quarta-feira, 19 de junho de 2019

Um pouco de Brasil no som não faz mal a ninguém.

Voltando ao blog, recebi 3 belos presentes em cd do meu amigo Mauro Pinheiro Cruz e me peguei pensando o quão rica é a música brasileira. Sempre trazendo algo fértil, esses 3 artistas que vieram em minhas mãos hoje enriqueceram em proporções gigantescas meu gosto musical e como sempre quebrando aquele paradigma de que roqueiro só ouve rock. Balela!!!! Fui e ainda sou meio criticado por gostar de artistas fora do eixo rocker. Atualmente não muito mas no começo as pessoas meio que me reduziam pelo fato de ter em meus cd´s coleções que vai desde Rouge até Burzum. Recentemente a descoberta cada vez mais produtiva acerca do que temos de música popular brasileira me fez perguntar como alguém pode ainda ser radical com tanta coisa a disposição.
Lógico que, quando tinha meus 16,17 anos jamais me passaria pela cabeça em curtir Elis Regina. Agora vejo que estava errado e possuo um belo arsenal brazuca de levantar o astral. Sá & Guarabyra, Ivan Lins e Jorge Ben foram ao meu micro system e realizaram aquele festival de músicas sensacionais e sim, cantar em português não é sinônimo de blasfêmia. Ok, hoje em dia olhar as paradas de sucesso dá nojo mas aceite que os tempos são completamente outros e isso é percebido graças a total falta de cultura dum povo falido que culpa o governo mas não gosta de ler um livro, não gosta de estudar e o principal: brasileiro não gosta de regras. E o que isso tem a ver com a música? Tudo a ver!!!!! Esses artistas citados acima hoje são itens para tiozinho conservador, chato, que se acha o difícil. Mostrar Sá & Guarabyra para um cara que não gosta de ler um livro é perda de tempo. O cidadão simplesmente demonstra total falta de massa cefálica, simples assim. Vamos baixar a cabeça? De jeito nenhum!!!!! Temos sim o direito de negar cada aberração que vier em nossa direção e ouvir o que achar melhor, não por questões modistas pois quem ouve música, sente aquele prazer que cada canção irá passar para você. Música para mim é um instrumento para canalizar emoções, lembranças além duma reflexão do que você é ou que pode ser. Trata-se enfim dum item cultural e transformador. E foram a dupla citada acima que abriram as audições com sua história fazendo toda a diferença. Num belo apanhado, a dupla possui canções emblemáticas desde que eram um trio e aqui não faltam temas belos como Espanhola ( numa bela interpretação ao vivo), O silêncio é de ouro, a medley com as músicas Primeira canção da estrada/O pó da estrada, Sete Marias, Dona ( igualmente ótima com o Roupa Nova), Roque Santeiro entre outras. Não tem como ouvir tais canções e não curtir belas harmonias vocais aliadas a um instrumental que mistura com maestria o rock com a mpb.
Após eles, Ivan Lins que faz um pop de altíssima qualidade mas que nos anos 70 chegou a flertar com o rock. Para mim, ele, Guilherme Arantes e Beto Guedes são o trio de ferro em se tratando de composições belas e que ambos fizeram um tremendo favor a música de qualidade aqui gravadas pela Elis. Como não lembrar de Dinorah, Dinorah e não lembrar da baixinha? Madalena, Aos nossos filhos.... ambas interpretadas por Elis de forma mágica. Outros belíssimos exemplos de como um artista pode ser completo estão em Vitoriosa, uma bela canção positiva além da melodiosa Vieste. Elton John fez escola aqui.
Fechando o show de talentos vem Jorge Ben e seu ritmo contagiante bem brasileiro com aquela cara de pôr do sol e chope gelado. Jorge Ben desfilou um repertório fantástico aonde alguns temas podem ser destacados entre eles A banda do Zé Pretinho, Bicho do mato, Mulher brasileira entre outras pérolas.
Enfim, exemplos estão presentes. Basta vasculhar sem medo que sempre terá algo de qualidade ao invés de ficar só reclamando. Contestar sim, é válido. Agora só ver coisa ruim como sendo única.... sinto muito. Seja feliz. Viva a real música brasileira e seus intérpretes.

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