavam dando seu último grito ao mainstream graças a Nirvana, Guns n´Roses, Skid Row, Metallica entre outros. Mas, ao mesmo tempo que estava descobrindo quem eram meus heróis daquela época, outras descobertas acerca de bandas que não eram da minha época me levaram ao já citado Metallica e a uma banda cujo membro principal era um senhor com cara de mal e sua clássica barba que não tinha no queixo, já tinha me presenteado com um disco fabuloso chamado March ör Die e antes desse teve o igualmente ótimo 1916, que descobri graças ao primeiro. Mas para completar meu pódio de lançamento da banda veio um vinil em minhas mãos do Motörhead chamado Another Perfect Day. Lançado em 82, mesmo ano da morte de Elis Regina, o disco trouxe o guitarrista sensacional Brian Robertson cuja sonoridade de sua Les Paul trouxe ao Motörhead uma sonoridade evolutiva. Não estou desmerecendo Eddie Clarke, o cara foi e fez a guitarra clássica da banda. Mas, com sua saída, Lemmy teve a oportunidade de trazer algo mais para a guitarra e Brian veio para agregar. E esta junção ( mais o batera Animal Taylor) deu o resultado chamado Another Perfect Day. E sim, teve aquela leva de roqueiros bem mau humorados e mau agradecidos que simplesmente detonou o disco por ser "melodioso" demais. Ok, isso aconteceu de fato mas que de forma alguma descaracterizou o som do trio. Pelo contrário, tornou mais poderoso e mais atrativo para ouvidos mais ecléticos e que talvez não tenham entendido o Motörhead anteriormente como meu amigo Gerson Fajardo que confessou que não tinha entendido a sonoridade até a chegada deste disco. E se você pegar meu top 3 da banda ( March ör Die, 1916 e este disco) verá que meu gosto é mais para os discos mainstream deles. E assim como Gerson, meu gosto por estes lendários caras só aumentou e hoje posso dizer que o Motörhead nunca gravou um disco ruim.
Ontem coloquei este disco para rodar, graças a edição remasterizada em cd que vem com 3 faixas bônus. Estas faixas já tinham saído numa remasterização anterior mas o atrativo desta vez é o disco 2. Gravado no Manchester Apollo em 10 de Junho de 1983, o disco traz 18 faixas e uma performance típica dos caras mas com uma diferença: notei que o set list não estava constando clássicos como Ace of Spades, Iron Fist ou Overkill e sim temas mais ' lado b ' juntamente com as então faixas novas do então lançado Another Perfect Day. Se você é fã da banda, valeria ter esta edição para somente curtir este disco ao vivo. Mas não, o disco 1 continua impactando da mesma forma de quando o escutei pela primeira vez lá na Rei Alberto número 202 apto 307.
Como não achar legal uma faixa de abertura como Back at the funny farm e Lemmy xingando não sei lá o que logo de cara? Foda demais. Shine é outra pérola e antecede outra pérola do rock chamada Dancing on your Grave. Que som viajante, que me fez ter algumas lembranças legais duma época em que não precisávamos de celulares com whattsapp ou como as pessoas gostavam de resolver as coisas numa boa falando cara a cara. Após Dancing on your grave vem a paulada de Rock it e a guitarra de Brian distorcendo junto o baixo de Lemmy e traz uma das melhores faixas deste disco. Mas aí vem mais um murro no estômago chamado One track mind. Ela começa devagar e vai ficando intensa conforme o andamento da mesma e culmina em dois solos explosivos de Brian e Lemmy vociferando toda sua discórdia juntamente com Animal Taylor que brilha em todo disco. Terminado o lado 1, viro o disco e vou ouvir o lado 2 para mais uma aula de rock n´roll que já inicia com a faixa título. Esta música é muito a cara de qualquer rocker saindo sábado a noite cujo rumo é curtir um som legal rodeado de amigos legais. Mulher? Se vier ótimo. Mas se não, ok. Marching off to war é outra pedrada melódica e antecede a música que me fez ouvir este disco repetidas vezes sempre nela e que quase ferrei a agulha na época de tanto que repetia esta faixa: I got mine. Ela consegue ser rocker e ao mesmo tempo traz Lemmy declamando seu amor a alguma mulher que ele tenha conhecido ao seu estilo e sua voz única. Tales of glory e Die you Bastard! finalizou o disco e mal a agulha tinha voltado para seu lugar de origem lá estava eu botando o disco para rolar e toda a sensação descrita anteriormente vir a minha mente.
E finalizando este texto eu desejo do fundo do meu coração que Lemmy e Animal Taylor ( além de Würzel, que entrou na banda depois) sejam felizes aonde estão e agradeço de verdade pelos trabalhos perfeitos que ambos fizeram. Another Perfect Day está no ranking que as músicas constadas aqui estarão guardadas para sempre em meu coração.
São momentos assim que me fazem ser o 'esquisito' da turma. Ontem, hoje e sempre.
Motörhead.

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