sábado, 29 de junho de 2019

Filhos de Nair - idem

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Quando perguntado se o rock morreu, um famoso crítico musical deu a seguinte resposta: "possuo dois programas de rádio, sendo um deles com a programação só de bandas nacionais. Vocês não fazem ideia do quanto de bandas geniais eu recebo diariamente." Esse cara chama-se Régis Tadeu e numa bela entrevista ao programa pânico, o cara falou sobre o rock ter "morrido". Ele ainda citou que, quando o rock foi mainstream nos anos 80 por aqui, angariou muitas pessoas que não eram propriamente roqueiras e até o começo dos anos 90 com a MTV, o rock tinha seu lugar na tv. Com o fim da emissora, o rock simplesmente voltou ao lugar que lhe pertence: o underground. E isso retrata bem as últimas apostas de gravadoras e a queda de qualidade na música de "sucesso". E aonde você deve buscar música de qualidade? Plataformas digitais pode ser uma ótima ideia. Mas os circuitos do Sesc pode ser também de muita utilidade já que acontecem todo ano festivais ou mesmo shows em particular duma galera que não quer chorar e sim tocar mostrando sua música para pessoas famintas por um som simples porém bem feito. A banda Filhos de Nair foi formada em 2016, tendo este nome somente em 2017 quando o trio formado por Ché nas guitarras, Pizza na bateria e Kékas no baixo oficializaram o nome Filos de Nair e se propõem a realizar um rock instrumental minimalista, sem firulas ou masturbações sonoras. É aquele som instrumental para relaxar após um dia de trabalho, um desses disquinhos que irão rolar de forma despretensiosa no seu aparelho de som. Não, os caras não querem ser a maior banda do mundo nem revolucionar o que já foi feito. Eles somente querem tocar e se divertir. Não tem aqui espaço para "desenhar" e sim ser direto e certeiro.
São 10 sons ora mais pesados ora mais leves e viajantes mas mesmo a parte pesada não serve para agredir e sim para agregar algo bacana. Da abertura com Cities, indo para Desert Road, O gago, Torpedo e encerrando com The digger temos uma banda que não está nem um pouco preocupada com referências. Meu ouvido detectou passagens de som alternativo com algo de pós punk e até anos 70, principalmente por contar com um trio. Fuja do manjado. Escute os filhos da Dona Nair e deixe a mente ir longe junto com estas canções. Mas um aviso: ouça mais de uma vez.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Um pouco de Brasil no som não faz mal a ninguém.

Voltando ao blog, recebi 3 belos presentes em cd do meu amigo Mauro Pinheiro Cruz e me peguei pensando o quão rica é a música brasileira. Sempre trazendo algo fértil, esses 3 artistas que vieram em minhas mãos hoje enriqueceram em proporções gigantescas meu gosto musical e como sempre quebrando aquele paradigma de que roqueiro só ouve rock. Balela!!!! Fui e ainda sou meio criticado por gostar de artistas fora do eixo rocker. Atualmente não muito mas no começo as pessoas meio que me reduziam pelo fato de ter em meus cd´s coleções que vai desde Rouge até Burzum. Recentemente a descoberta cada vez mais produtiva acerca do que temos de música popular brasileira me fez perguntar como alguém pode ainda ser radical com tanta coisa a disposição.
Lógico que, quando tinha meus 16,17 anos jamais me passaria pela cabeça em curtir Elis Regina. Agora vejo que estava errado e possuo um belo arsenal brazuca de levantar o astral. Sá & Guarabyra, Ivan Lins e Jorge Ben foram ao meu micro system e realizaram aquele festival de músicas sensacionais e sim, cantar em português não é sinônimo de blasfêmia. Ok, hoje em dia olhar as paradas de sucesso dá nojo mas aceite que os tempos são completamente outros e isso é percebido graças a total falta de cultura dum povo falido que culpa o governo mas não gosta de ler um livro, não gosta de estudar e o principal: brasileiro não gosta de regras. E o que isso tem a ver com a música? Tudo a ver!!!!! Esses artistas citados acima hoje são itens para tiozinho conservador, chato, que se acha o difícil. Mostrar Sá & Guarabyra para um cara que não gosta de ler um livro é perda de tempo. O cidadão simplesmente demonstra total falta de massa cefálica, simples assim. Vamos baixar a cabeça? De jeito nenhum!!!!! Temos sim o direito de negar cada aberração que vier em nossa direção e ouvir o que achar melhor, não por questões modistas pois quem ouve música, sente aquele prazer que cada canção irá passar para você. Música para mim é um instrumento para canalizar emoções, lembranças além duma reflexão do que você é ou que pode ser. Trata-se enfim dum item cultural e transformador. E foram a dupla citada acima que abriram as audições com sua história fazendo toda a diferença. Num belo apanhado, a dupla possui canções emblemáticas desde que eram um trio e aqui não faltam temas belos como Espanhola ( numa bela interpretação ao vivo), O silêncio é de ouro, a medley com as músicas Primeira canção da estrada/O pó da estrada, Sete Marias, Dona ( igualmente ótima com o Roupa Nova), Roque Santeiro entre outras. Não tem como ouvir tais canções e não curtir belas harmonias vocais aliadas a um instrumental que mistura com maestria o rock com a mpb.
Após eles, Ivan Lins que faz um pop de altíssima qualidade mas que nos anos 70 chegou a flertar com o rock. Para mim, ele, Guilherme Arantes e Beto Guedes são o trio de ferro em se tratando de composições belas e que ambos fizeram um tremendo favor a música de qualidade aqui gravadas pela Elis. Como não lembrar de Dinorah, Dinorah e não lembrar da baixinha? Madalena, Aos nossos filhos.... ambas interpretadas por Elis de forma mágica. Outros belíssimos exemplos de como um artista pode ser completo estão em Vitoriosa, uma bela canção positiva além da melodiosa Vieste. Elton John fez escola aqui.
Fechando o show de talentos vem Jorge Ben e seu ritmo contagiante bem brasileiro com aquela cara de pôr do sol e chope gelado. Jorge Ben desfilou um repertório fantástico aonde alguns temas podem ser destacados entre eles A banda do Zé Pretinho, Bicho do mato, Mulher brasileira entre outras pérolas.
Enfim, exemplos estão presentes. Basta vasculhar sem medo que sempre terá algo de qualidade ao invés de ficar só reclamando. Contestar sim, é válido. Agora só ver coisa ruim como sendo única.... sinto muito. Seja feliz. Viva a real música brasileira e seus intérpretes.

