quinta-feira, 28 de junho de 2018

Dimmu Borgir - Eonian

Um disco pode ser feito por meros artistas que somente irão gravar o que o público quer. Outros discos são feitos por artistas que não possuem o menor medo de se arriscarem e saem do estúdio com uma obra prima em mãos. O Dimmu Borgir decidiu seguir a segunda opção e gravou o melhor disco de 2018, pelo menos para este que vos digita. Quando ouvi e vi o clip da fantástica Concil of wolves and snakes já tinha lido alguns comentários de gente que simplesmente não sabe o que fala, simplesmente perpetuando o ato de defecar com os dedinhos quando está em frente ao computador.
Assistindo o belíssimo clip, conferi a música que a banda estava fazendo e ela simplesmente resume todo o resto do disco. Não há nada de tão absurdo para deixar ninguém de cabelo em pé no sentido de estar diferente. É somente uma banda mantendo seu nível alto nas composições e que simplesmente desafia o público a buscar algo mais em termos sonoros e Eonian mostra perfeitamente isso. Bases ora atmosféricas e progressivas se encontram com a brutalidade do black metal da banda além de ser presenteadas com cantos gregorianos da mais alta fineza. Do começo ao fim, Eonian é um petardo a ser apreciado sem moderação.
Fixo no trio Shagrath ( vocal), Silenoz e Galder ( guitarras), a banda é completada pelos competentes Gerlioz ( teclado) e Daray ( bateria) que aparecem nas fotos promocionais deixando uma cara melhor de banda. Se você ainda sonha ter novamente aquele Dimmu Borgir dos primórdios esqueça. A banda está cada vez mais orquestrada e demonstra que as faixas novas devem ser degustadas com mais calma e de forma bem atenta pois são inúmeras as nuanças musicais nelas. Destaques? Além da citada Concil of wolves and snakes, o disco ainda possui um brilho diverso com The unveiling ( para ouvir de joelhos conclamando quem você quiser), a meio gótica Interdimensional summit além das belezas de Lightbringer, Alpha Aeon omega ( esta com uma intro orquestrada de arrepiar) e I am sovereign, cada uma possuindo aura própria. É notório que a banda vem num crescente em termos de lançamentos mas Eonian simplesmente faz a banda subir mais uns bons degraus ao topo da perfeição. E ainda preciso citar a faixa que fecha o disco, a belíssima instrumental Rite of passage aonde a melodia das guitarras de Galder e Silenoz se encontram com toda a melancolia bela dos teclados e orquestra.
Após um disco como este, só tenho a agradecer aos Deuses da música por passar tamanha inspiração a estes caras. Um verdadeiro artista não precisa lamber o saco do público para ser aceito. Fazê-lo pensar e proporcionando algo grandioso pode ser bem melhor do que simplesmente devolver algo básico. Cada um possui seu disco do ano mas o meu está aqui. Belo, intrigante, desafiador.... simplesmente Dimmu Borgir.

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