sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Tadeu Franco - Cativante

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Voltando a mexer no blog após um breve intervalo sem discos novos para ouvir, me aparece este que, com o perdão do trocadilho, me cativou da primeira a última faixa. E mais um exemplo de como brasileiro confunde música popular com música popularesca. Passei o ano novo em casa de parente e em casa de parente fatalmente temos que nos sujeitar a ouvir/ver certas coisas e constatar o quão pobre anda a música brasileira. O tal show da virada estava passando o show do tal Luan Santana e juro que achei uma das coisas mais deprimentes que já constatei na vida. É a famosa música ruim para gente burra. Mas você pode me julgar que eu ouço algumas coisas desta safra popularesca, ok. Porém, tenho uma linha de raciocínio em saber separar o que eu gosto e se ouço alguns artistas do mainstream foi porque realmente gostei, nada foi imposto ou me tornado "fã" porque o vizinho achou legal, por somente seguir uma moda.
Aí um amigo me presenteou com este disco. Ao chegar em casa, fui averiguar se o disco era mesmo cativante. E que disco!!!!!! A linha musical é a mpb com aquele tempero mineiro que artistas anteriores como Clube da Esquina, Milton Nascimento, Beto Guedes entre outros injetaram em nossa música tornando-a muito mais rica e pensante. Produzido pelo citado Milton, aqui temos colaborações de Lô Borges, Milton Nascimento, Cláudio Venturini entre outros pilares musicais do cenário. Lançado em 83, o disco possui aquele ar maravilhoso de Beto Guedes com algo de Ivan Lins e até do Guilherme Arantes em seus momentos mais pops. Imitação? De forma alguma!!!!!
Tadeu põe seu estilo pessoal em temas belíssimos como Nenhum mistério, Gente que vem de Lisboa, Canto de uma terra, Nós dois além da faixa título. Ainda nas 10 faixas consta uma belíssima composição de Caetano Veloso em Aonde eu nasci passa um rio que Tadeu o faz de forma sublime e garanto que se tal tema fosse cantado pelo compositor original não teria ficado tão bom quanto. Este disco é daqueles para se ouvir em momentos aonde a tranquilidade e a harmonia devem imperar.
Fechando com Coração civil, Cativante é um daqueles álbuns cuja a obrigatoriedade deve ser mantida. Mas não ouça este disco comparando com os medalhões citados. Ouça tendo em vista um baita cantor com um belíssimo repertório. E aí? Vai continuar ouvindo porcaria ou vai abrir a mente para algo bacana e deixar de ser mais um neste grupo de burros?

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