terça-feira, 18 de junho de 2019

Bang - Mother/ Bow to the king

Voltando ao blog, trago mais um belíssimo achado. Todos sabemos o quão está difícil conviver neste lugar chamado sociedade. Sabemos também que pessoas como nós, que possuímos discernimento para avaliar o que é e não é legal cada vez mais caminha-se para a extinção e que nas próximas gerações, caso não haja uma solução, teremos amebas no lugar de seres humanos habitando este planeta. Uma pessoa que falar para você que " gosta de tudo" é para no mínimo ser avaliada. Esta mesma pessoa se esquece dum parêntese bem importante: é impossível gostar de tudo. E mais: uma pessoa dessa, com uma resposta desse naipe, possui alguma opinião? Ou ela é mais uma dessa galera que prefere ficar "encima do muro" a famosa "insentona" ? Graças aos anjos protetores que possuo sim opinião e, para o bem ou para o mal, sei muito bem o que quero e o que não quero para meus ouvidos.
E os americanos do Bang vieram mediante uma recomendação e dificilmente irão sair do meu som e posteriormente de meus ouvidos. Em 72, os caras vieram com esses dois mini álbuns ( é o que parece) aonde a banda destila um hard rock no melhor estilo setentista aonde melodias ricas fazem valer cada momento aqui visitado. Indo para o lado Mother, temos a faixa título, que abre o disco de forma enérgica, maravilhosa. Humble vem na sequência e que linha de guitarra é esta? Timbre forte, aquele clima sensacional que o hard rock da época mostrava ao mundo. Keep on e Idealist Realist fecham a primeira parte da audição de forma animadora mas antes de se recompor do que ouvi vem No sugar tonight e que música meus amigos. Feel the hurt começa com um belo violão para vir a guitarra e destilar aquele som reconfortante e o solo contido nesta faixa é de emocionar. Tomorrow e a faixa título desta parte do disco fecham de forma muito bonita esta audição. Só achei meio confusa as informações acerca da banda com vários integrantes que já passaram nela. Uma coisa de bom foi saber que a banda voltou a ativa recentemente mas sem nenhum lançamento nesses tempos atuais.
Fechando esta resenha, temos que lembrar que, nossos ídolos ou envelheceram ou já se foram. Não só eles, nós também estamos envelhecendo. Por isso, ocupe seu tempo ouvindo discos legais pois a vida é aquele momento que, se não aproveitar o hoje, o amanhã pode ser tarde demais.
Banda espetacular!!!!!!! Escute isso e veja de onde vem as influências das bandas de stoner rock de hoje e não se limite em somente ouvir as bandas manjadas.