segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Porco Preto, Age nor Defields, Sanguinolência, Maldita Ambição e Hierarchical Punishment - Full rise música e arte - 19/10/2018

Ia escrever esta resenha só a noite mas minha empolgação veio e sim, o texto sairá agora mesmo. Num tempo em que pessoas escolhem artistas por ideologias políticas este evento foi um verdadeiro exemplo de que, quando a guitarra fala mais alto, o rock e a arte ficam bem melhores. Sim, ambos os lados estão chatos demais. E sim, ambos os lados estão estragando. Ao mesmo tempo que aquele seu amigo esquerda não para de postar coisas contra o Bolsonaro, aquele seu amigo que defende a direita enche os culhões falando do Andrade. O cúmulo desta ignorância foi a recente entrevista feita pelos integrantes do Ratos de Porão, aonde deram suas opiniões acerca do que está ocorrendo e alguns fãs pró Bolsonaro simplesmente achincalharam a banda com comentários típicos dum fanático de qualquer seita como se o cara que ouve Ratos não sabe que eles tiveram opiniões muito diretas acerca de política. Eu não vou parar de ouvir porque eles falaram mal do Bolsonaro que será o meu escolhido. Assim como não deixarei de falar com amigos meus pela decisão de ambos em votarem no Andrade. E já aceito doações de alguns discos do Pink Floyd com o Roger Waters devido ao posicionamento político do ex integrante. Caso você esteja lendo esta resenha e tenha ficado bem puto com o Roger, pode me doar agora mesmo a sua edição de luxo do The Wall que eu irei aceitar de coração aberto para este e outros discos. Quem tem partido de estimação meus pêsames. Uma prova de que não possuo partido foi ter votado 2 vezes na Dilma e, se a Manuela D´ Ávila tivesse se candidatado meu voto seria nela. Pronto, me condenem por isso.....
Voltando ao evento, fomos a Praia Grande afim de presenciar uma noite com bandas fantásticas e muito do que presenciei nesta noite foi muito válido para constatar mais uma vez o quão ótimas são nossas preciosidades aqui na baixada. Feito pela Full Rise - Música e Arte, o evento teve 5 bandas e muito som bom rolando durante a noite. Fora isso, os amigos que fazem brilhar cada vez mais com conversas de muita importância a julgar do que falam que somos só fãs de "barulho". Bebida barata, ótimo rango e uma ótima receptividade foi o que presenciei, coisas que só o underground nos mostra.
Infelizmente por conta de horário acabei perdendo a apresentação do Porco Preto, sendo assim minha noite foi aberta pelo Age Nor Defields que repetiu o ótimo show que fizeram no Dakota. Parabéns a esta nova geração de bandas que estão sabendo muito bem fazer um som pesado e sem a menor frescura.
Sanguinolência
Terminado o show do AND a sequência foi dada com os caras do Sanguinolência, banda que anteriormente era o SummerSaco. A mudança de nome se deu pelo fato do som da banda ter mudado, ficando algo mais a ver com o nome atual. E meu amigo..... Caso alguém queira cometer um atentado sonoro e fazer aqueles trios elétricos no carnaval virarem meros sons de brinquedo, chame esta banda. O som atual de Itzac ( guitar/vocal), Carlinhos ( baixo) e Fabricio ( bateria) seria uma fusão de black metal com grindcore. Numa referência mais próxima, seria um cruzamento do Darkthrone com o Disrupt além duma pitada de Napalm Death da fase Scum para dar aquela temperada. Prestes a lançarem o disco, os caras deram uma aula de como se tocar rápido e ser preciso sem atropelar o som. Infelizmente por problemas de trabalho, o baixista Carlinhos não pode comparecer já que o mesmo é técnico de som e estava no México acompanhando as meninas da Nervosa. Coube a Itzac e Fabricio fazerem as honras e mandarem uma sequência avassaladora de tirar o fôlego. Temas lindos e carinhosos como Peste bubônica. Dia de fúria, Puro ódio, Cesta básica, Em busca da luz, Amor nem de mãe ou Maldita inclusão digital são ótimos exemplos contestadores que a grande massa vê como sendo somente algo barulhento e inacessível. Sim, o som é indigesto a ouvidos mais frescos mas fiquem sabendo que para tocar este tipo de música é necessário saber tocar. Puta show e Itzac mostra que é um insano ao vivo, um cara que vive aquilo que toca e canta sem frescuras ou polimentos.
Maldita Ambição com canja de Itzac
Na sequência tive a honra de conhecer também o som maravilhoso do trio Maldita Ambição, banda esta que se prepara para lançar o disco Guerra Civil e fez uma apresentação enérgica, punk e com letras fortes e de impacto. Tiago ( guitarra/vocal), Allan ( baixo) e Miller ( bateria) simplesmente detonaram um puta repertório que contou com uma canja do já citado Itzac num momento destruidor. Vale lembrar que o disco dos caras sairá aqui pela Bagaça Records, selo de Luiz Carlos Louzada, além de parcerias com outros selos.
Hierarchical Punishment
E finalizando a noite tivemos os já veteranos do Hierarchical Punishment, banda esta que dispensa qualquer apresentação. Muito bom este momento dos caras que estão prestes a lançar disco novo e que vem se apresentando de forma frequente. E seria o contrário? Com uma apresentação que sempre se destaca de forma impecável, é normal ser chamado sempre para mais uma apresentação. E a formação instabilizada ajuda pois com os atuais músicos juntamente com os mais antigos deram uma junção sônica brilhante e forte para manter esta máquina demolidora por um bom tempo na ativa. Com um set já conhecido da galera, os santistas estão afiados e com um fôlego de dar aula e inveja. Run, The Choice, Hungry industries, o já antológico cover do Extreme Noise Terror entre outras só comprovam que ninguém segura estes caras.
Enfim, foi mais uma daquelas noites que dificilmente irá sair da minha mente. A arte é a forma mais sincera e expressiva sendo a liberdade de expressão um dos itens mais importantes para fazer todo artistas continuar andando. Sem mais.




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