sexta-feira, 13 de julho de 2018

Vulcano e Santuário - Sesc Santos - 13/7/2018

O dia do rock sempre é lembrado como a data em que rolou o festival Live aid aonde inúmeros artistas de rock e de pop se apresentaram afim de arrecadar dinheiro para ajudar lugares devastados pela fome e pela miséria. Mas para quem gosta de rock, respira rock e consome este estilo musical, o dia do rock é aquele dia no qual agradecemos por ter algo maravilhoso em nossas vidas. Fico imaginando se não tivesse aparecido o rock em minha vida, o que eu seria? Poderia ser um amante de música clássica, talvez um fervoroso apreciador de mpb ou até curtido muito mais a música pop. Ou o que acontece recentemente aonde pessoas são emburrecidas pelo som do momento no mais ralo e fétido possível. Mas fui para o rock. Lógico, quem me conhece sabe que sou eclético, curtindo artistas fora do rock numa boa.
E dentro de tantos sub estilos do rock, o heavy metal é aquele que faz ou fez algum adolescente ir para o lado mais pesado. Contestador, provocativo e urgente, o metal pode e deve ter o poder de tornar eu, você ou demais apreciadores de ser mais inteligente do que os demais. Não é querendo criar rixas mas eu não consigo me ver num mesmo QI que o de um pagodeiro ou um fã destes sertanejos nutellas existentes nas paradas. Cada um tem o seu direito de curtir o que quiser mas não venha pôr o rock no mesmo patamar desses estilos. muitos desta cultura de massa adoram dizer que o rock possui somente um jeito de tocar e cantar, agindo assim como um total ignorante cujo cérebro é o mesmo que uma semente de melancia.
E hoje quem foi no Sesc foi porque gosta realmente não sendo modista ou sazonal. Duas bandas lendárias tocaram no teatro, ambas com som bom e ótimos shows. E foi a oportunidade de ver o Santuário pela primeira vez. E foram eles que abriram a festa mostrando um heavy rock de primeira qualidade. Foram momentos agradabilíssimos esses tendo como trilha sonora canções que foram feitas quando muito metido a radical ainda nem era um mero esperma lá nos dificultosos anos 80. E gostando ou não do som da banda, uma coisa temos que louvar: numa época de repressão, atraso e descaso para com um o metal, esses caras foram aqueles que deram a cara pra bater numa etapa brasileira aonde a guitarra distorcida causava náuseas em quem não gostava por puro preconceito.
Com algumas participações especiais o show transcorreu de forma bacana e foi legal o quão bom é o guitarrista Mika que sabe dosar perfeitamente solos sacados além de riffs bem legais advindos do hard e do heavy. E entre as participações, a melhor foi sem dúvida a de Cachorrão, vocalista do Centúrias que, além de estar cantando muito ainda, foi o que deu mais gás . Lógico que Medusa e o talentoso Lone ( Angel) deram seu recado mas foi Cachorrão o destaque. E foi muito bacana ver meu amigo Rato no baixo, muito bom mesmo além do batera. Foi sem dúvida um baita show mas falta um vocalista ali, o que espero ansiosamente para que o legado do Santuário continue ainda por muito tempo.
A banda que fechou a festa já tem aquela resenha pronta ou você duvida que algum show do Vulcano não foi menos do que maravilhoso? Com uma formação fixa há tempos, a banda está afiada e neste show fizeram algo especial com participação do baixista que tocou nos anos 80 além do vocalista Angel que simplesmente mandou muito bem Fallen angel ( uma homenagem ao autor da canção, Johnny Hansen), Total destruição e que dividiu os vocais com Luiz Carlos Louzada na pedrada Guerreiros de Satã. Num show curto ( afinal, a casa termina os shows cedo) o Vulcano mostrou o porque de estar sempre entre os melhores discos de músicos da cena escandinava do black metal. Ver no palco um baterista como o Arthur ou um guitarrista do porte de Zhema chega a emocionar. O baixista Carlos Diaz continua endiabrado e Gerson Fajardo é, para mim, aquela referência na guitarra, um cara que respira o rock 24 horas por dia.
Resumindo esta noite no geral, uma noite em que duas lendas do metal nacional se apresentam com um som impecável, público presente e feliz, não teria como definir numa única palavra o que foi hoje. Deixo para vocês comentarem. E sim, não poderia terminar esta resenha sem antes agradecer André Raven, Giva Alves e Jorge Osbourne por ter dado a ideia de me ajudarem a entrar no show. Jamais irei esquecer a atitude nobre para com esta pessoa feliz. Viva o heavy metal, viva a verdadeira união que ainda pode e deve ter sempre. O sistema pode tentar nos tirar algo. Mas unidos, somos muito mais fortes do que todas estas merdas da vida. Boa noite. Seguem abaixo algumas fotos deste momento maravilhoso.
Santuário com Milton Medusa. foto by Paulo Bassetto
Respeite sempre este nome. Os caras não começaram ontem.
Vulcano em ação. foto by Paulo Bassetto.

Mika liderando o Santuário ontem no teatro do Sesc. foto by Paulo Bassetto

Vulcano em ação ontem em Santos.foto gentilmente cedida pelo Luiz Carlos Louzada ( vocal )

Visão do palco na hora do show do Santuário. foto by Paulo Bassetto

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