segunda-feira, 18 de junho de 2018

Cálix - Uma grata surpresa pinta por aqui.

De tempos em tempos ouvimos de amigos e ou postagens em redes sociais a tristeza de algumas pessoas decorrente a falta de talentos nacionais para ouvir. Ou que o rock está morrendo, que a música não é mais a mesma entre outras declarações das quais concordo em partes. Analisando pelo mundo mainstream, é verdade que vemos cada vez mais paradas de sucesso preocupadas somente com a fórmula rápida para fazer tal sucesso, fazer girar os artistas para consumo da massa. A massa não liga mais para qualidade de letras, não dá a menor bola para um belo instrumental. Apenas quer ter o produto para elas totalmente mastigado no iphone e mais nada. Seria como jogar qualquer alfafa para uma manada de burros. O burro não quer saber se a alfafa é a melhor ou não. Ele quer consumir e mais nada. E ele não faz isso sozinho pois terá outros tantos consumindo a mesma coisa sem ligar para o que estão jogando para eles. É este o cenário tanto dos artistas quanto dos "fãs". Já disseram que o fã de hoje merece o artista que tem e vice versa.
Mas na música feita longe dos holofotes radiofônicos e televisivos anda na melhor fase e caminha a passos largos para ser a música do futuro. Sim porque uma banda como o Cálix terão sempre seu público cativo enquanto que muitos dos "artistas" das paradas irão sumir em menos de duas estações. Hoje ouvi os 3 discos dos caras graças a duas joias preciosas cedidas por um grande amigo chamado Mauro Pinheiro Cruz, um dos caras mais geniais em se tratando de música. Mauro me lembra os ótimos tempos em que outro grande amigo, o Fábio Cristo, me presenteava com discos maravilhosos de bandas e artistas de muito bom gosto. Dois de forma física, foram ouvidos e apreciados da melhor forma.
Formada em 96, a banda manteve a mesma formação em 21 anos ( com um certo tempo parados): Renato Savassi ( vocal, flauta,violão e bandolim), Sânzio Brandão ( guitarra), Marcelo Cioglio ( baixo e vocal), Rufino Silvério ( teclado e vocal) e André Godoy ( bateria). Foi com esta formação que os 3 discos foram concebidos : Canções de Beurin ( 2000), A roda (2002) e o mais novo Caminhante, lançado ano passado. Além dos discos de estúdio os caras possuem o dvd/cd Ventos de outono ( ao vivo, 2007).
Começando com Canções de Beurin, quando botei este disco em meu som, fiquei impressionado com tamanha competência dos músicos e como faixas tão legais quanto Dança com devas, Além do vento, No more whispers, Kian ( uma obra de Marcus Viana), Canções de Beurin, O sonho, Novidades, Por hoje um sol, Águas, Não se lembram do que são, Lanças e uma versão própria de O fortuna ( Carmina Burana) não conseguem algo no mainstream. Lembra do que eu falei? Alguém da massa não ia assimilar tais pedras preciosas e iam achar tudo muito"chato" e coisa de tiozinho. Um disco maravilhoso e essencial para fãs de Yes, Jethro Tull além de apreciadores de música mineira e conjuntos como o 14 Bis, O Terço, Violeta de Outono entre outros. Se eu estou exagerando ou não, eu não sei. Estou apenas retratando o que eu ouvi até o presente momento.
Já o disco A roda, a banda aparece menos progressiva mas ainda assim maravilhosa em canções como Pra não mais voltar, Depois da Guerra, Deserto ( fantástica), Homens pedra, Seu dom, Looking back, Lenda do mar, A roda, Fora do mundo, Em pedaços, Dois rios e Acordei devagar. Aqui o lance do 14 Bis fica mais latente mas os amigos podem ficar a vontade para me corrigir. Uma coisa que impressiona são as vocalizações dos caras, afinadas e com muita experiência e logicamente com um instrumental genial e encorpado.
Com uma volta a vida, o Cálix gravou um ótimo disco chamado Caminhante e como não possuo o material físico algumas músicas foram ouvidas e destaco Barco á vela, Can you see it?, Não vou além, Go for it, Sempre assim entre outras numa levada mais pop mas com muita coisa de rock.
Depois de ler este texto, por favor: procure agora mesmo o site da banda ( www.calix.com.br ) que estará disponível maiores informações da banda além de todos os discos para ouvir e comprar de forma digital. Existe sim música boa feita no Brasil. O que falta é mais disposição para fuçar mais e reclamar de menos. Vire as costas para o mainstream. Esse mercado deixou de produzir coisa legal ( salvo exceções) faz um bom tempo. Até entenderei suas reclamações e sim, eu sei da imundície que tá. Mas longe da imundície há música legal e o Cálix está para mostrar que pode sim ignorar tudo isso. Faz bem para a saúde e ainda conserva sua sanidade.

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