segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Elis Regina - Essa Mulher

Essa mulher maravilhosa cuja voz encanta cada vez mais a minha vida. É assim que é tratada Elis Regina aqui. Aproveitando o gancho do livro publicado atualmente e que foi devorado por este que vos escreve, cada vez mais fui sendo agraciado por uma história musical e pessoal duma mulher de personalidade difícil é verdade mas ainda assim uma cantora que nunca arredou o pé para certas mazelas da vida e que a infelicidade a tirou daqui no dia 19 de janeiro de 1982. Mas não vou me aprofundar em certos detalhes não por medo nem quero tampar o sol com a peneira. Mas quero simplesmente falar deste som de 79 e que ainda contou com a regência e arranjo do grandioso músico Cesar Mariano, um dos maiores músicos do Brasil e do mundo. Elis por si só foi a melhor cantora do mundo mas Cesar possui créditos ao trazer a sonoridade certa para a voz da nossa gauchinha.
Em mais um discaço Elis juntamente com Cesar e produção de Mazola gravaram um dos melhores discos da cantora. Nesta época ela já era a cantora número 1 do país e sua importância causou uma comoção entre os que amavam ( o público) e os que odiavam ( militares) pois por ser porta voz daqueles que lutavam contra a ditadura, acabava sendo vista por uma persona non grata em relação aos senhores fardados. Aqui consta a música mais linda que Elis gravou em minha opinião,  O bêbado e a equilibrista. Composição de Aldir Blanc e João Bosco a música foi tema da anistia e a letra falava claramente dos tantos que foram vítimas da ditadura militar mas duma forma bonita. Lembro que ouvia sempre esta música durante minha infância mas não sabia quem era aquela voz tão linda que vinha do rádio mas sentia uma espécie de conexão com o que vinha daquela voz feminina.
Mas há outros destaques além do bêbado e da equilibrista como a faixa que abre o disco, Cai dentro de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro. Essa mulher também é ótima e foi composta por Joyce e Ana Terra e interpretada por Elis de forma sensacional. Outra joia musical está em Basta de clamares inocência de Cartola e algo que sempre caminhou juntamente com Elis foi a afinação de sua voz que era algo impressionante. Eu hein Rosa também merece um destaque pois com a levada alto astral e Elis solta e leve a composição de João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro torna-se algo maravilhoso. Outro destaque é Bolero de Satã ( Elis já era black metal em 79? ) dueto dela com o figuraça Cauby Peixoto que ficou demais. Além dessas o disco ainda conta com Beguine dodói, Altos e baixos, Pé sem cabeça e o encerramento com a lindíssima As aparências enganam com Elis interpretando duma forma tão sincera que parece que a música era de sua autoria. Enfim, este disco é mais um que indico a você pai e mãe que gostaria que seu filho fosse uma pessoa melhor ouvir e tirá-lo desta bunda molice que é ouvir mumuzinho ou assistir reality show. Se pelo menos um desses idiotas que ouvem funk ou qualquer porcaria feita para lavar cérebros pegasse um disco da Elis para ouvir, ia perceber que há coisa melhor do que esses lixos de hoje. Obrigado Elis por me tornar uma pessoa melhor diferenciada!!!!!!!

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